Para te fazer feliz
Mil peripécias fiz...
No Algarves aprendi sobre os mouros;
Sobre festas juninas, fui aprender no Minho;
No Douro, ah! No Douro...
Lá... Aprendi sobre VINHOS!
Pra te fazer feliz...
Fiz de conta que era poetisa;
Descobri Monalisa... me arrisquei,
Aprendi dar tapas de luva;
A fazer mousse de uva,
Só pra te fazer feliz, sonhei...
Para te fazer feliz;
Até livro comprei;
Que pena! Por um triz...
Você não viu e nem leu
O Quintana que te mandei...
Pra te fazer feliz
Quis cantar em italiano;
Quis até... ser princesa...
Mas na incerteza,
E por medo do desengano;
Acabei voltando ao cotidiano,
Sem saber se te fiz feliz...
O pouso foi à noite na planície,
Luzes coloriam o escuro povoado.
O cheiro do Calandre impregnava-o e,
ele avançava por um facho de luz adentro...
Ele era como um fantasma. Um domador de feras
enfurecidas, dominando a fúria incontrolável da fêmea.
Ele, que por extremamente alegre que pudesse
parecer, estava perdido em seu próprio emaranhado.
E como cascata, como cachoeira, fazia jorrar palavras,
Desinquietava qualquer partícula passível de movimento,
Aflorava qualquer desejo encoberto ou incestuoso,
Fazia fluir qualquer gesto a muito esquecido.
Ele era assim...
Um furacão em desertos arábicos! Um furacão
desses que varrem o âmago da areia, que
penetra em qualquer espaço invisível, que desatina
qualquer cabeça feita, que ofusca qualquer
espelho, que tem a pele áspera...
Assim era ele... Viajante! Experiente e tolo, amargo e doce, imbecil e
gênio, impiedoso e terno, furacão e leveza de pouso de
pouso de colibri, transparente como vidro,
opaco e desconhecido com Deus!
Assim era ele...
Acabou a viagem. É o pouso da chegada,
É o fim da linha...
Ao tocar no ponto fraco, o espadachim
A arte de amar só para quem sabe
Despertar o amor é ser querubim
Sentir alvoroço realizar desejos carne
O instinto age assim e anseia amor
Correspondido! Ser amado como quem ama
Um belo dia foi uma vez conheceu flor
Alimentou o corpo e é constante a chama
Adentro-me pelo jardim e os sons soam-me
Como a reprimidos risinhos de ninfas em becos
Sem saída. Vou em frente volto à direita
Depois à esquerda e ouço o som da fonte ao lado
Nada melhor que águas cristalinas e árvores de porte
Sem cajado, nem pau lá vem meu Espadachim
E no jardim encantado surge um Achtim! Despertado...
Joaninhavoa,
(helenafarias)
22 de Setembro de 2008
2ª POESIA: TE ESPERO ESPADACHIM
Amórfica...
num quanto qualquer...
vejo epitélios infectos
de seres mortais...
Podridão, vermes no chão
espremidas em lágrimas de dor...
corroídos sem viço num coração
que goteja rastilhos do amor...
Na imagem mórbida que ficou
vejo amargura em teu semblante
sina lírica, diabólica e mortal
seguimos entre o bem e o mal...
No brilho da arma reluzente
vejo um olhar trepido e ausente.
em outras vidas foi meu algoz
corpo e alma o que será de nós?
Vácuo inexistente...
efêmero e persistente...
último suspiro fecha os meus
olhos e beijas minh'alma...
Sopras ao vento cinzas de ti
e de mim...
grifada em tua espada fica essa
frase:
Voltarei...
Amo-te, meu espadachim...
(LU LENA)
3ª Poesia: ESPADACHIM PROTETOR
Gostaria como teu cavalheiro protetor
Desembainhar meu cetro de espadachim
E descrever versos em teu corpo com ardor,
Em formato de soneto como faço assim:
Em doze estocadas silábicas com fervor,
Marco o ritmo inicial que seguirei até o fim.
Após sempre em forma suave, mas com destemor
Fecho os quartetos com você abraçada em mim.
Prossigo com o florete e em toque sedutor
Marco a tua pele com o aroma do jasmim
Que lanço em ti com as pétalas dessa flor
Viçosa e cheirosa que engalana meu jardim
E de onde tiro meu poder e todo o amor,
Que me permite possuí-la assim como Espadachim.
Um giro pela cidade
Aciona o gatilho da memória:
Lugares, sons, pessoas...
Coisas da nossa história,
Que abrem o arquivo
Da mente, do coração...
Com anexos do passado
Que on line vêm e vão.