Bem

Foto de Ana Botelho

VAIDADE

VAIDADE

Busco em seus braços calmaria, aconchego,
Como um frágil bichinho cativo sempre o faz
Quer um ninho, mas às vezes em grades cai .
Meu amor não se realiza... acho que descobri o porquê,
Jamais conseguiu acalantar, nem por poucos meses,
Os meus sonhos e, mesmo assim, eu amo você.

Se abre os seus braços e se põe a me abrigar,
É que quer eu me renda às celas do seu egoísmo
Pedindo que eu me segregue do que der e vier,
E em um orgulho sombrio, me leva dos meus,
Acorrentando-me em cárceres de ridículos apegos
Prendendo-me ali, pelo tempo que bem quiser.

Meu vício é o encantamento do seu exagerado amor,
Pois quando retornamos em novas tentativas,
Nesse vai e vem, entre brigas e afagos, me ilude
E se me aloja nessas horas, eu fecho os olhos e assim
Viajo, alçando vôos a paragens etéreas, benfazejas,
Aí, eu me torno rainha una do espaço sem fim.

Mas não demora nada... e a tarde se esmai,
Com ela, uma triste angústia vem e dói em mim,
Traz à tona noite nefasta em seus gritos loucos,
Que me amedrontam demais, tendo que me calar
Diante de tanta agressividade, então me detenho,
Tentando talvez, que você não consiga me abandonar.

Estou por hora, muito, enormemente cansada
Para retomar essa relação dorida e oscilante,
Quero ficar aqui quietinha no meu canto,
Porque eu sei que o verdadeiro amor não é cativo,
Ele é livre por excelência, alimenta as almas
E as torna felizes, tudo pode e dispensa lenitivos.

Não serei eu a marionete escolhida da sua vaidade,
Sinto dizer-lhe isto: aprendi a gostar de mim mesma
A valorizar tudo o que possuo em talentos e intuições
E, elas me dizem que você não vai e nem quer mudar
Esse seu modo doentio de tratar o meu coração frágil,
Que só deseja a clareza do sol a com ele caminhar...

Sair bem cedinho, dourar os campos em lindas flores,
Falar com todos os que no trajeto puder encontrar,
Energizar os sofridos lares com gotas de carinhos,
Beijar os cabelos encaracolados de tantas crianças
Que olham na curva da estrada, lá no horizonte,
Como se visualizassem a chegada da esperança.

Sabem do que eu preciso... de apenas um grão,
Só um grãozinho de amor, que seja ele capaz
De me tornar alegre. Não penso em grandezas,
Não. Necessito me sentir amada, simplesmente,
Em plenitude e sem cobranças materiais,
Apenas amada, para ter paz na minha mente.

Que preço, meu Deus! até quando irei pagar
Pela vaidade que você teima em alimentar...
Peço ao tempo, esse desconhecido mágico,
Que se lembre de nós e desse insano amor,
E que nos faça cúmplices, amantes, amigos,
Desde o adormecer, o raiar e até o sol se pôr.
.
Ana Botelho 02/09/07

Foto de neiaxitah

Carta esquecida no tempo

Amizade é um sentimento amplo, mas que ao mesmo tempo é muito restrito… no nosso círculo de amizades só entra quem queremos, quem realmente gostamos quem partilha connosco os prazeres da vida, e também momentos de aflição.
Como somos todos diferentes temos amigos, colegas, companheiros, vícios e rotinas igualmente diferentes.
Com o tempo esses mesmos companheiros, por vezes passam a colegas, e esses a amigos, …
Mas também há pessoas que para nós passam a simples inimigos… gosto de pensar que não existem inimigos, mas sim pessoas que não partilham as mesmas ideias que nós…
Bem com todo este texto ainda não disse o que queria que era:
Tu passaste rapidamente de conhecido, a companheiro, a colega, a amigo, e de amigo a uma pessoa única que nunca poderia ser substituída… se antes te via todos os dias e sabia que podia contar contigo para tudo, agora penso que isso nunca vai mudar, nem a distância, nem o tempo, nem a separação por parte da vida se vai meter entre a nossa amizade, amizade essa que eu idolatro, que eu adoro, que eu necessito para continuar a ser quem sou, que eu necessito para continuar a confiar em mim, para me manter fiel a mim mesma… Como a tua amizade é já parte de mim, e tu parte da minha vida, queria dizer que tenho mais que imensas saudades, que eu sinto a tua falta, que tu significas mesmo muito para mim... que preciso de recordar os momentos todos que passamos juntos, todos os desacatos, todos os risos e sorrisos que tivemos juntos, todos, todinhos os momentos, recordações, memórias que eu para sempre vou lembrar quando mais triste ficar, ou quando um sorriso quiser dar… és importante, aqui, ali… cá, lá… és importante para este para aquele, és imprescindível para todos, mas tudo junto para mim.
Gosto quando invades o meu mundo, e me fazes bem, e sinto-me mais vazia de cada vez que te afastas… Agora que estas longe, tenho de me habituar a estar sem ti, a vida passa a um prazer sem sabor, a uma angustia que me visita todos os dias, um pouco de cada vez, e quando falamos, é um breve ponto final a todo esse caminho, que mais tarde ou mais cedo recomeça…
Fico bem se tu estiverem bem, fico bem se nunca te esqueceres de mim, fico bem se me transmitires sempre a tua segurança, e mantenho-me bem se me deres a esperança de que um dia tudo voltará a ser como de antes….

[ morta por te voltar a ver… ]
A.C.

Foto de Marta Peres

Meu Laranjal

A vida que vivo eu a escolhi
É somente a vida que por mim mesma decidi
Quero viver bem,sem empecilhos à minha evolução
Não jogarei ao vento o que aprendi com devoção.

Fiz planos, sim mas veio o vento e tudo levou,
carregou consigo minhas ilusões e sonhos,
como um castelo na areia tudo desmoronou
e num momento toda minha história se perdeu.

Tudo esvai-se no ar feito poeira
procuro as causas no passado
que sentem os efeitos no que vivencio agora
será plenamente condensado no meu presente.

Estarei bem por certo,
aprendi que dentro do caroço de uma laranja
dorme um belo laranjal, inteiro para mim!
Marta Peres

Foto de Marta Peres

Embarcação

Um novo poema se me aporta
bate na janela da ilusão,
abro a escotilha e solto a frase torta
no balanço das águas do coração.

Minha emoção fala mais alto
o barco a se afastar daquele porto
no cais vejo vultos pequeninos
vou indo em busca dos sonhos meus.

Sei que está lá naquela areia
Deitado a olhar a imensidão
Não vê que ela fere e corta
bem mais que os punhais da solidão.

Não me importo ser marujo de poemas
Sinto a alma ferida, temo a explosão
meu peito é tempestade apenas
jogo fora sob a forma de minha arte.

Aproxima-se de mim a cerração
sorri,levanta âncoras a parte,
quer ficar comigo indo sem rumo
buscar uma nova arribação.
Marta Peres

Foto de Marta Peres

Na Beira do Tejo

Na Beira do Tejo

A noite desceu, triste e calada, eu aqui na beira do Tejo
Continuo parada, olho o nada e sinto medo...
A noite desceu e longas horas vão caladas, amortalhadas
Em negro véu...

Cá tudo é negro e até meu coração se veste de negro,
Nenhuma chama colorida a enfeitar meu negro céu.
Madrugada já vai alta e eu ali, continuo inerte como morta,
Mas morto está meu coração que se vestiu de noite.

Lá, bem longe, já diviso ourela tinta, e o monte em frente pinta
Todo o seu perfil, é a madrugada que já vem chegando
E a luz se eleva dissipando toda treva, amanhece...
Mas meu olhar continua cheio de névoas...

Posso ver sombras caídas no Tejo e me assusto com embarcação
Que passa, calma e solitária...meus olhos acompanham a nau
E susto e sombra passam ante meu olhar...já nada resta...
Sei que nau em festa vai se afastando, em todo esplendor!

A noite passou...eu sozinha...noite minha...minha dor...
Lá bem longe inda vejo o barco...entendo, tudo acabou...

Marta Peres

Foto de Marta Peres

Poética

Estou farta desta vida comedida
De viver bem comportada
Falar apenas o que querem ouvir,
Os hipócritas.
Estou farta do lirismo tradicional
Que pára e vai averiguar se há
Alguém espionando, observando
Para depois tecer o mal.
Estou farta de sorrir por conveniência.
Estou farta de falsos valores das falsas
Pessoas
Que vivem falsamente
Convivendo bem por serem falsos.

Abaixo aos pretenciosos.
Marta Peres

Foto de Marta Peres

Sono da Rua

Minha rua dorme ...dorme sossegada
Pois é escuro e nem os meus passos
Ouve, dorme o sono dos sossegados
E puros.

Dome minha rua dorme...
Não demora o apagador de lampiões
Entrar em teus jardins formosos
E como ladrão roubar a paz do teu sossego.

Dorme...estou eu cá, vim pra te vigiar
E velarei teu sono, ninguém há de molestar.
Dorme minha rua há escuro e cá, eu sobre
o muro ouvindo as estrelas cantar.

Dome minha rua, dorme...
O vento a cantar na calçada
E enovelado como um cão dorme tranqüilo
E a lua inda brilha com as estrelas.

Dorme minha rua...dorme...
Vou sair bem devagar,
Meus passos serão macios e calmos
Como se nuvens estivesse a pisar...
Marta Peres

Foto de Marta Peres

Murmúrio

Traze-me um pouco de alívio, para as dores
que sinto na alma,
quero um pouco das sombras serenas
e muito da tua calma.

Traze-me daquelas nuvens
que deixei na Terrinha,
um pouco de sombra amena
me fará bem e suprema alegria.

Traze-me um pouco da alvura do luar
que só encontrei por lá
e que ajuda sustentar a ilusão,
neste pobre e sofrido coração.

Traze-me todos os aromas do campo
e um pouco da tua lembrança,
aroma perdido, perfume da flor
esperança, sonho, amor!
Marta Peres

Foto de Marta Peres

Amigo

Tu me ofertas o perfume
E ajuda-me trilhar a vida,
Tu faze-me bem,
Em troca dou-te uma rosa.

Tu que entrabre os lábios num sorriso
Para comigo
E compartilhas lágrimas
E sabes de minha existência,
Oferto-te uma rosa!

Tu que és nobre nos sentimentos
rico no viver
e imperas no amor,
oferto-te uma rosa!

Tu que és pessoa amiga
Fazendo ternamente do silêncio sair sons
E que canta comigo
Oferto-te uma rosa!

Tu que parastes para ouvir meus queixumes
E lamentos
Tendo palavras doces e certas,
Esta rosa é para ti
Com meu eterno obrigado!
Marta Peres

Foto de Marta Peres

Ser Poeta

Nem fiz curso,
Se sou poeta foi dom
E ele veio de mansinho
Começou devagarinho
Quando o sol nasceu...

Se ou poeta?
Já disseram que sim
Mas sou é maestra
E do giz já utilizei
Energias, já desperdiçei!

Dizem que ser poeta
é ser mestre
e esse dom permanente
chama atenção do pássaro
que canta e voa diariamente
no fundo do meu quintal.

Nem curso fiz!
Sei que são importantes
Mas com dom,
Tudo fica diferente,
O poema prevalece.

A obra do Divino é magnífica,
Trabalho só com a inspiração,
esta foi legada entre rosas
E espinhos, passarada a voar
No céu azul e sobre o mar.

São emoções e paixões
São dias e noites
Que vão à madrugada,
Me vejo apaixonada
Com a lua
E os namorados.

As palavras vão se juntando,
Ora lentas, ora numa rapidez
Vertiginosa e os amantes
Enlouquecidos fogem pra
Cantos bem escondidos
Amando, amando e só amando...

Ser poeta é vocação
É trabalho é missão
É vida, é dom
Que sai do coração
E canta na alma...

Marta Peres

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