angústia

Foto de Cecília Santos

CALEIDOSCÓPIO

CALEIDOSCÓPIO
#
#
#
Quando me separei de você.
Senti minha vida morrer lentamente.
Consumida por uma dor atroz.
Tentei agarrar a salvação.
Pra mim... pra nós!
Mas foi tudo em vão.
Um redemoinho, me arrancou do
chão e me atirou na escuridão
Girando, girando, como um peão.
Como folhas secas espalhadas
pelo chão sem vida.
Fiquei sem direção...
Fiquei na contra mão...
Fiquei sem ar...
Fiquei sem voz...
Apararam as minhas asas
tão rentes ao meu corpo.
Que eu não voava mais.
Eu só fazia cair num abismo negro.
Que me tragava lentamente...
Que consumia minhas forças...
Que consumia minha vontade...
Depauperava meus pensamentos...
Em minha cabeça se instalou
um gigantesco caleidoscópio.
Em suas variáveis cores eu me perdia.
Num turbilhão de imagens retorcidas,
nada mais eu distinguia.
Separação lancinante...
Coração em pedaços...
Alma lastimosa...
Lágrimas de tristeza, e dor.
Copiosamente derramadas por você!

Direitos reservados*
Cecília-SP/03/2008*

Foto de carlosmustang

DESAPEGO

Triste sina, a solidão
Sem nada, ao ar
Num mundo de indecisão
Somente resta, brincar
Adornar, a desilusão
Triste, frio, conformado
Só um órgão o coração
Vou-me, sem ninguém ao lado
Não quero muito, só o que me mantém
E o sol ao rosto, o que me faz tão bem
Me faz à sentir, naquele momento
Que , o nobre sentimento, é conhecer
Verte então, uma beleza
A noite sempre chega
Seguro, às suas mãos
Me sinto mais forte
E valeu, ser, eu ser...
Não temo então a morte.

Foto de Sonia Delsin

VEM ME FALAR.

VEM ME FALAR.

Um dia, Pedra Roxa, tanta força tu me deste.
Me falaste.
Me tocaste...
O coração.
Pedra Roxa.
Hoje estou triste.
Te precisando...
...De novo.
Pedra Roxa. Vem me falar...
Vem, meu amigo.
Vem me aconselhar.
Vem me ajudar.

Foto de psicomelissa

vale a pena ?

O PREÇO DAS ESCOLHAS SÁBIAS

Maria Eduarda hoje sentiu intensamente a dor e o vazio que sua escolha extremamente recheada de sabedoria, permanecer solteira para apenas investir em alguém que tenha as mesmas intenções que ela.
Mas o vazio invadiu o ser de Duda que fez com que ela se questionasse sobre o fato de não ser mais muleta afetiva de ninguém e nem permitir –se receber apenas migalhas de afeto.
Porém quando Duda tomou esta sábia decisão jamais imaginou que o fato de permanecer solteira e sem rolos, para elevar seu ego até as nuvens, teria uma conseqüência antes não avaliada: o preço alto a ser pago, solidão.
Curioso, o Sr. Café até compadeceu por sua amada amiga, pois está nítida a dor e o vazio presente no EU de Duda, ela uma mulher tão especial, onde busca ser cada vez mais perfeita, mantendo o equilíbrio entre as tradições antigas e os hábitos modernos, despida de preconceitos.
Uma mulher rara, especial, não deseja ser uma madame, que se submete a ser mantida por um homem e conseqüentemente ter sua liberdade tolhida. Tamanha ousadia e dedicação infelizmente não a fazem ser plenamente feliz , porque sua vida afetiva anda anestesiada.
Não por ser simplesmente uma escolha de permanecer solteira, mas por exigir qualidade , por almejar ter um relacionamento sincero e onde o compromisso não seja um problema ,mas um desejo mútuo.
Cumplicidade e crescimento estão subentendidos , mas o Sr. Café sabe como o que Maria Eduarda almeja também é raro como ela, o que dificulta a conquista da sua felicidade plena.
Sabemos que Duda vive uma fase linda , onde sua vida profissional está no caminho do auge desejado por ela. Sua maturidade como mulher e como pessoa está cada dia melhor.
O Sr. Café ousa dizer: o que dependia dela foi praticamente tudo feito, porém seu companheiro ideal parece que tomou chá de sumiço. Por onde andará este príncipe desaparecido, será que está trancado numa torre como Rapunzel.
Sr. Café sempre diz pra Duda que o sofrimento vivido por ela , também é vivido por este homem tão especial e que anda pedindo pra ser resgatado , ele vive a clamar por sua companheira que lhe completará.
Sua esperança provavelmente também anda oscilando, afinal ele observa a vulgaridade e futilidade que muitas mulheres hoje em dia se submetem pra não ficar sem seu macho, rebaixando um relacionamento belo e singelo em algo animalesco e vulgar.
Pessoas raras, diria o Sr. Café ,com suas manias e excentricidades convivem no mundo atual mas sempre sentem –se deslocadas , pois sabemos que respeitar o outro já é difícil quanto mais o desejo /ou gosto diferente que seu semelhante possa ter.
Oxalá ... Este vazio de Duda possa vir a remi –lá de todos os seus defeitos e falhas.
Tudo está nas mãos do Sr. Destino e seu amigo, Sr. Tempo. Só resta aguardar e torcer para que Maria Eduarda não perca a esperança e permaneça fiel ao que se propôs independente do preço a ser pago.

Foto de carlos alberto soares

as cartas e as fotos

Rasguei as suas cartas,
rasguei também as suas fotos,
mas antes, li as cartas,
antes, vi as fotos.

nas fotos
a vontade foi chorar,
nas cartas também.

Nas cartas, vi muita mentira,
nas fotos muita cumplicidade,
nas cartas, vi palavras,
nas fotos vi olhares.

nas cartas e nas fotos,
os gestos estavam mortos.

das cartas tive medo,
das fotos muito mais,
nas cartas e nas fotos
vi segredos que não quero ver mais.

você mentiu nas cartas
nas fotos,
fez cumplicidade com seus olhares.

Das cartas e das fotos,
só restam as cinzas,
rasguei e queimei,
suas cartas e suas fotos.

Das fotos e das cartas,
não tenho raiva,
da temperatura do seu corpo,
tenho mágoas.

guardo mágoas por me ferir,
quardo mágoas, por me mentir,
rasguei as cartas e as fotos,
para não ter de te sentir.

Foto de Gideon

A Solidão e o Celular

Bip do celular. A Solidão tomou um susto.

- Afinal, quem ousa invadir a minha guarda. Pensou ela, rapidamente
Outro bip no celular. Ele, o celular, está lá, sempre bem perto de mim. Não sei pra quê. Não toca nunca. Vazio, feio, sem graça e sem capa. Bateria já meio fraca, mas está lá. Ganhei de presente de amigo que queria me achar. Reclamava que nunca me encontrava. A bem da verdade, ele já estava na estrada de ida, mas era amigo de coração.. Cruzou por mim e se tornou amigo, mas o seu destino era lá pro outro lado… bom amigo.

Bip novamente. Outro susto na Solidão. Ameaço atender o celular. Ela fica ali, olhando e tentando ouvir. Má educada. Que coisa!. Apanho o celular. Ela se apressa em chamar sua irmã, a Decepção. Esta, cheia de liberdade, arranca-o de minha mão.

Ah sim, deixa-me contar. A Decepção é irmã mais velha da Solidão. No início eu a estranhava. Tinha cara feia e jeito de debochada. Não ia muito com a sua cara. Mas, enfim, a Solidão, minha velha e boa companheira de longos anos, queria, que queria me apresentá-la. Enfim, um dia cheguei cansado e desesperado. Lá estavam elas. A Solidão ao lado da Decepção me esperando para dar-lhes um pouquinho de atenção. Disse-me ela, mais tarde, que desde cedo estava ansiosa para a minha chegada. Já vinha insistindo com a sua irmã, há tempo para vir morar conosco.

Neste dia, lembro bem, eu estava me despedindo de coisas que tanto acreditava. Que tanto me fizeram feliz. E que, agora, ruíam, acabavam e transformariam profundamente a minha rotina. Meu coração estava ferido. Não tanto como hoje, mas era o início de uma ferida profunda...

Bem, mas como eu ia dizendo, sentei-me no sofá, como sempre fazia quando chegava em casa pra acolher a Solidão। Levantei os olhos, assim meio sem vontade de cumprimentá-las. Não queria mesmo me tornar íntimo da Decepção. A Solidão me bastava e já fora difícil aceitá-la na minha vida. Já havíamos conversado longamente sobre este assunto. Estava vivendo um momento que parecia feliz, e na minha vida não teria espaço para mais ninguém. A Solidão, sim, esta eu já me convencera que jamais me deixaria apesar de várias tentativas frustradas no passado. Ela é muito insistente, e parece um carrapato. Quando gruda não quer sair nunca mais, mas pra dizer a verdade, uma grande companheira.

Eu estava muito pra baixo naquele dia, somente queria o aconchego da Solidão. Queria estender-me no sofá, com a roupa do trabalho mesmo. Pegar uma coberta bem pesada, ligar a Tv, abraçar-me com a minha Solidão e ficar ali, esquentando da tarde fria, quieto, durante horas e horas, até dá fome e ter que levantar pra comer alguma coisa…

Mas lá estavam as duas. Não tive escolha, estendi a mão direita, torcendo para que o peso do meu antebraço logo fizesse a minha mão escorregar do cumprimento indesejado, mas a danada da Solidão, deu pulinhos de alegria e também agarrou a minha mão. Agora as duas sacudiam o meu braço como adolescentes brincalhonas.

Enfim, a Decepção estava devidamente apresentada a mim. Besteira minha, essa indisposição de fazer novos amigos. A Decepção se mostraria, mais tarde, uma grande amiga e companheira. Ciumenta que só ela, mas enfim, amigona do peito. Agora eu teria de acomodar as duas. Imaginem, duas criaturas na minha vida. Bem, mas dizem que pra tudo na vida tem um jeito. E tem mesmo. Hoje já não a estranho mais. Até me acostumei com elas. E quando elas não estão por perto sinto muita falta.

Bem, mas voltando para a história do celular, que eu já ia esquecendo, ameacei resgatá-lo das mãos da Decepção. Mas aí desisti e pedi, com um gesto no rosto, para ela me ajudar. Ela, feliz e com cara de vencedora e debochada, que insiste em fazer nessas situações, agora já super íntima, claro, riu no canto da boca.
Sabe aquela cara que dá ódio quando alguém a faz para a gente? Pois é, ela é especialista nisto. Estendeu o celular para eu ver. Olhei. Não consegui distinguir bem quem era.Ela, com aquela postura desengonçada de debochada. Pezinho esquerdo batendo no chão. Braço esticado na minha direção, e com o celular em riste. A outra mão na altura da cintura, ria, mas não muito, ria com aquela carinha de debochada mesmo, como eu disse. Ela já tinha olhado, meio de soslaio, para ver quem era, ciumenta do jeito que sempre foi..

Como eu disse, não consegui enxergar bem, mas fingi que não me importava em saber quem era, e continuei fazendo a minha partitura no Encore. Ela, chata e insistente do jeito que sempre foi e sempre será, levantou mais ainda o celular para eu ver, virando o rosto ligeiramente para o lado...

A Solidão se intrometeu, esticou o rosto e apressou-se em me dizer com a voz pausada e de deboche.

- É a Te-le-mar… Men-sa-gem da Te-le-mar…

Era mesmo a Telemar. Sabe aquelas mensagens chatas que ela insiste em nos enviar, como se tivéssemos tempo e dinheiro para ficar entrando em seus joguinhos idiotas, feitos por programadores idiotas, e concebidos por analistas mal pagos da Telemar… idiotas também!!?.

Calma, calma, calma e calma… É isso, ufa! Sempre que a Telemar subestima a minha inteligência e importância eu fico assim. Irritado.

Espera aí! Eu disse Inteligência? Importância? Não, não disse, ainda bem, só pensei. Senão as duas, iriam me chavecar a tarde inteira. Bem, mas enfim, era a Telemar! Fingi que não via a Solidão ali, parada, pertinho de mim e esperando alguma reação.. Mas a danada, sei lá como, conseguiu perceber a minha cara irritada, e fez questão de dizer em voz alta para eu ouvir…

- Você não tem amigos, seu bobo… quem poderia ser?

Ameacei, com raiva, sem olhá-la, dar-lhe um peteleco.! Ela deu dois pulinhos para trás, se juntou à Decepção, que já tinha se afastado para recolocar o celular no lugar, e ficaram repetindo…

- Você não tem amigos, seu bobo..
- Você não tem amigos, seu bobo..

Fiquei em silêncio, fingindo não ligar. Com um sorriso sem graça, e sem graxa, no canto da boca. Teclava o “j” repetidamente na partitura do Encore, meio esperando elas se irem para continuar o meu trabalho.
Veio-me a lembrança um quase amigo que fizera, dias desses. Deu vontade contar para elas, só para matá-las de raiva.…

Até conversei uns minutos com ele, lembrei. E, p-e-l-o c-e-l-u-l-a-r… Deu vontade falar assim, soletrando mesmo. Para deixá-las morrendo de raiva…
Acho que elas perceberam que eu não estava bem, e então a Solidão se aproximou devagarinho, com medo de outro peteleco, e.chegou bem pertinho. A Decepção também veio, me olhando pelos ombros da Solidão. É sempre assim, quando uma se aproxima, a outra acha que tem o direito de participar, e para piorar tudo, sempre combinam as coisas contra mim. Ufa, que raiva que tenho delas, nunca se desentendem por nada. Enfim, a Solidão me perguntou..

- O que foi Gimago, você quer dizer alguma coisa e não está conseguindo?
Então eu disse. Tomei coragem e contei..

- Vocês são umas idiotas mesmo. Dia desses quase fiz um amigo, suas bobas...

Elas recuaram olhando uma para a outra sem acreditarem. A Decepção ainda com aquela cara de deboche, e a Solidão com a cara de espanto exagerada que sempre faz.. Perguntaram-me, quase em coro…

- Quando foi isso. Qual o nome dele?

Eu, relutei, gaguejei, mas tinha de dizer, senão iria passar por mentiroso. Disse meio que enrolando as palavras, para elas não entenderem…

- Foi um tal de E-n-g-a-n-o…

Elas ficaram sem ação e em silêncio. A Solidão quebrou o gelo, olhou para os lados, e disse para a Decepção..

- Acho bom a gente deixar ele um pouco só…

E se foram, não para muito longe, pois sabem que eu preciso delas em todos os momentos.

Foto de Sonia Delsin

AH, VENTO! AH, VENTO!

AH, VENTO! AH, VENTO!

Por você eu sofro.
Sofro.
Tem horas assim...
Que o vento o traz pra mim...
Noutras o vento o leva.
Carrega o meu amado.
Me pergunto.
É pecado?
É um acerto do passado?
Ah, vento!
Ontem eu cantava e ria.
Hoje meu peito está apertado.
Sinto uma agonia.
Sempre pensei que o amor só trouxesse alegria.
Por que não posso ficar em sua companhia?

Foto de Mentiroso Compulsivo

Insustentável Segredo

.
.
.

Sentei-me ao lado do meu insustentável segredo,
Aprisionado nas raízes profundas da minha mente.
Ébrio demente que se esconde num vazio degredo.
Interrogando-me da razão porque estou inconsciente.

São tantas as noites como esta que discuto com a morte,
Do excesso de querer viver num silêncio sufocado pela dor,
Trazida por ventos insalubres, emergentes do ontem sem sorte.
Singrando sobre o mar de sangue do meu corpo sem amor.

A alegria frágil dos meus sonhos traz de novo a noite imperfeita,
Herdando revoltas do além, do supérstite veneno que resiste.
Procuro, revolto-me, grito… trago os nervos como suspeita,
Do vidro que existe a fazer barreira entre o alegre e o triste.

Esta ainda não é a noite magistral para sucumbir à vida.
Discurso espavento com o sono tentando lograr a paz,
Abrem-se-me as minhas veias desta existência vazia,
Assassinadas pelo incêndio dos sentidos, do corpo que jaz.

Jorge Oliveira 10.MAR.08

Foto de Daemon Moanir

Erros e desculpas...

Estou a morrer por dentro,
Porque sinto que te falhei.
Sei que te desgostei
Mas o tempo não volta atrás…

E o tempo, esse, está sempre em falta,
Quando quero falar contigo,
Dizer-te que penso demais em ti
E dizer que por ti m'enamorei.

Talvez não passe de um insensato,
Estéril é certo, mas inato,
Porque te vi e não pude fechar meus olhos.

Lembra-te apenas que o louco que vês
É o louco que te gosta e quer
É um louco que se fez, por ti, assim.

Foto de Paulo Gondim

Simulação

SIMULAÇÃO
Paulo Gondim
06/12/2006

Vivemos por viver
Por comodismo falso
Já que nada mais resta
Nesse fim de festa
Que são nossas vidas

A felicidade do encontro
Deu lugar à indiferença
E com ela, veio a descrença
O faz-de-conta, a simulação

Já não sinto melodia em tua voz
Mas, prenúncio de conflito
E por assim ser, reflito
Se há remédio para nós...

E nesse triste simulacro
Que se tornou nossa relação
Contrito, eu me peço perdão
Por não ter força nem coragem
De romper a farsa
Sair dessa desgraça
E apagar de vez essa imagem
Que insiste em se mostrar
Nesse espelho fosco, antigo
Que são meus dias contigo

Páginas

Subscrever angústia

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma