Blog de Paulo Gondim

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No teu silêncio

No teu silêncio
(paulo gondm)
25/02/2013

Tua falta se faz presente
Inunda meu ser, seca minha alma
E, com tua ausência fria, sentida
Só tua saudade ainda me acalma

E o que resta de ti, senão a saudade
Como cruz ou simples companhia
Que me toma por inteiro à noite
E me acompanha durante o dia?

E no teu silêncio surdo e certo
Meu coração se inquieta e pede
Que tua falta que me fere a carne
Seja mais amiga e de mim se apiede

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Teu silêncio

Teu silêncio
(Paulo Gondim)
15/02/2012

Teu silêncio me incomoda
Se faz lâmina na carne
Fere longe, profundo
Finca pé, vira posseiro
Teu silêncio me assusta
E assim me desajusta
Amiúde, por inteiro

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Carâncias

Carências
Paulo Gondim
08/02/2013

Buscamos em vão alento para nossas carências
Em cada tentativa, avolumam-se nossos ais
E nessa busca por caminhos perdidos
Nos desencontramos cada vez mais e mais

Esquecemos o que temos e procuramos lá fora
Mas para que lembrar o que já não mais existe
Que há muito partiu, foi-se sem muita demora
Levando sua tristeza e deixando alguém triste

E nossas carências se sobrepõem ao tempo
Já fazem parte de nós e assim persistem
São como posseiras que já se sentem donas
Nossas carências são fortes, não desistem

E entre dúvidas, conceitos e acertos
Nossas carências já são ideologias
Não mudam. Arraigaram-se em nós
Como entranhas, parte de nossos dias.

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Soneto da ilusão

Soneto da ilusão
(Paulo Gondim)
09/02/2013

Quando eu me perco de ti, nada sou
As horas passam lentas, um minuto é um dia
O sono foge e, se durmo, tu me vens
Em sonho, nessa viagem de pura fantasia

Quando me encontro contigo, tudo sou
A esperança renasce, a paz prevalece
A vida toma rumo, os dias são mais claros
Quando estou perto de ti, tudo floresce!

São assim nossos momentos, pura paz
O mundo se faz inerte só para nos ver
Pois é assim que tua presença me faz

Embora seja sonho de um bem querer
Simples quimera que a ilusão me traz
Que seja sonho, para não te perder

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Recolhimento

Recolhimento
Paulo Gondim
23/01/2013

Contei horas e minutos, um a um
Sem te ver; ficou a dúvida
O desconforto, o desânimo

Olhei pela fresta da porta
E não vi o raio de luz
Um a nevoa fosca cobria o sol
E mais uma vez não te vi
Tua imagem perdeu-se no arrebol

A noite derramou-se sobre a tarde
E a lua também não apareceu
E tudo se fez nublado
Como meu coração magoado

E mais um novo dia, sem sol
Sem um fio sequer de claridade
E me recolho ao claustro úmido
Com o frio de tua saudade

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Tradução

Tradução
Paulo Gondim
20/01/2013

Tua postura me intriga
Teus gestos são estranhos
E me confundo
Respiro fundo
Viro o mundo
Para te entender

Há em ti um inconsciente
Que me faz dependente
E me pergunto
Se fico junto
Ou fujo do assunto
Sem compreender

Há em nós várias incógnitas
Silogismos indecifráveis
Desconexos
Complexos
Avessos
Como resolver?

Afinal, o que somos nós
Alienígenas, zumbis
Alucinantes
Viajantes
Amantes?
Difícil saber

Essa tua linguagem me assusta
Que meu pensamento desajusta
Me desencanto
Me espanto
Em pranto
Sem tradução

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Água de cheiro

Água de cheiro
Paulo Gondim
19/01/2013

O que são poucas milhas
Senão uma ponte para te encontrar?
Mesmo distante, o sonho te traz
E te faz bem perto na saudade

E o que é saudade, senão um desejo,
A vontade de estar contigo?
E esse desejo é um castigo
Que haverá de terminar

E enquanto não vens, penso
No que fazes, no que vestes
Como te despes, com quem andas

Mas como sei que virás, espero
E na minha impaciência, sigo
Cada passo teu, cada rastro
Que ficaram no meu caminho

E como sei que vens, guardo meu carinho
Rego as flores, colho os frutos
Arrumo a mesa, boto água de cheiro
Só para te receber!

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Se correr, o bicho pega... (cordel)

Se correr, o bicho pega... (cordel)
Paulo Gondim
16/12/2012

Assim já são tantos anos
E nada aqui melhorou
Quatrocentos de escravismo
Que com meu povo acabou
A mão do catolicismo
Unida ao coronelismo
E meu Sertão não mudou

A escravidão continua
Na compra de consciências
Com eleições duvidosas
E a venda de indulgências
A política no Sertão
Bem como a religião
São duas deficiências

O político engana o povo
Diz que vai fazer mudança
O miserável acredita
Nele bota esperança
Terminada a eleição
Depois do voto vendido
Viu que tudo está perdido
Não vê mais o “cidadão”

O padre que pediu voto
Do pobre para o patrão
Ligeiramente disfarça
Diz não querer confusão
Do “irmão” se distancia
Vai pra outra freguesia
Deixando o povo na mão

E na política é assim
Um coronel vai, outro vem
Na igreja muitos padres
São uns coronéis também
E nessa sorte desnuda
No Sertão nada se muda
E a velha ordem se mantém

Pior que o Sertão é seco
Isso só faz piorar
A situação do povo
Que não pode confiar
No escolhido na eleição
Se mesmo a religião
Está aí pra lhe explorar...

***********************
Da série "É assim, no Sertão"

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O mensageiro

O MENSAGEIRO
Paulo Gondim
09/12/2012

Nuvens negras num mundo de trevas
Ganância de uns e, de outros, a submissão
Os homens não se entendiam
Dúvida, guerras, intriga, desolação...

Era o tempo de uma longa vigília
Noites longas, frias e dias indecisos
Legiões de pobres há tempo esquecidos
Andavam sem rumo, por caminhos imprecisos

Uma promessa de longa espera
Que já se fazia desconfiança
Mas toda a crença haveria de ser real
No nascimento de uma criança

E Ele veio, na simplicidade do pobre
Como vento que surge para mudar tudo
Quebrar amarras, antigas crenças, velhos preconceitos
Num novo pacto, dar luz ao cego, e voz ao mudo

Sua proposta é simples, clara e possível
Amor ao próximo e um mundo de paz
Sem domínio, sem fome, sem miséria
É a mensagem que o Deus Menino traz

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Meu Sertão (cordel)

MEU SERTÃO (cordel)
Paulo Gondim
01/12/2012

Meu sertão quando tá seco
É triste de fazer dó
Seca água nos açudes
A pastagem vira pó
Morre o gado no curral
E o galo no quintal
Não canta, pois ficou só

Chega a noite, o sertanejo
Olha o céu e desvanece
A nuvem escura sumiu
A barra desaparece
Vai dormir desconsolado
Acorda desanimado
E a tristeza permanece

Mas o nordestino é forte
Não se cansa de esperar
Mas um dia a sorte muda
É preciso confiar
Olha pro céu novamente
Sonha ver alegremente
A chuva logo chegar

E quando a chuva aparece
Até o pó vira lama
O Galo volta a cantar
O gado come na rama
Tendo chuva, tem fartura
Arroz, feijão e mistura
Toda noite amor na cama

E com chuva no Sertão
A natureza floresce
O sertanejo se alegra
E da mulher não se esquece
Não liga mais pra fraqueza
Nove meses, com certeza,
Menino novo aparece!

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