Quimera

Foto de Dennel

Mil cem uma

Na quimera dos meus sonhos
Mil embaraços
Sem fracassos
Uma realidade

Nesta vida psicodélica
Mil tons
Sem cores
Uma nuança

Na hora da indecisão
Mil batalhas
Sem derrotas
Uma vitória

Neste jogo de palavras
Mil frases
Sem palavras
Um silêncio

Neste intento de poetar
Mil idéias
Sem sentido
Uma droga!
Juraci Rocha da Silva - Copyright (c) 2006 All Rights Reserved

Foto de Maria Goreti

CENAS DA PRIMAVERA

Um dia claro, de sol radiante.
Uma borboleta volita...
Pousa de flor em flor.
Um homem rega o jardim,
Crianças brincam de amarelinha,
Uma mulher abraça um ramo de alfazema,
Um pássaro canoro alegra a manhã
Anunciando a chegada da nova estação.

Os campos floridos,
O céu azul,
O córrego de águas cristalinas,
O som das cascatas,
O verde das matas...
Tudo lembra vida.
Tudo inspira amor!

Talvez, para alguns,
Tudo isto não passe de quimera.
Mas em minha tela mental
É real...
É Primavera!

Alguns gostam de retratar a violência...
Eu escolho materializar a paz.

Cada pintor reproduz a cena que deseja expor.

©Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES – 04/10/07

Foto de Julieta Ferreira

Diálogo Nocturno

Depois ou antes tanto faz
Do diálogo dos nossos corpos
Da paixão com que te dás
Na hora nocturna já tardia
Ao despontar dum novo dia
Sussurras ao meu ouvido
Baladas de amor sentido.

Falas e tocas-me…
Eu aninhada nos teus braços
Despida de todos os cansaços
Na nudez daquele abandono
Dizendo que não ao sono.

Gosto de te ouvir…
Gosto de te sentir…

Enlevas-me numa quimera
Volto a ser aquela que era
Ou então nunca cheguei a ser
Com o medo de me perder.

Falas e tocas-me…
Furto-me a duvidar
Do momento real tão nosso
Em ti quero acreditar
Entregando-me quanto posso.

Gosto de te ouvir…
Gosto de te sentir…

Falas-me talvez sem tino
Homem amante menino
Queres-me com tanto ardor
Que chego a sentir o Amor.

Foto de Stacarca

Satã

Satã

Ei-lo, obumbra a sânie lisa,
Míngua de soluços dolorosos,
Corno dos exórdios chorosos
Soluços pitorescos que giza.

Contemplativas, ó sacrílego,
Formidolosas contemplativas,
Idéias, compêndios, inativas
Castas, extremoso coligo...

Conglobadas noções pitorescas,
Ah Funesto pancalismo imundo,
Débil, ó sentimento inundo
D'áurea elegíaca funambulesca.

Ó formas, figuradas felozes
Que fanam, fulgurando fiéis
Formas fúlgidas, felosas féis
Formas flamejantes, ferozes.

Indefiníveis flébeis de rasa,
Choro, lamúrias indefiníveis,
Augusto da insânia, eiveis
A'çucena ao mefítico que vaza.

Ah! Horrorosa, esquisita, feia,
Magnífica, avultada, linda,
Tantas formas, formas qu'inda
Pálpebras duvidam sobre teia¹.

Palavras que abismam medonho,
Fracas, fortes, sorumbáticas,
Teogonias imagináveis, áticas,
Escuros, leis, parvo tardonho.

Caveiras, defuntos, fantasmas,
Sarau imprescritível de beleza,
Lésbia lamentosa, delicadeza
De lamentos lesbianos, asnas.

Préstito solene d'um ressupino,
Defeitos, belos e feios defeitos
Criados, vis, molemente feitos
Da ingenuidade, cantos de hino.

Cantante da crença reclinada,
Ululadas por padres idiotas,
Professores da burrice, rota
Abismada e d'cadência assinalada.

Que céu, que inferno, que afã,
Pugilato da fé e pululante,
Que entoada, que desgastante
As limitadas litanias de satã.

Risos, gargalhadas réprobas
Da chafurdaria, gargalhadas,
Ó ridículas, ó exorbitadas
Cachinadas anátemas de probas.

Ó insânia, doudice da doudice,
Tomada p'la lúgubre orbe maldita,
Ó Sofreguidão bonita, bendita
Vida medonha, como a bela dixe².

Ah! Pungente vida fulgente
Purgada. Ah! Vida pungente!
Pungida. De figuradas entes.
Vida, vida punida fedente.

Clamores ridículos do futuro,
Futuro ridículo de clamores,
Ante a fé, de medonhos amores
Molestados do frágil aturo.

Ah finito, finito glorioso,
Eflúvio de essência infinita
Do que é zimbório, que incita
O ímpeto abstruso, lamentoso.

A calma, raiva, interrogações,
Quantidades acerbas, tratadas
De limitações treplicadas...
Languidez, ah! Lamentações

Lamentações lânguidas, funérea.
Sacrossantos versos belizes,
De rimas nevoentas, infelizes,
Pavorosos, de idéias férreas³.

Genuíno de métricas falazes,
Oh podridão falaz, cautelosas
Elocuções verrinas, chorosas
De sentimentos, audazes.

Que nesse entendimento, vã.
Onde tudo vai, onde passa
A esboroada forma da graça
Empunha. Ah! Que seja sã.

Ah! Nas Noutes, nos luares,
Nas formas, na calmaria,
Na felicidade, na melancolia,
No medonho, no degredo de ares.

Na reza embutida de quimera,
Quiméricas palavras sofridas.
Sofrimento d'enganações lidas.
Ilusões bonitas, do que não era.

Evangélicas ubérrimas d'opaco,
Labutas da religião fedorenta,
Oh! Oh! Imaginação lazarenta
D'áurea combinação. Ataco!

Atacante da crença, o tuteles
Da negridão, de idéia suspirada
Por ditas idéias conspiradas.
Assim como eu, tu, Mefistófeles.

Abastados da burrice mórbida.
'Inda gerados da fatuidade;
Maldade, maldade, maldade.
Quanta desagregação, hórrida.

Quando no préstito andar torto,
Defuntos, fantasmas e caveiras
Nela terão fé, na traiçoeira
De tudo que está vivo, morto!

________________________
¹- s. f.
²- s. m.
³- fig.

Foto de Cecília Santos

PROCURO O CAMINHO

PROCURO O CAMINHO
*
*
*
São inúmeros os caminhos.
Caminhos de flores,
Caminhos de pedras,
Salpicados de estrelas,
ou simplesmente caminhos,
Preciso encontrar o caminho.
Que me conduza, ao paraíso,
onde é sua morada.
Mas esse caminho,
está além do meu alcance.
Você apagou seus rastros,
e eu me perdi.
Me perdi num coração em luto.
Que sangrou até a exaustão.
Me perdi numa saudade profunda.
Que abafou a minha voz.
Me perdi na sua invisível presença.
Numa quimera que alucina,
a minha visão.
Preciso encontrar o caminho.
Pra poder alcançar, meu horizonte.
Procuro verdades, sem palavras.
Mas sei que pra você,
não existe mais mundo,
Não existe mais caminhos.
Você se eternizou.
Você é o próprio Universo!!!

Direitos reservados*
Cecília-SP/05/2007*

Foto de Vera Silva

Poeta Perfeito

Agarra-me e embala-me em teus versos,
Faz-me a musa da tua poesia,
Parceira de uma vida de alegria.
Entra em meus sonhos, tão dispersos,
Toma conta da minha inspiração
E faz do meu corpo teu refúgio, de paixão.
Lança tua âncora neste porto, para apenas
Regalares-te com meu puro sentimento
Que te entrego sem condoímento
E demonstro somente em meus poemas.
Sente o calor que já inflama
E vem, poeta, apagar esta chama.
Canta a música que ambos sabemos de cor
E transforma-te em bailarino de quimera.
Acaba com esta longa espera
E dá-me mais versos de amor,
Daqueles em que à noite me deito
E em que te espero, meu Poeta Perfeito.

Foto de Jósley D Mattos

chagas

A sombra enxuga os rios
secam ao sal das lamurias
turvo, hibrido das cores...
O cimento violenta o verde
violetas, cinzas do jardim
aço a fio corte cega iris que ti vê
emissário da polvora,
pavorosa paz de não ser
Assombra, expurga o Rio
seco de morrer...
Cercam ao sol, sem muralhas
exsuda, sequestra, estuga a vida
no vermelho sem por quês...
No sal mar que, afogo doce lentas lágrimas...
universo de espera nos canteiros do silêncio...lápides quando há...
Pois o ocaso achado numa bala perdida é o averso que não era
Um verso a quem não sei
um pouco de amanhã
um púcaro de quimera.

Foto de Remisson Aniceto

Juramento

Jurei que o meu amor seria eterno
e que alguém me amaria até o fim.
Antes tivesse desejado todo o inferno
só pra mim...

Encontrei uma musa inspiradora
e no início o amor nos fez tão bem!
Poucos anos... eu pequei e ela pecadora
foi também.

Desde então, aquele eterno amor imploro,
mas fatal sina nos persegue vida afora:
presas dos duros laços do amor, eu choro
e ela chora.

O juramento que fiz, ela fizera,
querendo alguém que a amasse eternamente.
Mas o amor eterno é doce quimera
dos dementes...

Prisioneiros fatais de um juramento
que nos mantém os corações tão bem fechados,
sofremos ambos o mesmo tormento
dos condenados.

No entanto, eu juro! _ estou bem certo _
que as grades do sofrer serão partidas
e os nossos corações serão libertos,
cada um seguindo livre a sua vida.

Foto de Remisson Aniceto

Fantasia (para Rosangela de Fátima)

Ó bela Flor, purpúrea, serena,
De sutil formosura, eflúvio de rosas...
Desvelada Flor, sublime, amena,
Mescla escarlate das veias ardorosas.

Ó infinita Flor, plácida, aérea,
Rubra Flor dos meus anseios...
Visão indelével, magicamente etérea,
Lampejo de cor dos devaneios...

Ó Ros`angelical, rósea Flor mirim,
Fulgente glória dos meus sonhos,
Cobre-me com pétalas carmim!

Ó majestosa Flor, pujante e sincera,
Sê real! Dissipa a névoa do medonho,
Ó inefável Flor de Quimera...

Foto de Carmen Lúcia

Chama Apagada

Abri a porta para que adentrasses
Literalmente dentro de meu ser,
Porta que um dia havia lacrado
Por ter jurado nunca mais sofrer.

Permaneceste tendo privilégios...
Tuas vontades...as prioridades,
Fechei janelas, ignorei o mundo
Doei a ti o amor mais profundo.

Fizeste estragos, foste uma quimera
Estraçalhaste o bem que te quisera
Que te entregara sem nenhuma escusa
Um coração que agora já não pulsa.

Mas se voltares...pises de mansinho,
Respeita a dor que jaz adormecida...
Entra em silêncio, já não há mais nada
Somente as cinzas da chama apagada.

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