Vertigem

Foto de Runa

7º Concurso Literário - Nas teias do teu rasto

Procuro um rosto na multidão.
Uma luz que alumie as trevas.
Alguém que conheci noutras eras
mas de quem já não recordo o nome.

Procuro na margem dos rios
atento ao murmúrio das águas
e nos desolados caminhos de pedra
onde febril me perdi
sem encontrar sinal de ti.

Vim de muito longe.
Onde o fim da noite pulsa,
nos confins profundos de uma vertigem,
à deriva nos oceanos do tempo.

Já cruzei mil caminhos.
Atravessei céus de luz e escuridão,
esgravatando a imensidão do vazio,
sem sequer cheirar teu perfume
ou o vulto da tua sombra fugidia.

Uma vida inteira não bastou
para achar as pegadas do teu rasto,
afundadas nas ruínas chuvosas do pó
e nas rugas arrefecidas dos milénios.

Talvez não passes de uma ilusão
que o vento murmura à noite nos muros;
esboço inútil que rabisco
nos sonhos cegos que alimentam
a névoa triste da minha passagem.

Foto de Runa

7º Concurso Literário - Amores moribundos

Ouço ainda o rumor dos teus lábios de cinza
a espernear de encontro às tábuas gastas do meu peito,
e dou por mim, num delírio febril,
a murmurar as sílabas nostálgicas do teu nome,
que dançam, numa vertigem de fumo,
ensombrando os versos obscuros do poema.
Um pássaro de cera derretida,
pousado no luar arruinado dos meus ombros,
digere a ressaca de um eco distante,
no vazio destroçado do papel
onde tento fixar as últimas sombras
do teu sorriso desfeito.

Vozes escondidas murmuram nos recantos da memória
a litania decadente dos ventos,
invocando, num ranger de ossadas,
a réstia contaminada de remotos sonhos
enterrados dentro de mim.
Sacudindo o feitiço,
acendo as palavras efervescentes do teu nome
e deixo-as, a queimar, no rebordo encardido do cinzeiro,
entre duas baforadas de fumo baço
e a insónia lenta da tua ausência,
renegando para os confins do poente
aquilo que já não me serve.

Esta noite, num derradeiro gemido,
entrego o teu rosto calcinado
às chamas fugazes do esquecimento
e, definitivamente, te fecho a porta.

Foto de DAVI CARTES ALVES

AVANÇAM TEUS EXÉRCITOS DE AMOR

Lá vem teus exércitos de novo
derramando dos teus olhos
nevados em mel
o amor em corcéis de volúpias

velozes, vorazes,
sagazes, atrozes
recamando de brasas famintas,
meu céu

sobrepujam-me
teus exércitos de novo
alvejando-me
com teu Sol de delicias
com tépidos feitiços
e felinas caricias

pousando tuas sedas
meneios, perfumes,
sorvendo a vertigem
nas tuas maviosas veredas

vem teus exércitos sublimes
em coleante poesia de rendas sutis
sonetos entremeados num belo corpete
bucólicos haicais
em melífluo corselet

vem teus exércitos
faz-me teu despojo de cruel diversão
novelo estapeado pela pata felina
a rolar pelo chão

flor de tiara,
teu estojo de strass
sopra minha queda
fulminando-me uma e mil vezes
Zás-Trás!!!

faz-me mais um subjugado prisioneiro
do seu vasto império
de fascínio, encanto, graciosidade
e sedução

caem sobre mim teus exércitos de novo
receber teus abraços confeitos
na louçania de buganvílias perfumadas
enternecidas, lagrimadas
pelas renovadas manhãs

sem dor, em ardor
quão dóceis e enamoradas
teus exércitos em flor

enlear-se na ternura
das tuas mil vozes macias
o verbo amar sussurras
dos teus poros, balbucias

e vem sobre mim
teus exércitos de novo!

Vem !!!

Visitem-me :)
poesiasegirassois.blogspot.com

Foto de Rosinéri

Amor X Paixão

O amor é calmo e eterno.
Feito do dia a dia.
Não vem de pronto sem avisar.
Nem faz surpresas, chega sempre de mansinho.
Se instala, e toma conta, fazendo-nos feliz
A paixão..
É um sentimento que arrebata, sem justificar.
Não se explica, vem fulminante
Como um ciclone, destruindo tudo
Resseca a boca, arrepia a pele
Da sonzura, vertigem, compulsão
Da mesma forma que chega vai embora.
Paixão - são apenas momentos.
Amor - é para sempre.

Foto de Carmen Lúcia

Viagem Alucinógena

Mergulho pelo incandescente
Transpasso o intransponível
Circundo horizontalmente
Resvalo o intermitente
Trafego o indescritível
Perpasso o infinitivo
Caminho pelo transcendente
Navego areia movediça
Enterro tudo o que atiça
Fecundo o improdutível
Vagueio pela mata virgem
Flamejo o que me dá vertigem
Floreio pedras e espinhos
Definho amarguradamente
Renasço para o onipotente

(Carmen Lúcia)

Foto de baraodecampos

Dentro do Medo

Agarro as palavras, arrasto-lhes o sentido,

pronuncio-as prudentemente,

silencio-lhes a aspereza e o mêdo,

pego-lhes de rompante,

como quem apanha uma serpente...

Viscosas, enrolam-se, estrangulam-me,

numa roda que gira entrecurtada

por silêncios que ruminam

sem propósito ou destino...

Rumo em direcção aos lugares

famintos de dôr e amor,

carentes de vida e de sonho...

Debruço-me donde vislumbrava

horizontes e marés...

Estemeço na vertigem,

irmã do abandono...

Olho-te no caminho da memória,

revejo a tua expressão,

sem vida...

Assusto-me nas palavras que não digo,

como quem ama em segredo...

Adormeço na tarde ainda quente

da tua presença colorida...

Adivinho a manhã que se recusa a nascer,

olhando a madrugada morta...

Abraço o vazio, num gesto sem nexo,

amarro memórias,

imagens, lugares, paisagens...

Recolho o último vestígio,

como quem emoldura

a sua própria imagem...

Ondulo o espanto no desencanto

do canto...

Navego na espuma dos dias

em busca de um navio fantasma...

Barão de Campos

Foto de Jonas Melo

Naturaleza

Naturaleza

As ondas a banhar as praias como se viessem beijá-las,

Às vezes avassaladora outras terna e delicadamente,

O vento sopra uma brisa suave e doce, na qual podemos sentir,

O gosto adocicado em nossos lábios,

Pelo simples fato dessa brisa vim carregada de orvalho;

O sol timidamente teima em querer se esconder atrás das nuvens gris

Dessa manhã irradiante,

De repente teu sorriso em minha mente,

Apenas uma vertigem, simplesmente vertigem;

Ao longe contemplando o horizonte,

Posso visualizar o grande feito da mãe Natureza,

Nos momentos que a mesma se desdobra,

Em banhar todo planeta terra, utilizando todo seu mistério,

Assim, fertilizando e criando condições propicias,

Para a continuidade da existência terrestre.

Jonas Melo !

Foto de Rosinéri

PAIXÃO X AMOR

O amor é calmo.
É para sempre.
Feito do dia a dia.
Não vem de pronto.
Não chega sem avisar.
Nem faz surpresas.
Chega de mansinho...
Vai se instalando...
Tomando conta.
Faz-te feliz!

A paixão..
É um sentimento que arrebata.
Que não justifica.
Que não se explica.
Vem sem legendas.
Que fulmina.
Um ciclone.
Deixa a boca seca.
Pelos arrepiados.
Dá vertigem.
Desatino.
Compulsão...
Aparece e some de repente...

Paixão - são momentos.
Amor - é para sempre.

Foto de Joaninhavoa

Ralé Fã Du Cartier Latin...

*
Ralé Fã...
Du Cartier Latin!

Brincam de esconde esconde
Se mostram e se recolhem
Pesquisam analisam dão vertigem

Não pensam em armadilha
Como se de um rato se tratasse
Aquele que ao passar despercebido

Atrevido! É agarrado o intrometido
E o engraçado é que sem perceber
Só depois de escrever

O arrancado a sete chaves
Pensam ser eles o primeiro o pioneiro
Tiro ao alvo matreiro certeiro

Ter matéria em primeira mão
Mas não coitado! Ficou
Deslavado

Era tudo aldrabado
No ditado conversado
E se alguma dúvida persiste

No aprendiz
Que pensa ser actor
Atriz quem diz

Coitada! Coitado
Certo porém fica conetado
com a ralé fã de um possível

Cartier Latin!

Joaninhavoa
(helenafarias)
11/03/2009

Foto de andlusan

Fuzarcas Dementes

Se abatem em ira cega,
Abstendo-se o poder pensante.
- Que carta malvada chega
Neste papel, escrita em outro instante?

Hora! Se é passado,
Porque não dar o feito
Como algo acabado,
Para não massacrar o peito?

Mas se preferem agredir,
Descolorir o dia
Com a negritude da noite à invadir
O céu sem nenhuma luz de poesia...

- Sem as estrelas
Nós somos os objetos cadentes
Traçando parabolas.
Diáfanos. Fuzarcas dementes.

Ah! Se cada um em si mesmo
Mordesse a própria lingua.
E gritasse pasmo
Ao fato de penúria tão ambígua.

E em um suspiro - inspiro terror
Engulir palavras em ar,
que de reclamar tanto amor,
Impludisse os pulmões até sufocar...

E em uma vertigem de visão plena,
Um ao outro como eu, espelho vissem
Viscosos dragões em arena
Com narinas fumegantes, como se fumassem...

toda vida em um instante
De chamas em quadrante abjeto,
Quando uma das faces, romântica lactante,
Deixa o desejo em descompaço,
Em qualquer rítmo senil.

Um bisturi cirúrgico
Em corte inciso ao letárgico espírito,
Que flui-se etéreo, hemorrágico,
Pelos degraus de seu púlpito...

Onde adormecem suas orações,
Perdidas em outro perfil
De tão poucas emoções;

Onde pregava a sua mocidade,
Até chegar a estranha vaidade
De não ser mais infantil...

Não transparecer felicidade...
E... em muitos momentos se quer,
Transcender MULHER.

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