Amor Platônico

Foto de Carmen Lúcia

Era uma cidadezinha do interior onde em sua praça, cartão postal do lugar,
ficaram guardadas muitas histórias de amor,que lhe dava um toque de romantismo, com sua fonte luminosa que fazia bailar suas águas furta-cores e sonhar os jovens apaixonados.
O clima contribuía para que ela fosse uma garota sonhadora. Nem bonita, nem feia,mas carismática,de olhar meigo e profundo.
Seu grande sonho: ser bailarina e dançar,um dia,no Teatro Municipal .Dedicava grande parte de seu tempo ao ballet clássico.
Aos sábados e domingos, ia à praça ou ao cinema, com as amigas. Às vezes, ao clube, onde sempre aconteciam bailes inesquecíveis.
Certo dia, um burburinho veio mudar a rotina da cidade. Pelo menos a das meninas, que começaram a se enfeitar, a rir à toa e a cochichar segredinhos, umas às outras.
Para o azar dos meninos, que carrancudos, não conseguiam disfarçar os ciúmes.
Chegara, recentemente àquele lugar,um moço, mais precisamente um príncipe, que era o que parecia.Não levou muito tempo e muitas garotas foram flechadas pelo cupido.
Para a menina bailarina, ele passou a ser um sonho inatingível, impossível. Não poderia jamais competir com as outras, lindas, bem vestidas e deliciosamente extrovertidas, realidade bem diferente da dela, pela simplicidade de se vestir, de vida e pela timidez nitidamente retratada em seu olhar.Sentia-se a própria gata borralheira.
Porém, na dança, conseguia extravasar, livrar-se desse seu fardo. Nessa época preparava-se para dançar numa grande festa que estava para acontecer no clube da cidade.Havia feito muitos ensaios,sempre incansável, num pátio de sua escola,ao som de uma vitrola.
Na véspera da festa, o último ensaio seria no clube e com piano.La Violetera era a música.
Subiu ao palco e viu surgir o pianista. Nesse momento pensou que seu coração fosse sair pela boca. Era ele,o príncipe!Ainda mais lindo, trazendo o céu no olhar. Ambos se olharam. Ela procurou conter sua emoção e ao ouvir os primeiros acordes musicais, começou a dançar. E dançou, dançou como nunca.Parecia levitar, alcançar as estrelas,roubar-lhes seu brilho,perambular entre elas.
Ao terminar ouviu aplausos. Ele a aplaudia em pé.
Ela fugiu do palco e dele, pois lágrimas de emoção e encantamento rolaram por suas faces e não queria que ele as visse.
Chegara o grande dia!Caracterizada como verdadeira vendedora de flores, ela carregava um cestinho dourado, repleto de buquês de violetas azuis e brancas.
A cortina se abriu e as luzes dos refletores fizeram dela uma figura etérea,surreal.
Ela olhou para seu amado, que lhe abriu um largo e branco sorriso,talvez de admiração,lançando-lhe seu olhar mais azul do que nunca.Era a glória!
Durante a coreografia, ela desceu do palco e atirou para a platéia embevecida os buquês que carregava. Havia reservado o último para o pianista, seu príncipe.
Ao voltar ao palco, colocou as violetas em cima do piano. E juntamente com elas, todo o seu amor, num gesto que simbolizava entrega total, a quem conseguisse perceber.
Encontraram-se casualmente, algumas vezes, na praça e por várias vezes ele tentara falar-lhe...e ela fugia sempre.Seu desejo era o de declarar o seu imenso amor por ele, gritar ao mundo,deixar os borralhos,tornar-se Cinderela,mas sua timidez, o rubor de suas faces a impediam.Nunca havia namorado ninguém.Mas enamorara-se dele,perdidamente.
Numa tarde de domingo o viu ao lado da fonte e da menina mais bonita da cidade. De mãos dadas,trocando beijos e abraços.
O céu desabou...O chão se abriu.De repente se fez noite.E ela chorou copiosamente.
Sentiu que o perdera, sem ao menos nunca tê-lo tido,sem ao menos um único beijo.Sua primeira desilusão amorosa.Sua primeira dor.Seu primeiro amor.
Fim de um sonho de adolescente. Soubera, através de amigas, que ele havia ido embora do país,tocar piano no exterior.
Continuou sua vida, dedicando-se ainda mais a sua arte:o ballet clássico.Porém,o vazio que seu primeiro amor (platônico) havia deixado jamais fora preenchido.

Fóruns: 
Foto de Fernanda Queiroz

Então você é contista também.
La Violetera Raf Valone Sarita Montiel.
Muito linda, as violetas ofertadas, o dedilhar do piano e o sonho que se vai, deixando apenas o sonho de ter existido.
Parabéns poeta, tens o dom de me fazer ouvir o som de tua composição.

La Violetera
Como aves precursoras de primavera
en Madrid aparecen las violeteras
que pregonando parecen golondrinas
que van piando, que van piando.

Fernanda Queiroz

Grande abraço.
Fernanda Queiroz

Foto de Carmen Lúcia

Não sou contista...seria muita pretensão minha...rs...Sou contadora de "causos"...rs.
Agora,você viajou pelo túnel do tempo?rsrs...Raf Valone,Sarita Montiel???

Na época li esse livro"La Violetera".História triste de uma vendedora de violetas.Li porque estava ensaiando uma coreografia,idealizada por uma professora que havia assistido ao filme...Amor Platônico é uma história real...do amor impossível de uma bailarina pobre e tímida por um príncipe de olhos azuis e pianista.

Obrigada,querida,pelo comentário.Senti todo seu carinho depositado nele.Beijão!

Carmen

Carmen Lúcia

Foto de Fernanda Queiroz

Sim eu vi o filme, é lindo

O Último Tango / La Violetera
(El Último Cuplé, La Violetera)

No filme O Último Tango (El Último Cuplé, título original nos cinemas brasileiros A Última Canção), Sara Montiel brilha em uma de suas melhores performances. Um drama musical que caracteriza uma história trágica do amor. Relaciona a ascensão de uma cantora à fama e sua decadência subseqüente à morte de seu amante.

Na obra La Violetera, Soledad (Sara Montiel) é uma vendedora de violetas na rua, e na véspera do Ano Novo conhece o aristocrata Fernando (Raf Vallone). O casal apaixona-se, mas a sua diferença social ameaça o romance. Fernando está constantemente sob a pressão de seu irmão Alfonso (Tomas Blanco), que o lembra de seu noivado com Magdalena (Ana Mariscal), uma condessa.
Abandonando todas as convenções sociais e escandalizando a alta sociedade, Fernando instala Soledad num apartamento e anuncia seu noivado com a moça, mas quando Alfonso morre em uma tentativa de salvar a honra da família, ele decide terminar o romance.
Abandonada, Soledad começa uma pobre carreira de cantora. Algum tempo depois ela conhece o produtor francês Andre (Frank Villard), que a leva para começar uma carreira meteórica na França. Apesar de casados e envolvidos com outras pessoas, Soledad e Fernando nunca conseguem esquecer um do outro. Mas uma tragédia do destino ainda fará com que o caminho dos amantes se cruze...

E tem a música também com,Montesinos-padilla

Sara Montiel - La Violetera

Como aves precursoras de primavera
en Madrid aparecen las violeteras
que pregonando parecen golondrinas
que van piando, que van piando.

Llévelo usted señorito que no vale más que un real
cómpreme usted este ramito
cómpreme usted este ramito
pa' lucirlo en el ojal.

Son sus ojos alegres, su faz risueña
lo que se dice un tipo de madrileña
me trae castiza que siento horná los ojos
que cauteriza, que cauteriza.

Llévelo usted señorito que no vale mas que un real
cómpreme usted este ramito
cómpreme usted este ramito
pa' lucirlo en el ojal.

Música estrofa
cómpreme usted este ramito
cómpreme usted este ramito
pa' lucirlo en el ojal

Eu a toco, estudei música, é linda.
Neste site você irá conseguir ouvi-la
.
http://vagalume.uol.com.br/sara-montiel/la-violetera.html

Grande abraço poeta.
Fernanda Queiroz

Grande abraço.
Fernanda Queiroz

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