Vinho

Foto de LEOANDRADE

Nuances (Leonardo Andrade)

Feche essa porta,

Venha escutar meu coração;

Aqui você é a letra, eu dito a melodia,

Nós somos a canção.

Encosta teu corpo ao meu

Acabando com a distância abissal

Entre esses dois corpos que só vivem unos

Misticamente criados reciprocamente como
côncavo e convexo.



Unos,sem paredes ou clausura

Destinados ao prazer supremo de metades

Que jamais deveriam se separar

Mas que nada pode impedir de se reencontar

Sempre, sempre ...

Saciemos desejos palpáveis e carnais

Troquemos fluidos, essências, néctares

fazendo amor ritmicamente com nossos sete corpos

Em todos os níveis, de todas as formas ...

Beije-me com a saudade acumulada de eras de solidão a dois

E a urgência frenética do ineditismo

Deixe nossas almas se interlaçarem novamente

Apagando as cicatrizes do antigo rompimento.

Abandone lá fora nossos passados separados

Apague nossas pseudo-paixões e envolvimentos fugazes

Nomes vazios e já esquecidos

Nada mais importa além do Universo dos nossos corpos

Duos em uno

Uníssono

Yin e Yang

Gerando como resultante o Amor

Brindemos juntos o prazer supremo que outrora sentimos

Dejá Vú da perfeição

Seja minha taça, eu sou seu vinho

e sensualmente te banharei por inteiro

Queimemos na lareira os sofrimentos e frustrações

Preenchamos com amor e tesão as lacunas existentes

Ignoremos o tempo, aqui ele não impera.

Somos Reis e Reino, fundidos, interlaçados

Deixe-me explorar o oásis do seu corpo

E alimentar em você meus desejos

Exarcebar meus sentidos, violar seus ouvidos

E divinamente profaná-la ...

Quero mapear seu corpo

Vales e depressões

Demarcar meu território anexo

E cravar meu nome em cada célula sua ...

E assim permanecer nesse místico ritual

sem previsão de acabar

Sem pressa , sem medo, sem pudor...

Apenas nuances do sentimento supremo, o Amor

Leonardo Andrade

Foto de LEOANDRADE

Carla ou Despedida de (e em) Venice (Leonardo Andrade)

A Piazza está vazia

As folhas mortas e caídas pelo chão

assimétricas, desordenadas

o vento balança suavemente os brinquedos vazios

vã tentativa ...

os pássaros silenciosos sequer voam ...

o mar adormecido não avança nas calçadas

As nuvens permanecem imóveis

não há som, não há luz

não há música, o ar parece pesado...

as gôndolas estacionadas não dançam nos canais

as cores desbotam rapidamente

o vinho escorre pelas mãos

mas não fecunda a terra

agora estéril, sem vida

sem você Venice é morta

Per tutti la mia vitta

Leonardo Andrade - 1984

Foto de LEOANDRADE

Desejo (Leonardo Andrade)

Desejo

seu molhado beijo

seguido do intenso cortejo

num insano ensejo

de um suave molejo



Desejo

seu corpo ardente

escultura quente

perfeito presente

de corpo e mente

Desejo

unir seu corpo ao meu

preciso himeneu

completo apogeu

enlace ateu

Incapaz de crer na vida além de nós

pois quando estamos sós

somos música sem voz

laços sem nós

hiato sem solução

ausência de definição

céu sem emoção

existência sem razão.

vem ,vamos seguir nosso caminho

construir nosso ninho

pisar nosso vinho

sem qualquer espinho ...

Leonardo Andrade

Foto de Carlos

Queima o sangue um fogo de desejo (Alexander Puchkin)

Queima o sangue um fogo de desejo,

De desejo a alma e ferida,

Da-me os teus labios: o teu beijo

E o meu vinho e a minha mirra.

Reclina a cabeça

Ternamente, faz que eu durma

Sereno ate que sopre um dia alegre

E se dissipe a nevoa nocturna



Alexander Puchkin (1799-1837)

Foto de Patrícia

Cantata de Dido (Correia Garção)

Já no roxo oriente branqueando,

As prenhes velas da troiana frota

Entre as vagas azuis do mar dourado

Sobre as asas dos ventos se escondiam.

A misérrima Dido,

Pelos paços reais vaga ululando,

C'os turvos olhos inda em vão procura

O fugitivo Eneias.


Só ermas ruas, só desertas praças

A recente Cartago lhe apresenta;

Com medonho fragor, na praia nua

Fremem de noite as solitárias ondas;

E nas douradas grimpas

Das cúpulas soberbas

Piam nocturnas, agoureiras aves.

Do marmóreo sepulcro

Atónita imagina

Que mil vezes ouviu as frias cinzas

De defunto Siqueu, com débeis vozes,

Suspirando, chamar: - Elisa! Elisa!

D'Orco aos tremendos numens

Sacrifício prepara;

Mas viu esmorecida

Em torno dos turícremos altares,

Negra escuma ferver nas ricas taças,

E o derramado vinho

Em pélagos de sangue converter-se.

Frenética, delira,

Pálido o rosto lindo

A madeixa subtil desentrançada;

Já com trémulo pé entra sem tino

No ditoso aposento,

Onde do infido amante

Ouviu, enternecida,

Magoados suspiros, brandas queixas.

Ali as cruéis Parcas lhe mostraram

As ilíacas roupas que, pendentes

Do tálamo dourado, descobriam

O lustroso pavês, a teucra espada.

Com a convulsa mão súbito arranca

A lâmina fulgente da bainha,

E sobre o duro ferro penetrante

Arroja o tenro, cristalino peito;

E em borbotões de espuma murmurando,

O quente sangue da ferida salta:

De roxas espadanas rociadas,

Tremem da sala as dóricas colunas.

Três vezes tenta erguer-se,

Três vezes desmaiada, sobre o leito

O corpo revolvendo, ao céu levanta

Os macerados olhos.

Depois, atenta na lustrosa malha

Do prófugo dardânio,

Estas últimas vozes repetia,

E os lastimosos, lúgubres acentos,

Pelas áureas abóbadas voando

Longo tempo depois gemer se ouviram:

«Doces despojos,

Tão bem logrados

Dos olhos meus,

Enquanto os fados,

Enquanto Deus

O consentiam,

Da triste Dido

A alma aceitai,

Destes cuidados

Me libertai.

«Dido infelice

Assaz viveu;

D'alta Cartago

O muro ergueu;

Agora, nua,

Já de Caronte,

A sombra sua

Na barca feia,

De Flegetonte

A negra veia

Surcando vai.

Correia Garção (1724-1772)

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