saudade

Foto de Arnault L. D.

Mel

A doçura do antes
que adoça o fel do agora.
Escorrendo viscosa,
nas paredes dos instantes.

Foto de Arnault L. D.

Descontemporâneo

Dentro de mim dormem tantas vidas,
histórias que parecem avulsas,
das íris, no espelho refletidas,
lembro tantas personas vestidas,
que no decorrer, foram expulsas,
junto de verdades esquecidas.

Sempre renôvo enquanto morria;
um sonhador; guerreiro; amante
e em papéis sem protagonia;
o salario, as vezes, poesia...
e quimera louca, delirante,
que chegou no hoje deste dia.

Eu já tive castelos, já fui rei.
Também encantei a liberdade
e fiz maldades, e também sangrei.
E amor por todo sempre jurei,
mas, tais não viriam minha idade.
Foram sim eternos, vero amei...

E nova pessoa sobrepôs-se,
impondo ao “descontemporâneo”.
Mas, suspeito que se ainda fosse
tornaria, convicta e doce,
pétrea dureza em simultâneo,
tal não sendo ela a que acabou-se.

Foto de Moisés Oliveira

Pai e Mãe

Falar de amor não é tão fácil, é difícil de entender,
um bicho que não tem dente, mas morde e faz doer.

Veneno forte que age rápido, logo chega ao coração.
Uma vez nele instalado, não sai por jura nem maldição.

Amamos tudo a toda hora, não há mais procedimento.
Amor que hoje lancina o peito, amanhã é esquecimento.

Eu sou um pouco diferente, amo a quem me da saudade.
Bicho de picada forte, o seu sintoma é a vontade.

Vontade de ter ao seu lado, quem sempre te fez sentir bem.
Arbítrio de sentir na pele, o calor que a pessoa tem.

Esse tinhoso de sintoma raro, não é fácil de combater.
Tela de vidro ou áudio gravado, não fazem desaparecer.

O primeiro bicho de mordida forte, sabe bem se camuflar.
O amor não é "sui generis", de todo jeito se pode amar.

O segundo a gente combate, cada um à sua maneira.
Minha volição expresso em palavras, quase por brincadeira.

Pai e mãe que tanto amo, não imaginam o valor que têm.
Esses são versos de saudade, pois dela eu entendo bem.

Foto de Arnault L. D.

Mosaico

Algo em mim é a terra
e algo de mim é o ar.
Trago em mim campo e serra,
espuma da onda a espraiar.

Cresceu comigo a estrada,
passos, trama em desalinho.
Qual linha a tecer fiada
e me fez assim, caminho.

Algo em mim é a terra
e algo de mim é o mar.
Trago confim o que encerra,
velhos passeios do lugar...

Planta de longas raízes
ligada ao berço a distância,
nutre a seiva, reprises
do viver, lar e infância.

Algo em mim é a água,
bebida, sentida, igual.
Oceano, chuva, mágoa,
mar, suor e lágrima... sal.

Sou também a minha casa,
cidade, bairro, a rua...
Donde fui, e criei asa,
cada, em mim, continua.

Foto de MarcosHenrique

Sustento de um sorrir

Se o sol já não fulgurasse no firmamento
E as estrelas já não me dispenssassem o seu brilhar
Somente um lampejo, em luz ao pensamento,
De uma só coroa de mais bela arcada dentária
Me seria suficiente para suportar tão densas trevas

Foto de Arnault L. D.

Estrelas ( dedicado a V.B. )

A saudade vem e brinca
de fazer voltar os ponteiros,
feito estrelas extintas,
faz luz ao céu inteiro...

Na alta noite as vejo,
sem precisar de ter senso.
Mágica tela é o desejo,
saudade, estrelas que penso.

Foto de Eddy Firmino

In memorian

Dorme meu Pai...
Por que quando o sono chega o melhor é dormir...
Então dorme Pai querido, para que nenhuma dor venha sentir...
Dorme, dorme meu querido, por que acordados ficaremos até você acordar...
Então dorme meu velhinho...dorme bem...descansa tranquilo essa noite, pois o dia logo vem!
"Quero afagar teus cabelinhos de algodão...bem devagar para que não acordes no meio da escuridão..."
Pois no amanhã tão esperado você acordará e não dormirá mais...
Te prometo que somente essa noite será longa...
Então dorme papai querido...
Dorme e descanse em paz!!!!!

Foto de Avila Monteiro

Noites frias

Noites frias como estas
São noites de solidão
Noites que não se acabam
Que estraçalham meu coração.
Pois lembro da sua voz
Lembro da nossa canção
Lembro dos teus olhos
Iluminado a escuridão.
Nesse frio absurdo
Quem irá me aquecer?
Eu recordo com saudades
Dos meus invernos com você.

Foto de Avila Monteiro

A marca do meu batom

Ao beijar minha boca
Ao me olhar discretamente
Ao me encadear com os seus olhos
Percebi mui de repente.

Sorri! Ao sentir o seu abraço,
Me perguntaste o que havia de bom
Eu vi! Respondi meigamente
Tem nos teus lábios a marca do meu batom.

Até hoje procuras essa marca,
Quer um desfecho para desvendar o segredo
Não suporta dentro de ti tanta carga
Que de um sonho virou pesadelo.

Eu também procuro o olhar
Que um dia muito me iluminou
Não é lícito! Precisamos encontrar
A marca, e o olhar do nosso amor.

Foto de ArielFF

Saudade tua

Ao teu lado eu crescì
Minhas melhores risadas eu rì
Meus melhores momentos vivì
E aos poucos o mundo conhecì

Ao teu lado eu era feliz
E foi pouco ou muito que fiz
Que te levou pra longe de mim
Que me levou pra longe de tì

Doeu depois, e doeu na hora
E juro que ainda dói agora
Mas acho que já não dá mais
Nem pra pensar em voltar atrás

Os tempos são outros
E eu mudei tambem
Os sorrisos se tornaram poucos
E as pessoas agora vão e vem

Ainda vejo os nossos sorrisos
Estampados em outros tempos
De que agora só sobram vestìgios
Que logo também somem no vento

Estúpida e vertigiosa saudade
Uma hora tens que partir
Que com essa dor no meu peito
É que eu não posso seguir

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