Blog de Paulo Gondim

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Parte de mim

PARTE DE MIM
Paulo Gondim
26/11/2010

Parte de mim vive sem lógica
Apenas vive vida robótica
Segue um ciclo

Parte de mim ainda deseja
Embora não saiba exatamente o quê...
E, por assim ser, vive sem saber

Parte de mim se questiona
E raramente ainda pensa,
Exige, reclama recompensa

Parte de mim já se distancia
Aos poucos se perde no tempo
E se desfaz em descontentamento

Parte de mim eu acho que nunca viveu
Perdeu-se em velhas fantasias
De tantas perdas, de tantas utopias

Parte de mim aos poucos se dá conta
Que o sonho já se faz distante
E morre um pouco a cada instante

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Ópera torta

ÓPERA TORTA
Paulo Gondim
05/11/2010

Tentas esquecer-me, pois sabes ser preciso
Mas apenas tentas, nada mais do que isso
Nem o sol de um novo dia, nem a lua
O sereno da noite, a luz fosca da rua
Te servem de amparo, de lenitivo
Pois meu amor permanece, em ti, vivo

Assim sou eu, que também não te esqueço
E por assim ser, mais do que tu, padeço
Minhas noites são trevas, as manhãs frias
Orbitam em mim lembranças sem fantasias
Sou um espelho velho a refletir tua imagem
Um trem errante, que não sabe o fim dessa viagem

Somos o resumo dessa ópera torta
Representamos cenas de natureza morta
Dois zumbis, fantasmas na escuridão
Amargando o desprezo, a falta de perdão
Implorando o fim desse vil castigo
No abraço frio e derradeiro de um jazigo

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Enamorado

Enamorado
Paulo Gondim
18/10/2010

O tempo não passa para quem ama
Ele nem existe.
A não ser pela ausência da pessoa amada
Aí, o tempo é impiedoso, lento, infinito...
É aí que a vida se torna quase nada

Mas os dias de chuva se tornam claros
E o sol brilha com seus raios dourados
Quando se tem ao lado o aconchego do sonho
Entre abraços e beijos tão esperados

É assim que se desafia o tempo
Quando se tem o amor sempre ao lado
Todos os conflitos se resolvem
Na paz de um casal enamorado

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Ausência

AUSÊNCIA I
Paulo Gondim
01/10/2010

Um sonho lindo me arrebatou
Que uma linda mulher me amava
Com todas as forças de seu coração
Um amor intenso, lindo, verdadeiro
Um amor sem limites, como se fosse o primeiro

E o sonho se perpetuou.
Atravessou o tempo
Transpôs bosques e colinas
Andou por prados floridos
Dançou a dança dos contentes
E outros sonhos se fizeram presentes
Na eterna magia dos sonhos
Como se não houvesse amanhã
Como se o dia fosse somente o hoje
Como se o tempo parasse
Como se tudo tivesse o sabor de maçã

E essa mulher transitou em cada pensamento
Orbitou em mim, no meu melhor momento
Como posseira que se fez dona
Me tomou por inteiro
Fazendo tudo puro e verdadeiro

E como o tempo que passa lento
Sem que ninguém possa vê-lo, ela se foi
Deixando meu coração cheio de saudade
Desencantado diante dessa realidade

E, na impossibilidade de vê-la,
Na ânsia constante de tê-la,
Mergulho na lembrança boa
Dos momentos que vivi ao seu lado
Lembro, penso e fico calado
Ouvindo o vento que ainda soa
Como música de sua voz macia
Quando dizia o quanto me queria
Recolho-me a meu eterno silêncio
Acostumo-me e me rendo à impaciência
Questiono-me do porquê dessa ausência
.

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Pobre figura

POBRE FIGURA
Paulo Gondim
22/09/2010

Conheço tua boca, ávida por beijos
No calor dos abraços de tantos desejos
Na volúpia total do encontro
Como conheço teu pranto
Em cada lágrima dolorida
Nos dissabores da vida
Que te levam à loucura
Na tua eterna procura
Do viver, do ser feliz.

E assim darás voltas incertas
Em cada boca estranha que testas
O sabor único de meu beijo
Somente encontras imitação
E continuas perdida nessa simulação

A loucura já de ti se avizinha
No encontro diário da desilusão
A vida não passa de mero simulacro
Perdida nessa amarga frustração

Tu sabes o mal que te aflige
Como também sabes qual é o lenitivo
Apenas foges dele, evitas a cura
Adormece em ti tanto o desejo lascivo
Na forma triste dessa pobre figura.

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Velhas fantasias

VELHAS FANTASIAS
Paulo Gondim
09/09/2010

Antigas fantasias são tortura
Dentro da noite de minhas lembranças
Como fantasmas vindos do além
De velhos jazigos desprezados
Desbotados, mofados, deteriorados
Pela morbidez do abandono

Elas trazem em si impregnadas
Poções de tétricos odores
Na fetidez imunda de cadáveres
Feitiço que amarra desamores

São como ecos perdidos no vazio
De gritos que se perderam no vaco
Da ausência de afeto e compaixão
Desejos esquecidos, não vividos
Sonhos perdidos em cada mão

Assim são velhas e tristes fantasias
Fardo pesado para quem as carrega
Madeiro na tortura ao crucificado
A vergonha dos dois a cada lado

Melhor esquecer essas fantasias
Nem recordá-las, alijá-las, talvez
Se não se viveu e hoje é tarde
É bom sepultá-las de uma vez

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NA JANELA

NA JANELA
Paulo Gondim
07/09/2010

Foi assim que eu vi
Da janela, escondido, de minha varanda
Seu vulto passar, como passam as nuvens
Num vento suave, assim lentamente
Deixando a saudade bem dentro da gente

Eu não tive coragem e nessa viagem
Que não tinha volta e agora na porta
Uma voz me chama
Não era ninguém, apenas um sonho
E a pensar me ponho se vou ou se fico

E naquela janela, em que se via o mundo
E ali perdido, igual vagabundo
Olhando, escondido, a rua deserta
Sentia que a rua já não era a mesma
Sem ver o seu vulto que já se perdeu

Foi tudo miragem e sua imagem
Agora num quadro da velha parede
De minha saudade eu fico a olhar
E volto à janela de novo pra ver,
Na minha lembrança, o meu bem-querer
Na rua deserta, por ali passar.

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Marcas do Sertão

MARCAS DO SERTÃO
Paulo Gondim
04/09/2010

As velas se apagam
O canto triste dá lugar ao silêncio
Um a um, retiram-se calados
Na rede, o corpo inerte
Sentimentos sombrios, violados
Na perplexidade do momento
Um corpo que vai
Um sepultamento

No Sertão, não se estranha a morte
Já faz parte da rotina sinistra
Confunde-se com prêmio ou castigo
Convive-se, não se rejeita inimigo

No ressecar da terra moribunda
A vida tem pouco a exigir
Na paisagem fosca, hostil
O que torna mais cruel cada porfia
A coragem por si se desencanta
Na difícil tarefa de se viver um único dia

E entre espinhos e galhos retorcidos
No chão árido de tantos pedregulhos
Uma estrada qualquer corta o Sertão
E cruzes se repetem na triste visão
De cada margem, contando sua história
Quase sempre de desgraça em sua solidão

As velas apagadas agora se acendem
Nos braços de cada cruz abandonada
Perfiladas ao longo dessa estrada
Na luz, espantando assombração
Cada cruz no caminho ali fincada
É a marca da vida no Sertão

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Da série "É assim, no Sertão"

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Sem pressa

SEM PRESSA
Paulo Gondim
30/08/2010

Um solitário sopro de trompete
Invade o aconchego da sala
Num canto do sofá, um livro aberto
Perguntando por que pouco se fala

A melodia aos poucos se perde
Entre quadros de antigas fotografias
Como se perdem meus devaneios
Entre dúvidas e vãs filosofias

Outra música inicia um novo tom
Vibrando a velha estante de madeira
A solidão parece bailar comigo
Minha inseparável e única companheira

Vejo passar lentamente o tempo
A pressa já não se faz tanta assim
Os anos já me pedem até desculpas
Pelos sonhos que já se vão de mim

O trompete deu lugar ao piano
E posso sentir em cada dedilhar
A paz de quem já não tem pressa
E em cada acorde, vontade de dançar

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Uma canção de amor

UMA CANÇÃO DE AMOR
Paulo Gondim
17/08/2010

Dizer que te amo é pouco,
Diante da saudade que me enche a alma
Da lembrança boa e amiga
Dos momentos em que vivemos um grande amor

Tua alma de poetisa sempre soube me encantar
Nos versos leves de uma linda canção
O toque suave de tuas mãos a me acariciar
Ainda fazem palpitar meu pobre coração

Dizer que te quero é o mínimo que posse almejar
Diante da desesperança e de meu rude modo de ser
Aos poucos me sinto abandonado, a esperar
Que um dia, de verdade, você venha me querer

Ah, minha doce poetisa, que povoa meus sonhos
Que orbita em meus devaneios em noites insones
Por onde andas? Por que foges tanto?
Por que não vês a tristeza no meu pranto?

Olha para mim, minha doce menina
Recita teus lindos versos para minha alma triste
Canta para mim a canção de teu amor maior
E recebe de mim o amor que só para ti existe

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