dor

Foto de Marilene Anacleto

Negritude

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Roubaram a minha vida
Arrancaram-me de meus queridos
Separaram-me da minha fé
Tiraram-me o sobrenome
E até disseram que não tenho alma.

Trabalhei de sol a sol
Para que tiveste o melhor
Usei trapos, ou muito pior

Carreguei enormes cargas
Para que tivestes estradas
E eu nem saí do lugar

Plantei sementes, frutos colhi
Para te saciar antes de dormir
E muitas vezes eu não comi

Criastes um padrão de beleza
De brancos e magros. Tristeza!
E são mais belas as nossas negras.

Amamentei todos os teus filhos.
Aos nossos, nenhum carinho,
Afastavam de nosso convívio.

Hoje sou músico, professor, poeta,
Empresária bem sucedida, atleta,
Advogado, arquiteto, escritor
Mas não sou julgado pelo meu valor.

Não quero gratidão, quero respeito,
Quero a educação a que tenho direito
Quero o progresso ao qual me dedico
Porque escolhi este País para criar meus filhos.

Marilene Anacleto

Foto de Paulo Gondim

Dor ilógica

DOR ILÓGICA
Paulo Gondim
08/05/2011

A dor ainda lhe rompe o peito
A mãe chora a perda amarga
São lágrimas que não secam
Dor que o tempo não apaga

No desolado impacto da morte
O mundo sobre ela desabou
O corpo fio, agora inerte
É o que resta do filho que gerou

E em cada lágrima derramada
O sangue sai de cada entranha
E com ele, toda esperança
Que se vai nessa dor tamanha

É o contrário da lógica
O ouro que perdeu o brilho
Não há dor maior que essa
A mãe enterrar seu filho

Foto de Luiz Islo Nantes Teixeira

A DOR CORRENDO COMIGO

A DOR CORRENDO COMIGO
(Luiz Islo Nantes Teixeira)

Existe uma dor correndo atras de mim
E ela me segue em qualquer lugar
E uma saudade sem fim
Que sinto de teu olhar

Ela espanta o meu justo sono
E logo me espreita no meu despertar
Qual o conforto de um abandono
Quando existe tanta dor no meu olhar?

Encosta e beija
E mostra a sua paixao
Ou me xinga e deixa
Que eu morra na solidao

Ha esta dor correndo atras de mim
E eu nunca poderei vence-la
A nao ser que o comeco vira o fim
E pra sempre possa abraca-la e mante-la

Cada passo da minha jornada
E somente para a dor despistar
Mas em cada esquina dobrada
La esta ela me esperando chegar

Encosta e beija
E mostra a sua paixao
Ou me xinga e deixa
Que eu morra na solidao

Cada montanha que conquisto
Antes que eu finque a bandeira
Para coroar meu feito
Surpreso eu desisto
Quando sinto a dor amargando meu peito

Existe uma dor correndo comigo
E chegaremos juntos no fim da corrida
Que descanso tenho no meu abrigo
Quando nao posso te-la na minha vida?

© 2010 Islo Nantes Music

Foto de Carmen Lúcia

Maria

Oh, Mãe de Deus!
Abraça-me, conforta-me,
oferta-me o colo teu...
Enxuga minhas lágrimas,
sejas meu Cirineu...
Acaricia minha alma,
tua presença me acalma...
Vejo-te envolta de luz
quando cerro os olhos meus
e te imagino assim...
Perto de mim!
Sei que lês meu coração
e o que te rogo
não será em vão...
Envolve-me em teu manto,
inviolável, sacrossanto.
Entrego-te minha vida...
Cura-me as feridas,
oh, consagrada Maria...
És a minha poesia,
a minha alegria,
a minha Ave Maria!

Carmen Lúcia

Foto de Carmen Vervloet

AMOR TAMBÉM É COMPROMETIMENTO

Era primavera. A exuberância das flores encantava os olhos. Dias amenos, onde a esperança pulsava no coração e a alegria dava um brilho mais intenso ao olhar. Lembro-me bem, final de setembro de 2006.
Nos palanques os mesmos discursos, as mesmas promessas criando uma falsa expectativa para o povo sofrido. Era véspera de eleição, tudo iria mudar para sempre. Hospitais seriam reformados e aparelhados, outros tantos seriam construídos, escolas para todos, desemprego coisa do passado, alimentos fartos, violência eliminada. Os jornais repletos de notícias de programas políticos brilhantemente desenhados em papel.
Maria que catava jornais para sobreviver, nem sabia destas notícias. A pobre coitada era analfabeta, provavelmente por falta de oportunidade, já que Maria não fugia à luta. Os jornais serviam-lhe apenas para conseguir alguns míseros “trocados” para matar a fome da família e, sobretudo para agasalhar seus filhos nas madrugadas mais frias. Eram lençóis, colchões e travesseiros para sua família que vivia sob uma ponte. Pobre Maria! Pobres crianças! Maltratadas, sofridas, criadas nas ruas, esmolando nos semáforos. Maria sofria, Maria chorava! Era analfabeta, miserável, mas amava seus filhos! E como amava... Lutava como uma leoa para proteger suas crias. Lutava e padecia, porque nem o mínimo conseguia. A fome espreitava com olhos de insídia.
Passaram-se dois anos e as promessas se perderam ao vento, os programas não saíram do papel. Os políticos eleitos desviando dinheiro numa corrupção jamais vista no nosso amado Brasil. Dinheiro em cueca, dinheiro em meias, dinheiro em malotes, em cofres residenciais, contas em paraísos fiscais. A impunidade reinando. E Maria continuava lá, na mesma vida miserável. Paulo, o filho mais velho, envolveu-se com drogas e morreu assassinado numa esquina de um bairro nobre da cidade. Teve a cabeça esmagada por uma pedra. Antonio, o filho caçula, morreu de uma simples pneumonia, nos corredores de um posto de saúde por falta de atendimento. Subnutrido não resistiu à doença.
Então Maria, na sua imensa dor disse: Homens, onde está o amor? A vida é dádiva de Deus e todos têm o dever de respeitá-la. Sou pobre, mas sou gente! Tiraram-me dois dos meus três únicos tesouros. Por negligência, por egoísmo, por crueldade, por falta de sensibilidade! O coração de vocês é de pedra! Foi esse coração de pedra que esmagou a cabeça do meu menino. Foi esse coração de pedra que não deu a ele a oportunidade de uma escola, de uma profissão. Foi também esse coração de pedra que desviou o dinheiro destinado à saúde. Vocês mataram meus filhos. Assassinos! Assassinos! Assassinos! E saiu desnorteada pelas ruas, seguida de Pedro, o filho que lhe restou.
Os jornais deram grande destaque ao fato, que logo foi esquecido. E tudo continuou do mesmo jeito. O desamor reinando nos Palácios, os corações secos da seiva do amor. A sujeira cercando a consciência de quem por falta de amor não quer contribuir para a evolução do ser humano, trapos, num monte de lixo.
Neste Novo Ano que se inicia vamos colocar em nossa lista de desejos o nosso pedido a Deus para que ilumine, oriente e guie nossos novos dirigentes para que elevem suas consciências para essa realidade tão triste e feia e que se comprometam de fato para que a fome, a miséria, o analfabetismo, a violência sejam extirpados de vez do nosso rico e amável Brasil. Que possam merecer verdadeiramente a confiança do povo que os elegeu. Assim seja!

Carmen Vervloet

Foto de Carmen Vervloet

ROSA ENCHARCADA

Manhã tão chuvosa e acinzentada!
E eu vi e ouvi chorar a rosa
trêmula e sozinha lá no jardim...

Carmen Vervloet

Foto de Carmen Vervloet

PROTESTO DA ALMA

No estalo do meu grito
perdendo-se no infinito
o meu coração implora
para que se comece nova história.
Uma história em outra dimensão
onde honestidade, ética e liberdade,
sejam de fato verdades
num mundo onde tudo mudou.
Onde só o poder tem valor...
E nós só temos o que resta... dor!
Os valores foram invertidos
foram todos corrompidos
pelo peso do vil metal.
O Poder se tornou canibal,
animal irracional!
Perdeu a alma
e nós a calma!
Está roubando a esperança
dos jovens, velhos e crianças!
Diante de tanto desengano
grito... reclamo...
E proclamo para que se faça verdade
esta ilusão!
Neste Brasil sem dimensão,
onde a medida é o nosso amor.
Este Brasil de céu anil,
este Brasil cheio de cor,
este Brasil ensolarado,
este Brasil tão amado!
Este Brasil gigante
destruído por ganância alucinante.
Quero de volta os reais valores,
guerra aos impostores!
Quero a honestidade, a ética, a verdade...
Quero para os corruptos, punição,
quero paz e oração.
Quero homens exemplares,
quero fartura nos lares...
Quero para todos, educação,
quero o país em evolução...
Quero homens idealistas
e não meros alpinistas.
Quero voltar a ver o sorriso
acendendo os rostos...
Quero os corações iluminados
batendo de alegria, acelerados!
Quero voltar a ver em cada par de olhos,
a esperança!
Sentir das almas a fragrância
de rosas plenas, em exuberância!
Quero sentir no corpo, a aragem
e do alto acariciar a folhagem...
E viver em paz
num Brasil sem violência...
A Deus peço clemência!

Carmen Vervloet

Foto de Carmen Vervloet

ROSA DESFOLHADA

Desnudo minh’alma nestes versos...
Triste e angustiada desfolho
minhas pétalas na noite vazia,
sou rosa pálida que murcha a cada dia...
Perco o viço, a maciez, a energia,
murcho, murcho, murcho
e solto minhas pétalas sobre selvas de pedras,
ou desertas pradarias...
Múltiplos pensamentos, tristes sentimentos,
sem sol, sem brisa, orvalho e hospedaria!
Vago inquieta por entre correntes de vento,
em lamento!
Volto ao meu jardim e
grito, grito, grito por um naco de afeição...
Morro sem carinho como quem morre de fome,
à míngua, sem um pedaço de pão!...

Carmen Vervloet

Foto de diny

ADEUS ANJO

Adeus Anjo, meu lindo Anjo; adeus!
Adeus sol, adeus!
Eu não te amo mais...
Já não há mais tempo.
Nem sentir,
nem dor,
nem prazer,
nem vida,
nem amor...

Já não existes!
Já não vives!
E Anjo meu amor?
Eu nunca mais ouvi falar de flores.
Nem de céu, nem de mar a imensidade.
Nem de dois infinitos se estreitando num abraço.
Nem de deliciosas harmonias de encontros,
entre dois corações;
íntima vida,
a união de duas chamas,
duas almas,
dois espiritos, absorvendo tudo,
tudo! num só ser,
um só pensamento!
em sentimento igual, mútuo,
a plenitude de amar uno!

Ah!... como amar assim sem ti?
sem o teu coração,
sem o teu amor;
morro...
como flor
sem um raio de sol que lhe dê vida!

Adeus Anjo do meu amor!...

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