Ardência

Foto de Arnault L. D.

O frio

Assim como a este dia frio
aplaco em cobertas o tremor
que resfria-me a alma no peito.
Camadas de cobertas crio,
entretanto, ainda arde a dor
do gelo... inverno que tem feito.

Minha pequena fogueira de papel,
esquenta, em palavras que incinera,
que por alguns instantes me aquece.
E a luz de sua chama, fogaréu,
imitando a um Sol, faz primavera.
Mas, logo se consome nesta prece.

A bebida forte que embriaga
também me ilude. presente calor
e semeia idéias... de estio.
Bêbado de idéias zigue-zago
nos sentidos embotados. Melhor;
que a ardência do frio... do frio...

Foto de Melquizedeque

‎:::: CÂNTICO DEMENTE ::::

Essa colisão de ondas sonoras,
congela em ardência outoniça
a dolência endógena da música;
Elucubração da dissonante afonia.

Cítaras perdidas na atmosfera
degeneram arte em boemia.
Aliteração orgânica severa...
- Paracelso professa a magia?!

Arqueologia dos sonhos humanos,
- Uma arte interna explosiva.
É o lamento telúrico lascivo
liquefeito nos ventos, nos fios.

Melífluas lamentações
onde o escárnio sorri.
Esfomeada plenitude
em clepsidras hostis!

Alaúde sibilante e demente,
és capaz de retorcer pensamentos
com tuas vozes criptografadas.
Distorce a estética forma da alma;
- Categórico cálculo da mente.

Charles Von Dorff, 17 de janeiro de 2012.

Foto de Edigar Da Cruz

EXTASE NA PELE

EXTASE NA PELE

. Na noite de verão do prazer,..
Do êxtase suculento do desejo após o prazer..
Das ondas de espuma do mar,..
Do amar de emergir desejos sem fim,..
Da graça das ondas perfeitas da doce presença,.
. Ao doce do amor, da beleza das formas de se inebriar de sorrir e amar,..
A o êxtase do amor sendo alcançado,.
Dos toques de malicias a pele quente,..
Da plataforma das ondas da ilha do mar do prazer de amar...
Bela pele de Afrodite do imenso mar,..
Que só amar poderia exaltar,..
Do exaltar e fluir do emergir,..
Do amor chamando para fluir,..
Bela fogosas chamas que faz consumir,..
Da ardência de amor que se fundi,..
Do amor que se faz incendia de gemidos e unir do sabor do fulgor do amor,..
Dos respiros fumegantes ao sentir a pele,..
Da boca molhada do mel de amor,.
Do toque do pescoço do arrepio e o gemido que surgi e faz delirar..
Que acalienta o desejo a cada amar,..
Jeito de fêmea excitada,..
Dos acordes da vos que ecoa o amor do delicioso AMOR
No Êxtase em Pele

Autor:Ed.Cruz

Foto de Rute Mesquita

Os três desejos e os cinco sentidos

Quando sonhamos de olhos fechados tudo se realiza. Todo o impossível se torna possível. Todo o ocasional se torna evidente. Todo o curto se torna demorado e intenso. Todo o celeste se torna terreno. E é após esta breve apresentação que vou fechar os meus olhos e sonhar…

Vejo uma pena, que baloiça no ar à música do vento, vai para lá e vem para cá… e falta pouco para nas minhas mãos quentes e ansiosas pousar. Talvez eu possa apresa-la, dançando com ela. Balanço-me para cá… balanço-me para lá e aqui está ela nas minhas mãos.
Traz consigo um recado, diz que peça três desejos que ela mos irá realizar esta noite. Pois vou pedir muito silenciosamente o primeiro.

I.Desejo: o seu encontro, o despertar dos cinco sentidos.

Avisto a sua casa, entro por aquela porta pela primeira vez sem precisar de chave ou de um convite, atravessei-a por e simplesmente. Sinto os meus pés a gelarem com a fria madeira do chão de uma sala colorida. Continuo a andar… atravessei outra porta e eis um corredor. Um corredor estreito e confortante que acaba numa pequena varanda. Sinto presenças vindas de dois quartos situados na lateral direita do corredor e uma atracção que me chama ao segundo quarto. Eu deixo-me ir, deixo de conseguir resistir de controlar o meu corpo. Entrei… vejo um quarto cheio de memórias de momentos de amor, de paixão, de partilha, de cumplicidade, de entrega. Vejo recordações, vivi-as em milésimas de segundo, mas mais que isso vejo o seu corpo coberto de um lençol fresco. Pareceu-me que fiquei uma vida a contempla-lo. Aproximei-me, como se os meus cinco sentidos quisessem mostrar-se apurados. A Visão foi o primeiro sentido a fluir. Contemplei aquele corpo durante uma vida sem um único pestanejar, com as pupilas contraídas, fazendo o seu trabalho, regular toda aquela luz vinda daquele ser angelical.
O Olfacto seguiu-se. Cheirei a sua pele, cheirava a um aroma único e só vindo daquele corpo, chamava-se ‘sedução’. Qual será o cheiro da sedução? Não sei responder, pois ainda só vi e cheirei.
A Audição apressando-se, foi o terceiro sentido a fluir. Ouvia atentamente o seu respirar, que me lembravam o som das ondas do mar, ora avança onda, ora rebenta onda… retrocede areia e assim repetindo-se infinitas vezes. Oiço um palpitar desequilibrado, quase que um chamamento. Oiço os seus olhos adormecidos a mexerem-se, estará também a sonhar? Estará à minha procura?
Irrequieto o Tacto quer ser o próximo. O Tacto que se concentra todo em usar as minhas mãos. E é então que começo a sentir um manto fofo, que pica um pouco e se entranha por entre os meus dedos, é o seu cabelo confirma a Visão. Continua o Tacto… percorre a sua face com todos os pormenores, as sobrancelhas, as pálpebras, as suas pestanas, o seu nariz inconfundível e os seus lábios carnudos. ‘Como são belos, Tacto’, diz a Visão. E o Tacto não pára… sente agora as suas orelhas perfeitas de tamanho ideal. Desço mais um pouco… as minhas mãos descem o seu pescoço como se fosse um simpático escorrega. Finalmente o seu peito… um peito que sobe e desce em curtos espaços de tempo. ‘Está a respirar’, diz a Audição. ‘E o seu coração está a bater mais que nunca, Audição’, acrescenta o Tacto.
O Paladar impaciente quer acabar em grande mas, o Tacto pede-lhe que o deixe pelo menos sentir as suas parceiras, as suas outras mãos. Então lá foi o Tacto percorrendo aqueles seus longos e musculados braços até às suas metades. As suas mãos, grandes, suaves… onde as minhas encaixam perfeitamente como o sapato no pé da Cinderela. ‘Agora tu Paladar’, diz dando uma força a seu sortudo contíguo.
O Paladar, como seu instrumento usa a minha língua. Sinto um gosto doce… um gosto que sabe a amor. Como se saboreia o amor? A Visão diz, ‘ao ver este corpo esbelto’, o Olfacto atropelando diz ‘ao cheirar a sua pele’, a Audição unindo-se ao Tacto responde: ‘É mais que isso meus caros companheiros, o amor provém do batuque do seu interior’.
Curioso e surpreendido continua o Paladar. Sinto que estou a passar a minha língua agora na sua orelha, tão macia com pequenos pelos que cobrem provavelmente todo o seu corpo quase que imperceptíveis. Pairo agora nos seus lábios, provo a sua sede, o seu desejo. Como se prova a sede? Como se prova o desejo??
O Paladar continua sem se surpreender pelo silêncio dos outros sentidos. Percorro agora o seu queixo, o seu pescoço e agora o seu peito… encontro uma pequena cova por onde passo e passo lambuzando a sua pele. Até que o Paladar indignado sente uma outra pele... uma pena, é isso era uma pena e pede ajuda à Visão para que lhe explique o que significa. E a Visão atentamente observa a pena e lê no seu verso: ‘Pede agora o teu segundo desejo’ e ai os sentidos perceberam que o seu tempo tinha acabado…
Pedi então o meu segundo desejo, levando todos estes aromas, todos estes sons, todas estas cores, todos estes relevos e todos estes gostos.

II.Desejo: o despertar do corpo adormecido.

Pedi, pedi que este corpo adormecido acordasse. E assim aconteceu, o corpo esbelto que havia explorado despertou e eu estava deitada a seu lado contemplando-o. Ficámos eternidades a olhar-nos olhos nos olhos… e sei que não foi um desperdício de um desejo nem de tempo.

III.Desejo: A união dos dois corpos e os seus respectivos sentidos.

No seu olhar vejo ‘Pede agora o teu último desejo’ e foi então que pedi, pedi que os sentidos se unissem de novo e provassem a sedução, o amor, o desejo, a ardência, a paz, a magia, a sintonia, daquele corpo e assim se realizou… por entre aqueles lençóis que antes frescos e agora quentes e transpirados, numa luta escaldante e exploradora entre os cinco sentidos de ambos os corpos.

E ainda bem que não há um quarto desejo e sabem porquê? Porque não queria pedir para acordar…

Foto de Jessik Vlinder

Insônia e volúpia

Os pensamentos insanos insistem em me perseguir. É difícil resistir a eles! São desejos incontidos e devassos. O meu lado mais instintivo grita desesperadamente e parece querer sair por cada poro da minha pele. Minha boca se enche de saliva e meus lábios enrubescem num tom quase púrpuro. Meus pelos eriçam, meus olhos penetram no vazio, meus batimentos ficam inconstantes... fico inquieta. É uma mistura alucinante de desejo e ousadia... incontroláveis e ilimitados! A vontade de me entregar inteiramente me domina. Cobiço toques em cada centímetro do meu corpo, ser banhada pela umidade de uma boca descontrolada. Anseio a ardência de lábios e língua insitando ainda mais o incêndio que se alastra por dentro e por fora de mim. Preciso ser devorada... devorar...

Foto de andre luiz couto

Se eu pude-se

Se eu pudesse,iria
às estrelas reivindicar
a luz que nelas existe,
que com certeza levaram
do brilho do teu olhar.

Para a lua, pediria,
que não tardasse a devolver
toda beleza e magia,
que faz da vida poesia,
nesse teu jeito de ser.

Ao sol então eu diria
para nunca mais invejar
o dourado dos teus cabelos
e o lindo rastro de luz,
que sigo ao te ver passar.

Para o belo firmamento
que transforma o mar em paraíso,
quero a paz e encantamento,
que pertencem ao teu sorriso.

Ao céu de tão belo fulgor,
nas noites ou alvorecer,
confessaria que meu amor
e minha razão de viver,
para tudo que é belo e divino,
não fica nada a dever.

Se eu pudesse e soubesse
Sandra Lúcia Ceccon Perazzo

Ah... se eu pudesse
voltaria no tempo do nunca mais
para enfeitar com o brilho das estrelas
o luar de prata do seu doce e forte olhar

Ah... se eu soubesse
lutaria contra tudo e contra todos
e mesmo que partida ou quase sem vida
teria em meus lábios os olhos que hoje fitam
o gosto da boca das forças que me ditam

Ah... se eu pudesse
despiria-me dos disfarces
das minhas roupas cerzidas
das capas rudes e rasgadas
todas cosidas que hoje visto
para que não me vissem
e enxergassem somente você

Ah... se eu soubesse
reencontrar o caminho de sua alma
arrancaria dela o coração em clemência
pois é nele que palpita a vida que revela
o quanto amei evidência e em total ardência

Ah... se eu soubesse e pudesse
despertar em mim o tempo da inocência
para que eu existisse
com toda a insistência
dentro e fora de você...

Foto de Lu Lena

SONHOS E PESADELOS NUM GRITO CALADO...(Dueto de Bira Mello e Lu Lena)

*
*
*

SONHOS-PESADELOS

Sonho por um momento
Que correspondes com plena paixão,
Ao meu amor e meus sentimentos;
Que entorpecem minha mente
Me deixa confuso em pensamentos:
De possuí-la, de ser seu dono,
Seu servo-escravo, seu macho em cio...
Apenas sonho nesse momento
Que sou cego por seu amor
E em braile leio com suaves toques
Todo seu corpo.
Sinto, vejo as nuances de su'alma
Decifro seus ícones...
Seus mais profundos segredos!
Percebo que cristalizas
bem dentro do seu casulo (su'alma)
Apenas por puro medo
De que eu não seja bom o suficiente
E transforme seus mais nobres sonhos
Em tristes pesadelos.
Agora o dia já vem...
Meu despertador acorda-me
Desperto desse meu triste sonho
Só pra ver a minha realidade
Perceber que dentro e fora de mim
Por hora não existe mais sonhos
Tudo é apenas sombrios,
Tenebrosos e eternos
Sonhos-pesadelos.

Bira Mello

GRITO CALADO

Lanço vôo nos lençóis alvos que
descortinam-se no campo estelar
em meus olhos pontos cintilantes
que ofuscam o meu olhar...
na obscuridade, a ardência e o
peso das pálpebras que insistem
em ocultar...
na deriva de meus pensamentos
sensações vibrantes...
no céu...
um pássaro a desenhar
o esboço inglório que resplandece
em ``flash´´ como raios de luz
teu sorriso esmaecido preso em
teus lábios, que atravessa o
tempo e insiste em dizer
que ainda me quer, que ainda
vai me encontrar...
oscilam as recordações que
costurei em retalhos e cerzi
com as marcas e as nuances
nessa incógnita que adormece
minha sobrevivência em ti
varam comigo madrugadas infindas
e na mudez de minha voz trancafiadas
inerte em estado de dormência em
transe...
na garganta ainda presas estão as minhas
lágrimas secas... que ainda insistem
em cair...
magia, divagação nesse contentamento
lá fora sinto o balançar da árvore que faz
ruído com as folhas que se dispersam
na brisa do vento...
em meu silêncio mórbido e trancado
teu nome ecoa dentro de minh’alma
num grito calado...

Lu Lena

Foto de Lu Lena

GRITO CALADO...

*
*
*

Lanço vôo nos lençóis alvos que
descortinam-se no campo estelar
em meus olhos pontos cintilantes
que ofuscam o meu olhar...
na obscuridade, a ardência e o
peso das pálpebras que insistem
em ocultar...
na deriva de meus pensamentos
sensações vibrantes...
no céu...
um pássaro a desenhar
o esboço inglório que resplandece
em ``flash´´ como raios de luz
teu sorriso esmaecido preso em
teus lábios, que atravessa o
tempo e insiste em dizer
que ainda me quer, que ainda
vai me encontrar...
oscilam as recordações que
costurei em retalhos e cerzi
com as marcas e as nuances
nessa incógnita que adormece
minha sobrevivência em ti
varam comigo madrugadas infindas
e na mudez de minha voz trancafiadas
inerte em estado de dormência em
transe...
na garganta ainda presas estão as minhas
lágrimas secas... que ainda insistem
em cair...
magia, divagação nesse contentamento
lá fora sinto o balançar da árvore que faz
ruído com as folhas que se dispersam
na brisa do vento...
em meu silêncio mórbido e trancado
teu nome ecoa dentro de minh’alma
num grito calado...

Foto de Anderson Maciel

NOSSAS VIDAS

perdi o caminho
me axei sosinho
depois do luar
passei a te encontrar
veredas do amor
caminhos de carência
vidas de paixão
nossas vidas com ardência
sentimentos de ardênia
nossas vidas com Amor. Anderson Poeta

Foto de DAVI CARTES ALVES

AOS PAIS

AOS PAIS

Uma hora e quarenta de antecedência
a brisa sopra uma melancolia adocicada
os que partirão, levam de nós fragmentos,
momentos retirados com suas raízes fundas em sangue

slides, filmes curta – metragem,
pôr – do – sol da varanda, canções de ninar
roubam o pensamento, empossando olhos pisados
a dor, solícita
ajuda o motorista abrir o porta - malas

De repente
tardiamente percebemos
estarmos siderados pelo trabalho
pelos estudos
em busca de certificados de papel couchê
sem blindagem anti -traça
e o narcisismo que derramamos
aos nossos deuses do egoísmo
tem cor e cheiro de maldade

como sal farfalhado num manto negro
a garoa chega com a noite fria das nossas almas
para crepitar em nossas chagas
com a ardência causticante
qual tiro certeiro de candiru
no vertedouro

abrindo n’alma os vincos escarlates
dos perdões que não pedimos
dos horários que violamos
das sovas que merecíamos
mas não ganhamos
do sair triunfante com a última palavra
e a dobradiça quebrada

e mais um bode ofertado
putrefa ao deus do egoísmo
umedecendo pupilas
levando ao chão dos arrependimentos
nossos castelos de argila

quando o ônibus parte
inapelavelmente
uma dor nos abraça mais forte
como o “ carrapato em seu cão bem quentinho”

e na plataforma S
avistamos resignada, a saudade
esmirilando ainda mais
suas lâminas tão certeiras...

poesiasegirassois.blogspot.com

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