Braços

Foto de DINHO CM2

Carta a Morte

Morte,
não tenho medo de você,apenas te espero reseioso,quando chegar venha devagar pois quero te tempo de terminar de sonhar.
Não seja cruel,pois quero parti feliz deixando para traz tudo que sempre quis,
não vou lhe pedir tempo,pois Deus já me deixou viver meu momento,mais por favor não me leve antes de conhecer o amor,me deixe procriar pois preciso de um filho para amar.
Não lhe direi adeus,e sim ate logo,e quando vinhares me buscar perca o ônibus pois não tenho pressa de você chegar.
Não esqueça de deixar-me despedi-se dos amigos,amores e irmãos,e no momento se possível
deixe-me pedi perdão ao próximo que magoei e humilhei.
Faça com que a minha amada não sofras,pois quero i com a alma leve,me deixe adormecer nos braços do senhor para que meu espirito seja purificado antes do desencarno.

"E por favor não chore minha partida que estarei sorrindo esperando sua chegada."

Autor: DINHO S.D.R

Foto de Bruno Silvano

A Mafia

O Vento batia continuamente na fresta da janela do quintal e produzia um leve e suave assobio, que embalava a mais belas das bandeiras, em tons cintilantes, simples e repletos de significados, que naturalmente se encaixava com aquela cidade e atraiam a atenção das pessoas que por ali passavam, os raios solares realçavam o amarelo, as nuvens em tom de algodão o branco e a camada escura de solo fértil que abria por instantes rente a neve derretia, representavam o preto. Era uma bandeira tricolor, que apesar de poucos saberem o que ela realmente significava, já a adoravam. Essa era a minha vista de quando olhava através das janelas de vidro.
Era apenas um brasileiro, criciumense para mais ser preciso, ou apenas mais um criciumense perdido e sozinho na Europa. Havia mudado recentemente para a cidade de Oxford, cidade essa cheia de cultural e beleza, um dos principais centros universitários do país. A oferta de estagio da garantia de experiências e grandes aventuras me atraíram àquele lugar. Não foi uma das escolhas mais fáceis que tomei em minha vida, longe disso, teria que abrir mão de muitos hábitos e principalmente do meu amor.
Minha cidade de natal fazia muita falta, costumava falar com as estrelas, dizem que as estrelas são boas companheiras, principalmente pra alguém quanto eu que precisa de alguém para se animar, pedia todos os dias para que meus amigos pudessem estar comigo, não que eu estivesse descontente com aquilo ali, talvez a imaturidade e inexperiência me fizesse sentir medo, me fizesse questionar o que estava fazendo ali, muitas vezes acordava assustado ao ver as arvores, os carros, os jardins repleto de neve, acreditava ainda estar dentro de um sonho. Meu passatempo era acordar cedo todos os dias, tomar um cappuccino quente e ficar em frente a lareira observando a bandeira do meu time do coração, que havia cuidadosamente enfiado em frente a casa. Esse era o meu hobbie enquanto não precisa ir trabalhar.
Seguia o mesmo caminho quase todos os dias para ir trabalhar, morava a 3 quadras da empresas, sempre ao sair de casa encontrava dois meninos e uma menina jogando futebol no pouco espaço onde a neve ainda não tomava conta, justamente em baixo aos redores da bandeira, que além de bonita servia como trave pra diversão da criançada. A cada dia que se passava o numero de crianças aumentava e todos tomavam gosto pela bandeira pela sua capacidade de iluminar e proporcional diversão para os mesmo.
Minha vida se tornava uma mesmice naquele lugar, chegara a imaginar que meu um dos meus maiores sonhos, acabara por se tornar pesadelo, era uma ainda muito sozinho repleto de solidão, mal eu imaginava que aquilo pioraria muito, mas que também passaria por muito bons momentos.
Não me importava que as crianças jogassem ali, muito menos com as varia perguntas tolas que recebia de pessoas curiosas sobre a bandeira.
Não me lembro ao certo que dia era, mas a previsão do tempo apontava a vinda de uma forte nevasca para a região, porém muitas crianças ainda brincavam no meu jardim, muitos se assustaram com o barulho das fostes rajadas de ventos que se aproximavam e saiam correndo para suas casas, mas um deles o mais novo da turma que tinha por volta de 4 anos ficou tonto, completamente desorientado, não sabia à que lado ir, logo corri par retirar o menino da rua e leva-lo pra dentro de casa, porém a hora que cheguei ele já não estava mais lá,. Apenas ouvi o barulho de um grande estouro e desmaiei, daí em diante não lembro mais nada.
Quando acordei, demorei a conciliar onde estava, o ambiente cheirava a hortelã, mas tão logo percebi que estava em minha própria cama, no lado tinha uma xícara com chá de hortelã com mel, acompanhado de um bilhete com as seguintes palavras “Cuide-se e da próxima vez tente não sair correndo como um louco na rua, no meio de uma nevasca. Da-lhe Tigre!” Seguido de risos e um beijo estampado a batom. O Chá ainda estava, ainda sentia um cheiro de perfume no ar, tão cheiroso quanto qualquer um outro que já senti outras vezes. Corri a porta pra ver se encontrava alguém, porém tarde demais, a porta estava emperrada devido o excesso de neve. Meu guarda-roupa estava um tanto quanto bagunçado, mas talvez já estivesse assim, devida a minha organização. O dia estava amanhecendo, foi ai que me dei conta que fiquei desacordado por mais de 12h.
Os telejornais avisavam a paralisação em algumas escolas e empresas devido a nevasca. Não iria precisar trabalhar, então fiquei deitado o dia inteiro tentando entender e lembrar de mais alguma coisa sobre o que havia acontecido no dia anterior. Porém todos os meus pensamentos foram interrompidos pela noticia de que entraram o corpo de um menino, por volta de 4 a 5 anos de idade, morto com sinais de asfixia, em um terreno próximo ao da minha casa.
Estava extremamente curioso para descobrir o que havia acontecido, e ainda mais quem era a pessoa que havia me trazido pra dentro de casa, minhas únicas pistas eram, o perfume, o idioma e a letra com que a pessoa havia escrito, e a julgar pelo batom imaginava se tratar de uma mulher, de fato não estava errado. Mas a questão é, o que estaria ela fazendo ali, se a única pessoa que vi era um menininho inocente e indefeso? Ao menos foi isso que imaginei ter visto, pelo menos através do vidro fosco das janelas.
Passaram-se dois dias sem que eu tenha mais informações sobre o caso, porém através de denuncias, feita por uma mulher, que não quis se identificar, que relatou me ter visto com a criança. E como a criança costumava brincar sempre no meu jardim, fiquei sem ter como me defender e as suspeitas sobre a morte do menino recaíram todas sobre mim.
Passei varias tardes respondendo inquérito e prestando depoimentos, haviam encontrado luvas com o emblema do Criciúma perto da cena do crime, o mesmo que estava na bandeira, que por sinal também havia sumido. Peritos constaram que a luva me pertencia e que eu havia sumido com a bandeira, pra não levantar suspeitas e ligações entre luva e bandeira. Mal eu sabia, que a profissão que sempre sonhava em ser, se voltava contra mim, em um mero descaso do destino.
Não entendia o que fazia uma luva do criciúma, era o único criciumense que morava na região. Tentava montar em minha cabeça parte por parte, mas faltava um detalhe, pra mim essa historia não fazia o menor sentido, quanto mais para um chefe do departamento de investigação. Que por sinal era mulher, uma bela mulher, muito me parecia familiar, era baixinha, não tinha mais do que 1,65 metros de altura, possuía cabelos ruivos puxando pra loiro, seu perfume, ela era misteriosa, e isso me atiçou a desvenda-la.
A luva era a prova concreta contra mim, pelo menos para me deportarem para o Brasil, alguns dias antes essa seria uma boa noticia, mas agora já estava muito envolvido no caso e faria de tudo para desvenda-lo, e por ventura provar minha inocência.
Em um dos depoimentos cara a cara com a chefe do departamento criminal de Londres, ela deixou cair alguns relatórios de perícia em cima de mim, havia algumas anotações em português, logo reconheci a letra, como a mesma do bilhete deixado em meu quarto. Estava ai, frente a frente com a pessoa que poderia me salvar, me defender. Ela leu em meus olhos que havia descoberto quem se trava ela, porém não me deu tempo de reação, me deu um beijo, tão suavemente quanto um de cinema, e mandou eu segui-la rapidamente e que me explicaria no caminho, mas que precisa que eu embarcasse no avião e voltasse para o Brasil. Não sei se essa foi uma das atitudes mais inteligentes que tomei, porém segui-la.
Ela me levou a um depósito velho onde trabalhará sozinha como detetive particular, e um dos seus casos era de uma máfia formada dentro da empresa em que estava trabalhando. Máfia essa que aliciava e menores idades inclusive eles que haviam cometido o assassinato do pequenino e estavam me usando pra atrair as crianças. Explicou ainda que se a culpa do assassinato caísse sobre mim era a única maneira de me defender da máfia, e por isso ela se encarregou de implantar as provas.
Detalhou: “Você estava indo salvar a criança, eles estavam atrás dela, ao perceberem que tinha alguém por perto tentaram lhe matar, porém apenas te desacordaram, e antes que tivessem mais tempo, cheguei e eles recuaram, então levei você até a cama e tratei de você, até porque temos muito mais coisas em comum do que você pensa..” Nessa parte fomos interrompido por barulhos de tiro. Corremos em direção ao carro, porém cai na armadilha e fiquei na mira da arma de um dos membros da máfia, um tiro e era certo que eu morreria. Ele engatilhou e atirou, fiquei meio surdo com o barulho do tiro, porém ela a delega havia se joga em minha frente, rebateu o tiro, porém não se livrou do ferimento. Havia sido atingida a altura do pulmão, dava pintas de que não resistiria, deu-me mais um beijo, o melhor deles, e desmaiou.
A ambulância não demorou a chegar, porém não escondia a aflição do medo em perde-la em nunca mais a ver. Porém vi em seus braços uma tatuagem “Da-lhe tigre” e logo entendi que não era apenas destino. Os médicos disseram que ela havia perdido muito sangue, porém ficaria bem. A partir desse dia descobri o que era a paixão, algo que começou a alguns anos em jogos do criciúma, e que se estendeu mais além, além de continentes, um clube que reuniu meus dois amores

Foto de annytha

HOJE É DIA DOS NAMORADOS (PROSA ESCRITA Á MODA CAIPIRA)

Bom...Já ki hoje é o dia dos namorados, vim aki pra fazer uma homenage e desejar a todos os casais, aos que ainda tão sorteros e aos ki já casados tão! Pros sorteros eu aconseio ki eles namorarem direitinho, procurando sempre lê o que diz Corintios 13. mais leia o capitulo todinho que é mode ficar sabendo o que de fato é o amor, pra num ficar fazendo confusão de sentimentos e mais tarde num teu seu coração partido de tanta dor.
Pros namorados ki já tão casados, eu aconseio a merma coisa!
Quero tamém dizer, que o dia dos namorados, nós comemora é todo dia.
Mas arguém muito sabido comerciante tarvez, só mode ganhar dinheiro, inventou esse tár dia, instituiu o Santo Tonho, que o povo chama de santo casamenteiro, que se os namorados rezá pra ele, ninguém vai ficar sortero! Vixe quanto bestera! Só quem une os casais, é o Senhor, Nosso Pai Adonai, É a Ele ki nós tem ki orar, ki É O Santo dos santos,e não esse tar de Tonho! Ocês num axam não?( Cum todo respeito pra quem acredita)Entoce, já que arguém se lembrou de dedicar esse dia aos enamorados, quem tem namorado, aproveite pra ser feliz, namore muito, dê e receba presentes, oi nos zóios de quem ocê ama, e fale os 2 cum uma só voz e diga...Esse dia ki é só da gente, ta aki o meu presente. Te trouxe um pelfume pra ocê ficar cheirosa, mode eu xerar seu cangote e sentir aquele xerinho de rosa. Aí, ocê namorada diz... quanto a mim, meu tesôro, me dou pra tu inteirinha porque já sou teu presente, entoce vamos aproveitar esse noite, e vamos fazer a festa já ki tamo contente!
Pena que já não mais existem casais de namorados apaixonados. aqueles à moda antiga que ainda mandam frôres mode a namorada se alegrá e abrem inté a porta do carro, que é mode ela passar e ter cuidado pra não enganxar o sarto arto do sapato. Ela inté que gostaria que isso acontecesse que era prá cair nos braços do seu amado . Homis assim, pode crer que hoje em dia é muito raro!
Os dias de hoje naum são iguás aos de antigamente, ki os namorado ficavam namorando oiando a lua,e diziam que ela os deixavam mais apaixonados. Contavam as estrelas, inté dos nomes delas eles sabiam. Mais tarde lá vinha a mãe dela pra oiá se tavam namorando direitinho e como descurpa, levava, 2 copo de coaiada, feita do leite da vaca maida, do sítio do pai dela E dispois ki o namorado ia simbora, a mãe falava pra fia, que cuidasse em dizer pra ele que já tava na hora de casá, porque ela, já tinha preparado o seu enxová e mermo ela já ia fazer 25 anos e se num casasse antes, ia ta dando o primero tiro na cumade macaca. A fia dizia...armaria, mainha, eu que nunca matei uma barata, vou ter ki matar a bixinha , a coitada nunca me fez má! E a mãe prosseguia... óia mia fia, tu num brinca cum essas coisas não, porque tudo isso é muito sério, se tu fizer 28 anos e num casá, vai ficar sorterona e moça véia aki em ksa eu num kero não, visse? E se cum 30 ano e nada de casório, danou-se, tu vai entrá pro caritó, veja a fia da cumade Maria, já é formada, e inté já trabaia, mas já ta com 30 ano e mermo morando numa capitá, nunca mais incontrou um homi mode cum ela querer casá.
Entonce, eu falo pra moçada ki aki se incontra, e ta sem namorado ou namorada, ki num perca tempo não, ore pra Deus Nosso Senhor, lhes mostrar argúem procê se casá e uma famia fazer, ter pelo menos uns 10 fios, todos lindos e sardáveis, iguarzinhos a ocê! e ano que vem, no dia dos namorados, possam ta aki e dar testemunho, que há um ano atrás, ocê num tinha ninguém, mas Deus ouviu suas preces e hoje ocê tem, ai eu vou inté ocê pra lhe dar meu abraço e a igreja tamém vai lhe abraçar e te desejar felicidades!
Viva o dia dos ki tem namorado ! Porque kem num tem, num carece ficar de fora, pois o arraiá é grande e cabe o menino, a menina, o jovem, o sinhô e a sinhora! Alavantú, anarriê...Vamo meu povo, dispois de ganhá os presente, comemorar o dia dos namorado, vamos sair de mansinho sem arrastar os pé pra num incomodar o vizinho, vamos simbora pro arraiá da casa do cumpadi Zequinha, pois lá tem canjica, pamonha e mio verde, onde nos vai prosear, e cumer inté se fartar, dispois, vamo aproveitar prá orar a noite inteira, ki pro mode Deus perdoar os pecado da comilança. A gula! Kkkkkkk...

VIVA 12 DE JUNHO – O DIA DOS NAMORADOS

Foto de Lucianeapv

PROFUGUS ANGELUS ou ANJO FUGITIVO

PROFUGUS ANGELUS
ou
ANJO FUGITIVO

Um sino toca o despertar da madrugada
Escuto ao longe e penso logo em meu amor que se foi...
Tão só me encontro e me recordo de outros tempos
Em companhia de um alguém que me deixou...

Penso, ao luar, sentindo o frio em minh’alma:
Por onde andas angelus perfidis
Pois triste fico lembrando-me do aconchego
Que tive em seus braços, mas alguém levou...

Meus desenganos não passam de saudade
Meus conflitos não entendem e nem explicam
Mas nada há de se fazer se um se foi e o outro espera,
Impaciente,
Uma nova forma de alguém conseguir amar...

Foto de carlosmustang

ESTACA

O meu pai me indagou
Porque eu era menino
Não entendia a verdade
Odiava a minha irmã

Confundia minha dor
Complicava meus passos
A fumaça subia, lcd nos braços
Delírio total, doenças infernais

O desespero é a linha
De amanhecer,prosseguir
Retornar a entender,sem julgar

Choro a externar, em passos
Tentando conter sonhos, rituais
Mas sentimentos ´ferrou aqui

Foto de Cesar Jardim

Sempre juntos

Amor,
sei que às vezes não sou perfeito,
Mas eu te amo do meu jeito,
Não quero que o tempo acabe,
Não quero que a vida apague
O desenho da tua existência.

Amor,
sei que às vezes eu erro,
E quando eu te pedir perdão,
Olhe nos meus olhos,
Algumas vezes me perco,
Mas acabo voltando a ti.

Meu grande amor,
Mesmo que o dia acabe,
Tenho a certeza que quero,
Viver cada passo ao lado seu,
Conquistando teu puro amor.

Meu amor,
Estou sempre de braços abertos,
e sempre te espero a cada momento,
mesmo que a vida seja difícil,
e você não consiga mais caminhar,
te carregarei no colo,
para que eu nunca fique longe do teu olhar.

Foto de Paulo Master

Bálsamo do Amor

O prazer em ter nos braços a mulher amada, desfrutar seu doce sabor, o bálsamo do seu amor. Embriagar-se com o néctar dos deuses. Úbere gineceu, transbordante em demasia. Melífero apetecível, oriundo de fonte saborosa.

Foto de carlosmustang

DROPARO

A duvida, o medo, o desejo de não partir
A ânsia de viver, almejando o amanhã
A tocar novamente os meus prazeres preferidos
Ao sentimento confuso de que não acabe

Não gosto de parecer tão egoísta
Amaria a certeza de eternamente continuar
Para os braços dessa sofrida existência, soltar
Mas não me vou, mas a vida quer me expulsar

Tenho apego, e quanto mais tenho, sofro
Me encolho, então espero, quiçá nasce de novo
Almejo abrir minhas gavetas, n certeza

Tenho sono, então sonho, prenuncia tá passando
Me abraço, tenho eu, resvalando, desvairando
Tum tum, vai pairando, nem eu aqui mais existirei

Foto de Carmen Vervloet

Da Renovação

Parto a cada novo amanhecer
para outro dia que me espera...
Sinto que preciso me envolver
e criar novas quimeras.

Recriar a vida com esmero,
plantar flores no meu jardim,
fugir dos falsos apelos
e à vida sempre dizer sim.

A manhã radiosa se espraia
no burburinho das ruas paralelas,
meus olhos encontram a vasta praia
que vejo da minha janela.

A alegria se expande em mim,
não sinto o peso do cansaço...
Sorri pra mim um jasmim
e me aconchego em seus braços.

Renovada, o tempo já não oprime,
o outono não me tira a derradeira folha,
viver a vida é sempre sublime
triste é morrer encarcerado numa bolha.

Foto de Arnault L. D.

Castelo e flor

Na rua, uma sombra alta e triste
ergue-se dentre a névoa gélida;
noite suspensa de um passado.
Tal braço, retesado em riste
do afogando, mão a buscar vida
e um mistério no tempo guardado.

Alta torre faz relevo à vista,
contrasta ao azul, somando ao céu.
Nuvens bordam a moldura entorno;
acima, janela a lua avista
e a filtra em vitrais, a luz pincel...
Quadro vivo, tela o chão, adorno.

Vestígios da beleza em ruína,
restos de sonhos, solvem a volta,
dos risos, dos casos em segredo.
Degraus subindo o mármore a cima,
ligando ao nada a ilusão solta...
Velhos fantasmas a trazer medo.

Apenas restou o que se ergue,
pois, mais ninguém, mais nada lá ficou.
Junto a ultima gota que verteu,
taça de cristal, vinho, e sangue,
estilhaçada a vida se quebrou.
Por testemunha a noite, que esqueceu.

O solo pontilhado de luar,
vazando aos vidros coloridos;
cintilou em matizes de carmim,
que a aurora escureceu ao raiar.
Revelando os Reis adormecidos,
em uma noite, que não teve fim.

Mas, o Sol não trouxe a claridade
que rompesse a densa névoa escura,
que encerrou dentre a alvenaria,
atrás de portas, paredes, grade.
Causas, culpas da história, pura,
não se soube, o oculto não traia...

E veio o anoitecer novamente.
Trancou as portas, fechou as grades,
cerrando as cortinas e os portões...
Desbotando tons, e o inconsciente
se encarregou de criar verdades.
Por provas, fez de mitos as razões...

Recolhido entre as salas desertas,
os anos a somar o abandono
pilharam a beleza em pedaços.
Abrindo furos, rasgando frestas.
E o dormir deste eterno sono,
Morfeu colheu por entre seus braços.

Tudo agora é escombro somente;
cravado à cidade, triste confim
de velhos espectros e da sombra.
Partilhado ao mendigo, indigente,
covil de ratos, aranhas, capim,
que feri aos olhos frágeis que assombra.

Mas, longe da escuridão, um alguém
guardara a lembrança, a luz vencida.
Que afundou-se aos relógios se pôr.
Lembrando a quem, já a muito além...
por tantos anos, por toda vida.
Posto uma prova que houvera o amor.

Solitária rosa, deixava ali.
Em data exata, quando ao ano vem:
De aniversário um presente terno,
no envelhecer do castelo e a si...
Até que a noite deitou-se também,
a pele esfriando-lhe de inverno.

E a ruína, assim, ficou mais só
e a historia, tornou-se rumor.
O castelo apartou-se do mundo,
sequer memória, saudade, ou dó.
Como se sempre ele fora a dor;
tal de canto algum oriundo...

Quiçá, a torre, querendo altura,
qual mão, apenas anseie outra flor,
pelo céu procurando a encontrar...
E para não quebrar-se a jura,
fez das pedras, pétalas, por amor.
Fez-se o castelo uma rosa a murchar.

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