Enquanto o inverno não passar

As nuvens no horizonte são cinzas
e as que entram em meu quarto são tão frias.
Mas no meu peito tão quente,
bate um coração que ao longe segue em
busca do ventre minho de teu colo.
Meus lábios frios ao sonharem com teus beijos
queimam feito fênix renascendo das cinzas
e sinto meu corpo repousando nas chamas
como se ali estivesse também o teu.
Se amar for pecado,
condene-me ao fogo do inferno!
pois te amo cada dia mais,
a cada dia a menos.
Nas trilhas de minhas veias
percorre teu pulsar fervente
e em cada gota de teu suor
meu frenesi se refresca.
Mas se tua voz aos meus ouvidos não se encontra,
vejo que o que sinto não é saudade nem ausência:
é febre...
e no delírio de minha paixão
faço das nuvens tua cama
e do meu corpo teu cobertor...
A todo instante sinto teus poros ma queimando;
sem medo, sem frio, sem pressa.
E enquanto o inverno não passar,
quero nos teus braços encontrar
o calor do puro amor.