Vergonha

Foto de Rosamares da Maia

AS QUATRO ESTAÇÕES

As quatro estações

É outono e o tempo passa macio, faceiro,
A primavera hiberna no cio, até desabrochar,
Num turbilhão de cores e exóticos perfumes.
A água flui, vai ao encontro do rio matreiro,

Que manso e brejeiro alimenta as margens.
Um ritual de fertilidade dá a vida passagem,
Mesmo se a estação se despe para o outono,
Ou para o inverno, na luz que morre cedo.

Sempre a florescer, me ofereço sem medo.
Banhos no orvalho nua, na luz prata da lua.
Olhos abertos, danço, na calçada, na rua.
A brisa fria sopra a oração - mística liturgia.

Sou a flor de semente somente Maria.
Sem vergonha, impura, ao lado da estrada.
Nem do bem nem do mal, a margem, nada.
Finalmente, no ponto certo, sou primavera.

Não há novidades, só fervor, intensidade,
Constatando o prazer a estação me invade.
Mas, é fogo, o corpo aquece e de febre arde.
E o desejo forte tudo consome em emoção.

A razão é controversa e explode em paixão.
A luz dourada invade outra estação - é verão.
Nova semente plantada - ciclo que se refaz.
Maria é semente regada - vida em profusão.

Rosamares da Maia
12/06.2019

Foto de Poetando

Mulher

Que vais a passar toda airosa
De cabelo solto a esvoaçar
Quem te vê não imagina
Que por dentro estás a chorar
São tantas as feridas que te causaram
Por promessas não cumpridas
Mas continuas no teu porte altivo
Não tens de que te envergonhar
Nem te deixes abater
Quem devia ter vergonha
Foi quem te andou a enganar
Tu que mostras um teu passo firme
Mostra sempre também altivez
Não vás na conversa fiada
Podem-te enganar outra vez
Tu que és uma beleza de mulher
Cuidado com a maralha
Muitos parecem ser uns anjos
Mas são uns autênticos canalhas
Não lhes interessa se ferem ou não
Pensam só no seu divertimento
Não têm mais nada no coração
Muito tempo te vai levar
Até que as feridas te sarem
Muitas lágrimas vais ainda chorar
Até elas te cicatrizarem
Mas um dia tu irás encontrar
O homem que te ame e respeite
A vida é assim e não à volta a dar
Muito ainda vais tu chorar
Até conseguires ultrapassar a dor
E esquecer como foste enganada
Por quem tu tanto tinhas amor

De: António Candeias

Foto de Jardim

dentro daquele beijo

dentro daquele beijo
teu sabor de peçonha.

dentro daquela saia
meu desejo, tua vergonha.

dentro daquele decote
o cheiro da minha colônia.

dentro daquele quarto
noites e noites de insônia.

dentro daquele sonho
um tempo de urgências e cio.

dentro daquele aconchego
toda uma vida de estio.

Poema do livro Dois
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Foto de Jardim

COMUNHÃO DE BENS

se quem ama perde o passo,
renuncia, se amar é desgoverno,
descompasso, é perder a vergonha
e o medo no escuro de um quarto,
é perder com um homem, tarde
ou muito cedo o hímen e a virgindade;
não será desamar readquirir
ritmo, reaprender a santidade
que não mais existia?
eu me entregava, você me comia.

se quem ama se entrega, se amar
é sorrir para quem no colo
nos carrega, é perder a voz enquanto
nos dilaceram numa luta fria
ou no calor de um abraço, é ver
significado em palavras vazias;
não será desamar recobrar
a consciência, romper a camisa de força
que suprimia e amordaçava?
eu te seduzia, você me currava.

Poema do livro Filhas do Segundo Sexo
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Foto de Gui❤Lari

Encontros ardentes (Criado dia 12 de julho de 2016)

Acordei ansioso
Esperando por mais um fim de semana maravilhoso
Um misto de saudade e ansiedade tomava conta dos meus pensamentos
Quando te vi meus olhos brilharam e não contive meu sorriso
Logo a teria em meus braços e com certeza de que momentos de magia ficariam registrados em nossos corações
Não contendo a louca vontade de te beijar
Segurei sua cintura, em um beijo demorado revelei o quanto estou apaixonado
Te envolvi no calor do meu corpo e em um abraço apertado senti nossos corações a pulsar
Me entreguei e mais uma vez senti que sou seu homem.
O desejo de te fazer e ser feliz ao seu lado cresce cada vez mais
Sentindo a paz necessária me declarei mais uma vez
Te dei uma aliança, pois aguardo confiante o dia em que te assumirei como minha mulher
Sinto que já isso e muito mais, és minha amiga, amada e companheira
Com quem posso dividir minhas alegrias e tristezas
Sem pensar no amanhã no entregamos
Os carinhos, beijos e abraços se tornaram intensos
E o desejo tomou conta de nossos corpos que se tocavam e queimavam naquela noite de inverno.
Pele na pele e com os lábios enlouquecidos fazíamos amor
Extasiados de prazer e loucos de tesão começamos lentamente a mais uma entrega total
Entre toques e beijos saciávamos o desejo descobrindo novas sensações
Sem vergonha explorávamos cada centímetro de nossos corpos
Seus sussurros e gemidos me enlouqueciam e instintivamente eu aumentava o ritmo
Senti você cada vez mais molhadinha e uma deliciosa sensação de prazer me consumiu.
Em movimentos frenéticos você mostrou todo seu fogo
Com seus beijos e mordidas me arrepiou todo e passando as unhas em meu corpo me deixou louco.
Completamente entregues vi você explodir de prazer e gozou de forma intensa me fazendo enlouquecer, uivar, gemer e gozar muito gostoso.

Foto de Gui❤Lari

Marcas da paixão (Criado 11 de julho 2016)

Com seu sorriso marcante
Me conquistou
Com seu olhar brilhante
Me enfeitiçou
Entreguei me de corpo e alma

Muitas são as marcas
A lembrança de um beijo
De um abraço cheio de desejo
Conhece o caminho
E sabe me dominar direitinho

Faz com que respire lentamente
Sussurrando por mais
Desliza as mãos por meu corpo
Me deixa louco
Extremamente excitado ardente de prazer

Completamente fogoso
Quero te amar gostoso
Te ver sem vergonha
Deixando meu corpo marcado
Louco? Não

Carente de prazer
A cada mordida
Descubro novas sensações
As marcas registram em minha pele
As emoções vividas, você é real

És feminina
É minha leoa
Que me arranha e me domina
Não é atoa
Que perco o juízo

Preciso de você
E não vejo o dia
Que a despedida
Sejam marcas do passado
E ao seu lado possa viver

Você me completa
Te amo e sempre te amei
Marcado e apaixonado
Sonho
E quero viver em paz
Pra sempre ao seu lado.

Foto de Valeria Sampaio

Casal Perfeito

Na regra em conhecer a pessoa amada.
Nasce a perfeição não necessariamente sem defeito
Mas adequar-se as imperfeições de quem amamos,
Pois o perfeito está nos olhos de quem deseja por perto sempre
E mesmo que sempre tenha sua duração prolongada ou curta
A convivência nos torna um aprendiz e alguns casos enigmáticos
Desvendamos olhares indecisos, tristes e chorosos.
Enxergamos além dos olhos a alma de quem parecia tão distante de nós
E perto notamos o quão misterioso pode ser quem esta do nosso lado
Mesmo disperso...
Mente vagante
É possível descobrir o que o aflige ou lhe faz refletir tanto!
Uma conversa franca
Uma verdade dura
Ou um deixa quieto! Sabendo que isso quer dizer, cuidado!
De repente para não isolar da pessoa amada
Vêm os mimos, caprichos e declarações de amor.
Tudo para elevar o momento conturbador da relação.
Em meio a tantos caprichos
Uma massagem para apimentar a relação que parece fria
Uma pegada firme e um olhar que penetra
O casal perfeito está naquilo que um permita que o outro faça
Que sem medo ou insegurança vive e abusa de tanto se amar
Que fazem estripulias no quarto, na sala, na cozinha em toda casa.
Sem vergonha, mas com respeito a terceiros.
Que aproveite o tempo juntos mesmo que distantes
Mensagens e imagens picantes para atiçar...
Jantares e almoços românticos
E em meio a tantas maravilhas
Uma frase soando feito musica aos ouvidos e ao coração
EU TE AMO!
Beijos e abraços
Carinhos e beliscões leve só para marcar
Vale o que pode na medida do possível
Para se declarar felizes e apaixonados
Esses gestos deveriam ser de todos os ENAMORADOS
Viva o AMOR.

Foto de Ivone Boechat

Confissões de um menor abandonado

Eu sei que sou culpado,
não tive a capacidade de assumir a administração de minha vida, não fui capaz de resolver as emoções infantis nem consegui equilibrar-me sobre os obstáculos que herdei da sociedade.
Até que me esforcei! Olhei para a vida de meus pais, porém, os desentendimentos de seu casamento falido nublaram os tais exemplos de que ouvi falar, só falar.
Não tive o privilégio de me aquecer no meu próprio lar, porque faltou-lhe a chama do amor, sustentando-nos unidos. Cada qual saiu para o seu lado. Na confusão da vida me perdi.
Candidatei-me à escola. Juntei a identidade civil ao retrato desbotado, botei a melhor farda de guerreiro, entrei na fila. Humilhado por tantas exigências, implorando prazos, descontos e vaga, sentei-me num banco escolar, jurei persistência, encarei o desafio.
- Joãozinho, você não sabe sentar-se?
- Joãozinho, seu material está incompleto.
- Joãozinho, seu trabalho de pesquisa está horrível.
- Joãozinho, seu uniforme está ridículo.
A barra foi pesando, fui sendo passado para trás e vendo que escola é coisa de rico. Um dia, arrependi-me, mas a professora se escandalizou das faltas (nem eram tantas!) e disse que meu nome já estava riscado, há muito tempo. O que fazer? Dei marcha à ré ali e, olhando a turma, com vergonha, fui saindo.
Moro nas marquises, debaixo da ponte, nas calçadas e não moro em lugar nenhum. Tenho avós, pais, irmãos e primos, mas não tenho família. Tenho idade de criança e desilusões de adulto. Minha aparência assusta as pessoas e nada posso fazer. A cada dia que passa, estou mais sujo, mais anêmico, mais fraco.
Sou um rosto perdido, perambulando, em solo brasileiro. Na verdade, chamam-nos menores, todavia, somos os maiores desgraçados.
Vendo balas num sinal de trânsito que muda de cor a cada minuto. Quando o sinal fica vermelho, os carros param, meu coração dispara. Para nós, menores abandonados, o vermelho é a cor da esperança.

Ivone Boechat

Publicado no livro Por uma Escola Humana, pág.121 Ed. Freitas Bastos, RJ 1987

Foto de Carmen Vervloet

O Gemido das Águas

O choro vão da água tristonha
Na sua escassez de cada dia
Já não desperta no homem a vergonha,
De devastar sua fonte de vida e energia.

Tão desperdiçada a pobre coitada,
Contaminada por lixo e poluição...
Sobre ela ameaça o gume da espada
Empunhada pela mão de quem não ouve a razão.

Corre em seu leito gemendo tanta dor
Golfando o lixo que a sufoca e mata...
Este outono mudou mais e mais sua cor,
Tirou-lhe o brilho cor-de-prata!

E triste ando pelas margens ermas
Recordando sua abundância do passado
Sentindo a desolação das águas enfermas
Enquanto sinos dobram aos finados.

Foto de Rosamares da Maia

Produtos da Indiferença

Produtos da Indiferença

Nas sombras proliferam criaturas medonhas,
Amontoadas, escondem-se, defendem-se,
Prontos para atacar, mostram os dentes,
Brancos dentes de leite. Por pouco tempo.
Em breve, serão caninos cariados, afiados.
Maternidades espúrias, profanas, sem sentido,
Tal impunidade custará ao futuro, em vidas.
As hediondas criaturas povoam as ruas,
Como se direitos lhes coubessem!
São matilhas solidárias que procuram.
Juntas, dividem o produto da sua pilhagem.
Comem como cães vorazes, roem como ratos.
Escondem a magra nudez em trapos,
Refestelados em camas de papelão,
Enganam o frio e o estomago, na cola de sapatos.
São produtos da miséria, forjados pela dor.
Sem escola, cinema, remédio ou pipoca.
Morrem e se reproduzem prematuramente.
Nasceram crianças - meninos e meninas,
Se ainda ousam sonhar, é difícil saber.
Mas têm rostos, olhos que refletem verdades.
Olhos frios, sob viadutos, em baixo dos tapetes,
Dos palácios fartos e dos luxuosos gabinetes,
Providencias e decisões em cima do muro.
Muros de nababos, vergonha da Nação.
Não são cães, nem ratos, apenas uma matilha solitária,
Matilha invisível de quem não tem nomes - “Excluídos”,
Que gritam com fome e rangem dentes, causando medo,
Mas não são cães nem ratos! São Homens...
Meu Deus! ...São Homens!

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