Verdade

Foto de Lou Poulit

O Que o Amor Não Diz

O que o amor não diz tem o rumo da eternidade,
talvez nunca se pense e então jamais se diga,
e mesmo que nos subterrâneos a alma brade
o amor o fechará num paninho com figa.

O que o amor não diz, em palavras jamais cabe,
sem que falte ou sobre, em lágrimas se derrame,
sem que a chama queime e clame, e ainda que desame
não caberá tanta mágoa que nem se sabe.

Que o amor diga, que assim doerá bem menos,
que se arranque a erva daninha ainda que machuque,
que se quebre o espinho mas se proteja a flor...

Para que a vida siga de momentos plenos,
se revele de verdade, sem qualquer truque,
e o que o amor não diga também seja amor.

(Passarinho, 2015
Direitos Reservados)

Foto de Rosamares da Maia

CRÔNICASA DA SAUDADE – Meu Vício é Você.

O que você pensaria se depois de quase três anos, o seu telefone tocasse num sábado às oito horas da manhã e a voz do outro lado da linha dissesse: “... Só liguei para dizer que eu te amo.” E com aquela voz quente que você lembra tão nitidamente continuasse repetindo: “Eu te amo”.
Acho que como eu você tomaria aquele baita susto. Ficaria muda por um tempo, enquanto tenta se recompor. Depois, ensaiaria alguma coisa meio disfarçada, para dizer, perguntando: - Ah! Alô! Como vai você? Que bom te ouvir. Quanto tempo! Está tudo bem?
Mas a pessoa do outro lado, com aquela voz de travesseiro, que você gostaria de escutar toda noite no seu ouvido responde displicentemente as perguntas que você fez, e que você mesma já nem sabe quais foram, e ele repete: “... Eu só liguei para dizer que eu ainda te amo muito”.
Você fica sem saber o que fazer. Toda atrapalhada, pergunta pelo trabalho dele, filhos e até pelo atual casamento, mas, chega a um ponto da conversa que só te resta dizer a verdade. – “Eu também continuo te amando”.
Ai que raiva! Isto foi coação psicológica. O pior é que você realmente disse a verdade. Mas, a dúvida gigantesca mora do outro lado da linha. Todas as palavras ditas nas juras de amor - da voz de travesseiro, não te trazem certeza alguma. Ainda bem que ele está do outro lado da linha, a quilômetros, porque se não, você já era – lençol e fronha.
Você fica envergonhada pela fraqueza, pela parte que você não consegue controlar. Você devia era ter batido com o telefone no nariz dele, ou melhor, no ouvido. Mas como se privar da voz, da descarga elétrica que ela provoca em seu corpo? Como poderia?
Você é como um alcoólatra em recuperação, já superou a fase da abstenção, mas sabe que não há cura, qualquer pequeno gole te faz querer mais e mais. Aliás, devem existir doze passos para esta loucura que é a dependência do amor.
Temos que aprender tal qual dependentes químicos, porque o amor também é química e física e aerodinâmica. Foco! Vamos voltar ao ponto.
Devemos aprender a dar um passo de cada vez, ação e reação proporcional ao amor recebido. Aprender a dizer: ... “Só por hoje.” Só por hoje eu consegui ficar longe de você. Somente por mais um dia eu vou atender ao telefone, ouvir sua voz de travesseiro falar todas as mentiras e aprender a dizer um eu também te amo sem verdade. Eu te amo, mas não quero você na minha vida. Só por hoje.

Rosamares da Maia – 17. 11. 2014.

Foto de Diario de uma bruxa

Desculpas, sempre as mesmas

Não se preocupe em
arrumar desculpas,
sei que não se lembra.
Vai dizer que tudo deu errado.
Que precisou, que ouve uma
urgência.
Mas são sempre as mesmas desculpas
e dessas eu já estou cheia.
Então diga a verdade!
Diga que não se lembra.

Deby N. M.

Foto de Carmen Lúcia

Escrevo?

Escrevo...
a folha em branco me impele
provoca-me
convoca-me
remexe meus neurônios
os sentimentos à flor da pele
quer que me revele
que me rebele
trace recônditos da alma
a ansiedade que me transtorna
o momento em que me encontro.
Palavras se difundem
confundem as emoções
debatem-se em confronto
emudecem as razões.

Escrevo...
um emaranhado de letras
embargadas na mente,
de início, incoerentes,
mas que ganham sentido
de repente
à medida que descrevo
a verdade (in)contida
a palavra que não digo
o silêncio que consente
em calar o que sinto.

Escrevo...
no papel em branco
- meu cais-
onde aporto meu barco,
onde choro meus ais
onde volto e parto
e o branco do papel já não é mais
molhado e pardo
descreve a neblina
de pranto e de mágoa
expressa o que quero
o que grava a minha retina
mas que nunca revelo.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Chega um tempo...

Chega um tempo que não tem mais graça
olhar a vitrine, tomar um bom vinho, dançar uma valsa.
Andar por aí, curtir o que vier, sentar-se na praça.

Chega um tempo que não entusiasma tanto
vestir roupa nova, gritar o que choca
e dançar um tango.

Chega um tempo que é outro tempo
rápido, escasso, sem tempo
de olhar à janela, dobrar a esquina,
perder a cabeça, buscar outra sina.

Chega um tempo que o espelho embaça
a beleza das coisas que antes via
e que o próprio tempo oferecia…
Vista agora através da vidraça.

Chega um tempo desprovido de vaidade
cada espaço se enche de verdade
o supérfluo se perde com a ilusão
e a vida perde um pouco da graça
dando lugar à razão.

_Carmen Lúcia_

Foto de Valeria Sampaio

Sentimento de perdão

Confesso que escolhi viver duplamente
Confesso que não consegui soltar/desapegar
Confesso que fui dominada pelo sentimento de posse
Confesso que briguei com quem me quer bem,
Por alguém à qual escolhi viver intensamente,
Confesso que menti e omiti minhas ausências
Confesso que não sei quem amo de verdade
Confesso que estou pela metade
Mais me nego viver sozinha
Sem ter o desejo realizado
Sem o amor do meu lado
Sem a adrenalina que me move
A estes devidos momentos marcantes.

Foto de William Contraponto

Duais

Alguns já foram embora
Sem terem encontrado direção
Nem mesmo a tempestade professora
Abriu suas mentes e visão
Sobre a dualidade construtora
De seres, perfeição
De deuses, criação.

Depois da tempestade o sol apareceu
E até pareceu tão lógico
Como desvendar truque mágico
Após encerrar a apresentação
Nem infernal, nem tanto ao céu
Para o universo é vital
Todo processo dual.

O que seria
A direita sem a esquerda?
A escuridão sem a luz?
O que seria
O ganho sem a perda?
O santo sem a cruz?

Alguns já foram embora
Sem terem encontrado direção
Nem mesmo a tempestade professora
Abriu suas mentes e visão
Sobre a dualidade construtora
De seres, perfeição
De deuses, criação.

Depois da tempestade o sol apareceu
E até pareceu tão lógico
Como desvendar truque mágico
Após encerrar a apresentação
Nem infernal, nem tanto ao céu
Para o universo é vital
Todo processo dual.

O que seria
O ponto sem o contraponto?
Positividade sem negatividade?
O que seria
A verdade sem o confronto?
E a unidade sem dualidade?

Foto de Saulo Lalli

Entregue, Confie, Aceite e Agradeça

Lei Perene que permanece
viva, em minha existência.
A teia da repetição tece
pela minha própria insistência.

As provas acontecem
sempre bem semelhante.
As lutas me aquecem
a seguir avante.

Como sair ileso
deste emaranhado?
A sabedoria ser coeso
e ao igual, inconformado?

Luta de muita constância
contra eu mesmo.
Sem culpa, a circunstância
não ocorre a esmo!

De qualquer jeito
não adianta fugir!
É a lei da causa e efeito
que nos vem inquirir!

Me vencerei, tomara.
Do inimigo egóico
e da roda de Sansaha
ainda sairei heróico!

Meu ser me chama
e eu atento escuto.
Meu Pai me ama
por isso que luto!

Mente que domina
tudo o que faço!
Bebe o nectar da mina,
me leva ao fracasso!

Rogo de meu interior
onde o pensar não alcança!
Sùplica com fervor
minha essência criança,

Aos Seres de Luz,
aos mestres sagrados,
ao anjo que me conduz
que todos engajados

E retos fazerem jus,
ao que promete o Salvador,
Venerável Mestre Jesus
que com seu puro Amor

Resgata a quem pede,
salva a quem o ama.
A quem o orgulho cede
para a singela Mitama*.

Ergo meus braços abertos
olhando firme ao céu!
Corpo e alma certos
da doçura, como mel

Que vem me suprir,
me dar forças e coragem
para eu conseguir
triunfar nessa viagem.

E a cada um que nesta trilha
mesmo que não do começo
comigo compartilha,
de coração agradeço.

Pois cada um de seu jeito
me ensinou e me amou!
E você mora em meu peito
desde quando chegou!

Siga alegre, não desista!
Quando sem ânimo, insista!
Viva a vida plena!
Mantenha a mente serena!

Entregue ao Senhor!
Confie em Seu Amor!
Aceite a verdade!
Agradeça até a eternidade!

*Mitama = essência

escrito em abril de 2002

Foto de Fernanda Queiroz

Vim dizer que te amo

Na penumbra de teu quarto
Teu corpo estendido na cama
Desarmado e indefeso
Jaz entre os lençóis amarrotados
De semblante inalterado
Teu rosto amado
Um pouco nublado
Da sombra azulada
Da barba por fazer
De olhos fechado
De riso calado
Teu perfume no ar
Um eterno inebriar
Teus cabelos se espalham
Em contraste ao branco suporte
Que ampara pensamentos
Adormecidos
Ou sonhos vividos
Entregue
Suave
Estás tão perto
Posso estender minhas mãos
E acariciar tua mente
Mais que de repente
Contornar a tua face
Tornear os lábios teus
Afagar os teus cabelos
Percorrer com os dedos meus
Fazer viver a esperança
Que perpetua na lembrança
De teu rosto e o meu
Sussurrar em teu ouvido
Sem dor ou sem gemido
Frases que ocultei
Dizer que me libertei
Das algemas do passado
Que quero viver a teu lado
Que para sempre serei
Mais verdade que sonho
Mais refugio que fuga
Mais abrigo que adeus
Dizer que te amo mil vezes
Olhar nos olhos teus
Mas você está dormindo
Ou é mais um sonho meu?

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de carlosmustang

FELIPES BOSS

E o meu amor por ti
Encontrar minha Amada
Amar, viver(sem blasfemar)
Qual será a minha sina

Amo de verdade essa Vida
E todos misterios(amo ser ignorante)
Decorrendo esses passos
Passiceando seus amassos

Tão simples poder seu
E caminhando torto e direito
Bagunçado desfeito

Uma vida afoita de Luz
Desesperada induz
Ao Segredo da Vida

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