medo

Foto de janie

PROFECIAS

Sofregamente o mundo se arrasta...
Num comboio descarrilando!
Restando o silêncio, a dor, a morte!
Somos fumaça levada pelo vento!

Loucos soldados desertores!
Enfrentando terrível caçada...
Atravessando escuro eclipse...
Como predisse o apocalipse!

Olho por olho... Dente por dente!
Fomos tão Inconseqüentes!
Nunca soubemos dar valor...
Ao que nos foi dado... Com tanto amor!

O mundo aos gritos na escuridão!
Impotência... Clamores em vão!
Colhemos o fruto da indisciplina...
Condicionados a clemência divina!

Foto de Rute Mesquita

A sombra voltou...

Meu amor,
a sombra voltou a domar-me…
Sinto a dor, a solidão a abraçar-me…
Quando vais, fico como um passarinho,
assustado…
que só pelos sinais do teu carinho
é encontrado.
Sinto-me desprotegida…
Não é a primeira vez que partes,
eu sei, mas, nunca me vou habituar…
A minha alma por ti foi concebida,
meu tudo.
E espero que com a tua ida,
não deixes de pintar este meu mundo sombrio.
Impedir-te de ires,
não pude…
Podia pedir-te para voltar,
mas, sem saber se voltarias impune…
Por isso meu anjo,
aqui te espero, meu único compromisso,
meu único beijo.

Foto de Carmen Lúcia

Medo

De despir-me das vontades
e nua de desejos e ensejos
perder minha identidade.

De desistir dos sonhos
e me imbuir de marasmos
cultivando um amanhã enfadonho.

De mergulhar no vazio,
dele não conseguir sair
e por mais que eu tente, nele imergir.

De perder a inspiração
vítima da síndrome do papel em branco
...e fragmentá-lo com meu pranto.

De que a sombra se interponha
e me impeça de ver a luz,
o belo, o arrebol, o sol...

De que pensamentos funestos
conspirem contra mim, no universo,
e me retornem mais perversos.

De não encarar a verdade,
alienar-me à falsidade
e por mais que me custe,
mascarar a realidade.

De não ter ousado,
não ter lutado,
não ter recomeçado,
não ter acertado,
mesmo tendo amado.

Medo de não perder o medo...

_Carmen Lúcia_

12/09/2009

Foto de Carlos Henrique Costa

Eclético

Tanta inópia em cópia vil agrura,
Lucidez voraz de rouca e alta voz,
Em eco, na imensidão assalta atroz,
Um cívico na calada noite escura.

Sem chão, sente penumbra figura,
Um ser esquelético eclético feroz,
Nem parece homem! Corre veloz...
Com os trocados roubados da feitura.

Para ele não existe sexo, raça ou cor,
Mas apenas o momento da espreita!
Que em outra noite se concretizou.

Não basta agir nem falar desta feita!
A fome fala mais alto na hora da dor,
É preciso fazer! Nos diz esta receita.

Foto de Allan Dayvidson

A CHANCE

"Eis o poema de um medroso... Começar (seja o que for) é sempre motivo de medos e expectativas. Mais ainda quando há um histórico de fracassos retumbantes. No entanto, este poema fala não só sobre medo, mas também sobre aceitação (sobretudo auto-aceitação), sobre uma relação mais plena e direta entre mim e qualquer outra pessoa, sem ideais como intermediários. Apenas eu fazendo o melhor que posso..."

CHANCE
Por Allan Dayvidson

Ele faz besteira o tempo todo;
vive perdido de tantos modos;
chama de lar um apertado cômodo;
costuma esquecer-se dos bons modos.

Perde o ônibus, perde chaves,
perde tempo com pequenos entraves;
está sempre atrasado.

Perde tantas coisas que está se acostumando
e quase acreditando
que nasceu para ser deixado.

Então, por favor, não desista antes
de descobrir que ele pode ser fascinante.
Não perca a chance de simplesmente amá-lo pelo que é.

Desmedido;
deslocado;
inseguro; impuro; inadequado.
Indeciso;
impreciso;
desajeitado; motivo de risos.

Tão complicado, demasiadamente preocupado
com cada fragmento;
tão longe de apenas viver o momento.

Exaustivo, mas assustadoramente criativo
enquanto vasculha por motivos
para temer seus legítimos sentimentos.

Mas, por favor, não desista antes
de perceber que ele é realmente brilhante.
Não perca a chance de simplesmente amá-lo...

Nada que for dito fará com que você tente.
Não há algo ali que possa servir de enfeite.
É só ele fazendo o melhor que pode,
nada de argumentos ou últimas considerações.

Revire todas as coisas procurando uma razão
e não achará algo, realmente, convincente...
Sempre tentando, tentando e tentando...
Mas não consegue...
Por que ele não consegue?
Por que nunca consegue?

(Por que não consigo?...)

Mas, por favor, não desista antes
que ele consiga provar que pode ser um diamante
Por favor, não desista!
Por favor...
não perca a chance de me amar pelo que sou.

Foto de Allan Sobral

Homicídio culposo (Amor e Morte)

Homicídio culposo (Amor e Morte)

“Você me olha deste jeito,
Meus direitos e defeitos,
Tende a se modificar,
Penso coisa diferente,
Me transformo simplesmente,
Vejo em você meu amor.

Se não for nada disso fique perto,
Dou um jeito e tudo certo,
De mais um sorriso e vá embora,
Por favor volte outra hora,
Eu só quero ver você voltar,

Mas se não for amor,
Não diga nada por favor
Não apague este sonho,
Pois meu coração nunca sofreu de amor!”

Hoje carrego um olhar vidrado e estável, um coração que bate em um ritmo lento e constante, sentimentos hoje são poucos, pois todos se ausentaram e estão em luto, pois dentro de meu peito houve uma morte, daquelas descritas nos contos ultra-românticos, onde não há muitos finais felizes, mas para que sossegai vossa ansiedade ingênua, contarei o que houve.
Um acontecimento simples e corriqueiro, mas que teve o poder de molhar novamente os olhos que a muito tempo luto para manter secos como os ventos do deserto.
As vezes olhamos o céu e vemos alguma estrela bela e formosa, estrela cujo o brilho, encantam os homens, ao ponto de crerem que esta é mais bela que o Sol, mas quando força de suas fantasias os fazem voar, ao ponto de toca-la percebem que estrelas são só estrelas, um pedaço imenso de terra reluzente, fria e comum como todas as outras estrelas.
Numa doce ilusão vi um anjo, que mal se enxergara diante da penumbra do final da tarde, mas ao aproximar-me vi que era só uma estatua antiga e frágil, já com muitos danos, e ao toca-la, a mesma desmontou-se, quebrando e se enroscando as teias de aranhas que ali estavam.
E hoje declaro que sou o homicida, sou o motivo do luto de meus sentimentos, pois em mim nascera uma paixão por algo surreal, uma paixão clássica e sinceramente romântica, daquelas que não se encontram mais, mas hoje a matei, fui um tanto que frio a principio, mas tive medo,e tive que optar, foi uma batalha honrosa, tremi antes de concluir tal feito, mas com as mãos sujas tive que escolher, entre mata-la ou deixar que ela me mate.
O nunca se tornou pouco tempo, e o sempre não a de ser nada.
Tive medo, pois ao ver as mais belas rosas sendo jogadas ao ar sem ser apanhadas, algo já me dizia que estas nunca seriam cheiradas ou se quer percebidas. Mas hoje olho aos céus e clamo ao Deus que lá habita, que me perdoe, e que se matei por engano um amor, o faça resistir, pois dizem que amores são imortais. Pois dizem que o amor é a morte da Morte, e que o mesmo sempre há de vencer.

Allan, hoje só Allan.

Foto de Osmar Fernandes

Medo

Você perdeu o seu destino?
Vegeta num eterno estágio.
Não é mais um menino!...
Mas, vive tendo esse presságio.

Pare com essa loucura!
O desassossego apaga o seu rumo.
O pré-histórico, dentro de você, não lhe escuta...
Sem luz, nas trevas, este é o seu consumo.

Que graça tem uma estrada sem espinho?...
Deus nunca lhe esqueceu.
Seu medo sangra seu caminho.

Precisa juntar os pedaços do seu sonho.
Acreditar que sua esperança jamais morreu...
E voltar a ver no espelho seu rosto risonho.

Osmar Soares Fernandes

Foto de Fernando Vieira

Lições de nossas vidas

Lições de nossas vidas
(Fernando Vieira)

A vida é cheia de mistérios
Ninguém sabe onde vai dar
Os caminhos que seguimos
Sem ter olhos pra enxergar

Sem pureza nas palavras
Sem afeto ao irmão
Sem respeito no que fala
Sem amor no coração

Tortuoso esse caminho
De quem insiste ignorar
As verdades do ensino
Das lições que ela nos dá

Vida nossa, minha e sua
Vida doce ou de amargura
Não importa o que se faça
Ela sempre continua

Mostrando-nos o que fazer
Apontando nossos erros
Avaliando ponto a ponto
Até tornarem-se acertos

Ah vida de mistérios...
De verdades e mentiras
Espero que façamos certo
As lições de nossas vidas

Foto de Carmen Vervloet

MEIO A MEIO

Minha vida é uma colcha de crochê
tecida ponto a ponto, dia a dia...
Tranço uma malha resistente
numa luta insistente,
hoje, no presente...
Com total ausência de covardia!
Mas sou dual!

Com dúvidas, mas esperança
busco sempre a pura criança
que em mim habita,
sonha e acredita que a vida é linda!
Mas também sabe que
a luta é infinda!

Um gerânio a florescer
cultivado por um simples verbo: amar!
Mas como é difícil apenas amar!!!
Mas se nisso não persisto,
não correspondo aos apelos do Cristo,
à sua ideologia e,
assumo a demagogia dos egoístas
que só querem ter!

E entro num túnel atraente,
cheio de luzes que cegam...
Um lugar envolvente
onde dificilmente existe retorno.
Queimo-me no forno da ambição!
E então desperdiço minha preciosa vida
que terá sido inútil, vazia, em vão...

Descarto a bondade,
perco a tranqüilidade,
aniquilo a vontade,
e sou apenas mais um
no infinito mar de tanta podridão!
E sei que isso eu não quero pra mim, não!

Ah! Sou uma tola poetiza,
partida ao meio, perdida em devaneios,
metade defeitos, metade qualidades,
que sonha destruir a maldade
com tão simples versos!
Como se a poesia
pudesse exterminar as tentações!

Carmen Vervloet

Foto de Jessik Vlinder

Juventude

(Para um amigo)

Tu deves saber que por horas falas como se tivesse sessenta anos. Essa coisa toda de armadura, de maturidade... A verdade é que sempre seremos sedentos por novas emoções. O inusitado, o diferente, o novo sempre nos atrairá perturbadoramente. Aí é onde entra a tal maturidade que nos faz pensar duas vezes e não permite que nos arrisquemos tanto. Mas a vida fica tão gostosa quando corremos esses riscos. E eu sei sim que é coisa de jovem (Sendo assim existem mesmo quantos jovens na terceira idade?). Acho que uma característica forte da juventude é essa "inconsequência" que nos leva a descobrir o desconhecido, que nos faz aprender e a ter momentos únicos. Inconsequência que também nos fere, nos castiga e maltrata de vez enquando, mas que geralmente faz valer a pena. Eu sei que é inevitável não cuidar cada vez mais das nossas defesas à medida que vamos vivendo. Como se cada nova experiência dolorosa se transformasse num pequeno trauma, e de traumas em traumas deixamos nossa armadura pesada, inflexível e bem resistente, infelizmente resistente a coisas boas também. De traumas em traumas vamos envelhecendo porque perdemos a ânsia de viver coisas fantásticas por causa do medo. Por compararmos inevitavelmente com o que já passou, com o que já doeu e acabou. O problema é que às vezes esquecemos de que mesmo em situações, lugares e circunstâncias iguais, as pessoas mudam e principalmente nós mudamos. Talvez pensar assim me faça ser tão impulsiva. Me faça ser precipitada. Me faça cometer certas loucuras vez por outra...
Olha, eu não tô descartando nada que falastes. Afinal, precisamos do equilíbrio! É preciso sabedoria, sensatez e bom senso até para fazer loucuras não é mesmo? Deve ser por isso que tantos dizem "Como eu queria ter meus 20 com a cabeça de hoje...". Só não acho que precisemos ser tão relutantes, receosos e pessimistas, principalmente quando estamos ficando mais velhos. Porque se estamos amadurecendo juntamente com a idade é muito mais fácil de "guiar" nossos sentimentos. Nem sempre temos o controle destes e das emoções, sentimos muitas vezes mesmo sem querer. Mas diferente dos adolescentes imaturos, podemos domar nossas feras não nos tornando reféns daquilo que não deveríamos sentir. A diferença é que conseguimos gritar com nosso coração e fazê-lo nos obedecer quando ele estiver teimando demais. Podemos ter o controle e com menos dor e mais tranquilidade mudar nossos caminhos.

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