Filhos da Terra

Olá Ivaneti!!

Felicito-te por abordares este tema! Quem escreve, quem divulga seus pensamentos, designadamente os poetas, têm também o dever de intervir na sociedade, denunciando a intolerância, a injustiça, a impunidade! O poeta deve estar sempre do lado dos mais fracos!

Deixo-te um poema que consta do meu livro "Entre Margens"

Tanto mal fizemos a esta humanidade
pois quando a contemplo bem suspeito
que tomados por colectiva insanidade
se ache bem todo o mal que se tem feito

O que era belo, vai perdendo beleza
já tudo apodrece sem amadurecer
e ferida de morte a própria natureza
se vai definhando até desaparecer

Em tal vergonha se tornou este tormento,
que não me envergonhando de ser gente,
de viver neste mundo me envergonho!

Mas se este mundo continua desatento
vejo eu, cada vez mais claramente,
que reparar este mundo... só em sonho!...

Beijos
Albino Santos

Ivaneti

Parabéns pelo belo poema tão consciente.
Talvez seja um tanto tarde, pra desfazer tanta
maldade, mas em uníssino vamos gritar, mesmo
que seja em forma de poemas....
Estou te mandando um poema que postei outro
dia, que fala do nascimento de um rio...
Beijos
Ceci

MANANCIAL

Manancial, que acolhe pequeno olho d’agua.
Timidamente desperta, serpenteando entre as
pedras, segue adiante.
Ganhando força, vida própria, se agiganta
rompendo obstáculos em seu caminho.
Rio de água doce e cristalina, és agora!!
Abre seus braços, acolhe vidas em seu leito.
Sacia a sede, mata a fome, banha corpos,
purifica a alma.
Rio que quando se agita, também destrói.
Mas é sua sina...
Caudalosamente corta vales e montanhas.
Rio que placidamente embala Iara, que em
suas águas habita.
Que chora em cascatas, se vestindo de longos
véus espumosos.
Que em lago de águas tranqüilas adormece.
Rio das piracemas, onde os peixes sobem o rio.
Lutando nas correntezas, para a desova da
sobrevivência.
E bailando no ar, em agitada melodia vão galgando
as fortes correntezas.
Águas que movem os moinhos, girando...girando
a roda do tempo.
Noites lindas te saúdam, te iluminam.
A lua majestosa mira-se em seu espelho pra
admirar sua beleza refletida.
Águas que rolam, choram, cantam e riem.
Mas que não cessam nunca.
Pororoca das águas, encontro de total comunhão.
Quando o rio cansado da exaustiva corrida.
Se entrega ao mar que se agita.
Em ondas furiosas e violentas, recebe as águas
do rio que agora se misturam, se abraçam.
Formando o circulo natural da vida...!!!
Vida esta tão ameaçada...!
Tão subjugada pelo homem, que sem dó
e nem piedade.
Comete as maiores atrocidades com a
nossa natureza...!!!

Cecília-SP/01/2008*

Entrei em teu blogue para te pedir autorização e convidá-la para ser a Porta Bandeira de uma Escola de Samba Imaginária.

Daí acabou, por minutos, a brincadeira, pois, encontro esta lindíssima e sentimental poesia, que é uma verdadeira Jóia literária, em termos de inspiração poética, na minha opinião.

Não é apenas uma Jóia rara, são duas, a outra, de uma intervenção social, profunda, aliás, eu já tinha sentido esta tua característica, peculiar, naquela poesia sobre o preconceito.

PARABÉNS.

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Que pena que os homens não parem para pensar no quanto fazem mal a eles mesmos. As florestas destruidas, os rios secando, os animais desaparecndo. Presente lindo que Deus nos deu, e que não sabemos conservar. Parabéns! Beijinhos,
Rosinha Barroso
http://recantodasletras.uol.com.br/autores/rosinhabarroso