AO AMIGO ODAIR ORTIZ

Ontem ao vê-lo no Forum, com aquela longa barba branca, como se fosse um "Papel Noel", parei e refleti.
Passou um filme por minha cabeça em minutos.
Toda nossa estória de vida.
Desde nossa infância, adolescência, juventude, época em que servimos juntos ao Glorioso Exército Brasileiro, da bomba que matou um de nossos colegas em pleno Quartel General, do caminhão que tu dirigias e no qual eu estava estava na carroceria, de nosso Curso de Delegados de MS, e nossa vida de Delegado no mesmo Estado, de nosso retorno, de nossa musa, da nossa atual militância e agora te vejo ali escrevendo no computador uma petição, mas eu queria entender, porque está sem óculos.
Antes você tinha a mania de deixar à vista seus lindos "olhos azuis" , mas agora não precisas mais, és bem casado, com uma mulher lindíssima, tem filhas lindíssimas, pare com isso rapaz, ponha o óculos. Bem, este pedacinho é uma brincadeira, pois você sempre foi mais picante nelas.
Também, é próprio das nossas brincadeiras te obrigar a ler esta poesia aqui.
Eu a escrevi em cima de um morro em Naviraí-MS, quando la permaneci mais de 12 horas escondido dos bandidos que queriam me matar.
Veja, não lhe precisei entregar.
Pois estou vivo.
Como você, também está
Por isso tomei a liberdade de publicá-la aqui.
Talvez, eu não tivesse coragem de lhe entregar pessoalmente, sei que choraríamos, e de repente, se algum de nós morre de emoção, né?
Aliás você disse que pederia para sua filha votar.
Então eu peço, para ela agora. LEIA. Conforte o velho e deixe ele ver esta CARTA, esta poesia, se estiver bem, não quero que ele morra antes de mim.
Mais uma coisa. Vou escrever uma prosa com o nome de ERAM DOIS AMIGOS INSEPARÁVEIS, e até hoje, Graças a Deus, nenhum dois o destino levou...
Obrigado.