Vítimas

Foto de Carmen Vervloet

Luto

Por que caiu o viaduto de BH?
Erro de cálculo,
material inadequado
por causa de superfaturamento,
ou pressa para deixa-lo pronto para a Copa?
Travessuras da fatalidade
que assume o peso da tragédia
ou prenúncio da derrocada da nossa Seleção?
Duas vítimas fatais e muitos feridos
e feridos também tantos corações...
Os mortos já não correm perigo
e os vivos que transitam por tantas outras obras
feitas com a mesma pressa
para a realização do grandioso evento?
Quem nos garante que elas são seguras
se nem o hexa que parecia coisa certa aconteceu?
Hoje a nação brasileira está de luto,
foram soterradas, por uma chuva de gols,
sua derradeira alegria e sua infinita esperança...
Sustentadas sobre um sonho que não aconteceu.
O que restou foi o receio do que está por vir.

Foto de Paulo Gondim

Sacrifício

Sacrifício
Paulo Gondim
29/12/2013

Infinito silêncio
Murmúrios do vento
De injusto tormento

Assim eu navego
Nesse desalento
Revolto lamento
Quimeras perdidas
Expondo feridas
No esquecimento

Num defeito incógnito
Difícil conserto
Que se faz vício
Falso sacrifício
Nesse altar de vítimas
Humano
Buscando o divino
Revelando o profano

Foto de raziasantos

Justiça é tudo que o mundo precisa.

Justiça é tudo que o mundo precisa!

ENTRE O DEVER DE ASSEGURAR, E A PRÁTICA DO ATO ARBITRÁRIO

A população Brasileira clama por mudanças radicais em diversos setores da nossa sociedade. Mudanças em benefícios da saúde, educação, transporte, segurança e muito mais. Sem dúvida a violência sempre foi uma das causas mais repudiadas, com especialidade aquelas praticadas por aqueles que têm o dever legal de proteger e manter a ordem pública, como determinados membros da casta policial, em vista da imposição do terror e de toda sorte de abusos e malefícios disseminados contra uma sofrida classe de pessoas geralmente negras, pobres e acima de tudo, de um poder educacional menos favorecido.

Tais condições de menos valia levam o sujeito a uma condição de baixa auto-estima e absoluta impotência que o incapacita defender a si próprio, familiares ou amigos.

Movidas pelo sentimento de medo muitas vitimas não encontram forças para denunciar seus algozes tendo em vista a insegurança e incerteza quanto ao resultado justo e a certeza de que na larga maioria dos casos é a impunidade que predomina.

O anseio por ações mais rígidas no combate ao crime é plausível, o que não significa dizer que essas ações devam incidir contra a população de forma desrespeitosa desumana e abusiva.

Recentemente passei, juntamente com meu esposo, por uma situação muito constrangedora, gerando constrangimento, injustiça, além dos prejuízos de ordem moral, psicológica e financeira.

Trata-se da conduta abusiva por parte de um policial que ao abordar o meu esposo, apreendeu sua carteira de motorista, além de impor-lhe uma multa, tudo de forma completamente indevida, e posso explicar a razão:

“Ao sermos abordados meu esposo foi solicitado pelo agente de trânsito a apresentar os documentos do veiculo. Ao examiná-los, dito policial os devolveu dizendo que estavam corretos. Meu marido, por questões de respeito à referida autoridade, levantou a aba do capacete para agradecê-lo, momento em que este, quando meu marido já se distanciava para seguirmos viagem, o chamou, destacou uma folha do bloco de multas, e, simplesmente disse: você está sendo multado e a carteira vai ser apreendida por trafegar com a aba do capacete suspensa. Relevante informar que no momento em que a aba estava suspensa, meu marido se encontrava com o veiculo parado, o fez apenas para conversar com o policial, pois poderia o mesmo considerar desrespeitoso falar com ele ‘por debaixo do capacete’.

Foi então que meu marido tentou argumentar os seus direitos, dizendo que não estava trafegando com o rosto descoberto, mas estava parado e o descobriu apenas para conversar com ele. Nada adiantou, a carteira foi apreendida, a multa foi aplicada, e o mais estarrecedor, tal policial sequer deixou com a sua vitima, uma notificação ou qualquer comprovante do ato por ele praticado, num total desrespeito, descumprimento da lei e abuso de autoridade.

Assim, fomos vítimas de um ato totalmente arbitrário e covarde resultando no impedimento do direito de dirigir automóvel e pilotar moto. A conduta desse agente de trânsito vem causando danos e transtornos ao exercício de nossas funções, já que dependemos dos documentos para condução do veiculo que é o nosso único e exclusivo meio de subsistência, pois trabalhamos com eventos festivos e sem o referido veiculo, impossível se torna o transporte dos necessários materiais”.

Ora, estamos sendo tolhidos dos nossos direitos de trabalhar, de trafegar com nosso veiculo dentro de uns Pais que se diz democrático, livre e contra todo e qualquer tipo de ato injusto, lesivo, ultrajante, imoral e ilegal, e sem termos cometidos nenhuma infração. Fomos vitimas de uma inverdade, de uma ação praticada por parte de uma polícia estressada e totalmente despreparada para lidar com pessoas.

Não podemos admitir que na qualidade de cidadãos esclarecidos aceitemos desmandos, humilhações e injustiças, com especialidade em lugar público, cujo conduta foi praticada em presença de testemunhas o que, em tese, poderia servir de ‘alerta’ para impedir-se tamanha arbitrariedade.

A segurança pública é um dever do Estado, direito e responsabilidade de todos (art. 144, caput, da C.F), sendo essencial para o desenvolvimento da sociedade. A Constituição Federal assegura aos brasileiros (natos ou naturalizados) e aos estrangeiros residentes no País direitos, considerados cláusulas pétreas, ou seja, não podem ser modificados por qualquer que seja o dispositivo constitucional, (art. 60, § 4º, IV), e o cumprimento de tais noras deve ser de forma imediata em prol da população.

A segurança, como direito fundamental assegurado ao cidadão (art. 5o, caput, da C.F), e sob a responsabilidade estatal, deve ser fielmente atendida através das competentes autoridades designadas à tal mister. Segundo Javier Barcelona Llop, “a forças de segurança têm como missão proteger o livre exercício dos direitos e liberdades e garantir a segurança dos cidadãos” (LLOP, Javier Barcelona. Policia y Constitución. Madrid : Editorial Tecnos S/A, 1997. p. 225).

Os direitos assegurados ao cidadão não seria efetivo sem a presença das forças policiais.

A Constituição portuguesa no art. 272.1 estabelece a missão a ser desenvolvida pelos órgãos policiais, segundo o qual, “A polícia tem por função defender a legalidade democrática e garantir a segurança interna e os direitos do cidadão” ( LLOP, Javier Barcelona, op. cit., p. 228).

Os direitos fundamentais em determinadas situações, baseando-se na própria lei, pode sofrer restrições. A preservação da ordem pública autoriza as forças policiais a limitarem a liberdade do cidadão, sem que isso configure constrangimento ilegal, que somente existirá no caso de abusoou excesso no cumprimento do seu dever legal.

A missão dos agentes policiais é preservar a ordem pública e assegurar o livre exercício dos direitos e garantias fundamentais do cidadão. Para desenvolverem suas atividades os agentes encontram-se legitimados a empregarem a força, e quando necessário a utilizarem as suas armas.

Porém suas forças devem posicionar-se entre a necessidade de segurança do cidadão e o limite da lei. Não podem arvorar-se como legisladores, praticando atos alheios aos melindres das normas existentes em detrimento dos direitos de defesa do individuo e a coletividade.

Visando isso, é que suplicamos aos nossos jurisconsultos apresentem Projetos de Emendas Constitucionais tornando mais rígidas normas estabelecedoras contra atos criminosos praticados por todo cidadão independentemente de sua classe social ou qualquer outra condição. Como também, é de bom alvitre que haja aparelhamentos específicos no sentido de melhor orientar e preparar essa classe de autoridade nociva à sua própria corporação e a saciedade em geral. É o que esperamos!

Foto de Carmen Lúcia

Raro momento

Quero beber esse momento especial,
raro encontro da alma com a paz,
sorver o mel e as delícias do instante
tão fugaz, em fina taça de cristal.

Extasiar-me dos belos sonhos
carcerários do medo,
vítimas de enredo isento de ousadia,
pintá-los no rosto com mestria
e num segundo
viver toda felicidade do mundo.

Brindar comigo mesma...
Só a lua a me espreitar,
enfeitiçar-me do luar
a transpor minha janela
e plena de alegria
rodopiar com ela.

Ainda que não perdure e tudo acabe de relance
e num tapa o tempo se vá, longe de meu alcance.

Breve momento, perpetuado...
A emoção em festa, flagrada num flash,
a essência da essência apregoando meu semblante
e a vida a reprisar esse mágico instante.

_Carmen Lúcia_

Foto de Evandro Machado Luciano

Ressurreição

O nome dele era Coronel Mendonça Filho. Grande estrategista militar, sempre fora considerado um dos nomes de maior importância no terreno bélico. Sua atitude ríspida, duramente agressiva, ofensiva, contrastava com seus anseios, seus sonhos. Seria impossível viver seus sonhos, do alto da torre de marfim em que Coronel Mendonça Filho vivia.

Tinha dois filhos, ambos do sexo masculino. Sempre exigira uma masculinidade exacerbada de suas crianças. Masculinidade, esta, que por vezes fora confundida com uma ideologia sexista ultrapassada, reacionária. Criara seus filhos como ideólogos machistas. Ao menos, tentara.

A carreira de Coronel Mendonça Filho fora construída durante longos e prestigiosos anos. Trinta, ao todo. Hoje, Coronel Mendonça Filho, contabiliza 20 primaveras, 5 verões, 10 outonos e 30 invernos. Não é mais nenhum menino, por assim dizer.

Seu caráter, sempre fora alvo da opinião pública. Sim, porque Coronel era uma figura pública. Considerado por muitos, o sucessor no plenário nacional, fora duramente criticado pelo telejornal das oito horas, o que era muito significativo, pois este jornal emanava opiniões que desmantelavam o nível intelectual da população. Mas em nenhum momento teve seus delitos comprovados legalmente.

Tudo estava como deveria ser na vida de Coronel Mendonça Filho. Até que um belo dia – nem tão belo assim, uma tragédia assolara a vida deste sujeito. Seus filhos, ao mesmo tempo, foram alvo de um acidente de trânsito. Veja você, tamanha ironia do destino. Mortos, vítimas de um atropelamento. Coronel Mendonça Filho perdera seus herdeiros. Os herdeiros de sua virtude. Os herdeiros de sua índole. Os herdeiros de sua fortuna.

Agora, nada mais restava na vida de Coronel Mendonça Filho.

Como se não bastasse esse fato catastrófico, Coronel sofrera imensuráveis acusações de crimes de guerra, oriundos do conflito entre Brasil (sim, por que caso não tenha notado, caro leitor, estes fatos ocorreram no Brasil) e França. Sua fortuna estava prestes a ir pelo ralo. Não obstante, nosso Oficial não via mais utilidade para sua quantia monetária exorbitante, visto sua idade avançada e falta de herdeiros. Não se importaria mais em perder seu dinheiro.

Advogados, processos, subornos. Tudo lhe roubava o ouro, conquistado a sangue, suor e retórica. Ao fim, empobrecera.

Sem vintém algum, sem filho algum, com uma mulher que não amava, o Coronel resolveu que não admitiria mais em seus restantes dias de vida, compartilhar com o mundo uma vivência desonesta e fútil. Partiria em rumo de seus sonhos, honestamente, vivendo plenamente as poucas horas vitais que lhe sobraram. Antes tarde, do que mais tarde.

Nascia, assim, Mendonça Filho.

Foto de Allan Dayvidson

PROVOCAÇÃO

"..."

PROVOCAÇÃO
=Allan Dayvidson=

Tenha muito cuidado... com sua imaginação.
e com o que lhe escapa por entre os lábios...
Pura indiscrição!...

A vida é um permanente experimento,
e nós, cobaias por excelência.
Você me deixa curioso... e sem paciência!

Porque no embaçado de sua lente,
vejo motivos demasiadamente honestos,
mas a noite costuma ser devastadora, não deixando sequer restos.

Só será crime se formos pegos,
eis seu plano fantástico,
porque vivemos numa sociedade de cegos performáticos.

Não aponte seus olhares para mim
com esse ar taxativo.
Não coloque essas mãos em cima de mim,
cheias de bons motivos.
Não me provoque, porque no choque
nossos estilhaços voarão para toda parte.

Então, não me aponte olhares em desfoque...

Pois bons garotos são obedientes,
atravessam fronteiras ilegalmente,
espalham digitais por aí negligentemente
e acham-se imunes diplomaticamente.

Pobres vítimas da normatividade voraz e indecente!

Foto de William Contraponto

Espero de Ti

Eu não espero alguém civilizado
Que saia dum conto encantado
Eu não espero alguém sensato
Para dizer o que fazer
Se formos vítimas de outro boato

Eu não quero chegar em casa
E ver você num sofá
Eu quero um amor que diga “sei lá”
Que não se importe com a grama a cortar
Mas quando eu precisar, vá
Onde for para me encontrar

Eu espero que sejas verdadeiro
Demonstre sua face direita
Pois a esquerda já é suspeita
Por ter chamado minha atenção

Eu te quero livre ou ocupado
Sem medo do que vão falar
Te espero sem pecados
Para juntos todos praticar

Foto de Rosamares da Maia

Sobre Lobos, Homens e Cordeiros

Sobre Lobos, Homens e Cordeiros.

Na história da Humanidade, Homens, Lobos e Cordeiros se confundem.

Por que todos os Homens são lobos?
Certo é, que todos os lobos tem-se travestido de Homens.
E por tanto, Lobos – Homens,
Enganam, matam e expõe a sua carnificina.
Talvez pela questão da territorialidade.
Precisam intimidar os outros Homens - Lobos.
Dissimulam escondendo a sanha amaldiçoada,
Em peles de lépidos e belos Cordeiros,
Entocam-se em templos, oram aos seus deuses e credos,
Penitenciam-se do sangue de suas vítimas,
Como se fossem eles próprios a sofrer o martírio.
Mas, Cordeiros - Lobos não são fieis a credos!
Não enxergam além das paredes dos templos.
Enquanto se escondem, oram e afiam as suas garras,
Seduzem a audiência e babam sem cessar,
Babam pelo banquete das suas próximas vitimas.

Temem algo? Quiçá a justiça?

A do Criador de Homens, Lobos e Cordeiros?

Nela, Cordeiro, Lobos e Homens Vão se encontrar.
- Certamente para se devorar.

Rosamares da Maia

03.05.2005.

Foto de Nailde Barreto

"Amor Bandido".

********
********
********
Amor Bandido.

A priori;
Amar é (algodão-doce) colorido!
...
...
...
A posteriori;
Amar é (algodão-doce) comprimido!
...
...
...
Faz chorar e sofrer...
As vítimas do amor bandido.
***********************

Nailde Barreto.
26/05/11

Foto de Carmen Lúcia

Basta!

Que caiam todas as máscaras,
maquiagens, disfarces, propagandas enganosas,
farsas impiedosas que pintam de rosa
um cenário incoerente, assaz reverente
à uma realidade cinzenta e complacente,
onde pseudos messias, doentes mentais,
defendem as guerras, ateiam injustiças sociais
como se fossem meros fenômenos naturais.

Digamos um basta à gana estratosférica,
ao que nos consome, à ambição homérica
e de caras limpas e almas lavadas,
sem utopia, rasguemos o pano da hipocrisia...

...que as balas não são de festim,
o sangue escorrido não é de carmim,
as bombas são de explodir, não são de açúcar, nem dá pra engolir.
As guerras não são de amor, tampouco boatos. São guerras de fato!
As vítimas não são virtuais, são todas reais, vítimas fatais.
Às dores não há analgésico, nem anestésico. São dores mortais!

Quebremos o falso cenário,
mundo visionário, de encenação...
Reinventemos de novo o mundo, com gente que é gente,
que aja com garra, com alma decente,
com força no jeito, muito amor no peito
e paz no coração...
Rumo à reconstrução!

_Carmen Lúcia_

28/09/2006

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