Verdade

Foto de Carlos eduardo S. Rocha

Vida modernizada

A vida hoje é tão bela
Admirando o rico luxo
Flutuamos orgulhosos
A espera dos tormentos

Quando o dia adormecido
Entre os ramos suspira
Ali, voando a morte a vida
Sem verdade, sem amor e sem fé

Nos convida a suspirar
A ingrata ingratidão, vem
Sem pressa, vem serena
Rigorosa a maltratar

A vida hoje é tão bela
Admirando o rico luxo
Flutuamos orgulhosos
A espera dos tormentos

Corre o tempo a declamar
Cai o silêncio, o futuro
De que serve o lamento
Se a vida, não se vive só

Pobre , pobre que vive
Que adormecido ouvi
As mentirinhas do mundo
Cede aos míseros destinos

A vida hoje é tão bela
Admirando o rico luxo
Flutuamos orgulhosos
A espera dos tormentos

Insetos de censura
Guerra, morte e violência
Há inveja, a tristeza
Pelas coisas do outro

Centralizado vive
O cientista a provar o luxo
Com palavras e palavras
Admira o novo mundo

A vida hoje é tão bela
Admirando o rico luxo
Flutuamos orgulhosos
A espera dos tormentos

Anjos olham e reprovam
As palavras escondidas
Todo peso divino
Cai agora sobre o homem

Não sou pastor e nem serei
Tenho vôo limitado
Serei morto no parto
Pelos mesmos que copiei

A vida hoje é tão bela
Admirando o rico luxo
Flutuamos orgulhosos
A espera dos tormentos

Foto de Daniela Franco

O quanto valemos

Penso – o quanto valemos a nós mesmos,
O quanto nossas expectativas, o quanto damos importância, a alma.

Quanto nos permitimos sentir,
E tantas respostas, todas, postas a nossa frente, tão claras...

Pois concluo que nosso valor se equivale ao valor que damos ao mundo
...a cada instante em que nos permitimos pensar, na vida.
Ao ver o céu azul e não apenas olhá-lo, um grande espaço.
É como ouvir e escutar, pois aquilo que escutamos nos passam ao despercebido.
Mas tudo o que ouvimos, absorvemos em nosso íntimo, nos fazendo refletir.

Quero chegar ao ponto, em que digo que nosso valor é o mesmo que damos à vida.
À coisas tão simples, mas verdadeiras, valemos tanto quanto, o valor que podemos dar
As pessoas...
O valor que espiritual aquele que nos alimenta a alma e que nos faz, realmente - seres humanos.
As palavras que hoje de tantas, se perdem no vazio da ignorância, todas, que acredito ser de tão valor, quanto os próprios dias.
Palavras que deveriam nos ser o caráter, hoje, são apenas palavras, todas aquelas que fingimos acreditar, mas que chega tão longe, de ser o que realmente somos.

Nosso valor, que hoje perdido em regras contraditórias, dando mais valor o que é certo, sem se preocuparmos com o que é o certo, para nós mesmos...
Contudo, se nosso valor hoje se faz de tantas aparências, se o nosso valor para uma sociedade é segui-la sem se preocupar-se com o íntimo, então para ela prefiro me esconder ao ponto de não existir, pois para mim é o que eu acredito e toda vida que existe ao meu redor, a única verdade que posso encontrar em viver e se um dia meu valor se perder na hipocrisia dos dias,

... Prefiro não mais, viver.

Foto de kaira

Não é dificil amar . . .

Não é dificil amar , o complicado é esquecer quem queremos, o impossível é tentar arrancar o que se nega a sair . Estou encurralada , sou prisioneira do meu sentimento , me tornei aprendiz da própria dor. Não foi por escolha , e sim por não saber negar o que pede este coração covarde que se nega a lutar, me tornei cúmplice e culpada e hoje já não sou o que fui , e nunca serei o que gostaria de ser .
Sou apenas uma mera mortal prisioneira de um sentimento tão lindo , tão doce e ao mesmo tempo tão devastador. Hoje sou apenas EU , mas na verdade adoraria ter sido VC .

Foto de iDinho

Em cena, um amor


Ah!
Meu coração ainda bate.
Num pedaço insano que passo de momento
A fé dá lugar a vagas gostas deste mal.
O silêncio.

Puro encanta os que hoje me assistem.
Singelo destaca a brancura do salão.
Ingênuo aceita o que todos pensam de si.
Inconformado culpa a ânsia de minha dor.
Mórbido vem curar tuas chagas.

A ferida se fecha.
Num instante vago,
A luz que transpassa a barreira imposta pela dor
Que o amor sofrido traz-te de tempos
Recompõe-te enfim, da vida, a esperança de um novo começo.

Não a feche. Abra.
As cortinas que indicavam em outros tempos
O fim de mais um show, hoje à platéia dá novo sentido.
É meu fim. O palhaço velho, um dia novo, neste antro,
Bem-vindo parece já não mais ser.

O bom ator sabe quando o texto acaba.
A menina moça, que fantasiava o amor perfeito,
Esquece-se do relicário no qual sua vida apostara.
E mais uma vez, no final do ato,
A beleza deste palhaço renega a si mesma.

E como uma história sem fim,
Um beco sem saída põe-se diante da fala esquecida.
- Mas pago-te para isso, palhaço!
- Anime-me.
Uma criança mimada grita do colo do pai.

- Maria!
Aquele homem sua atenção chama.
Mas para quê?
Um segundo inútil vive este amor.
Sua graça já não é a mesma.

Quebro-me em mil pedaços.
O silêncio que toma o lugar à minha mente faz latejar.
Faria bem ir embora, mas algo me segura.
A vinda de um próximo ato, por fim,
Mostra que a vida é bela.

A alegria do palhaço ao rosto dos expectadores emplaca
Um sorriso que ultimamente não via.
E o silêncio então que em poucos detalhes
Esconde-se atrás de uma gargalhada como se na verdade não existisse
Dá lugar à esperança de um momento belo à vida deste coitado.

Quero descansar.
Não bate mais aqui um coração.
Aprendi a viver sozinho, e às críticas elogiar.
O amor da menina que a mim reclamara
A faz esquecer hoje depois de tempos que um dia neste coração um amor fez brotar.

-----

Que próperos oh amada sejam os dias que contigo
de cinco em cinco anos venha a me casar.

A você Anna. Com amor,
dinho.

Foto de allynne

Até mais!!!

Às vezes a distancia ajuda a gente perceber o quanto uma pessoa é importante pra nós... Por isso guardarei meus sentimentos e irei pra longe de você sem olhar pra traz, sei que a nossa historia não termina aqui, mas você está me fazendo mal, preciso me afastar, você não deve nem imaginar o mal que me fez, você esta tão longe de entender que te amo de verdade... Mas preciso deixar uma coisa bem clara, tudo muda, pessoas mudam e principalmente sentimentos mudam, então não demore muito pra perceber a falta que eu faço pra você, porque pode ser tarde demais...

Foto de Concursos Literários

3º Concurso Literário Amigos e Poetas.

Amigos Poetas

Devem ter notado que estou um pouco sumida dos comentes....é verdade, mas não significa que esteja longe de vocês.

O trabalho em off requer uma participação maior, estou debatendo na Biblioteca Nacional do Brasil e de Portugal, que os direitos autorais de todos poetas possam ser feito através de romaneios conjuntos onde se cobra menos que 1 dólar por poema registrado. Isto não quer dizer que conseguirei, quer dizer que estou tentando, mas caso algum escritor do Site resolva registrar teus poemas pela legislação vigente é só fazer contato no e-mail que deixarei abaixo, que possuo todas as formalidades necessárias.

Também venho reiterando junto ao Ministério de Educação e Cultura ( MEC) no Brasil e nos órgãos competentes de Portugal para que o Site Poemas de Amor seja abrangido, como Site Cultural.
Também tenho a felicidade de dizer que já somam quatro editoras interresadas em nossos trabalhos, o que requer um trabalho longo, minucioso de conhecimento de marketing e jurídico, para que possamos estudar propostas que viabilizam e somem o crescimento dos poetas e não do comércio paralelo que existe.

Porém menhum trabalho é maior que esta felicidade que sinto diante desta integração fantástica que se une nos resultados dos concursos.
Deus é muito bom saber que estamos juntos...a cada mensagem um sorriso de felicidade...estamos crescendo e o mais importante que juntos.

Agora um puxão de orelha, risos.

Vestígio conta somente com 60 post, teremos que baixar a premiação.
Não sei se perceberam, desde o 1º Concurso estamos extraindo do Poeta um crescimento instantâneo apenas com os temas, mas parece que o tema atual assustou.
Será tão difícil escrever sobre vestígios?
O que mais é vestígios que não uma saudade doendo que nos rouba o sono?
O que é mais que vestígios senão um suspiro incontido diante de uma lembrança?
Vestígios... o que todos deixam em lágrimas ou sorrisos....

É um tema tão profundo e tão presente em nossa sensibilidade artística e vivida.

Aguardo vocês amigos. Vamos crescer juntos, participem, estamos abertos a todo tipo de sugestões, post teu recado.

Grande abraço

Fernanda Queiroz
adiministracaopoemasdeamor.net@gmail.com

Foto de joão jacinto

Cicatrizes

Vejo a face marcada e dura da tua dor,
ouço os uivos repetitivos da tua raiva,
sinto o desespero amargo dos teus sentidos
e dói-me o negro acutilante das verdades,
que carregas como culpas,
dos valores calcinados,
corrompidos de eternos ódios e rancores.
Presa fácil de ingenuidade,
das desconfianças e credos,
fechada no labirinto das paredes,
cobertas de antigo e de medos,
numa teia emaranhada de incompreensão,
cimentada de fraquezas e vícios,
na recusa de rasgar uma fresta
e de contemplar-se em admiração,
desnudada de complexos e mitos,
na corrente de mãos dadas com o mundo.
Destruído pelo conflito de ser vencido,
apaixonado, sem amor,
temendo receber o que não sabe oferendar.
Moribundo no vazio do sossego,
em prolongados silêncios,
exercitando o conformismo da solidão,
em sofrimento preocupado.
Mensageiro na riqueza
alucinada dos vocábulos,
do desentendimento confuso e perplexo
dos indecifráveis códigos,
da simbologia da existência.
Dói-me o paradoxo do belo e da tristeza,
do propotente e da vítima,
de ter de sofrer contigo, ser-me cruel.
A minha superficialidade é fuga
ao pesadelo do realismo ofensivo,
que me circunda e me hostiliza.
A consciência do tempo
e da verdade dos instintos,
é a grande cruz que nos pesa na alma,
o pecado da sobrevivência.
Arquitectamos esquemas defensivos
às nossas inseguranças
e retroactivos à criatividade frustrada dos sonhos.

Se pretendo magoar-te,
sou eu que fico ferido.

Dói-me ver-te com tantas cicatrizes.

Foto de TrabisDeMentia

Poema chato

Tem poema chato
Que fala e não diz nada
A pessoa começa a ler
E vê-se logo que não tem jeito nenhum
Está mal estruturado
E é chato
E depois a pessoa se farta de ler
Cansa logo ao principio
Pois não tem jeito nenhum e não diz nada também
E se prestarmos atenção ele nem rima
E mesmo quando rima é uma rima sem clima
Que tá sempre em cima da rima de cima
Que quer rimar e rimar
E é tão chata que faz chatear
De tão chata que é
È mesmo! Tem poema assim sim
Dando em cima de mim se repetindo
Poema chato assim não dá pra ler até ao fim
E pior é quando tem erro otorgáfico
Erro otorgáfico e fica se repetindo
Coisa chata
Aí a gente dá um fora nele e passa para outro
Outro poema
Um poema melhor estruturado
Que esteja um pouco melhor rimado
Que não seja tão pesado
Mas que ainda assim será desajeitado
Pois tem vezes que é forçado
E os tempos não batem certo
E o que ele quer dizer é incerto
E tudo o que diz fica aberto
E para rimar ele diz "decerto"
E para finalizar o esquema
Ele muda de tema
E passa o dilema
Para um outro poema
Um poema que
Embora não diga nada
Já diz algo a muita gente
Sua rima é acertada
Sua estrutura coerente
Mas deixai ele crescer
Em tamanho e qualidade
E aos seus olhos irão ver
Um poema de verdade
Ele vai ganhando uma postura
Que encanta quem o lê
Ganha logo uma doçura
Vá-se lá saber porquê
E de repente se sustem
Olhem olhem que lá vem
Shhh...
O poema se solta
Desamarra os seus cabelos
Olhai! Vê-de que belos!
Que singelos!
Que bom que é lê-los!
Eles escorrem para papel
Como a tinta de um pincel
Escorre para a tela
E lá vai ela
Livre encantada e bela
Despreocupada!
Pintando a aguarela
Com mãos de fada!

Foto de Joao Fernando

Poema de algodão...

Vou fazer de você um poema de algodão
Pra que o vento leve distante daqui
As sementes que dia eu plantei, mas colhi só ilusão,
Foi só dor e sofrimento de pensar em ti.

E quando essa saudade levada ao vento passar,
A dor que sinto um dia não machucar mais...
Finalmente vou poder navegar
Com o meu barco a procura de um cais.

Tu serás apenas recordação... Nada mais!
Olharei pra ti e nada mais sentirei.
Será apenas um vulto do meu passado.
Alguém que um dia de verdade eu amei.

Vou dar carta de alforria ao meu coração,
Libertar-me dessa escravidão tão rude
Que um dia me entreguei com emoção,
Pensando ter achado um amor sincero e humilde.

Vou juntar os meus cacos espalhados
Pelo terreno baldio dessa paixão que só me fez delirar.
Vou procurar outra morada distante dessa tormenta
Que um dia meu frágil barco insistiu em navegar.

Foto de Anjinhainlove

Felicidade arrancada

Se pudesse voltar atrás nada teria sido assim. Infelizmente, aconteceu, e terei de carregar com a minha sina até que o meu coração deixe de bater.
Perder um amor é sempre difícil, mas, e quando esse amor jamais voltará? E quando uma simples briga se transforma num castigo eterno? Então passo a contar.
Era Inverno, nevava intensamente, mas no meio de tanto frio, algo ainda mais frio estava para acontecer…
Era só mais uma briga, parte da rotina de um casal funcional, tinha chegado mais tarde do trabalho e deixado ela à minha espera. Mas estava cansado. Cansado do trabalho, cansado das brigas que, ultimamente, se estavam a tornar mais frequentes, cansado de tudo, e não queria ter de suportar mais uma briga por uma razão que não podia controlar, então virei as costas, abri a porta e saí. Encaminhei-me para o meu futuro. Ai se soubesse o que me esperava teria voltado atrás e beijado aquela mulher com todas as forças que me restassem. Mas não sabia.
Fui a caminho daquele novo bar que tinha aberto, gastar os meus últimos lucros. Embebedei-me tanto que posso jurar que não me lembro realmente do que aconteceu, só mais tarde soube pela nova pessoa que entraria na minha vida.
Ao embebedar-me perdi a consciência de tudo, até de que amava uma pessoa que me esperava em casa, num sofrimento calado, e entreguei-me aos braços de uma mulher. Não a conhecia nem tinha amor por ela, mas no estado em que me encontrava não podia lutar, apenas entregar-me.
Não é muito difícil adivinhar o que aconteceu. Fomos para o apartamento dessa mulher e entreguei uma noite a uma desconhecida completa, mas, claro, não me lembro de pensar, não me lembro de mais ninguém.
Voltei para casa com aquele nó na garganta… Tinha traído a pessoa que eu amava e que me amava, tudo por uma briga sem razão. Dava tudo para voltar atrás, mas não podia, era tarde demais. Mas sei que contar a verdade ia ser demasiado doloroso para ela e seria um acto egoísta meu aliviar a minha dor para ela e deixei passar o tempo, mas o pior ainda estava para vir.
Meses mais tarde aquela mulher apareceu em minha casa. Tinha uma cara angustiada e muito diferente da que tinha quando a conheci. Senti um aperto no coração quando a vi, se tivesse um buraco no chão entrava lá e não voltava mais, mas tinha de enfrentar, mesmo sabendo que a visita dela não era casual. A notícia finalmente chegou. Produto daquela noite, uma vida estava dentro dela. Uma vida inocente, mas que, mesmo assim, iria provocar uma volta na minha vida. Aquela que eu amava deixou-se cair no chão e só me lembro de a ouvir dizer “Porquê?”, deixando-se cair em lágrimas, prantos e gritos desesperados. O coração daquela mulher estava despedaçado, completamente partido em pedaços que nunca voltariam a ser colados.
Não sabia que fazer, só sabia que tinha errado profundamente e acabado com 3 vidas.
Ela mudou, decidiu que perdoar-me-ia, mas eu sabia que lá no fundo eu não estava perdoado. Os seus lindos olhos castanhos e grandes tinham-se tornado em abismos negros, sem expressão, sem felicidade. Tinha-se tornado numa caixa… uma caixa que segurava os bocadinhos do seu coração. A sua alma tinha-se ido mas eu sabia que ela me amava, agora mais que nunca, e sabia que vivia num profundo desespero. Eu não tinha esse direito. Sentia-me uma pessoa sem coração, mas que, mesmo assim, amava aquela mulher tanto que estaria disposto a morrer por ela, mas não foi assim.
O bebé nasceu. Era um ser que eu amava, mesmo sendo produto de uma noite fria e sem amor, mas era meu filho. Seria uma criança feliz, foi uma promessa que eu fiz a mim mesmo. Mas a pessoa mais importante da minha vida vivia infeliz e isso estragava qualquer oportunidade que eu teria de ser feliz eu próprio.
Mais tarde, num dia como qualquer outro, em que as negras e pesadas nuvens se abatiam sobre a minha cabeça, tive a pior notícia da minha vida. Ela desaparecera. Sem um único bilhete, sem um único adeus, sem um único rasto. Desaparecera da minha vida, tal como a felicidade tinha desaparecido naquela noite fatal. Vinte e quatro anos já se passaram e nunca mais ouvi falar dela.
Sou um ser vazio de amor, tudo me foi retirado. O meu filho era feliz, mas passados os dezoito anos tinha seguido a sua vida para longe e já há dois anos que não me tenta contactar.
Limito-me a colher a vida que eu próprio plantei. Vivo dia após dia em arrependimento. Nunca deixei de amar aquela mulher que sofreu por mim. Desejo todos os dias que ela seja feliz e que tenha encontrado uma pessoa que lhe dê a felicidade que eu não consegui dar. Até lá espero… e desespero… coberto pela eterna infelicidade de saber que podia ter sido feliz, mas uma noite fria de Inverno roubou-ma.
Se pudesse voltar atrás nada teria sido assim. Infelizmente, aconteceu, e terei de carregar com a minha sina até que o meu coração deixe de bater.

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