Poema

BORBOLETA

Lancei-te ao mundo,
E meus olhos a te vigiar...
Te vi dançar sutilmente,
Solta, envolta no ar.
Livre Borboleta!
Na transparência de tuas
Asas finas e delicadas,
Ias brincando por entre a brisa...
Linda Borboleta!
Assim, ousei.
Te deixei voar.

Giravas e rodopiavas,
Pairava elegantemente sobre flores.
Eu contemplava calada,
Inerte em silencio,
Pensei,
Que destemida soubesses
O lugar mais seguro, onde pudesses,
No vento forte,
ou no teu cansaço “POUSAR”
De longe, admirei
O esplendor do teu colorido,
Reluzente e Fascinante, Borboleta!

Mas batendo e debatendo,
Frágeis asas,
Retornaste,
Pousaste sobre meus ombros,
E estanque ali, fez me pender
O corpo, pois mero engano,
Crer, de teu pouso,
Prover somente a leveza da pluma.
Senti nitidamente o impacto de teu pouso, tal qual o chumbo.
Talvez asas de concreto,
A vida lhe fazia agora,
Impiedosamente carregar.
Indefesa Borboleta!

Percebi que a tua leveza,
Podia iludir os meus olhos,
Mas jamais minha alma,
Não te espantes,
Visto que te conhece tão bem minha alma,
Posto que já te acolhesses, outrora, o meu ventre.
Pousa e repousa,
Neste ombro
Pequena e Doce Borboleta!
Não voe distante,
Não voe
Fique por perto
Preciosa Borboleta!
Eis me aqui!!!!

Esta poesia é dedicada a minha filha.