Vítimas

Foto de Carmen Lúcia

Tu me ensinaste

A ver o alvorecer sorrindo
E um novo pôr-do-sol se indo...
Que o brilho da última estrela,
É tão intenso quanto o da primeira.

Que a flor mais bela será sempre aquela
Que em nuances aos olhos se revela,
Que a primavera tem sua beleza
Tal qual o inverno...sua realeza.

Que a felicidade mora onde supomos,
Que o amor reflete tudo o que somos,
Ou alcançamos céus,ganhamos terra,
Ou sucumbimos fundo,vítimas do mundo.

Me ensinaste que a dor morre e nasce,
Em meio à ilusão,sempre em contraste
Com o amor que descompassa o coração
E lança nossos sonhos pelo chão.

Me ensinaste a viver fortes emoções,
Desencadeando um mar de inspirações,
Sorri,sofri,amei,poetizei...
"Mas nessa hora a viver comecei..."(Garret)

_Carmen Lúcia_

Foto de doxinho...

Palavras que ferem!

Daqueles cujo domínio próprio não controla
São como bisturi, ferem a aorta contundente.
Provocam grandes terremotos, vítimas fatais
Corações destroem, intrinsecamente.

Armas potentes, machucam, ferem
Envenenadas de puro rancor, deixam feridas.
Golpes premeditados duramente
Fazem sangrar, quando friamente proferidas.

Quem as usa, tem consciência do mal feito.
Geralmente das regras e limites é conhecedor
Porem um prazer mórbido é sentido
Vendo no alvo do ódio, do sangue o sabor.

Ironicamente, não se dão conta os desatentos.
Os mesmos lábios que profetizam mansidão
Pregam o amor, falam de paz e harmonia.
Deixam marcas indeléveis, destroem coração.

Ousam citar de Deus o nome, fria realidade.
E incapazes de perceber espontaneamente
O tronco que lhes atravessa o olho, e os cega.
Apontam o cisco, no olhar do semelhante.

Talvez, em nome de uma vingança infundada.
Quem sabe o coração ferido, seja o argumento.
E para pisar, esmagar e ferir brutalmente.
Só esperam por uma brecha, um momento.

Quantos defeitos soterrados veríamos.
Pudéssemos a alma, em estado bruto sondar,
E remexendo escombros reconheceríamos.
Que apenas Deus tem poder para julgar.

Talvez , com nossos defeitos aparentes.
Pegaríamos à mão a esperar estendida.
E mesmo quando feridos e machucados
Entoaríamos apenas palavras de vida

Autor:Glória salles

Foto de Claudia Motta

Se deu mal no amor?

Comportamento --------------------------------------------------------------------------------
Se deu mal no amor?
Por Rosana Braga
De vez em quando, todos nós levamos um daqueles baita tombos na vida! Ainda que, num primeiro momento, sirva para nos fazer perder o rumo, tem de servir também para nos acordar e nos tirar do lugar cômodo em que nos colocamos.

A vontade é de ficar gritando para o juiz aplicar o cartão vermelho em quem nos passou a danada da rasteira. Só que a vida não é um jogo e sim uma escola. Estamos aqui para aprender e não para contabilizar pontos num placar que não vale nada.

É exatamente neste momento, em que estamos no chão, arrasados, machucados, humilhados e perdidos, que temos a chance de perceber para que viemos, para que amamos.

Apostamos no amor para nos lamentar diante de seus desafios ou para aprender a lidar de forma menos destruidora com essa avalanche de sensações e sentimentos capazes de nos remeter a um abismo tenebroso?

Não existe um único jeito de reagir diante da dor e do medo. Mas só há uma saída: reagir! Cada pessoa tem o seu tempo para digerir os sentimentos aflorados numa situação difícil, ainda que muitos, infelizmente, nunca terminem esta digestão.

Se você compreende que nada nesta vida, nem um enorme sofrimento, pode nos consumir indefinidamente, compreende também que é preciso levantar e sacudir a poeira. Claro que cair dói. E claro também que levantar não significa que a dor já passou. Mas significa, com toda certeza, que você está disposto a superá-la!

Sofrer, doer e chorar são reações absolutamente aceitáveis, compreensíveis e até muito dignas, pois evidenciam a saúde emocional de uma pessoa. Por mais crescidos, evoluídos e conscientes que sejamos, sentir faz parte, sofrer faz parte! Diante de uma decepção, será sempre inevitável que nos sintamos tristes e magoados.

Porém (e muito porém, mesmo!), há uma enorme diferença entre se sentir triste por algum tempo e se deixar sucumbir, tornando-se sócio remido do clube das vítimas, das pobre-coitadas.

Porque se todo mundo sofre, a diferença está basicamente no que você pensa e faz enquanto sofre. A pessoa amadurecida sofre aprendendo e a pessoa imatura sofre se perdendo.

A gente aprende quando observa o que aconteceu, não para assinalar os defeitos do outro e condená-lo; não para apontar os tropeções dele e se colocar no lugar de certo; não para se lamentar por ter sido tão bom e jurar que nunca mais vai acreditar no amor. Não!

A gente aprende percebendo que também cometeu enganos, que também participou dos equívocos e que pode sair mais inteira e mais crescida depois de qualquer problema. Fácil? Rápido? Simples?!? De forma alguma!!

Talvez levemos meses ou anos até descobrir como podemos ser melhores, como podemos viver o amor de modo que uma relação não seja uma muleta e sim um presente precioso. Que não seja um remédio para nosso desespero, afinal amar não é depositar sobre o outro todas as nossas frustrações e medos.

A gente cresce enquanto vive e erra enquanto aprende! Que isso fique bem claro, para que você entenda por que – de fato – não adianta ficar preso em acusações e lamentações. A vida anda! Os dias passam. O mundo não pára enquanto você fica prostrado num passado doloroso. Lá, definitivamente não há nada que valha a pena.

Sei que uma das maiores decepções que podem nos acontecer numa relação de amor é uma traição, seja de qualquer ordem, mas especialmente a emocional-sexual. Entretanto, ainda assim, quando a gente está decidida de fato, é possível superar. Claro que o outro também tem de querer. Mas independentemente do que o outro quer, há que se viver uma superação pessoal!

Foi traído? Pois muito bem: este não é, infelizmente, um ‘privilégio’ somente seu! Já sofreu o bastante? Já se culpou, culpou o outro, chorou, xingou e jurou a si mesmo que nunca mais seria tão tolo?!? Ok! Agora levanta, lava esse rosto, alivie esse coração e saia para a vida!

Perceba que de nada adianta ficar aí se remoendo, definhando, murchando e deixando que todo o seu brilho se apague por causa da escolha do outro. Viva a sua vida! Faça as suas escolhas. Seja você, sem que isso signifique uma vingança, porque toda vingança é, no final das contas, uma agressão praticada contra si mesmo.

Dói sim, porque você é gente! Mas não se aniquile! Permita-se levantar depois do tombo. Permita-se ser feliz novamente, apesar de todas as lágrimas derramadas. Saiba-se melhor depois de uma dor que te dilacera, mas que também te faz renascer ainda melhor do que tem sido!

Rosana
Consultora em Relacionamentos Interpessoais.

Foto de Davi Gama de Barros

amor de verdade

Amor pode nos fazer felizes,
pode nos fazer chorar
pode deixar eternas cicatrizes
e muitos amam só por amar

somos todos vítimas
dessas coisas as vezes chatissimas
que as vezes o amor traz
e tambem as vezes eficaz

nós quando amamos
mesmo com dor continuamos
pois cada um tem seu jeito de amar

agora vou poder falar
com toda intensidade
que isso é: amor de verdade

Davi Gama de Barros

Foto de Paulo Gondim

Vivos e mortos

Vivos e Mortos
Paulo Gondim
02/11/2007

Continuamos a chorar nossos mortos
Por tradição, por desculpas
Por culpa ou dissimulação
Por saudade, por solidariedade
Às vezes, até, por compaixão

Só sei que choramos
Por vezes, um choro seco
Dramatizado, teatralizado,
Tudo, menos um choro chorado
Apenas um choro forçado
Improvisado, inapropriado
Um choro,assim, disfarçado

E nos vamos em caravana
Para o fim da caminhada
Juntos, na última procissão
Onde se confundem vivos e mortos
Todos num mesmo caixão

No morto, atiram-se flores
Como lenitivo, como perdão
Tenta-se minimizar sua culpa
Na sinistra e sofrida procissão
Depois, cobrem-lhe de terra
Como fim de sua longa espera
Pelo carinho que não sentiu
Pelo amor que dele fugiu
Pelo beijo que não gozou
Pela palavra que não escutou

E voltam os vivos, já dispersos
Como vítimas de imolação
Pois já menor aquela procissão
De pouca fé e muito ceticismo
Agora, só individualismo
Mais uma vez, perdeu-se a lição

Foto de Osmar Fernandes

Histórias que o povo conta (atenção! - se tiver medo não leia)

História que o povo conta

Cafezinho das três no cemitério

Três horas da tarde, sol ardente. Hora sagrada do cafezinho dos quatro coveiros, que, sentados em um túmulo, contavam histórias de arrepiar.
De repente, o sol se põe. O tempo obscureceu. Começou a trovejar. O céu anunciou chuva, vento forte, temporal. Amedrontados, perceberam que isso só estava acontecendo dentro das limitações geográficas do cemitério. Foi coveiro correndo pra todo lado.
Nesse momento tremularam catacumbas, túmulos, covas abertas, etc. As folhas das árvores choveram sobre o cemitério. Ninguém enxergava mais nada.
Um dos coveiros, espantado, notou que o portão grande do cemitério ora abria, ora fechava, e batia uma parte na outra assustadoramente. Parecia o badalo do sino de Deus anunciando o fim do mundo. De súbito, observou uma silhueta vultosa, esbranquiçada, tentando se esconder da tempestade. Não compreendendo o mistério e tremendo de medo, de sua boca ecoou um grito pavoroso, dizendo: É alma penada! É bicho feio! Valha meu Deus!
Começara a rezar para São Miguel Arcanjo (A Oração contra as ciladas do demônio...).
Dos outros coveiros, viam-se apenas seus olhos esbugalhados fitando aquela figura estranha que parecia bicho de outro mundo.
Um dos coveiros, tenso, pasmo, seguiu com os olhos aquela “coisa”, que flutuava perdidamente, em ziguezague, em busca de abrigo.
Outro, apesar do momento esquisito e do ser fantasmagórico, só pensava nos túmulos que já tinham sido saqueados. Imaginava que se tratava de mais um vândalo ou de um ladrão, tentando assustá-los. (Poucos dias atrás tinha pegado um idiota defecando em cima de um túmulo. Ao flagrá-lo, lhe dera uns safanões, pontapés – este nunca mais se atreveu a importunar o sono sagrado dos mortos.)
Outro dia, dera falta das inscrições douradas, prateadas, de muitos jazigos. (Os parentes das vítimas exigiram das autoridades, justiça.)
O instante era de apreensão, medo, nervosismo. A ventania não parava. Aquela “coisa” esvoaçava como assombração peregrina... E de repente, sumira.
Um coveiro que não a perdera de vista foi ao seu encontro. Por sorte... se viu diante de um vulto mágico dentro duma cova, levitando. (Aquela cova aberta estava pronta para receber seu ilustre morador, que já estava a caminho.)
Assustado, o coveiro chamou um dos colegas, que ao se aproximar, deparou-se com aquela “coisa” dentro da cova. Foi tomado por uma síncope descomunal... Ao sentir-se vivo novamente, tratou de abandonar seu companheiro, seus pertences e deitou o cabelo...
Outro coveiro vendo aquela cena, aproximou-se, e ao ver aquilo, gritou: Sangue de Cristo tem poder! Isso é alma penada mesmo! Minha Nossa Senhora da Boa Morte! Saiu em disparada com as mãos à cabeça, tropeçando, caindo, se levantando, e aos berros dizia: Deus me livre! É o fim dos tempos! Socorro!
O coveiro, o corajoso, que olhava – a “coisa” resolveu lhe perguntar de supetão: - Que faz aí dentro dessa cova que não lhe pertence?!
E “a coisa” com uma voz trêmula do além, lhe respondeu sem pestanejar: - Vocês não me deixam em paz. Sentam em cima de mim contando histórias cabeludas, mentirosas; e ainda por cima, sujam meu túmulo com farelo de pão, de bolacha, café.
O coveiro, o corajoso, então lhe disse: - Vou chamar o padre para lhe dar a estrema-unção. Você não diz coisa com coisa. Ta louca! Ta na ânsia da morte.
E aquela “coisa” ali, como uma alma penada, engoliu a língua por uns segundos, e lhe respondeu: - Não precisa! Já to morto há muito tempo. Não ta me conhecendo? Sou o Luiz. Você que me sepultou. Não se Lembra de mim, Roberval?
O coveiro perturbado pensou: Santo Deus, isso não ta acontecendo comigo!... Vou buscar água benta e vou jogar em cima desta “coisa esquisita.”
A “Coisa” lhe respondeu aborrecida: - Você e os seus colegas estão usando meu túmulo como cozinha de cemitério. Não façam mais isso. Deixem-me descansar em paz. Quero ter o sono eterno que mereço.
E, falando isso, a alma penada elevou seu espírito até seu túmulo – que se abriu sozinho; ao adentrá-lo, pôde enfim dormir em paz para sempre. Ao repousar em sua última morada, fechou-se o túmulo, e misteriosamente, o temporal cessou.
Os coveiros do cemitério ficaram extáticos ao ver aquela alma se refugiar.
Prometeram que nunca mais usariam túmulos para tomar o costumeiro cafezinho das três.

Autor: Osmar Fernandes,

Foto de Dirceu Marcelino

PERDOAI NOS!!!

Senhor. Perdoai-nos por não saber o que fazer,
Com os estupradores. Ensina-nos a regeneração.
Deles e às suas vítimas traumatizadas satisfazer.
Mostrai-nos o caminho de sua ressocialização.

Ensina-nos como evitar essa sucessão
De estórias de atos que nos faz constranger.
A interromper essa devassidão
De vítimas que registram em seu viver.

A marca profunda dessa violência
Ignóbil! Que além da traumatização
Das vítimas, marcam nelas sem clemência

O registro físico de nossa imperfeição.
Como dói Senhor! Tanta demência
E verificar não termos solução.

Foto de matematicoAzevedo

"Ânsia de viver"

Como qualquer pessoa, também tenho meus desejos, desejos estes que há muito estavam mortos, mas ressurgiram e, eu, espero ter forças para realizálos. Digo, com toda a certeza, que o motivo maior para que eles ressurgissem foi eu mesmo, porque se eu não me importasse com eles, jamais alguém iria fazer tal coisa por mim.
Foi por isso que resolvi retomá-los e tentar levá-los adiante, mas tudo isso quero fazer com muita cautela e precaução pois, sei que a minha ânsia de viver é muito grande, sou como o rio que jamais, alguém conseguiu interromper o seu curso...
O que faz com que eu leve adiante todos os projetos é o que vem do meu interior, pois somente dele é que sei que realmente brota o amor e a dedicação.
No começo foi tudo muito difícil, pois tive que aprender a confiar nas pessoas para ver meus projetos e desejos se realizarem, mas o tempo fez com que eu percebesse que sou capaz de conquistar o que busco e almejo pois, afinal de contas, a maldade que em nós existe, humanos, é na maioria das vezes, culpa de nós mesmos! Se nós fôssemos capazes de destruir toda a maldade que em nós existe, o mundo seria melhor, pois assim não haveria injustiças sociais que fazem tantas vítimas e nós, seres humanos, teríamos capacidade o bastante para aprendermos a viver, pois na realidade o que falta em nós é o ato de aprender a olhar o interior dos outros.

Foto de Carmen Lúcia

"Basta"

Que caiam todas as máscaras
Desnudem disfarces,propagandas enganosas,
Farsas impiedosas,que pintam de rosa
Um cenário incoerente,assaz reverente
À realidade cinzenta e incomplacente
De pseudos messias,doentes mentais,
Que defendem as guerras,injustiças sociais,
Como se fossem meros fenômenos naturais.
Digamos um basta à gana estratosférica
Ao que nos consome,à ambição homérica
E de caras e almas lavadas,
Nenhuma utopia,rasguemos o pano da hipocrisia;
Que as balas não são de festim,
O sangue que escorre não é de carmim...
As bombas são de explodir,não são de açúcar;não dá pra engolir!
As guerras não são de amor,tampouco boatos;são guerras de fato!
As vítimas não são virtuais,são todas reais,são todas fatais,
Às dores não há analgésico,nem mesmo anestésico;são dores mortais!

Quebremos o falso cenário,
Mundo visionário...De destruição!
queremos viver feito gente...
ajamos com garra,com alma decente,
com força no peito e raiva no jeito,
Paz no coração...Rumo à reconstrução!

Foto de Carmen Lúcia

Tu me ensinaste

A ver o alvorecer sorrindo
E um novo pôr-do-sol se indo...
Que o brilho da última estrela,
É tão intenso quanto o da primeira.

Que a flor mais bela será sempre aquela
Que em nuances aos olhos se revela,
Que a primavera tem sua beleza
Tal qual o inverno...sua realeza.

Que a felicidade mora onde supomos,
Que o amor reflete tudo o que somos,
Ou alcançamos céus,ganhamos terra,
Ou sucumbimos fundo,vítimas do mundo.

Me ensinaste que a dor morre e nasce,
Em meio à ilusão,sempre em contraste
Com o amor que descompassa o coração
E lança nossos sonhos pelo chão.

Me ensinaste a viver fortes emoções,
Desencadeando um mar de inspirações,
Sorri,sofri,amei,poetizei...
"Mas nessa hora a viver comecei..."

*Último verso:Almeida Garret

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