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Foto de Sonia Delsin

A PRATA DA LUA

A PRATA DA LUA

Saio em busca do luar.
Preciso sonhar.
Lua venha me pratear.
Meu jardim está a te esperar.

Bate.
Bate luar de prata na lata.
Na gata.

As coisas simples tens o dom de modificar.
Até este meu coração dolorido que se põe tantas vezes a chorar.

Dependurada no firmamento.
Minha amiga lua está brilhando.
Vou me transformando.

Estou ficando toda prateada.
Pareço mais uma fada.

Foto de Sonia Delsin

Plantando ( Crônica )

PLANTANDO

Hoje, bem cedo, me chegou uma lembrança.
Olhei a terra e recordei minha infância.
Recordei meu pai. Suas mãos calosas, suas vestimentas grosseiras e seus belos olhos.
Meu Deus! Eu guardo tudo isto.
A roça, o preparo da terra, as sementes lançadas ao solo.
Ele ia à frente, abria pequenas valas. Atrás íamos, a mana e eu.
As duas com um embornal cheio de sementes.
Ele nos dizia quantas devíamos jogar em cada buraco e tínhamos já o traquejo para cobrir com terra os grãos.
Era uma maneira peculiar de virar o pé e cobrir as sementes com terra fofinha.
Depois esperávamos que nascessem.
Fechei meus olhos e trouxe aos dias atuais a plantação, as folhas se erguendo, se esticando em busca da luz e rasgando a terra.
Os pés de milho, as folhas tão macias.
Parece que sou menina de novo e fico assistindo o milagre do grão.
Parece que ainda estou lá parada assistindo o desenvolver da plantação.
Estas recordações vêm me lembrar a trajetória de meu viver.
O que andei plantando pela vida afora.
Andei distribuindo palavras, poemas. Falando em prosa e verso.
Estive distribuindo o que tenho de melhor dentro de mim, que é a poesia.
Estive plantando, amando.
Estive vivendo intensamente e valorizando cada instante neste planeta.
Estive vivendo um constante semear de palavras bonitas, tocantes, emocionantes.
Descobri que todos nós nascemos com uma missão. A minha foi nascer poeta e contar da beleza, da tristeza, da alegria.
Um poeta nunca é de todo triste, nem de todo alegre, mas é encantado com a vida.

Foto de Osmar Fernandes

Promessa é dívida (Sexta-feira treze no cemitério...)

Promessa é dívida
(Sexta-feira treze no cemitério...)

Era meia-noite, sexta-feira treze. A noite estava escura e sem estrelas. O portão do cemitério estava lacrado. E Wilson e Eliezer, com as velas nas mãos, pensavam que pecados haviam cometido para estarem ali, naquele lugar.
Medroso, desconfiado e já arrependido, Eliezer, gaguejando, disse ao amigo:
— Sinto-me pesando uma tonelada e meia. Esse negócio de pagar promessa é bobagem. Já passamos de ano mesmo! Vamos embora, cara?!
— Não! Nós fizemos uma promessa e vamos pagá-la, custe o custar! Prometemos acender três velas no cruzeiro da igrejinha do cemitério e vamos cumprir o nosso juramento à Nossa Senhora. Lembre-se de que estávamos praticamente reprovados.
— Ah, mano, pelo amor de Deus! Vamos para casa! Estou com muito medo de entrar lá dentro. Alguma coisa me diz que isso não vai dar certo. Nossa Senhora vai entender, afinal como vamos entrar se o portão está lacrado com cadeado?
— Vamos pular o muro!!
— Pular o muro?! Você endoideceu, está maluco!
— Maluco! Maluco eu vou ficar se você começar a me irritar com esse papo. Pegue aquele pau ali e coloque-o, em pé, encostado no muro.
Ao encostar o toco junto ao muro do cemitério, as luzes todas se apagaram. Eliezer deu um grito... e pulou, abraçando o amigo:
— Não falei? Não falei? Vamos sumir daqui!
Wilson, corajoso, do signo de Leão, teimoso feito uma mula, respondeu-lhe:
— Se você repetir essa conversa mais uma vez vou amarrá-lo aqui neste portão e vou deixá-lo aí sozinho a noite inteira.
— Se você fizer isso comigo pode encomendar meu caixão, porque só de pensar nisso já começo a morrer agora.
Depois de tanta lengalenga saltaram o muro... Do local onde estavam até o cruzeiro tinha mais ou menos trezentos metros.
Eliezer quis segurar na mão do amigo, mas Wilson não o deixou. Começaram então a andar a passos lentos. Os dois, uniformizados, vestidos de camisa branca e calça azul, pareciam fantasmas... A cada tumba que passavam, Eliezer tremia e enrijecia todo o corpo, batia o queixo, dando a impressão de estar com a febre malária.
Dentro da igrejinha do cemitério um velhinho cochilava tranqüilamente. Jamais concordara com os filhos em morar num asilo. Por esse motivo, e sem ter onde morar, abrigava-se ali.
De repente, Eliezer tropeçou num túmulo e gritou:
— Valha-me Deus!!!
Wilson, imediatamente, tapou-lhe a boca e disse:
— Cala-te, infeliz, aqui é um lugar sagrado!
— Então não me solta, não me solta! Deixa eu segurar na sua mão?
E continuaram em busca do lugar sacrossanto.
O velhinho, seu Mané, como era conhecido, levou um susto com o grito. Nunca ouvira nada igual antes. Ficou agonizado e começou a tremer de medo e a pensar: “Meu Deus, o que foi isso?!”. Levantou-se do chão, olhou pela fresta da janela, e viu um vulto vindo em sua direção.
Eliezer teve uma idéia fascinante e falou baixinho no ouvido do amigo:
— Mano, nós somos dois idiotas, mesmo!
— Por quê?
— Vamos acender as velas, rapaz!
Alegre com a idéia, pegou o fósforo... Mas Wilson, mesmo tenso, lembrou-se de que a promessa era acender as velas no cruzeiro, não no trajeto do cemitério, e retrucou:
— Não faça isso! Se acendê-las agora quebrará a promessa. Não acenda as velas de jeito nenhum. Se fizer isso vou amarrá-lo aqui neste túmulo.
Seu Mané pegou seu rosário e começou a rezar... Apavorado, pegou um lençol branco e se enrolou, tentando se proteger. Mas, de olho arregalado pela fresta, imaginou:
“Meu Deus! Hoje é sexta-feira treze. Dia das bruxas! Dia de fazer despacho, macumba... Estão vindo me pegar”.
Os dois amigos estavam a dez metros da igrejinha. Seu Mané, vendo a aproximação fantasmagórica em sua direção, sentiu o seu coração disparar e soltou um Pum... O desgraçado soltou barro por todo lado, tinha mesmo defecado; mas o medo do fantasma foi tão grande que nem sentiu o mau cheiro, nem se deu conta de sua obra-prima. Não pensou duas vezes, abriu a porta da capelinha e saiu em disparada...
Os dois amigos, vendo esse fantasma desabar na frente deles, gritaram:
— Meu Deus!!!
Eliezer desmaiou ali mesmo. Wilson se escondeu próximo a uma tumba. Seu Mané, coitado, caiu desfalecido sobre uma sepultura. Wilson começou a rezar:
— Minha Nossa Senhora, tende piedade de mim e do meu amigo. A senhora sabe o que viemos fazer aqui. Imploro-lhe, por todos os santos que não deixe meu maninho morrer, é muito medroso.
E em seguida começou a rezar o terço...
Nossa Senhora, ouvindo suas preces, fê-lo dormir.
No dia seguinte, o sol já acordado... Como de costume, o coveiro veio zelar o cemitério. Ao se deparar com um corpo estendido ao chão, levou um susto: “O que é isto, meu Deus?! Mesmo acostumado a lidar com defuntos, suas pernas tremeram, mas, como era corajoso, tocou no corpo, que se mexeu e resmungou estranhamente... O coveiro exclamou:
— Credo em Cruz, minha Nossa Senhora!
O corpo perguntou-lhe:
— Aqui é o céu? O senhor é São Pedro?
— Que São Pedro! O senhor está doido? Quem diabos é você, afinal?
— Virgem Maria! Acho que vim para o inferno. E o senhor, então, só pode ser o Capeta, o Cão!
— Não! Aqui não é o inferno, nem sou o Diabo! Aqui é o cemitério da cidade, você não está vendo, seu idiota?
Somente aí se deu conta de que estava realmente na terra e insistiu:
— Então, quem é o senhor?
— Sou o coveiro.
— Então eu morri mesmo! E o senhor vai me sepultar. Valha-me meu Padim Ciço!
— Não, seu imbecil! Você não está morto! Morto não fala, não respira. Quem é você, rapaz? Como é seu nome?
Eliezer respirou fundo, já se acalmando, respondeu:
— Eu sou Eliezer! Sou estudante! O senhor viu meu amigo?
— Que amigo?
— O senhor não conhece o Wilson, o fotógrafo?
— Todo mundo o conhece, e eu também.
— Então! Ele veio comigo. E quero saber dele!
Eliezer, já de pé, viu um corpo estendido mais adiante e, de supetão, gritou:
— Olha, olha lá, seu coveiro! Eu não lhe falei que ele veio comigo?
Correram até o corpo e, ao chegarem bem próximos, Eliezer, assustado e confuso, não entendeu nada e falou para o coveiro:
— Esta coisa gorda e “cagada” não é o Wilson.
O coveiro ficou de cabelos em pé. Desenrolou o lençol e viu que era um senhor idoso. Acordou-o e indagou:
— O que o senhor está fazendo aqui, todo podre desse jeito?
Ainda meio perturbado, este lhe respondeu:
— Sei lá, moço! Eu estava aqui, dormindo no meu cantinho, quando vi uma assombração querendo me pegar. Saí correndo e caí.. É tudo que me lembro.
O velhinho tomou banho numa torneira ao lado da capelinha... O coveiro, ainda nervoso, continuou interrogando-o:
— Em que cantinho você estava dormindo?
— Na capelinha.
— Ah! Então você é o fantasma do cemitério? Seu safado! Seu velho caduco!!!
— Não, senhor! Pode parar com isso! Respeite-me. Apenas não tenho para onde ir. Ninguém me aceita, nem mesmo meus filhos, que trabalhei tanto para criá-los. Agora não venha o senhor me dizer essas asneiras, não! Nunca assustei ninguém, nem tive essa intenção.
Eliezer procurava o seu amigo, e de repente gritou:
— Seu coveiro! Hei! Hei! Aqui está o Wilson, o meu amigo. Eu não lhe disse que ele tinha vindo comigo?! Venha ver, corre! Corre!
E de fato lá estava ele, ainda dormindo, estendido ao chão. Os dois chegaram bem próximos dele e o seu Mané gritou:
— Sangue de Cristo tem poder!!!
Wilson acordou agoniado e, assustado, falou:
— Eliezer, cadê as velas?
— Estão aqui.
— Vamos pagar logo nossa promessa!
Seu Mané e o coveiro fizeram as pazes e seguiram com os dois amigos até o cruzeiro. Acenderam as velas e fizeram orações agradecendo à Nossa Senhora por terem passado de ano. Depois, foram até a casa do coveiro, tomaram o café da manhã e contaram-lhe toda a história...
Seu Mané prometeu para o coveiro que iria procurar o asilo dos velhos naquele dia mesmo.
O coveiro conta esta história para todo mundo até hoje.
Os dois amigos ficaram felizes, e nunca mais brincaram com o estudo. Passaram a ser os alunos mais estudiosos do colégio. E para todo mundo Wilson alertava:
— Promessa é coisa séria. Só prometa uma que possa cumprir, por que promessa é dívida.

(Respeite o direito autoral...)

Foto de DAVI CARTES ALVES

AOS PAIS

AOS PAIS

Uma hora e quarenta de antecedência
a brisa sopra uma melancolia adocicada
os que partirão, levam de nós fragmentos,
momentos retirados com suas raízes fundas em sangue

slides, filmes curta – metragem,
pôr – do – sol da varanda, canções de ninar
roubam o pensamento, empossando olhos pisados
a dor, solícita
ajuda o motorista abrir o porta - malas

De repente
tardiamente percebemos
estarmos siderados pelo trabalho
pelos estudos
em busca de certificados de papel couchê
sem blindagem anti -traça
e o narcisismo que derramamos
aos nossos deuses do egoísmo
tem cor e cheiro de maldade

como sal farfalhado num manto negro
a garoa chega com a noite fria das nossas almas
para crepitar em nossas chagas
com a ardência causticante
qual tiro certeiro de candiru
no vertedouro

abrindo n’alma os vincos escarlates
dos perdões que não pedimos
dos horários que violamos
das sovas que merecíamos
mas não ganhamos
do sair triunfante com a última palavra
e a dobradiça quebrada

e mais um bode ofertado
putrefa ao deus do egoísmo
umedecendo pupilas
levando ao chão dos arrependimentos
nossos castelos de argila

quando o ônibus parte
inapelavelmente
uma dor nos abraça mais forte
como o “ carrapato em seu cão bem quentinho”

e na plataforma S
avistamos resignada, a saudade
esmirilando ainda mais
suas lâminas tão certeiras...

poesiasegirassois.blogspot.com

Foto de von buchman

BUSCO ALGUÉM... VON resposta OMINIA (DUE)

Minha vida é triste por não ter ninguém para junto a mim,
viver e amar...
Por isto, sem trégua, busco alguém,
uma busca frenética por um amor a encontrar....

Busco...

Busco alguém loira, morena ou ruiva mas que tenha sede de amar e muita tesão
Busco alguém que leia meus poemas e neles fique a pensar,amar e se envolver
Busco alguém sensível , amável que goste de namorar, amar e se entregar
Busco alguém que tenha olhos lindos e sedutores que me levem a me apaixonar
Busco alguém sem frescuras, que queira viver um gostoso amar
Busco alguém carinhosa para que juntos possamos nos realizar
Busco alguém que goste de ir a praia e juntos de mãos dadas passear e namorar
Busco alguém alegre , faceira que ame poemas e seja minha musa e o meu inspirar
Busco alguém que me faça surpresas, envie e-mail e nunca esqueça de me ligar
Busco alguém que goste de tomar vinho, junto a lareira, numa noite fria a nevar
Busco alguém que goste de acampar, nadar, viajar e juntos sempre possamos estar
Busco alguém dengosa, charmosa, sedutora, que tenha sede em amar e cheia de tesão
Busco alguém companheira, para todas horas do rir até ao chorar
Busco alguém que goste de passear de bicicleta e ver um por do sol a beira mar
Busco alguém de alma pura, de coração bondoso que goste de ajudar
Busco alguém que eu possa fazer poemas para ela, na beira da cama ao levantar
Busco alguém que eu possa massagear no banho ou na cama ao deitar
Busco alguém que goste de tomar banho de banheira e lá possamos nos amar
Busco alguém que curta meus versos escritos no espelho do banheiro ao levantar
Busco alguém que ame flores pois sempre gosto de dar
Busco alguém que namore comigo até no telefone, todo dia, a qualquer hora ou lugar
Busco alguém para irmos tomar sorvete , numa praia ou a beira mar
Busco alguém que goste de ir ver a lua na praia e na areia ficarmos a namorar
Busco alguém que goste de dançar, qualquer ritmo, mas que juntos possamos estar
Busco alguém que goste de música e a queira junto a mim escutar
Busco alguém que não seja ciumenta e que saiba que com ela vou sempre estar
Busco alguém cheia de veneno, fantasias e queira se realizar
Busco alguém que eu possa levar café na cama e depois a ela amar
Busco alguém que goste de esportes e vá comigo surfar e nadar
Busco alguém que queira dividir comigo seus problemas e juntos solucionar
Busco alguém romântica, cheia de amor que queira me namorar e me amar
Busco alguém cheia de veneno, uma devassa na cama para realizar sonhos e fantasias
Busco alguém que tome a frente e venha hoje a se declarar, e falando do seu amar
Busco alguém manhosa que suas e minhas fantasias vamos realizar
Busco alguém sedutora do tirar de sua calcinha ao navegar de sua língua no gozar
Busco alguém que goste de dançar e juntos, de rostinho colado, juras vamos trocar
Busco alguém mulher, cheia de desejos, fantasias e com sede de se realizar
Busco alguém que um lar junto a mim queira montar
Busco alguém, uma mulher romântica, cheia de mimos e de muito amar
Busco alguém de coragem e fibra para juntos um dia podermos ficar...

Busco esta mulher,será que um dia vou encontrar ?
Se você é esta mulher, vem logo para mim,
pois estamos perdendo tempo
e quero muito te amar...

poema resposta

Quem é Você ?

Sim me diga , quem é você ?
Que entrou furtivamente na minha Vida .
Sem pedir Licença foi me Arrebatando
Despertando Sentimentos Desconhecidos
Emoções Outrora Perdidas ,,, Adormecidas

Sim me Diga , quem é você ?

Não , Não quero Apenas saber teu nome .
Más sim qual o SER que habita este Templo ?
Que Poder é este que de ti Emanas
Que ao mesmo Tempo me Ecantas
Me faz Amolecer ,, Paralisar ,,, Enlouquecer

Me Diga , quem é Você ?

Que colocou meu Mundo de Cabeça p/ Baixo
Abalou os Alicerces de minha Sobriedade
Me Transportou p/ Adolescencia .
Resgatou meu Sorriso
Meu Amor pelas palavras pelo Poema .

Por Favor me Diga ....... Que é Você ?

Agradeço a ominia vincit amor.
pela resposta cheia de amor e carinho...
.........................................
Este poema dedico a minha musa e paixão, minha deusa e razão do meu viver...
Lembra-te és e sempre serás meu eterno amar e o mais gostoso desejar...
Aconteça o que acontecer na minha vida, serás sempre a minha eterna musa e meu inspirar..
És o meu mais puro amar e desejar... Anjo te quero como nunca...
Eu jamais poderei esquecer-te
ou deixar de amar-te..
ICH LIEBE DICH ...
JEG ELSKER DIG ...
do Von Buchman

Foto de marcosgambiarra

Saudade

Afasta-te de mim,índole saudade,
machuca-me,denigre-me lentamente,
não vez que me deixas tristemente,
pois é tu vida pro amor de verdade.

Por isso sinto-me indolente,
porque comigo estás na realidade;
A vida é que traz a crueldade,
e você me destrói maldosamente.

Penso nela a cada dia ... segundo,
como sendo todo brilho do mundo
sou parvo, pois ela já me esqueceu.

Busca,saudade,busca outro ser,
afasta-te de mim,já me fizeste sofrer
e agora no fim,pergunto-me: e eu ?

Foto de Dirceu Marcelino

VÍDEO-POEMA: MIRAGEM DE AMOR II ( LU LENA & DIRCEU )

MIRAGEM DE AMOR

Busquei por um oásis dentro do deserto
na secura de minh'alma a sede do amor
buscava-te na obscuridade do céu aberto
pegadas na areia tórrida sangravam de dor

caminhei... nessa vida malfadada e cruel
atrás de tua imagem eu perambulava
Açoites do vento assoviando no breu
minha busca em ti que se fragmentava...

vi holocaustos, alucinações nesse martírio
dentro de mim sonhos perdidos na escuridão
dormência... paz... acalento... e o abrigo...

pálpebras fecham-se cansadas nesse desvario
teu nome, num sopro eu desenho na imensidão
nessa miragem, meu corpo no tremor de tua mão.

OÁSIS DE AMOR

Não sei por que tremem as minhas mãos?
São elas conchas d’água que levo à amiga,
Num lapso do tempo de escuridão
Em que encosta-se ao meu ombro e se abriga

Desse vento que vem da imensidão
Infinita e ora com areia fustiga
Teu corpo e provoca alucinação
E assim não sabes se o que imagina

É real ou apenas sonho de paixão,
Eis que neste momento de fadiga
Afloram-lhe à mente a recordação,

Dum passado remoto que religa
O âmago de tua alma ao coração
E então vês a miragem que te intriga.

(Dirceu Marcelino )

Foto de jcguimaraes

22 ARCANOS





O Mago da natureza
exibe em forma de jogo,
repousados sobre a mesa,
terra, água, ar e fogo.

A influente Sacerdotisa,
símbolo da imortalidade,
dá à alma que agoniza,
a paz da espiritualidade.

Imperatriz e Imperador
que educam nobres herdeiros,
mostram que a fome e a dor
são sofrimentos passageiros.

O sábio Sumo Sacerdote,
grande voz do conhecimento,
antes que o mal nos derrote,
dá-nos luz e discernimento!

O jovem Enamorado
que corta o laço materno,
busca o amor açorado
para que seja eterno.

O Carro conduz, na verdade,
a vontade de seu condutor,
seu destino é a liberdade
seu desejo, o libertador.

A Justiça nos faz entender
que no peso de cada ação,
a balança deve pender
para o lado da razão.

O Ermitão se isola do mundo
para rever o seu próprio eu,
e num mergulho profundo
percebe o que não percebeu.

A Roda da Fortuna gira
como um ser em evolução,
que do passado retira
a herança da geração.

A Força dos nossos instintos
que nos faz agir sem pensar,
é caminho de labirintos
sem saída para encontrar.

O Enforcado nos aponta
o sentido da iniciação,
é quando a fé se confronta
com a grande transição.

A Morte nos faz renascer
com a purificação do fogo,
pois, das cinzas vamos crescer
para a nova etapa do jogo.

A Temperança realizadora,
é a força da purificação,
a alquimia que sintetiza
o poder da transformação.

O Diabo traz o oculto,
que perturba a nossa mente,
para um confronto adulto
com o que nos faz impotente.

A Torre destrói padrões,
quebra a estrutura do ser,
rompe com as relações,
para voltar a crescer.

A Estrela é inspiração,
é toda leveza do amor,
é o espírito em ascensão,
é a vida com esplendor.

A Lua nos faz mergulhar
nas profundezas da dor,
e descobrir ao chorar
a nossa força interior.

O Sol ilumina os caminhos,
da jornada espiritual,
na qual não estamos sozinhos,
como num grande ritual.

O Julgamento é necessário
no confronto de valores,
pois, senão, do contrário,
de nada valeram as dores.

O Mundo é o fim da jornada
que une os lados distantes,
é a premiação almejada,
o fim da busca incessante.

O Louco segue adiante,
na sua eterna procura,
um cavaleiro errante,
movido pela aventura.

Foto de Adair Barbieri

desejo de ser em ti

No silêncio de ser noite adormeci.
Cerrei os olhos às pálpebras de claridade,
abri as mãos,
amplas, alvas …plenas,
na busca de insígnias desditosas de verdade,
e o silêncio ecoou,
em perdas e danos, acordado vasto,
casto, dentro de mim.

… e tudo foram rios, lagoas e líquidos lagos,
Oceanos abstractos, recobertos em crocodilos,
jacarés de silvados,
… e tudo foram sombras, brumas,
neblinas profusas nos gestos indizíveis,
no escoar-se d’artérias repletas
de penas apostas ao esconsos dos temas,
no tão só e no apenas,
desejo de ser em ti, poema.
Mel de Carvalho

Foto de João Freitas

CORRER NA AV. RAUL LOPES

Correr na Raul Lopes
é andar pelo passado
rever velhos amigos
seguindo na mesma mão.

Antigos desafetos indolores
cruzam na contramão com
lembranças já sepultadas
de desacertos morridos.

A geração saúde dirigida
pelo narcisismo televisivo
busca a adrenalina saudável
que equilibra o coração.

Mas correr na Raul Lopes
no horário dos encontros
só peca com o inconveniente,
do ar viciado e poluído.

João Freitas. Direitos autorais registrados.

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