Blog de Paulo Gondim

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Da janela da rua

Da janela da rua
Paulo Gondim
07/12/2011

Eu esperei o tempo passar
Com a paciência dos monges
E a resignação dos condenados
Que um dia pudesse te ver

Mas o tempo não perdoa
E a espera não é para sempre
Por isso meu olhar já se cansa
E se posta da janela da rua
Ansiando te ver

A paciência já se faz cansaço
E cada espaço se amiúda
Em cada aperto do peito
Quando penso em ti

A resignação, marca de quem ama,
Pereceu, hoje é angústia
Na lacuna que se faz na alma
Tua ausência é mais sentida
Na vontade que se faz perdida
Que são meus dias sem ti

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Reta final.

RETA FINAL
Paulo Gondim
24/10/2011

Os caminhos, aos poucos, já se cruzam
No limiar de um conhecido arrebol
Entre mais passado do que presente
Pouco se espera dos sonhos
Não passam de simples pensamento
Lampejo sutil que logo se vai com o vento

Em cada esquina das ruas desertas
Nem a luz de velho lampião brilha mais
A saudade de cada encontro furtivo
Um cumprimento, o ascender do cigarro
São como um filme velho, desbotado
Que se desencontra em cada quadro

Pela primeira vez o pensar na morte
Ideia que não se avizinhava tanto
Mas ela existe e não desmarca encontro
Como vento quente, que sopra do norte
Haverá de vir, para desgraça da sorte

E de peito aberto e coração aflito
As entranhas vomitam amargo fel
Dos desamores, horrores, dissabores
Na reta final de tão curta viagem
O trem já apita, não espera e cobra
De cada um o preço da passagem

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Sempre meu amor

SEMPRE MEU AMOR
Gê Moura
04/010/2011

Numa noite estava tão triste!
As lágrimas rolavam em meu rosto...
Debrucei-me na janela fria,
Fiquei a olhar a rua deserta.

Em minha solidão, buscava algo que jamais voltará.
E olhando o firmamento
Contemplei uma estrela
Que pensei brilhar só para mim.

Parecia me dizer baixinho.
Calma! Estou aqui a olhar por você
Não te deixarei jamais;
Mesmo distante, sem poder tocá-la..
Serás sempre o meu amor!....

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Poema postado a pedido de uma amiga que está dando os primeiros passos na escrita.
Futuramente, irá pedir seu ingresso nesse espaço.

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Segredos

SEGREDOS
Paulo Gondim
02/10/2011

Eu conheço teus segredos
Os mais íntimos
Aqueles só teus
Que aos poucos se tornaram meus

Eu já te tomei em meus abraços
Na simplicidade da entrega
Sem nada pedir
Tudo querer

E ainda te tenho como fantasia
Nas noites insones até chegar o dia
Quando me vens como fotografia
E ali fica e me faz companhia

E teus segredos todos se revelam
Até os mais remotos
Os impossíveis
Mas, para mim, me mostras
Até os mais inacessíveis

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Baixa a guarda

BAIXA A GUARDA
Paulo Gondim
20/09/2011

Não me vejas como inimigo
Nem destiles em mim a tua ira
Foi um mal os meus dias contigo
Amor não combina com mentira

Não te escondas em falsas utopias
A juventude só se vive uma vez
Não te percas em vãs filosofias
Paga-se aqui tudo o que aqui se fez

Não me negues o teu sorriso triste
O rancor da vida em nada nos apraz
Vê, a esperança ainda existe
Não vês o mal que essa mágoa de faz?

Olha pra mim, mais uma vez, de frente
Baixa a guarda, oxigena tua alma
Esquece a insensatez de tua mente
Vem para meus braços. Neles, tu tens calma

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PRISIONEIRO

PRISIONEIRO
Paulo Gondim
25/058/2011

O que faço com minha solidão,
Se ela já se acostumou comigo?
Já faz parte de mim
Nem disfarça, ela é assim
Uma parte torta de meu castigo

Sou o prisioneiro da torre
Que não desceu ao calabouço
Mas que diferença faz viver na torre
Apenas se muda a forma da pena
Nem por isso ela se torna mais amena

Minha solidão me acompanha sempre
Como sombra, não muda de lugar
Onde quer que eu esteja, lá, ela vai comigo
Não tem jeito. Ela veio pra ficar

E por mais que me esforce, pouco faço
Não consigo dela me livrar
Minha solidão e meu fracasso
E, assim sendo, não consigo mais amar

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Sonho de menina

Sonho de menina
Paulo Gondim
27/03/2011

O vento sopra suave,
Trazendo a brisa fresca do outono
E cá de minha janela alta, vejo a rua
A rua deserta de pedras escuras
Que me dão conta de meu abandono

E da janela contemplo o céu limpo
E em cada estrela cintilante
Vejo-me a navegar nas nuvens
A procura do sonho perdido
Que se foi como cometa errante

E em cada pedra daquela rua
Que aos poucos se ilumina
Vejo caminhar meus sonhos
Que vêm até minha janela
Afagar meu desejo de menina

E para os sonhos, jogo meu cabelo
Em tranças negras como a noite
Debruço-me na janela, olho o céu
E em cada estrela brilhante
Vejo-me envolta em branco véu

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Meu pai

MEU PAI
Paulo Gondim

Por destino, talvez
Ou ironia pura
Mas a vida assim me fez
Tão distante de meu pai

O que assim nos fez?
A diferença dos anos? Talvez...
Creio mais na dureza da vida
Que marcou nossos passos
Destruiu nossos sonhos
Em muitos fracassos
Mas não abalou sua fé

Homem de coragem. Lembro bem
Nada temia e a tudo enfrentava
Com a sisudez da mente
E a calma dos inocentes

Pouco possuiu
Nada reclamou
A todos amou

Mesmo assim, fomos distantes

Não por ele, na sua dura luta
Em grande e cruel labuta
Contínua, diária
Quase centenária

Mas por mim
Que sempre fui ausente
Que sempre fui deserto
“Não fui o filho Certo”...

Num mundo de errantes
Por que fomos tão distantes?

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Cordel absurdo

CORDEL ABSURDO
Paulo Gondim
13/0/08/2011

Naveguei os sete mares
Com remos de girassol
Corri quase duas léguas
Num jogo de futebol
Vi você naquela rua
Se desviando da lua
Que quase encobria o sol

Tomei um chá de cebola
Me banhei na camarinha
Um sujeito me acordou
E perguntou o que eu tinha
Disse a ele: tava sujo
Fedendo mais que sabujo
De ciúmes da vizinha

Deixei o barco na praia
Os remos botei num vaso
Olhei a lua no céu
Cai num buraco raso
Nem era dia nascido
Sai dali escondido
Escapei por mero acaso

Foram três dias de luta
Acabei num cemitério
Na festa de aniversário
Do coveiro Eleotério
Mais de três almas penadas
Andavam pelas calçadas
Desfazendo seus mistérios

A vizinha quando soube
Que dela tinha ciúme
Foi falar com o coveiro
Que lhe vendeu um perfume
E perguntou pela lua
Descoberta, quase nua
Quebrando qualquer costume

Aquele chá de cebola
Me fez doer a barriga
Vi a nudez da vizinha
Que vive a fazer intriga
Comprou três cachorros pretos
Pendurou em dois espetos
E o milho já deu espiga

Eu parei de navegar
A vizinha foi embora
Os cachorros se afogaram
Um morreu de catapora
O coveiro ficou surdo
Com esse verso absurdo
Que chegou fora de hora.

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Prepotência

PREPOTÊNCIA
Paulo Gondim
11/08/2011

Não se prende o ser amado com corrente
Quem age assim, não demonstra sentimento
Não é ninguém, é só veneno de serpente
No desvio louco de ser comportamento

A vida não comporta falsidade
O amor precisa ser acalentado
Pra se amar, é necessário liberdade
Não se destrói de forma vil o ser amado

Há quem diga, eu posso tudo, tudo faço
E se transmuta em monstro no seu ser
E cava a cova de seu próprio fracasso

Mata o amor, na caminhada, em cada passo
Cospe no prato que acaba de comer
Põe a cabeça na forca e puxa o laço

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