Areia

Foto de Carmen Vervloet

PAISAGEM SEM COR

Tanto foi... mas tanto foi o sofrimento...
Que meu coração secou!
Hoje sou um grão de areia ao vento,
tão perdida que já nem sei quem sou.

A falta de paz é meu tormento.
A insônia nas noites me persegue.
Peço a Deus que me faça um acalento
ou então que faça meu momento breve.

Meu silêncio é feito de agonia,
minha alma entregue à dor...
Meus sonhos não voam sobre as pradarias,
minha vida é uma paisagem sem cor.

A esperança acorrentada no meu peito.
A chave perdida no deserto e sua imensidão.
Meu corpo debatendo-se sobre o leito,
meus olhos perdidos na escuridão.

Carmen Vervloet

Foto de airamasor

Nós dois Apaixonados...

Num instante,
Como num passe de mágica,
Estamos frente à imensidão azul do mar,
Nadando juntos,
De mãos atadas,
Com intervalos de beijos selados,
Nos lábios e no coração...!
Como na magia de um belo sonho,
Torno-me inteira como tu és
E ainda continuo sendo eu
Oferecendo-lhe o meu coração...
Tu confundes o teu corpo com o meu
Num entrelace de vida e de paixão...!
Há o mar,
a areia,
os morros,
o sol...
E há nós dois.
Cerramos os olhos
E a chuva cai...
Pingos incessantes que nos fazem
Ser Água, ser Desejo, ser Amor...
Nos amamos com sofreguidão
E somos um só
Na alma, no corpo, no coração...
Quando eu me perco
Me encontro no teu olhar
Para logo me perder no teu tocar...!
Olhos nos olhos,
Boca com boca,
Pele com pele
Corpo no corpo!
A água do mar,
Os pingos dançando
E nós dois apaixonados a nos amar...!
(Aira, 27 de março de 2011)

Foto de Allan Sobral

Soneto a Bailarina

Como flor surgiste junto a primavera,
como uma estrela bailarina em meio ao celeste firmamento
Apaixono-me indevidamente, por uma beleza que me vitupera
tomaste-me noites de sono, presenteia-me com um ar que anda um tanto desatento

Pois atento-me somente a você, flor que nasce em espinheiro,
mal a conheço e já é a modelo do que vivo a rabiscar,
Seus olhos sedentos de amor verdadeiro,
me encaram como soubessem o melhor que tenho pra lhe dar

Sua beleza sega-me em meio a multidão
como se do meio de ardentes chamas, surgisse um anjo,
como se em minhas tristes partituras solitárias,
surgissem notas agudas e puras que formassem o mais belo arranjo

Suas palavras em som baixo e afinadamente aguda
remete-me a ser somente a base para o canto que cantas como sereia,
Seu corpo desenhado detalhadamente em traços finos,
Obriga-me a buscar-te como o um naufrago ao se afogar busca a areia.

Seu andar que diz que és mulher impossível,
desafia minha petulância, e meu instinto de malandro
faz-me querer parar com você em um conhecido lugar imprevisível,
e te fazer andar sempre comigo por onde ando,

Com seu leve dançar, que me faz levantar vôo ainda com os pés no chão,
me fez tirar novamente uma bela musica de meu violão,
escrever um soneto de coração,

Me fizeste crer novamente em uma paixão pura e fina,
daquelas que quebram a rotina,
reconstroem as ruínas,
toma-me novamente a inspiração que alucina,
Pois me obriga a compor o mais sincero soneto a bailarina.

Dedicarei a você minhas mais belas palavras escritas,
se jurar não machucar meu pobre e desiludido coração
tocarei todos os dias a canção que te fará dançar
e olharei seu bailar, onde te cercarei pela mais bela emoção

Sua beleza roubou-me a rima,
restou-me só esse duvidoso sentimento,
e olhar vazio, em busca de uma bailarina.

Allan Sobral.

Foto de SANDRA FUENTES

ÀS CEGAS

Vivo
Em um processo
Voluntário
De abandono

Pálido

Em gotas

Nas multifaces
De alguém
Que escreve

Vivo e morro
Todo dia

Ampulhetas explodem por onde passo
E ondas de areia enchem meus olhos
E cegamente
Vou tateando
Sem noção
De tempo

Num caminho
Para um poema novo
Estético
Romântico
Patético

Transpirando lâminas
Atingindo o alvo

(sem querer)

Sandra Fuentes

Foto de Carmen Vervloet

SERMÃO PARA UM HOMEM IMPERFEITO

Caminhas em busca de venturas,
Mais vezes caça do que caçador
Se não focas no amor a tua procura
Pilha-te o primeiro sentimento predador.

O espírito, onda em movimento
No mar revolto das promessas da tentação
Desliza solto a mercê do vento...
Em cada queda um degrau de evolução.

Cabe a ti escolher e traçar o teu destino
O livre arbítrio é todo e somente teu
A vida não é um cassino clandestino
Mas o maior tesouro que Deus te deu.

Envolve-te de luz como de um manto
E faça-te arauto de bons intentos
Lave os caminhos com os teus prantos
A alma é sábia e compreenderá o lamento

Se Deus mostra sua face na flor selvagem
E dissipa as nuvens num sopro de vento
E te deu livre arbítrio nesta viagem
Por que não fazer bom uso de cada momento?

A vida é a seara que cultivas com amor
Enxergue o mundo num grão de areia
Construa tua obra com carinho e bom humor
E deixe a felicidade penetrar por tuas veias.

Deus te deu sabedoria, potencial e inteligência...
E ouvindo o coração, acionando a consciência
Crie uma praia com seu pequenino grão de areia
E então em paz, deleite-se com a lua cheia!

Carmen Vervloet

Foto de Sandro Nadine

Deserto de Areia

Me vejo num deserto,
Onde o homem é a própria Areia...
Que com o tempo se espalha ,
Povoando o silêncio que me rodeia...

O que antes era vivo,
Agora passa a ser Inanimado...
Apenas o calor do vento,
E a frieza do orvalho...

O que deveria ser coração, vira pedra,
O que poderia ser luz, vira treva,
O que deveria ser sentimento, vira sela...

A solidão vira tormento,
A sede se transforma, em desejo incontestável...
À noite, impiedoso relento,
Traz para a alma, fome interminável...

E em meio a essa paisagem, o vazio,
Que em mim tranforma-se em lágrima...
É a prórpia Terra imersa no cio,
Sem Brilho e sem Mágica...

(Sandro Nadine)

Foto de Nailde Barreto

"Eu, Você e o Mar"...

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Ali, diante daquele mar, pensei em ti.
Pensei em chorar, pensei em sorrir...
Sentado, à sombra, calma!
Fixamente, vejo você deslizar entre as ondas;
Você estava lá, ausente, presente!
Refletida nas águas do mar, só pra mim...
Pensei no seu corpo bronzeado,
Pensei na sua boca...
E, meu coração em chamas,
Acalma-se ao sentir o frescor da maresia,
Interpenetrada por ti, envolvendo-me...
Pude ouvir o barulho das ondas, silenciosas!
Pude ouvir os passos das tantas pessoas,
Com seus trajes de banho, coloridos, sem cor!
O sol se pondo...
O céu cheio de nuvens, inclinado para mim...
Cenário perfeito, incompleto pela falta palpável de ti,
Bem aqui, junto à areia desse mar, furacão!
Que tanto me faz lembrar você,
E, de gota em gota, não resista,
Inunda-me!
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Nailde Barreto.
11/03/2011

Foto de CarmenCecilia

VOCE ME PERDEU

Você me perdeu…

Você me perdeu
E nem percebeu...
Cada indício...
Cada silêncio...
Meu olhar denunciava...
Minha voz calava...
Você se fechava
No seu mundo a parte
Você se distanciava
Enquanto tudo desmoronava
Como castelo de areia...
Promessas foram muitas...
Em vão...
E meu coração...
Não mais compassou com o teu...
Agora o breu...
Esse ar rarefeito
Que tomou conta do meu peito...
Não há mais solução...
Culpas, absolvição ou razão...
Tudo se perdeu...

Carmen Cecilia
05/03/2011

Foto de betimartins

A vida em forma pura

Respirei fundo, senti o ar fresco entrar nos meus pulmões
Meu corpo dançou ao sabor do vento, balançando a mente
Entre momentos de alegria, por estar ali, partilhar a beleza
Vi as montanhas, com suas arvores imponentes e suas copas
Onde milhares de passarinhos, fazem seus ninhos e seus lares
Vi o riacho que corre apressado, para ir de encontro ao mar
Quantos peixinhos nadavam pelo rio, entre pedras reluzentes
Refresquei meus pés e parte de minha alma, ali, no momento
Caminhei devagar, para a imensa pradaria, o verde imenso
As flores, margaridas amarelas, desapontado, abrindo levemente
Ao sabor do Sol, pequenas orquídeas selvagens, nascem na terra
O violeta era a cor predominante, a cor que acalentava meu coração
Tudo era digno de um pintor registrar na sua mais bela tela pintada
Nada cansada e ainda mais desperta, caminhei e dei com uma cascata
Como tudo era belo, intenso, profundo, o verde reluzindo na água
A água cristalina, deixando ver tudo que ali dentro vivia a vida pura!
Via plantas serem regadas pela água que parecia cristais e suas cores
As cores do arco-íris, que agradecia ao Sol sua visita e a luz do momento.
A noite chegava, eu já estava bem junto ao mar, o mar imenso e misterioso
Caminhei e brinquei na areia, deixando meus pés descansarem e se molhar
Sentei-me numa bela rocha, fiquei a observar o mar, as estrelas que desciam
Querendo beijar a água e as sereias que estavam em belos cantos de amor
A Lua estava vaidosa, querendo namorar os homens do mar, os marinheiros
Que navegam a procura do amor, a procura da magia e da imensidão das noites
Entre os gritos dos golfinhos, as gaivotas gritam ao mar, resgatando a comida
E eu ali, ali sentada, naquela rocha, que muitos diriam que não tinha vida
Mas tinha sim, tanta vida, tanto amor, que a água a refrescava gentilmente
Para seus crustáceos não morrerem de sede, senti uma mordida no pé
Uma leve pontada, eu olhei e um pequeno caranguejo curioso e zangado
Por estar a invadir sua praia seu espaço, sorri e pedi desculpa, olhei para o céu
Naquele momento a mais bela estrela cadente, quis me presentear em um desejo
Deixei uma lágrima de contentamento fugir em meu rosto, apenas pedi a paz.

Foto de Elias Akhenaton

Trovas esparsas

I – Amor de verão

Corpos rolam na areia
Só querem brincar de amar.
Quem na praia veraneia
Conhece o calor do mar.

II – O canto da cotovia

Na quietude do sertão,
O belo canto da cotovia
É acalanto p’ro coração...
É suave sua melodia.

III – Poeta ou Profeta?

Sentimentos em expansão
Na mente do poeta,
Palavras do coração,
Verdades d’um profeta.

-**-Elias Akhenaton-**-
http://poetaeliasakhenaton.blogspot.com/

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