7º Concurso (Fim de Ano 2010)

Foto de Runa

7º Concurso Literário - Ubiquidade

Podias ter vindo hoje,
como quem chega de longe,
rompendo o silêncio da manhã
num voo de velas desfraldadas
ou num canto súbito de rouxinol
anunciando a primavera.

Podias não ter vindo hoje,
perdida numa maré de nevoeiro,
sem encontrar o caminho,
deixando-me preso à margem deserta
de um rio de águas estagnadas
como um barco sem rumo.

Podias ou não ter vindo hoje,
encher meu dia de luz ou sombra,
que não impedirias a noite de cair
nem o vento de bater nas janelas
ou que os cães latissem à lua
incapazes de compreender o futuro.

O que te queria mesmo dizer,
tivesses ou não ter vindo hoje,
é que sempre estarás dentro de mim,
mesmo nos dias em que nunca vens.

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

7º CONCURSO LITERARIO "O POBRE MENINO"

"O POBRE MENINO"

Dois dias após o Natal e Diogo um pobre menino de 8 anos saltitava pelas ruas de seu bairro, estava feliz embora não tenha ganho nenhum presente de Natal. Sr João um velho carteiro que tinha praticamente visto Diogo nascer estava entregando os cartões de Natal que chegaram atrasados e ao ver Diogo feliz lhe perguntou, E ai muleke o papai noel trouxe muitos presentes, e Diogo com um sorriso de dar inveja em filho de rico falou com muita alegria ainda não, mas até amanha eu vou ganhar um monte.Sr João que havia lido a cartinha que Diogo mandou para papai noel sentiu um enorme aperto no coração e sentando na calçada falou Papai Noel me contou que voce não pediu nada de Natal pra voce, e Diogo com um brilho de felicidade disse, sim eu não peço nada para mim, pedi para os filhos dos ricos assim eles quando ganharem seus brinquedos novos vão abandonar os velhos e ai sim eu e meus amigos pobres vamos ganhar um monte de brinquedos lindos. Sr João levantou-se e fez um carinho na cabeça do menino e saiu dali com lagrimas escorrendo em sua face, ao chegar em um mercado do bairro, Sr Manuel o dono, notou que o velho carteiro havia chorado e curioso perguntou, O que se passa???E o velho carteiro lhe contou tudo e ainda lhe mostrou a cartinha que trazia no bolso.Sr Manuel sensibilizado mandou faser um cesta de Natal das mais ricas possiveis e junto um monte de brinquedos novos e levou tudo a casa de Diogo. O menino ao ver aquela fartura ajoelhou e com as mãos voltadas para o céu disse; Papai Noel obrigado vou dividir com meus amigos.

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

7º CONCURSO LITERARIO "TRISTES PASSOS"

"TRISTES PASSOS"

Mais um verão...
Olho para o horizonte e ele parece estar mais perto...
Cerro os labios e ouço a batida forte do meu coração...
Ja não sei para onde andar ao certo!!!

Muitas coisas se passarão desde o ultimo verão...
Embora ainda sinta falta estou vivendo...
Não sei como dominar minha fragil emoção...
Mas aos poucos estou melhorando!!!

Mais um verão...
E continuo a caminhar...
Outros e outros virão...
Mas não mas me verão chorar!!!

Voce é apenas uma lembrança...
Cada dia menor...
Hoje sinto falta de ter esperança...
Mesmo assim estou bem melhor!!!

Mais um verão...
E sua imagem sumiu no horizonte...
Me deparei com esta realidade de pura resignação...
Me achei melhor que antes!!!

Meus passos antes tristes e pesados...
Agora fluem melhor ao andar...
Não tenho mais aquele andar cansado...
Acho que no proximo verão posso arriscar de novo amar!!!

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

7º CONCURSO LITERARIO "DIZ-ME"

"DIZ-ME"

Diz-me em quem acreditas...
Diz-me com quem caminhas...
Diz-me com que te deitas...
Diz-me quem tu acarinhas!!!

Fala-me de teus anseios...
Fala-me de tuas loucuras...
Fala-me de teus devaneios...
Fala-me de tuas amarguras!!!

Confessa-me teus pecados...
Confessa-me todos os teus maus feitos...
Confessa-me teus passos errados...
Confessa-me teus poucos direitos!!!

Através de tua boca livrar-te-a das amarras...
Através de tuas intenções soltar-te-a das obrigações...
Através do teu bom coração te esquivaras das adagas...
Através de tuas boas ações vivera grandes emoções!!!

Diz-me e ouçai a tua propria voz...
Fala-me e regozijai-vos de tua sinceridade...
Confessa-me e livrar-te-a do terrivel mal...
Através do amor venceras as maldades!!!

Foto de Deni Píàia

Terminal Rodoviário

-Pipoca é cinquennnn... té cinquennnn... té cinquennn
-Meus irmãos, está aqui na Bíblia.
-Amendoim torradinho só setenta.
-Pipoca é cinquennnnn...
-Tem um trocadinho pra me ajudar?
-Chocolate Suflé, só num é mais doce que mulé.
-Um é dois, três é cinco.
-E Jesus falou...
-É cinquennnn... té cinquennnnn...
-Moçô, passa na rodoviária?
-Água só um e vinte.
-E a pipoca?
-É cinquennnn... té cinquennnnn...
-Torradinho, torradinho!
-Vrrrrrummmmm...
-Peraí, moçô!
-Quando Jesus perguntou aos seus apóstolos...
-Tem uma moedinha?
-É cinquennnn... té cinquennnnn...
-Suflé é da Nestrê!
-A que horas vai sair?
...
Marqueteiros, vendedores, pastores, pedintes... Povo. O terminal de ônibus me parece uma grande colcha de retalhos humanos onde cada um busca seu lugarzinho ao sol, embora seja noite. Sentado num banco tentando registrar o que vejo e ouço, fico perdido num turbilhão de ofertas, pedidos, perguntas, conselhos, freadas, aceleradas, passos, correrias e pernas, algumas bem bonitas! Fico imaginando de onde vem toda essa gente que, de alguma forma, em sua maioria, tenta levantar uns trocados. Verdadeiros profissionais de vendas, desdentados e maltrapilhos, que vivem de seus parcos negócios, enquanto eu não consigo vender nem pra mim mesmo. Onde estão suas famílias, seus amigos, suas casas?
Resolvi experimentar o amendoim torradinho-torradinho, acondicionado em tubinhos de papel dentro de uma espécie de balde que, embaixo, tem uma abertura onde uma brasa mantém a iguaria aquecida. E não é que estava quentinho! Achei que valeu o preço: só setenta centavos. O “Suflé” até que provoca a gente, mas naquelas mãos quentes deve estar uma papa. A água mais quente ainda. Quanto à pipoca tenho vontade de chutar o pacote, de tão chato que é seu anúncio: -É cinquennnn... té cinquennnnn...
Um caso à parte é o pastor. Bela oratória! Um sujeito bem vestido, terno limpo, puído, mas limpo. Pasmo com seu nível de informação. Fala do diabo disfarçado de roqueiro, citando Led Leppelin, John Lennon e Nirvana, discorrendo sobre Raul Seixas no cenário nacional, entre outros. Faz uma profunda e excelente crítica sobre a programação televisiva onde, logicamente, lá está o capeta de novo, em todos os canais e horários. Mete o pau em religiões, todas! –Minha religião é a Bíblia, diz ele. Pisoteia sobre a moral de pastores que pedem e tiram dinheiro dos fiéis, até deixando alguns expectadores contrariados.
À primeira vista lembra uma feira onde ninguém conhece ninguém, onde todos estão sós. Ledo engano. Observando melhor percebo que, atento ao pastor/orador, outro espera ao longe para substitui-lo ou acompanha-lo no caminho de volta. O vendedor de “Suflé” acompanha o da pipoca, que é amigo do amendoim. A mulher que vende água é mãe da moça que vende frutas na outra plataforma. O pedinte de moedas é parceiro do outro que já pediu, ganhou e agora está fumando sossegado. Os motoristas são companheiros entre si e conhecidos da maioria dos passageiros. Enfim, acabei por concluir que só eu estava sozinho. E como num passe de mágica, de repente o terminal se esvazia. Para onde foram todos? Vendedores desapareceram, o pastor silenciou e sumiu, os ônibus escassearam, os pedintes já se acomodam na calçada. Fico com a impressão que se diluíram e escorreram para as bocas-de-lobo, de onde agora me observam irônicos. Seguiram seus caminhos e eu fiquei só. Vou tomar o próximo ônibus e também seguir o meu, para chegar em casa e continuar só. Mas amanhã eu volto.

Foto de Deni Píàia

Conto de Natal: Menino simples

Era um menino simples, tão simples que não conhecia o Natal. Não sabia seu significado, sua origem, sua intenção, mas vivia feliz mesmo sem jamais ter ganhado um presente, um brinquedo. Sem escola, sem igreja, sem cultura. Seus brinquedos, na roça longínqua, eram o ribeirão, as árvores, as frutas, os animais silvestres, os irmãos. A esperança era o sorriso da mãe, o suor do pai, a comida no prato. A fé vinha do amanhecer, do anoitecer, do segredo das estrelas. Nunca precisou mais que isso. Um dia, a cidade. A família veio pra ficar. Na favela, com amigos, com asfalto, com shopping center, com vontades, com maldades, mas para ficar.
Cresceu, fez amigos, inimigos, conheceu a escola, as drogas, a frustração, a polícia, a revolta, solidão e o Natal. Data de ganhar presentes, de desejar mais que podia, de cobiçar e invejar o próximo, do supérfluo. Não aprendeu mais que isso sobre o Natal.

Jovem, estava pronto para a data máxima da cristandade e desta vez não passaria em branco. Ajeitou a arma na cintura, fechou o barraco vazio, pais e irmãos já haviam sido mortos pelo tráfico, desceu o morro. Andou muito enquanto planejava. Na avenida beira mar decidiu que não havia mais o que esperar. Sacou a arma, jogou-a sob os cuidados de Netuno, tomou o primeiro ônibus para a rodoviária, outro ônibus e chegou. De volta à roça. Sem Natal, sem shopping center, sem maldades, sem os pais, só. Descobriu que as estrelas ainda guardavam seus segredos, o ribeirão sussurrava amenidades, muito pouco havia mudado. Voltou a ser menino simples. No dia de Natal.

Foto de Deni Píàia

O dia em que Deus acordou inspirado

Houve sim um dia em que Deus acordou inspirado. Tudo bem que Deus está sempre inspirado; como seria se não fosse assim? Mas naquele dia foi diferente. Ele estava realmente muito inspirado. Sentiu uma vontade imensa de fazer algo novo, grandioso, sensacional. Até parecia que não havia sido assim o tempo todo. Mas Ele queria algo para não passar em branco pela terra, pelo universo, pelos homens. Afinal, estava num bom humor incontido. Discreto, mas incontido.
Pensou numa grande obra, talvez numa montanha maravilhosa que pudesse ser vista por todos, com flores e árvores exuberantes, com uma simetria perfeita, de forma que nenhum gênio da pintura encontrasse qualquer defeito, por menor que fosse, mas...
-Não... Certamente isso já foi feito em algum canto esquecido do tempo, antes de ser destruído em busca de minérios ou pela expansão imobiliária.
Quem sabe um mar quebrando calmamente numa ilha...
-Não, já fiz tanto disso por aí! –lembrou Ele.
E um céu todinho azul, passando para o carmim lá no horizonte, enquanto o sol...
– Besteira, isso acontece todos os dias e ninguém dá a menor atenção. Ô gente desatenta... –murmurou. – Pra reparar nos outros e nos “defeitos” do que eu faço todo mundo tem tempo.
Já sei! –animou-se. –Um ser humano perfeito, sem qualquer traço de egoísmo, sem... Peraí, pô! Isso eu to cansado de fazer! As pessoas já nascem todas, de certa forma, perfeitas, até mesmo aquelas que se julgam deficientes. A verdadeira imperfeição vem depois, com essa educação viciada, impensada, preguiçosa. E aí já não é comigo. Ainda bem que inventei o livre arbítrio pra ninguém reclamar.
Achou graça da situação e deu uma sonora gargalhada, logo abafada por alvas mãos.
Afinal, Deus não poderia sair gargalhando por aí. Já pensou como se sentiriam aqueles que acreditam num Deus severo e vingativo? Seria uma grande decepção para eles. Possivelmente até pensariam se tratar de um impostor. Onde já se viu um Deus que ri e se diverte –exclamariam. Não, não pode. Deus é perfeito. Como se demonstrar felicidade fosse um grande pecado. Talvez os artistas tenham a maior culpa por esse pensamento. Alguém aí já viu um santo, um Cristo ou até mesmo um Deus retratado com expressão alegre? Dá a impressão que todos eles apenas sofreram durante todos os seus dias, sem nenhum momento de alegria, de satisfação pela vida. Talvez seja por isso que muita gente tenha até um certo medo de ser bom. Parece que para ser boa a pessoa tem que sofrer, que é impossível ser bom sem sofrimento, sem dor, sem humilhação. Olhe para as expressões dos santos e veja se não é verdade.
Mas voltando ao Deus inspirado, lá estava ele pensando com seus botões, que não eram poucos naquele roupão alvo e longo. Sem conseguir se definir por algo que O contentasse, batia compassadamente com a régua sobre a escrivaninha, concentrando-se em pensamentos vagos, entrando num estado de semicochilo profundamente agradável. Talvez reflexo do cansaço. Afinal, com tanta gente querendo se retratar o trabalho era quase ininterrupto. –Ainda bem... –pensou.
Pouco tempo depois o cochilo de Deus virou um pesado sono. Roncando e babando sobre o braço, debruçado em sua escrivaninha, tirava o sono dos anjos. E com isso o mundo entrou em estado de graça. Por alguns instantes a natureza silenciou, os mares se acalmaram, tempestades deram pausa, vulcões, furacões, ciclones, tudo experimentou uma calma nunca vista. Só os homens, sua mais perfeita criação, não deram a menor importância ao momento, enquanto a vida celebrava a inspiração divina. E foi nesse clima celestial que Deus teve um sonho. Não um pesadelo, não um sonho desconexo, mas um sonho que respondeu aos seus anseios e, finalmente, num brado de alegria despertou.
-Agora sim! Gritou enquanto enxugava a baba nas longas e largas mangas do roupão. –Finalmente encontrei a resposta! Agora sim vou fazer algo grandioso para ficar na primeira página de meu portifólio.
Sem notar a natureza que voltava ao seu ritmo normal, empolgado pela inspiração que lhe foi concedida em sonho, o Criador colocou mãos à obra imediatamente, dando o melhor de Si na sua mais nova e perfeita criação. E assim Deus começou, inspirada e lentamente, a elaborar cada um dos meus amigos.

Foto de Deni Píàia

Do outro lado da vidraça

Lado A

Entrelaçando-se à árvore nua o vento uivou um tom acima do habitual. Trouxe com ele folhas secas, sensações molhadas, lembranças amargas. Do outro lado da vidraça a mulher, cúmplice, com seu coração seco, face molhada, um gosto amargo na boca que ansiava por outra boca. Via na árvore seus próprios braços a se agitarem em desespero, o desespero dos abandonados, tentando se agarrar ao rastro que ficou. Nem viu o tempo passar convidando-a para seguir com ele. Preferiu o conforto da autopiedade ao incômodo da verdade.
Do lado de fora, bem próximos à arvore, dois olhos mergulhados em arrependi-mento esperavam ser notados. Absorvidos pelo medo do regresso, pela incerteza do acolhimento, aguardavam que a fantasia do reencontro se realizasse por si só. O medo... Sempre o medo. E ninguém notou que tudo estava do outro lado da vidraça.
O vento fechou a janela para, em seguida, abrandar. Cada um voltou ao seu mundo e, tristemente, tudo virou rotina outra vez.

Lado B

Uma árvore nua colocava-se entre ele e a janela atrapalhando a visão. E para piorar, o vento barulhento que enchia a atmosfera de poeira, folhas secas e pingos de uma chuva que prometia não desabar. Muito pior, porém, era o nó na garganta, a boca seca, os olhos encharcados que procuravam a visão tão esperada de alguém do outro lado da vidraça. Pensou no tempo passado que, certamente, já teria apagado seu rastro deixado quando foi embora, quando preferiu seguir em frente, buscar algo que nunca soube o que era, não se dando conta da besteira que fazia. Agora só o medo da volta, da rejeição.
Lá dentro um rosto quase colado à vidraça, dois piedosos olhos inundados de arrependimento por nada terem feito, aguardando por um retorno que parecia tão distante. Quanto sentimento guardado! Mas o tempo atrapalhou tudo e eles não se notaram.
O vento fechou a janela para, em seguida, abrandar. Cada um voltou ao seu mundo e, tristemente, tudo virou rotina outra vez.

Foto de Deni Píàia

Um segredo

Sei que estão todos ocupados
Sem tempo para ouvir meus sonhos,
Mas confiança ou sem fiança
Vou fiando esse caminho,
Tecendo a minha teia,
Costurando em minha veia
Impressões que não convencem.
O nada me apavora,
O tudo me apavora,
A imensidão me apavora,
A rejeição me apavora,
A sirene na noite me apavora,
A eficiência do mau me apavora,
O silêncio do bom me apavora.
Ora! E quem se preocupa com isso?
Estão todos pré.ocupados.
Alguém sempre sai machucado
Quando existe um vencedor.
O orgulho estampa a cara do afortunado
Difícil engolir essa dor.
O que você mais teme vai enfrentar um dia.
Rejeição é espinho que não lhe deixa dormir.
Viver é acordar de uma fotografia
E esperar a noite para lhe consumir.
Alguém sempre sai machucado
E a cicatriz da alma não sara.
Nunca mais vi o dia amanhecer nos seus olhos
E o seu sorriso refletindo o sol
Não sorriu mais para mim.
Viver é bom ainda assim.
Vou desvendar um segredo:
Eu existo!
Mesmo que ninguém note, eu existo.

Foto de Deni Píàia

Águas

Vou mergulhar nessas águas
Sem medo de me afogar.
Se acontecer... E daí?
Vale a pena arriscar.
Quero nadar e sorver
Cada gota do seu pesar.
Vou mergulhar nessas águas
Que brotam do seu olhar

Páginas

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