Vento

Foto de MarcosHenrique

Um Grito Insensível

Estava em minha casa descansando.
O vento me trouxe o som de um grito
Intrigado, parei. Só escutei
Um menino, não sei por que, chorando.

Já incomodado com o barulho,
Fui à janela ver esse absurdo.
Sentado na calçada, uma criança.
Estendeu-me a mão, que petulância!

Recolheu-se o homem insensível
Ao calor de sua cama de coluna
Como se nada houvesse incidido.

O sol nasceu, o homem acordou.
Sentou à mesa, seu pão estava lá.
E ao menino, só resta chorar

Foto de MarcosHenrique

Meneios de um Rio

Passando por aqueles campos verdes,
Contemplei a inocência.
Satisfiz-me em saciar aquelas criaturas que a mim vinham
E retornavam com seus sorrisos estampados.
Segui meu caminho, intacto.
Vi ao longe, algo como uma floresta.
Com gigantescas árvores de caules simétricos e retos,
Não vi galhos, nem folhas.
Ao invés da atmosfera nédia daqueles campos,
Fui me aproximando de uma suspensão negra, mórbida.
Na mina lhaneza, não recusei traspassá-la.
Não vi aqueles seres tranqüilos,
Que espargiam no ar a felicidade da bonança da natureza.
Só pude ver seres fechados em sua sisudez.
Laivo algum de compaixão e altruísmo encontrei.
Não sei como, mas fui me tornando negro como aquele lugar.
Olhei para trás, vi tais criaturas pungindo meu corpo,
Que corria ao longe dos campos, tralhas escusadas.
Acabrunhado, fui me afastando daquele cautério.
Andei mais um pouco.
Rejubilei-me quando vi aquele vasto tapete azul
A rutilar ao sol.
Apressei-me em alcançá-lo.
Ao chegar, fui engolfado naquela imensidão.
Aquele calor me fez lembrar daquelas criaturas radiantes.
Perguntei ao meu novo amigo
Se tinha como voltar ao derradeiro lugar.
Com grande alegria, recebi a afirmação positiva.
Aviei o que me foi proposto.
Esfacelei, aos poucos, meu corpo
E fui levado aos ares.
Apesar da dor, voltei a minha diáfana limpidez.
Caminhei com o vento ao encontro daqueles campos.
Encontrei-me em cima dos seres maviosos.
Minhas partículas foram se agregando
E em intenso júbilo,
Envolvi aquele lindo lugar.
Não havendo lugar para rancor,
A situação me levou a indulgência
Daqueles outros seres pusilânimes.
Agora só me resta aproveitar
O lacônico tempo que tenho aqui,
Pois me foi dito que passarei
Novamente por aquela floresta cinza...

Foto de Paulo Master

O Valor do Amor

O amor nos surpreende, pois surge como uma suave brisa, mas ao chegar ao coração torna-se tão avassalador quanto uma violenta tempestade. Um perfume tão delicado que apenas pode ser notado e sentido por aqueles que têm pelo amor sua sensibilidade aflorada. Como a chuva fina que é levada e direcionada pelo vento sem ter como evitar seu próprio destino. No momento que perdemos todas as nossas forças ao nos entregar de corpo e alma a um alguém e com tanto fervor, fica visível nesse instante que o amor se manifesta de verdade. Mas se essa entrega estiver profundamente associada ao mais íntimo do nosso ser, muitas vezes sentimos até na alma o fogo que arde em nosso coração, é com certeza nesse instante que fica claro o real valor do amor em nossas vidas.

Foto de Nailde Barreto

"Folhas Secas".

Folhas secas. ( Nailde Barreto - 05/06/2011 )

Inexplicável razão do sentimento, tormento!
Terapia relutante que faz intrigar o tempo,
Soluço incontestável, com lacrimejar marcante,
Observando a dança das folhas, pairando no vento.

Incabível sensação de loucura,
Cambaleia e contorce o coração,
Ação silenciosa, enigma da atroz prisão,
Como o som das folhas que tocam o chão.

Então, os galhos secos, sofridos,
Envolvidos com laços de emoção,
Acumulam rugas e marcas de uma vida,
Gritam e anseiam por renovação...

Perfeita harmonia, incógnita, paixão!
Previsível desfecho, liberdade!
E, a esperança dos galhos, imprudentemente, despidos,
Os fazem renovar e voltar a viver...

Cuja beleza, estará com a mesma brevidade,
Disposta no chão, contramão!
Enfeitando caminhos, marcando a vaidade,
E você, se foi com as folhas, agora, secas.
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Foto de Carmen Vervloet

O Protesto da Natureza

O universo queixa-se em profunda dor...
O céu acinzentado,
mostra seu luto na cor,
entorna lágrimas de chuva
que caem em granizos de cristal,
o vento faz seu manifesto em vendaval.
O sol se esconde atrás da nuvem pesada,
quem sabe com vergonha por tanto desamor!
As sombras deixam as flores desbotadas,
a tristeza cerra o bico do pássaro cantor.
O mar invade cidades,
tsunami de destruição,
ondas gigantes que vem e vão
levando o povo em comoção.

Por onde eu passo, freme a ambição!
Homens amputados de seus sentimentos,
cegos pelo egoísmo do momento...
A Mãe Terra em agonia,
triste, sem energia...
Vivendo seu grande tormento,
últimos suspiros
debilitando seu giro!

Antecipo um suicídio coletivo,
o planeta destroçado
pelo mais inteligente ser vivo!

Este cenário estremece minha vida...
Meus olhos embaçados por lágrimas
vêem o protesto da natureza que agoniza!

Foto de Carmen Vervloet

Momento Único

Diante do vento viajante
a noite se curva de frio...
O meu coração cantante,
no aconchego do lar,
debruça-se sobre o calor do amar.

No ritmo de uma linda canção,
aqui tudo se aquece...
Uma bebida quente no fogão
e o inverno se esquece.
Tempero o instante com chocolate e paixão.
A vida? Um ponto de interrogação.

Sei que sou um pouco menos do que penso
e muito mais do que sinto...
Se hoje melhor estou,
a dor foi o caminho do aprimoramento.
Este é um único momento
que logo, logo passará!
Vou vivê-lo intensamente!

Amanhã quando o sol derramar seus raios
sobre a cidade
talvez a alegria parta, até num cavalo baio,
levando mais uma vez meu contentamento.
Mas eu embalarei outra lembrança
em pedaço de céu anil...
E vou juntando minha felicidade.

Foto de josé dias

as promesas de amor

eu prometo .
prometo realizar os teus sonhos, agarrar uma bela arco-ires e conpartilhar com a tua belesa, pegar os seus problemas de joga-las no mar.
prometo
quando a saudade estar na tua cola, quando a solidão dominar o teu mundo, quando a saudade te abraçar, e o desespero te acorrentar, eu prometo , enviarei milhões de beijos pelo vento para epulsa-las e manter o sorriso no seu rosto.
eu prometo.
mesmo no escuro eu darei conta do seu olhar, mesmo calada eu darei conta do seu silencio.
eu prometo.
estarei comtigo nas noites de lua cheia e darei-te uma estrela , ou a galaxia
eu prometo.
eu prometo acorrentar o meu coração ao seu , eu prometo

Foto de Arnault L. D.

Montanhas submersas

O amar cria em nossas vidas, marcas na paisagem; torna a planície dos dias vincada por vales e sinuosa por montes e montanhas...

Dependendo dos amores, são apenas como dunas... E o vento se encarrega de dispor. Porém, existem outros que são muito diferentes...

Tornam-se marcos de referencia, verdadeiras pirâmides, enormes montanhas de pedra.

Quanto aos outros pequenos, dias, cotidiano, são como a agua da chuva, a acumular-se. Toma a silhueta da paisagem, a tornando mais plana, cobrindo os montes menores, até mesmo, os diluindo.
E dependendo do volume destas aguas os montes submergem, podendo restar apenas um mar... Plano.

Até mesmo a montanha mais alta é tornada oculta, alagada, mergulhada, num horizonte quase sólido...

Porém, ela continua lá. De maneira difusa, numa localização imprecisa... Mas abaixo da inundação, oculta, ela continua.

Contudo, como toda inundação, esta também se nutre da constância da chuva, para que suas aguas não escoem.
Pequenos romances, amores casuais, noites ardentes, todos são gotas, que devem pingar constantemente.

Porque se forem minguando, se houver estiagem, as aguas deste “mar”, formado por estórias, ilusões e passatempos baixaram... E no limiar, você bem sabe o que ressurge:

Novamente, a montanha mais alta, retorna à luz , sólida, emerge.
A montanha do grande e verdadeiro amor.

Foto de betimartins

Na voz do meu poema

Sonho, um belo sonho de amor
Onde tu estás sempre presente
Tua voz preenche o meu coração
Tuas promessas são o amanhecer
Teus abraços à noite que esta a chegar
Eu estou aqui escrevendo um poema
Um poema só para ti, não sei, o que escrever
Todas as palavras são pequenas, curtas
Para tamanho amor, grandioso amor
Que escuta pacientemente, mesmo impiedoso
Mesmo compulsivo, ciumento e genioso
Juntos superamos, tempestades, tumultos
Caminhando, conduzindo as nossas mentes
No nosso amor, juntos de mãos dadas
Galgamos estradas, montanhas e mares
Dançamos à chuva e ao vento, sorrindo
Mesmo no nosso corpo, cansado pelo tempo
Somos ainda jovens, capazes de reescrever
Uma nova história, uma nova vida, sorrindo
Nos sons, na vitalidade do sol, do dia
No ar que respiro e no vento sempre fresco
Na terra que, nós os dois pisamos, quente
Eu ainda sou capaz de me sentir única
Ali contigo, encostada nos teus braços
Olhando o por do sol, no belo entardecer
Ainda sinto arrepios pelo teu terno olhar
Capazes de inspirar apenas um poema a ti
Repleto de belas palavras, palavras ditas a ti
Em segredos, na noite e no dia, que ainda virá
Mas onde! Apenas o silêncio é o nosso poema
Na voz do meu poema feito a ti, amor...

Betimartins

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Quase Declaração

Sol que ilumina minhas manhãs trazendo esperança em mais um dia de luta e vida até a noite mais estrelada. Seu sorriso é o verdadeiro sentido dos supremos sacrifícios realizados em seu nome. Beijei com meu olhar seu lindo rosto, tez de menina que o tempo não apaga e presença irradiante de amor que o coração nunca esquece.

Conversa.

Muito além das descrições de personalidade, das cartas registradas nas gavetas das eras, das paixões que não se correspondem e ainda assim enviam mensagens, das moças que gostam de se sentirem desejadas e não aceitam ouvir uma negativa, mesmo que dos corcundas e suas corcovas que saltam aos sustos, existe o vento do cotidiano, o medo da conta atrasada, o cobertor dos seguros de morte e conseqüência, as mães que escondem por debaixo de seus vestidos recatados mulheres de lava e magma, longe das infâncias perdidas ou qualidades evidentes. Fica difícil conciliar o sonho ao real. Graças ao bom Deus, há a desilusão do agnosticismo.

Homens, infiéis na essência da poligamia ancestral, se rendem para a sobrevivência de sua espécie fraca. Antes fossem esparsos. Tomaram como praga os cinco continentes geográficos, tendo bases fixas nos distantes pólos mais gélidos. Há os homens que possuem competência para se tornarem leões, e os que são como os pombos, monótonos e monogâmicos. Biologicamente o primeiro é melhor, e se reproduz facilmente. Um homem comum nunca vai chegar ao ápice de evoluir factualmente, nunca superará suas expectativas, sempre verá seu objeto de querer distante de seus braços, separado por um tapete de pregos e cacos de vidro. Resta, então, poupar dinheiro para a previdência social, ser corno e subempregado, tentar ter uma casa no litoral sul. Não há sequer como conviver com as despesas do seu velório, do seu enterro moral de aluguéis e despejos, seu pouco de orgulho em pertencer a uma sórdida periferia bandida. Há a indigência velada, a marginalidade dos que são preteridos no processo seletivo da vileza do destino.

Existem mulheres que passam a vida inteira sem receber uma declaração de amor, e moças que bocejam diante de várias delas. Existem pessoas que merecem uma chance, e não conseguem. Outras que imaginam um céu resplandecente no futuro, que a tão esperada felicidade vai lhes cair no colo uma hora ou outra, e estatelam a face na primeira cilada que o asfalto dos questionamentos impõe aos que se dirigem desavisados.

Que bom que a juventude acaba logo.

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