Dinamene (Luís de Camões)

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Ah! Minha Dinamene! Assim deixaste

Quem não deixara nunca de querer-te!

Ah! Ninfa minha, já não posso ver-te,

Tão asinha esta vida desprezaste!


Como já pera sempre te apartaste

De tão longe estava de perder-te?

Puderam estas ondas defender-te

Que não visses quem tanto magoaste?

Nem falar-te somente a dura Morte

Me deixou, que tão cedo o negro manto

em teus olhos, deitado consentiste!

Oh! Mar! oh Céu! oh minha escura sorte!

Que pena sentirei que valha tanto,

Que inda tenha por pouco viver tanto?

Luís de Camões (1524-1580)

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