solidão

Foto de airamasor

Devaneios....

Não sei porque
repentinamente meu coração ficou mergulhado na sombra da tristeza...
É talvez efeito da solidão,
respondeu-me a voz da razão .

Eu já estive solitária,
mas jamais triste como agora.

Olho a noite embalsamada de perfumes primaveris
e fico sem compreender a razão do ser dessa melancolia.

Tudo é belo,
o por do sol,
depois o luar cor de prata,
a noite transparente e azul...

Você está presente em tudo,
no luar cintilante que hoje me parece tão triste...

No sussurro da brisa que toca levemente os meus cabelos com suas mãos de sonhos...
Nas estrelas que piscam silenciosamente no céu...

Agora compreendo porque estou triste...
Você está em toda parte,
mas não está ao meu lado,
apesar de estar dentro de mim...

Minha alma tem frio e meu coração pulsa fortemente inquieto...
como se estivesse desfalecendo...
apagando aos poucos,
como todos os sóis de minhas tardes sem você...

Morrendo de mansinho...
como o riacho que se vai...
Ficando mudo...
como a música que termina....

Mas, o sonho retorna como o som que recomeça...
Como o novo sol,
de um novo dia...
A esperança volta...
E com ela o desejo doido...
de ver....
de sentir você!!!
(Aira, 15 de janeiro de 2011)

Foto de Deni Píàia

Terminal Rodoviário

-Pipoca é cinquennnn... té cinquennnn... té cinquennn
-Meus irmãos, está aqui na Bíblia.
-Amendoim torradinho só setenta.
-Pipoca é cinquennnnn...
-Tem um trocadinho pra me ajudar?
-Chocolate Suflé, só num é mais doce que mulé.
-Um é dois, três é cinco.
-E Jesus falou...
-É cinquennnn... té cinquennnnn...
-Moçô, passa na rodoviária?
-Água só um e vinte.
-E a pipoca?
-É cinquennnn... té cinquennnnn...
-Torradinho, torradinho!
-Vrrrrrummmmm...
-Peraí, moçô!
-Quando Jesus perguntou aos seus apóstolos...
-Tem uma moedinha?
-É cinquennnn... té cinquennnnn...
-Suflé é da Nestrê!
-A que horas vai sair?
...
Marqueteiros, vendedores, pastores, pedintes... Povo. O terminal de ônibus me parece uma grande colcha de retalhos humanos onde cada um busca seu lugarzinho ao sol, embora seja noite. Sentado num banco tentando registrar o que vejo e ouço, fico perdido num turbilhão de ofertas, pedidos, perguntas, conselhos, freadas, aceleradas, passos, correrias e pernas, algumas bem bonitas! Fico imaginando de onde vem toda essa gente que, de alguma forma, em sua maioria, tenta levantar uns trocados. Verdadeiros profissionais de vendas, desdentados e maltrapilhos, que vivem de seus parcos negócios, enquanto eu não consigo vender nem pra mim mesmo. Onde estão suas famílias, seus amigos, suas casas?
Resolvi experimentar o amendoim torradinho-torradinho, acondicionado em tubinhos de papel dentro de uma espécie de balde que, embaixo, tem uma abertura onde uma brasa mantém a iguaria aquecida. E não é que estava quentinho! Achei que valeu o preço: só setenta centavos. O “Suflé” até que provoca a gente, mas naquelas mãos quentes deve estar uma papa. A água mais quente ainda. Quanto à pipoca tenho vontade de chutar o pacote, de tão chato que é seu anúncio: -É cinquennnn... té cinquennnnn...
Um caso à parte é o pastor. Bela oratória! Um sujeito bem vestido, terno limpo, puído, mas limpo. Pasmo com seu nível de informação. Fala do diabo disfarçado de roqueiro, citando Led Leppelin, John Lennon e Nirvana, discorrendo sobre Raul Seixas no cenário nacional, entre outros. Faz uma profunda e excelente crítica sobre a programação televisiva onde, logicamente, lá está o capeta de novo, em todos os canais e horários. Mete o pau em religiões, todas! –Minha religião é a Bíblia, diz ele. Pisoteia sobre a moral de pastores que pedem e tiram dinheiro dos fiéis, até deixando alguns expectadores contrariados.
À primeira vista lembra uma feira onde ninguém conhece ninguém, onde todos estão sós. Ledo engano. Observando melhor percebo que, atento ao pastor/orador, outro espera ao longe para substitui-lo ou acompanha-lo no caminho de volta. O vendedor de “Suflé” acompanha o da pipoca, que é amigo do amendoim. A mulher que vende água é mãe da moça que vende frutas na outra plataforma. O pedinte de moedas é parceiro do outro que já pediu, ganhou e agora está fumando sossegado. Os motoristas são companheiros entre si e conhecidos da maioria dos passageiros. Enfim, acabei por concluir que só eu estava sozinho. E como num passe de mágica, de repente o terminal se esvazia. Para onde foram todos? Vendedores desapareceram, o pastor silenciou e sumiu, os ônibus escassearam, os pedintes já se acomodam na calçada. Fico com a impressão que se diluíram e escorreram para as bocas-de-lobo, de onde agora me observam irônicos. Seguiram seus caminhos e eu fiquei só. Vou tomar o próximo ônibus e também seguir o meu, para chegar em casa e continuar só. Mas amanhã eu volto.

Foto de CarmenCecilia

APARENCIA

APARÊNCIA

Um silêncio de pedra

Envereda na palavra

A procura da hora exata

A procura de algo

Que não seja

Só APARÊNCIA...

CARMEN CECÍLIA

Foto de lampiao

Solidão

Sou feliz a viver na minha solidão
Com ela falo de tudo o que sinto
Só ela me compreende e ouve
Só ela me presta atenção
Viajo pela praia meditando
Como me sinto bem assim
Sem ninguém
A acompanhar me
Sem com quem possa falar
Falar o que? E de que?
Se eu na solidão é que me sinto bem
Não tendo que ouvir
Também
Não tenho do que falar
Deixem me viver assim
Nesta paz que eu sinto
Não me incomodem
Se me mal ou bem eu me sinto
De António C.

Foto de damadapoesia

SER... QUE NÃO TE SEJA

SER... QUE NÃO TE SEJA

Tudo o que vai a mim, não sou eu
o que está em mim, em algum canto se perdeu...

E o que se faz de margens tão largo
um qualquer beijo de gosto amargo

O que vem de mim, não é meu!
O que passa por mim, em algum lugar se escondeu

O que pesa em cimento, é dor em mim!
E tudo que me fingem, são quimeras morrendo sem fim

O que jaz por mim, já viveu!
E o que resta, o tempo corroeu

O que longe de mim, partiu
nestas idas infindas, tristezas pariu

O que me assola queimando em mim,
é ser justamente o que não te seja,
o que não se deseja...e mesmo assim me queiras
um nada que possa...e que assim se converta
num pouco fracionário de teu amor.

Foto de diny

AMOR

AMOR

Amor me adora
amor me ama
amor derrama em mim
o profundo azul de tua beleza interior
porque tua luz é força infinita!
é beleza , é paz, é minha vida!

Amor, mergulha na minha saudade
desliza na minha alma
te afoga na minha paixão
porque essa loucura de te amar
está sendo demais pra mim só!

Amor, embebe em mim
o perfume de teu ser, de teu amor
inunda todo o meu ser com teu carinho
tua alegria de viver, enche de carícias o meu corpo
pois que esse te amar louco; me mata!

Amor, eterniza em mim o teu jeito de ser
a fascinaçãode teu sorriso! Ah!...
a doçura de tua voz, e esse brilho verde-estrela
desse teu lindo lindo olhar...

Amor meu amor, amor do meu amor
me faz delirar... inebriada , extasiada
e diz que sou o teu amor,a tua querida
pois que o meu coração já voa além da vida
tanto te amar!...

D.S

Foto de Melquizedeque

Senhora solidão

Ao olhar as montanhas, respirar a luz do sol... vêm à tona reflexões, multidões de indagações, uma tela de desilusões remanescentes das vãs privações.

Sem se preocupar com o universo a sua volta ela encontra dentro de si símbolos que lhe mostram como entrar cada vez mais em mundo que a ensina a arte do observar. Quem mostrará a ela sua própria imagem refletida nas pedras da lua?

Olhos frios que se deleitam em olhar o espelho da alma, que mudam de foco, mas nunca se desarmam. Cortando o tecido da realidade ela encontra mudanças, vasculha lembranças e sem querer observa aquilo não existe.

Essa vida pueril que se passa, ela analisa fora de sua própria existência. É como paginar um livro velho quase intocável onde re-aparecem os gritos do vazio, que vibram cada molécula de ar em sua volta. Mundo do nada! Mundo dos ensejos!

Ela existe em cada pensamento fértil... Ela é o adubo do seu próprio desprezo. Mastiga palavras e engole respostas. Pupilas que se dilatam no sofrimento e bramam gritos que implode seu ideal de ser. Loucos pensamentos existem em cada sílaba que ela não pronuncia! Seus dentes tornam-se cadeias e prendem uma loucura desesperadora.

Quem é normal? Quem pode ser a norma? Quem já foi o impossível? Tudo o que ela busca é seu próprio mundo, suas próprias leis, seu próprio tudo dentro desse imenso nada!

Sou seu amigo imaginário! Existo em seus símbolos mascarado com umas de suas personas mordazes. Não sou convidado! Entrei nesse “seu mundo” como um vírus... E estou à espera de ser destruído para que você cresça e se fortaleça.

Alguns conhecem seu eu, outros conhecem seu sim... Mas todo o resto admira o seu talvez. Sábio talvez! Tão certo com essa aristocrática incerteza. Continue assim, purificando o mundo dessa degenerescência intelectual. Conte-nos suas certezas brincando com todas essas falácias... Ascenda o fogo e veja essas verdades se transformarem em cinzas!

(Melquizedeque de M. Alemão, 09 de dezembro de 2010)

Foto de lampiao

Solidão

Contigo faço todos os meus desabafos
A ti eu falo de todos os meus medos
Dos meus temores e desamores
Só tu és a minha amiga e companheira
Como me faz bem quando contigo
Eu desabafo tudo o que vai na alma
Tudo quanto tenho sofrido
A ti cheguei te a contar
Se não seria melhor não ter nascido
E verdade companheira isso que te disse
Nascer para só sofrer não e viver
Era preferível nem sequer nascer
Como não tenho saída
Quero viver sempre contigo
Minha solidão que me és tão querida

António C.

Foto de lampiao

Solidão

Onde estás minha solidão
Minha fiel companheira
Só contigo eu me sinto bem
Quero te de novo companheira
Contigo sinto me bem e seguro
Contigo eu desabafo todas a minhas dores
Contigo desabafo as minhas dores de amor
Contigo sinto me feliz companheira
Volta que de novo para mim
Que de ti tanto preciso companheira
Sem ti solidão sou uma alma penada
Como preciso de ti companheira
Nesta minha hora derradeira
Volta para minha fiel companheira
Sem ti já nem sei como viver
Contigo sinto me feliz
Minha fiel e querida companheira

Autor antonio c.

Foto de ♫ Monique Russo ♫

"Tudo que acreditei"

Tudo que acreditei que poderia se realizar
Fica mais distante
E as nuvens escuras cobrem o grande horizonte
E sol não brilha mais aqui

Quando pensei que tudo ia mudar
Que seu olhar mostraria um caminho de flores
Que meu coração bateria mais forte
O frio tomou de conta do instante
E tudo aquilo que insisto em acreditar se esconde em seu olhar

Mas não se preocupe...
Meu jeito, meu olhar, meus sonhos não chega até você
Mas cada pedaço de seus sentimentos virá minha moradia
E cada palavra sua é minha frase favorita

Tudo que acreditei que poderia se realizar sumiu mais uma vez
E fico aqui parada no sofá ...
Pensando naquele instante que você fez sumir outros instantes
E vejo que não há ninguém aqui...

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