Adeus

Foto de Samoel Bianeck

A Montanha

I
Na frente o mar; dos lados vou nadar - sair e a montanha olhar.
Quero abraçar, alta o céu vai arranhar - a mim abençoar.
Lá vou chegar, montanha sei te amar - teu cume quero alcançar.
Com um véu te coroar, Cristo não mais crucificar - lá vou rezar.
Alguém acompanhar, ninguém desolar - e talvez desposar.
II
Fugir da maldição, ganhar saúde no coração - gritar para o irmão.
Na montanha tem o leão, o tigrão - lá no alto frutas e limão.
Me erguerei em ascensão, terei o céu na mão - para Eva serei Adão.
Com ela jogarei xadrez e gamão, esquecerei o pão - serei um bebesão.
Nasce no coração, amor uma boa aflição - não pare quero continuação.
III
Me cobri com seu manto, senti seu pranto - no entanto.
Não almoço mas janto, esqueci o desencanto - ficarei não sei até quando.
Para chegar esperei tanto, agora da manhã levanto - olho sem espanto.
Não mais tenho quebranto, rezei já sou santo, posso voar - até canto.
Repouso no recanto, aqui falo esperanto, árvores me entendem - é um encanto.
IV
Montanha faça jus, mostra tua verde luz - para o alto me conduz.
Tua força me induz, sonhos que produz - já não sou avestruz.
Fez leve minha cruz, não uso capuz; saro com ervas - há mentruz.
Subo a pé sem bus, não tenho status - até vivo com os jacus.
Oro a Jesus, no alto há uma luz - só o bem se traduz.
V
Montanha, você sempre me apanha - a fé é tamanha.
Sem artimanha, acolhe a pomba e a aranha - lá tem castanha.
Água pura é champanha, não se faz barganha - tudo é façanha.
Canto, ouço a Betanha, a garganta não aranha - nem a voz fica fanha.
Eu vou, alguém me acompanha? Ela vem e me ganha - meu braço apanha.
VI
Sempre jovem menina, dentro guarda uma mina, fora - muita adrenalina.
Tua cor ilumina, tem verde e albina - ser sábio me ensina.
Não tem dor nem angina, és nua sem batina - não usa gás ou benzina.
Parada é bailarina, sem sapato ou botina - não é santa nem cafetina.
Parece pequenina, mas é sábia e divina - tem uma lá na esquina..

VII
Inicia a jornada, lá em cima ela fica amedrontada - está paralisada.
No meus braços se vê abrigada, quieto, não digo nada - está gelada.
Tonta e assustada; mas olha apaixonada - se sente desarmada.
Presa fácil será atacada, parece machucada - vai ser desnudada.
Não quero mais nada, estás nua quase pelada - vai ser amada.
VIII
Sou o Maomé que vai, a faço tremer mas não cai - feliz grito "ái".
Outros gritam "uái", ela grita mas não sai - no Japão a gueixa e o samurai.
Filho onde vai? A procura de Adonai, peça por mim – pode ir que não cai.
Lá de cima gritai, ou como um pai - com voz suave falai.
Sobe num bonsai, assim você não cai, mas deste lugar - vê se sai.
IX
Teu solo é sagrado, lá Ele foi crucificado - mas não ficou calado.
Teu semblante abalado, deve ao alto ser lavado - bons ares respirado.
Lá não tem dor nem machucado, ninguém é magoado - o espírito é elevado.
Vai; seja abusado, só ou acompanhado, não seja Maomé - nem enjoado.
Não fique parado, te cuidada no cerrado, nem sempre - abra o cadeado.
X
Subir é lendário, suave calvário - lá terás o imaginário.
É um grande cenário, onde tudo é voluntário - nada arbitrário.
Saia do armário, você é o beneficiário - libere o peixe do aquário.
Pobre ou bilionário, esqueça o calendário - ou o crediário.
Ele não vai; deixe o otário; o livro, o dicionário, a escola – e o secundário.
XI
Tem perfume de flor; muito gosto e sabor - lá nasce o amor.
Ele é seu admirador, ela só quer amor, respirem - não tem filmador.
Seja na terra nadador, a seus pés um orador, escute - só faça amor.
De paquerador vira professor, o surdo ouvidor - adeus falso pudor.
O retrógrado vira inovador, o desiludido sonhador - o fraco tem vigor.
XII
Vem cá, traga um parente, aqui não é frio nem quente – só passe um pente.
É verdade, há quem não agüente, K2 não é para gente – mas não invente.
Do sofá levante, tome coragem e vai avante – da altura não se espante.
São amigos, ratos e elefantes, tem mais velho e infantes – nada é oxidante.
Pega um barbante, coloca um pisante – esqueça tudo dantes.

XIII
Esqueço a monotonia, trago uma companhia – na rede vivo uma poesia.
Tenho tudo que queria, fugi do que é fria – abandono quem me angustia.
O som não tem cacofonia, foi embora a azia – tirei uma radiografia.
Muito de bom não conhecia, agora estudei geologia – sem querer teologia.
Antes, todo dia, acho que um pouco morria – por muito pouco sofria.
XIV
Da montanha vejo o sul e o norte, não se pensa na morte – me sinto muito forte.
Toda hora é um esporte, nada que muito importe – acho que tive muita sorte.
Às vezes recebo um reporte, vem de aerotransporte – pede palavras que conforte.
Pode vir quero passaporte, carrego faca de corte – tenho um braço de porte.
Montanhismo é esporte, escalar é pra forte - difícil é o vento do norte.
XV
Sou lobo da montanha, só uma loba me ganha – um poeta da montanha.
Segui a sermão da montanha, fugi da maldição da montanha
– e senti a tentação da montanha.
Como lasanha, as vezes piranha – só quando me assanha.
Ganhei muita manha, agora picanha - só sem banha.
Tua imagem a terra banha, a sombra te apanha – vem pra montanha.
Esta é a manha; passar 40 dias e 40 noite no alto da montanha e...
– aceitar a tentação da montanha.

Foto de Fernanda Carneiro

ATÉ QUANDO...

Olhando seus olhos que mais posso esperar?
Que vc se transforme em outra pessoa?
Que vc não fira mais meu coração?
Não posso aceitar que vc faça de mim sua escrava
Sua dependente, seu anexo, seu eterno segundo plano
Por vezes achei que seria tudo
A mão que acariciava hoje é fria
As palavras antes suaves, ternas
Hoje são como navalha em pele
Cortam, dilaceram, destroem
Até quando brincar com pessoas
Até quando rebaixar o próximo para se sentir melhor
Até quando ser orgulhoso e matar seu próprio sentimento
Até quando ser apenas um ser egoísta, egocêntrico,
quando se pode ser muito mais, ser dois, ser simplesmente amor
único sentimento, única alma
Até quando suportar você se transformando em pó, em nada
Um ser pretensioso, cego para a realidade da vida
Realidade de que quem vive só morre só
Que sua ambição é sua perdição e seu fim
Que fui aquela que vc amou
Mas sua personalidade agressiva, rude
O faz um ser atípico, cego
Adeus para sua frieza, sua insensatez, seu desamor
Sou muito mais que uma mulher
Sou imensa de amor, calor, vida
E tu?
Um corpo vazio, uma alma calejada
Que ainda não aprendeu a viver
Por isto vou e te deixo
Siga e vá até onde seus passos possam caminhar
E para sempre Adeus

Foto de Junior A.

Doce lar

Havia um lar de amores onde todos os dias nos encontrávamos
Hoje talvez não tenha um motivo aparente para a solidão
Afinal poucos entendem o que se passa neste mundo chamado coração que Desmoronou após a tua partida
Após o teu abandono
Ainda que não seja assim o teu querer
A dor se instalou de uma maneira
Que me esforço para não chorar
Me aquieto num canto escuro
E em silencio me apego a esperança
De que se amenize todo esse sofrer que pulsa,que imputa,que desvanece a alma
Da beleza que a nós sonhava
Me restaram apenas fragmentos
Que ao caminho vou recolhendo
Vasculhando os destroços
Na esperança de que
Ainda consiga juntar a vida que partiu
Juntamente com o brilho dos teus olhos que se foram...
Hj percebo q a esperança tem os seus dois lados e que no presente
Se tornara apenas o meu engano pois não terei mais o que
A esperança me faz ver de ti
Que me vem como futuro consolo
Tenho de ti apenas o passado que o presente me roubou
E que levara ao longínquo sem se quer permitir que dissesse adeus
Quisera eu tornar ao tempo
E viver os momentos que
Traziam sentido a minha existencia
Tal sentimento sublime que era
Amor puro capaz de trazer um sorriso ao lábios
De tirar o sono por uma quimera acordado
De enfeitar tudo que nos cercava Tornando até a rotina agradavél
Pois o teu encanto deixava tudo belo e valido.
Hj sigo pelo mesmo caminho quando tento regressar ao nosso lar de amores
Porém o caminho se tornara taciturno
Cinzas no lugar das flores,chamas no lugar dos arbustos,trevas ao invés de encanto
Não há mais nada no caminho do que plantamos,do que construimos
E ainda assim insistentemente
a vida segue em meio a fumaça
Segue sozinha,segue cega...
Vida...
Ainda a vejo agonizando
Mesmo querendo o seu fim
Ainda que desejando o tiro de misericordia.
Há uma esperança que a motiva,há um desejo que a impulsiona.
A maldita esperança que tu voltes
E a recolha no caminho
A maldita esperança que
Este lar de dores que hj
Meus olhos contemplam
Torne a ser o que sempre
fora ao teu lado
O nosso...ainda que apenas nosso
Doce lar de amores...

Foto de sushi

SEMPRE AMOR E TRISTEZA

Uma tristeza e uma sensação estranha
Próxima de um amor marcado
Tão disfarçado em ações visíveis, inesquecíveis e notáveis
Onde aquele nosso antigo sonho
Atravessou o tempo
Adormeceu à medida do que não ocorreu.
Oportunidade entrelaçada
Com a responsabilidade de manter vivo
Um belo sentimento que vinha se tornando
Mais próximo alegre triste distante
E o passar do tempo tão solitário
Enquanto aqueles corações padeciam nas lembranças
Se embalavam e também se contorciam
Numa sintonia mascarada e muito transcendental
Algo de muito latente absorvia aquelas almas
Tão apaixonadas e preteridas .
Algo de muito forte as unia
E também as afastavam
Silenciosamente
Fazendo temer ainda mais este triste coração
Que tanto alimentava um majestoso sentimento
Velho
Amigo e tão lindo
Onde se firmou então o ADEUS .

Tão vivo
Encravando em nossas almas
Formando uma enorme aura
Protegendo e deixando prevalecer o grande amor
Porque não dizer aquele nosso amor !

Foto de Samoel Bianeck

Jogral da Solidão

-I-
Solidão; porque coloca esta sua mão fosca
sobre minha inocente cabeça?
Destilas a tua seiva, não doce, que vai ao poucos
se misturando com meus maus pensamentos
e descem lentamente até meu coração.
Nada te fiz - porque me persegues?
---
Olha quem diz; sou a solidão sim; mas é você quem me segue.
Estou sempre a seu lado – sou tua aprendiz.
Nunca amaldiçôo quem na minha frente não se ajoelha.
II
Me enganas, sua loba com pele de ovelha,
Invades o meu ser e ainda me aconselha!
Espedaça a minha vida; fico sangrando então se apresenta
- camuflada de remédio.
Me arrebata para o tédio; te trago e me sufoca no isolamento.
Em minha pele injeta seu veneno - não suporto este tormento.
---
Sou um pleonasmo inverso – “a bebida que você não bebeu”.
Sou gustativa - “a delícia de mulher” que você não degustou.
Sou utopia da sensação - “o corpo que você não sentiu”.
Sou o paradoxo da companhia – “comigo; sempre estará só”
III
Não entendo teu linguajar, basta; já esta me arrancando tudo.
Sinto ira; ordeno, suplico - alguém me conte uma mentira!
Grito; vou para rua, lá você está, como um rolo compressor
Não ouve meu brado; me esmaga, tritura – fico quebrado.
Levanto arrasado e você só diz – veja mais um pobre diabo!
---
Sou a mescla rara de um néctar maldito - tudo que te magoa.
Sou a mãe da tristeza - filha primogênita da angustia,
Me chamaste; vem tristeza - agora sou sua pele, “sua beleza”.
Me atiras para o alto; sou bumerangue – circulo com teu sangue.
--IV--
Sigo a rua estou só, mas você me segue e grita – não esqueça de mim.
Olha um manequim: escute estão rindo, não tem ninguém - só pode ser de mim.
Sussurras no meu ouvido; sou invisível, é de você; viro e olhos para eles.
Fazem cara de sério, não digo nada, mas te interrogo – eles são felizes?
Sim; não sabem que vão morrer; nem porque estão rindo?
---
Porque usas de metáforas para me atingir? Vai indo!
Teus passos sabes dirigir – acha que agora vou rir.
Estou aqui para: com dor te atingir – não vou fingir.
Nem pense que vou te acudir, não chão pode cair.
Tenho uma missão a cumprir - tenho que te punir.
--V--
Logo decido, vou seguir - mas como posso?
Você é uma sombra, me segue como um fantasma – não posso fugir.
Me angustia, me faz mal, olha a manchete no jornal
– a felicidade esta mais à frente.
Mas não sou crente, me empreste o pente, não te; esqueça
– nunca mais coloque a mão sobre minha cabeça.
---
Conheço tuas sensações tácteis – e sempre estarei te atormentando.
E fui, eu fiz eu sou, tudo de bom que você queria ter vivido.
Pequenas e grandes coisa, um amor querido – sem viver, ficou inibido.
Alguém querido que não ajudou – uma conquista interrompida.
-VII--
Escute é a voz do mar; na esquina vou virar - acho que é lá seu ninho.
Te chupo como uva, urino no esgotos - mas voltas com a chuva.
Tenho preguiça; tento correr e me seguras - como a areia movediça.
Na hora derradeira; sem querer te chamo de companheira.
Sei que és a antítese – do meu viver sem vida.
---
Esqueceu; sou o acróstico das iniciais de todos os teus males.
Mas lembre-se; sou tua companhia mais sociável - não te deixo ao léu.
E nem te quero no mausoléu – sempre te alcanço um chapéu.
--IX--
Esta é boa, agora você é me anjo da guarda, minha amante.
Lembrei estou precisando é de uma amante, duas ou três
– quem sabe a solidão eu espante.
Estou ilhado preciso de alguém, vou ver uma boneca ou uma madona
- se não tiver vou para zona.
Vejo uma; grito; estou aflito - vem meu amor, me tira da solidão.
---
Engana-se; sou insubstituível; nem amor, dor ou pudor.
Sou a esfinge; ninguém me decifra; não tenho cor – sou ilegível.
Sem pudor dou a luz à angústia – e batizam meu filho de dor.
--X--
A festa acabou, vem comigo - mas não sei onde vou.
Virei olhando seu rosto uma lágrima rolou; ela chorou - que foi?
Tu és uma flor; sim mas você vai - a solidão me atacou.
Sai em silêncio, bati a porta, corri, gritei, adeus - nunca mais solidão.
Deixei-a com ela, ela ficou com minha solidão - estou livre!
Como um pássaro; quase seminu - atirei minha roupas para o ar.
---
Pare, pare, aquela solidão era a dela - eu sou a sua.
Cada um tem a sua companheira que é a solidão verdadeira.
Sempre te acompanhei, acompanho - nunca largarei.
Senta ai e se acalme, volte a ser triste – nada de alarme.
--XII--
Se cada um tem a sua; porque ninguém gosta da solidão?
Quero distância vou embora você – é bem sem elegância.
Há quem se queixe; nas festas, nos amores – você está presente.
Veja quanta gente; fernandinhas e caubóis – mas tua marcas os corrói.
---
É filho; estou com os poderosos, incapazes e medrosos.
Nova sou invisível - nada aparece, com o tempo meu ser se fortalece
– junto com tuas desilusões meu poder cresce.
Sou abstrata, imaginária mas todos sentem o peso de minha mão
– minha maldade sempre aparece.
--XIII--
Não me chame de filho. Alguém disse que você é a praga do século.
Tem muita gente sofrendo por tua causa, até se matam ou matam.
Você leva a depressão; a tristeza, que deve ser tua irmã ou irmão.
Toda vez que sua sombra cinza visita um ser - sempre roubas um pouco.
Solitário, nas festas, sempre tem alguém sofrendo – aqui acolá.
---
Amigo; nós da família solidão não temos culpa – cada vez tem mais espaço.
Estamos só cumprindo nossa função; tem gente que vive em uma eterna solidão
- sempre me chamam com a droga, intrigas, brigas – dizem que são amigas.
Você é um que sempre fica comigo. A propósito gostou de te chamar de amigo?
--XIV--
Amigo está melhor; já que não posso me livrar - vou te aceitar.
Te chamarei de Rodrigo, pelo menos rima com quem
- da felicidade é mendigo.
Agora te pergunto ou digo; e esta gente que só enxerga seu umbigo?
Mesmo aquele que se dizem bravos; também são seus escravos?
---
Amigão; para este tipos de coisa eu nem ligo, são estúpidos sem receio
Cá entre nós; são os que mais vivem a sós - e para solidão é um prato cheio.
Não invento, e ao ver eles afundando na amargura – só contemplo.
Ainda é tempo, me entenda me aceite como sua amiga – sou pura.
Fico má, te afogo no veneno quando você quer – o sabor é da tua mistura

Foto de amasol

A moça da janela

De sua janela, uma linda moça - todos diziam - sonhadora, um sorriso sempre no rosto, um amor buscou.
Não uma paixão qualquer, fugaz, como lera em romances.
Queria um amor sublime, que a completasse, que risse da vida e gostasse de poesias.
Realizou seu desejo.
Pela janela, um jovem rapaz que palavras bonitas dizia passou, por ele se apaixonou e até serenatas ganhou.
Foi o bastante, subiram ao altar.
Tempos de intimidade se aprofundando, bons e maus momentos se alternando, as coisas já lhe pareciam diferentes.
Da parte dela, tudo perfeito.
Esperava-o com um bolo quentinho, um abraço carinhoso e beijos afetuosos.
Escutava-lhe as lamúrias, tudo à gosto do amado.
Da parte dele, algo mudara.
Filhos? Nem pensar - dizia - sou muito novo, crianças aqui não.
Poesias, já não mais ouvia, nem sequer um verso, serenatas então, só dos gatos no telhado a miar.
Beijos apaixonados, bobagem, estou apressado... falava o desalmado.
Mas...
Com o tempo, a moça da janela perdeu a visão das coisas simples, tudo que houvera sonhado, ficara para trás.
Insegura se tornou, já não se achava bela - meio por sua culpa - por ter perdido a esperança de dias melhores, do amor do passado.
Continuou alí às tardes na janela, olhando para qualquer lugar.
Não se via seu sorriso de ternura, pouco dos sonhos lhe restara.
Perdoar sempre, a cansou de vez.
Seu amado, homem fraco e volúvel, nos diálogos, defeitos nela colocou.
Pegou suas malas, sem um adeus sequer, a deixou.
Dos tombos e tropeços que a moça levou, sofrendo ainda pelo abuso, algumas coisas da vida aprendeu:
"Nem todos caminham na mesma direção.
..Lembrou que não lera só um romance...
Poderia sua vida recomeçar...
Quem sabe um dia, na janela, voltaria a sonhar".
Se passos deu para trás, agora olharia para frente, mais madura, segura e consciente.
Os arranhões no coração, ajudariam-na a andar com mais lentidão, olharia às pessoas mais profundamente, para que talvez no futuro, não mais errasse.
A pura verdade não ilude e não trapaceia.
O presente a faz reviver, pois acredita no futuro, refeita da decepção.
Decidida, põe a insegurança porta afora e agora em uma nova janela está.
Hoje da moça ingênua e pura daquela janela, pouco restou.
Mas vê-se em seus olhos agora, um brilho de mulher que ficou.

Foto de TrabisDeMentia

E acordar

E acordar...
Vê-la ali, no meu pensamento
esboçar um sorriso, um contentamento
sentir que lhe amo em cada momento

E acordar
Olhar para o lado e lhe dizer bom dia
voçê sorrindo, seus lábios se abrindo
soltando um "te amo" mais lindo!

E acordar
Chamar por voçê e você vindo
abrindo seu robe, deitando na cama
tocando meu corpo como faz quem ama

E acordar
percorrer a casa e não lhe encontrar
remexer as gavetas e roupeiros seus
encontar na porta o bilhete:
"Se deixou dormir meu bem. Adeus"

Foto de nice

SAUDADES

FOI CRUEL OUVIR TEU ADEUS
QUISERA QUE EU FOSSE SURDO
VOLTE PELO AMOR DE DEUS
VIVO PERDIDO NO MUNDO
NÃO SEI COMO CONVERSAR
AS PESSOAS NÃO ME ENTENDEM
FICOU TRISTE MEU OLHAR
E A TRISTEZA SE ESTENDE

COMO PÁSSARO PEREGRINO
NÃO ENTENDO PARA ONDE VOU
MESMO ESTANDO SORRINDO
APARECE A MINHA DOR
QUEM DERA COMO A POESIA
DA ALEGRIA DESTES VERSOS
ME TOMASSE A ALEGRIA
PARA DIZER QUE EU CONTESTO

LEMBRANÇA E SOFRIMENTO
NÃO FAZEM PARTE DO AMOR
QUISERA COM SENTIMENTO
FALAR DE TÃO LINDA FLOR
DSIZEM QUE AMAR É BONITO
EU NÃO POSSO CONCORDAR
PORQUE EU JAMAIS ACEITO
QUEM AMA TER QUE CHORAR.

Foto de Fernanda Carneiro

Nós dois

Até quando continuar como uma farsa que apenas magoa, fere
Acreditei em sua palavras, e por pouco me joguei plenamente em seus braços
A realidade se torna dura e para onde meus olhos vão olhar se acostumei a me ver através de seus olhos?
O caminho muda, mas meus sentimentos não
Tentar mais do que tentei, calar-me diante de tantos erros
Perdoar até perder totalmente o poder sobre mim mesma
Assim não é possível! Um amor desses não é amor!
Vc diz querer meu bem enquanto suas ações dizem o quanto é egoísta Preocupa-se tanto comigo, por que me deixa afundar neste mar negro?
Não precisamos disso, somos adultos o suficiente para dar um adeus
Aquele dia em que te conheci parecíamos uma única luz na escuridão
Iluminávamos o ambiente onde estivéssemos
Não havia desencontros e sim acertos
Mas como nada é eterno e as pessoas são o que são
Pude ver além de um rosto belo, e mãos calientes
Sombras que iam chegando cada vez mais perto, passos incertos e perdidos
Bocas que soletravam frases de ira, e um corpo desejava apenas o carnal ...
Aonde fica o respeito, o amor, e tudo mais que nos faz feliz?
Senti-me um grão de areia no meio do nada
Como se todos em volta gritassem: volte para nós, saia deste lugar obscuro.
Difícil é tentarmos ser além de nossa personalidade
Representar que tanto faz, quando nada é o que sonhara
Este universo é tão grande e ver-me presa ao seu lado torna-se quase uma ironia
Acorde para o hoje, veja com seus próprios olhos quem lhe diz a verdade: Chega, não sou rosa para ter tantos espinhos,
Nem um oceano para derramar tantas lágrimas.
Sou forte feito pedra, fria como gelo, pois minha alma é calejada
Desta face somente enxergarás sorrisos e de minha alma, tranqüilidade
Não aperte esta mão se não tiver intenção de beijá-la
Não dê flores se não tiver um amor sincero
Não prometa uma vida a dois se jamais soube o significado do que é a palavra respeito
Posso dizer que te amei desde a chegada até a partida
Mas não posso fechar a cicatriz e apagá-la de mim
Se fosse amor era para ser feito de felicidade e não de maldade

Foto de TrabisDeMentia

Sábado 6 & Domingo 7

Sábado :
Amanhã?! O amanhã é passado...Hoje, o amanhã foi ontem. Ontem, foi o futuro! Foi um pequeno dia que me marcou em grande. Por pouco não te via, mas te vi. Por pouco chorava e por pouco não chorei. É que ontem tudo mudou e hoje não sei como será amanhã. Ontem a mesa virou e as cartas mostraram a face, e o mais interessante foi que os copos permaneceram de pé. A fobia abraçou-me com tal força que me sufocou. Senti-me embriagado com as tuas palavras. Pegaste-me no pulso e me obrigaste a ajoelhar. Tremi. Tudo o que era mentira tornou-se claro como a verdade. Não havia enigma que disfarçasse. Tinha que ser ali e já, preto no branco. E eu embaraçado não distingo as cores. Prometi uma resposta sem que houvesse pergunta. Um simples quem não arrisca não petisca, sim ou não? Foi de cair o queixo. Os olhos, esses perderam-se no horizonte. Senti-me perturbado, desorientado , feliz mas triste. Feliz porque tive a confirmação de que a minha imaginação não estava assim tão fértil, haviam realmente sinais. Triste porque não tinha resposta. Nem um sim nem um não matariam a questão. E porquê? Porque não havia questão. É muito complicado, muito complicado. Ou desculpa-me ou desculpem-me. Muito, mas muito complicado. Pelo menos para mim. De que me serve a balança se não consigo descalçar o sapato?
Domingo :
Mais um dia passou e as resposta prometida foi-se em forma de carta, esta carta, da qual estas frases ainda não faziam parte. Foi um toma lá ... mas não dá cá. Mentira. Aquele sorriso! Aquele sorriso... Não diz tudo! Há mais, sei que há muito mais. Foi um alívio mas por outro lado... Como é costume tive pena. Pena por não ter completado a carta. Mas completá-la pode demorar uma vida, a minha. Não é drama, é uma trama, é um problema, é um dilema. É e sabe tão bem. Disse-lhe adeus como quem não quer a coisa!!! Uhff ,correu bem. Não descalcei o sapato mas tive direito a uma mensagem. Obrigado, não era necessário! Conta-me dessas! “Xonha mt”! Será uma ordem, uma sugestão, ou um pedido? Seja o que for é bonito! Ah pois é! Ultimamente tudo é bonito, quer dizer, quase tudo. Dou comigo a sorrir, feliz , pensando nos ques, nos porquês, nos mas, nos mas, nos mas, mas a noite já caiu. Está na hora de ir dormir... com as estrelas!

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