eu queria escutar a sua voz
dizendo que tudo vai ficar bem
dizendo que o tempo não matou
o nosso amor que um dia existiu
quando precisei te procurei
pensei que fosse entender
mas percebi que tudo mudou
e eu não posso mas me apoiar em voce
o que mais temi aconteceu
as nossas diferenças se tornaram maiores
e vão continuar a existi
será que a cerca da alienação nos separara?
eu gostaria de voltar a ser criança
aproveitar o tempo que tivemos junto
mas não da existi uma linha invisível que nos separa
a triste cerca de arame farpado que me faz sangrar
vi seus recados,eu fui substituída então
o que eu posso dizer te julgar como me julgou
não eu apenas rezo para que quando eu esteja longe voce não perceba quem errou
O caminho de ferro de São Vicente
Está muito fortemente delineado
Na imagem sem trilhos dos dormentes
De madeira a muito na areia fixados
E que deixaram no leito marcado
Seu trajeto e mesmo que se tente
Disfarçar de onde foram retirados
Eles aparecem muito latentes
Nas fotos aéreas e no solo escarpado
Dos morros pelos quais passava rente
Às rochas e no túnel escavado
Na divisa das cidades proeminentes,
Passando então o túnel a ser chamado
De ”José Menino”. Ida a São Vicente.
(DIRCEU MARCELINO)
“VIAGEM DE TREM”
Lá vem a Maria Fumaça...
Trazendo e levando saudades...
Por onde ela passa!!!
Por toda a composição...
Esta espalhada à esperança...
Em muitos corações!!!
Lá vem o trem de ferro...
Carregado de sonhos...
De sentimentos sinceros!!!
Na beira das estações..
Tem crianças brincando...
Se enchendo de ilusões!!!
No apito do trem amigo...
A cabeça viaja...
Num grito contido!!!
O amor, que ainda não voltou...
É esperado na rampa, com todo fervor!!!
Lá vem a Maria Fumaça...
Trazendo a alegria...
Por onde ela passa!!!
Chuck,chuck, chuck, lá vem a Maria Fumaça,...
Espalhando noticias por onde ela passa!!!
(Viajar de trem faz parte do imaginário de toda criança...
Portanto permaneçamos criança enquanto durar nossas vidas...
Porque na vida de cada criança, não pode faltar esperança...
E nem uma viagem de trem!!!)
Dos passageiros do meu trem
muito poucos desembarcaram,
Mas, naturalmente,
No instante designado
Por Deus.
Como meus pais.
Mesmo assim a saudade dói
E aperta meu peito,
E me faz pensar:
O que devo fazer?
Bem...
Eu faço uma contínua viagem
Mesmo que ela seja imaginária
Eu viajo por muitas plagas...
Mas as que eu gosto
São aquelas das lembranças
De minha infância.
Algumas se transformaram em miragens
Outras vejo nas imagens
Das belas paisagens...
Posso vê-las nessas viagens
Da janela do meu carro
Ou então na memória remota de meu inconsciente
Eis que neste sinto-me que estou perto de toda gente
Que amo e amarei.
Desse modo só desembarco
Na estação certa...
Como meus pais...
Sou feliz
Pois, embarcaram os meus filhos...
Os meus netos...
Os meus amigos
E amigas...
Sim, essas pessoas queridas
Que viajam comigo...
Ao mesmo tempo,
Na longa estrada da vida...
"Embora não estejam todas ao meu lado,
Exatamente,
Nada nos impede de com alguma dificuldade,
Atravessarmos para o vagão da frente
E olhá-los nos olhos e conscientes
Cumprimentá-los com o olhar,
Com sorrisos,
Trocarmos algumas palavras,
Mesmo que não viajemos no mesmo carro que eles,
Viajamos ao mesmo tempo
Ou no carro da frente"
Ou no de trás,
Não importa...
Fazemos todos...
A viagem da vida
Ao mesmo tempo...
Então o que faço:
Viajo no trem da saudade
O mesmo trem que guio desde menino...
É o meu trem...
Solta muita fumaça
Fumaça branca da saudade
Às vezes sai um pouco de fumaça negra
Mas ela se desvanece com a brancura
Da fumaça do meu trem
Que é pura...
Como meus pensamentos