Cansaço

Foto de Carmen Lúcia

Faças de conta...

Faças de conta que ainda sou a única...
Mesmo que enganes ao me seduzires
Mesmo que eu chore quando tu partires
Mesmo que eu finja que acredito em ti.

Faças de conta que ainda és o mesmo...
O mesmo homem,o amor primeiro...
As mesmas juras, grande amor eterno,
Tudo o que há de sincero e de verdadeiro.

O mesmo que me abraçou no frio da estação...
Me aquecendo a alma e o coração,
Mas que no outono,ao cair das folhas
Morta como elas me senti no chão.

Fiz de conta não saber de nada...
Segui teus passos,mantive-me calada,
A cada novo amor,a cada passo em falso,
Pra ter-te novamente em meus braços...

E te aliviar da dor...e do cansaço!

Foto de Anja Mah

Meu Tudo

O que tenho de você
pode parecer um nada,
mas que ao mesmo tempo é meu tudo.
Não tenho seu corpo físico,
mas sua imagem não sai da minha mente.
Não tenho sequer seu rosto,
mas o tenho tocado, carinhosamente.
Não tenho seu olhar,
mas sinto seus olhos sempre me fitarem.
Não tenho sua boca,
mas sinto seus lábios sempre me beijarem!
Não ouço sua voz,
mas escuto suas juras de amor.
Não tenho suas mãos,
mas sinto-as em meu corpo, com calor.
Não tenho seus braços,
mas, louca, sinto forte o seu abraço.
Não tenho seu peito,
mas nele me deito, se me vem o cansaço.
Não tenho sua pele, seu corpo,
mas sinto seu cheiro, seu calor.
Não tenho, enfim, nada de você,
mas sinto seu amor.
O que tenho de você
pode parecer um nada,
mas que ao mesmo tempo é meu tudo
Se você soubesse...
Eu passaria noites e dias
escrevendo...só pra você,
pra mantê-lo mais perto
...é um meio incerto...
mas é o que tenho.
E por isso venho...
Estou aqui.
Procuro palavras,
coisas e fatos,
que nos meus relatos
te façam sonhar.
Que não o deixem
esquecer a doce magia
que nasceu um dia,
num simples teclar.
Se você soubesse ler
o que tento dizer,
viria sem medo,
em passos espertos,
pra estes braços abertos
que tanto desejam você

Te amo
MCL

Foto de Maria Goreti

Traição

Vencendo o cansaço
Enlaço-te, abraço-te,
Enrosco-te com meus braços.
Coitado de ti!

Pobre sonhador
Que em meu leito repousa!
Enquanto tu dormes nos alvos lençóis
Entro em meu carro, acendo os faróis.

Saio pelas ruas em disparada,
Apressada, tresloucada!
Tenho que fazer tudo enquanto tu dormes
Para que não percebas a minha ausência.

É quase dia, hora de voltar.
E ao chegar, ao teu lado me deito.
E quando acordas me encontra
Aconchegada ao teu peito.

Feliz, tu me beijas,
Sem sequer imaginar
Que durante toda a noite
Com outro estive a dançar!

Abraço-te, culpada, arrependida.
Só depois eu me dou conta...
Tudo não passou de um sonho.
Tu és o grande amor da minha vida!

Maria Goreti Rocha
(Vila Velha – ES, 19/01/06)

......

Poema publicado na Coletânea Literária 42 Anos da Casa do Poeta Rio-Grandense - CAPORI

Foto de martini

Amiga

Amiga do peito
Foste com efeito
Me deste tua mão
Falaste ao coração

Apesar do travão
Sempre puxado
Tiveste cuidado
Deste tua mão

Nada terminou
Nem começou
Estamos em processo
Vai haver sucesso

Acredito no sucesso
Caminho em progresso
Irei conseguir
Para ti um dia ir

Mas com pés no chão
Vamos pensar solução
Caminhando devagar
Para não precipitar

Tu és um sonho
E quero acreditar
E talvez se calhar
Em tuas mãos me ponho

Me entrego por amar
E assim tanto gostar
Um dia vou chegar
Feliz por te abraçar

Apesar de sentir
Que te afastaste
Não vou desistir
Pensar que te fartaste

É apenas cansaço
Mera reacção
Um cheiro no cangaço
Te dou do coração

Tu vida convulsa
Cheia de emoção
Com muita razão
Te abate o coração

Tua amizade
Que é quase
Existe entre nós
Não estamos sós

Tu estás em mim
E não será o fim
Tu me olharás
Um dia me verás

Destino é caminho
Juntos vamos encontrar
Com muito carinho
Vamos procurar

Toda tu és Luz
Assim queiras dar
Eu vou querer ficar
Esperando me iluminar

O amor é energia
É luz que ilumina a alma
É a força de dois corações
Que traz a paz e a calma
(Roberto Carlos)

Meu amor tens
Um dia vens
E juntos assim
Estaremos sim !

Foto de Boemio

Só quis te dar um pouco de humanidade

Se te fiz sofrer doce flor,
Se te fiz por algum motivo
Verter lagrima por mim
Se seu puro coração
Machucou-se e sangrou,
Se o seu sorriso
Manchou-se com este sangue,
E o seu espírito
Ficou perdido e renitente,
E sua graciosidade
Ficou magoada,
E seu beijo ficou amargo,
E o seu andar ficou pesado,
E sua mão ríspida,
E seu cansaço sem valor,
E sua canção sem voz,
E sua voz sem sentimento,
E seu corpo sem calor,
E o seus cabelos sem cor,
Em fim se te fiz
Por mim
Sentir aquilo que por ti
Sentia
Perdoa-me e desculpa-me
Foi quase assim que te encontrei
Por que não davas valor em si
E agora que já te ensinei
Todo este valor
Desculpa-me e perdoa-me
Pois te iniciei a esta dor
Doce amarga flor.

Foto de tchejoao

Dedicação

Durante muitas, muitas vidas,
Subi a montanha do teu Palácio,
Para ofertar-te perfumado incenso
E delicados lírios que andei colhendo.

Durante muitas, muitas vidas,
Pús-me, lua após lua, a adorar-te,
Forjando, na aridez do desencanto,
Preciosas melodias para encantar-te.

Teus olhos, com serenos ares de muralha,
Observavam-me em ensolarado silêncio.

Quando, ó, minha luz, abrirás as portas
Do teu Castelo luminoso?
Quando, meu Deus, virás me receber?

Durante muitas, muitas vidas,
Subi a montanha do teu Palácio...
Para ver-te o esplendor imenso...
Sem cansaço... Sem lamentos...

Foto de cathy correia

Hoje

Hoje, se tu quisesses
Roubava a lua
Para enfeitar de sonhos
A tua noite escura.
Deixava que no meu regaço
Pousasses o cansaço
Das corridas dos teus dias.
Depois
Depois...
Envolver-te-ia
Num mar de carinhos
Numa dança perfeita
Num amor que vai para além,
Muito além,
Da comunhão de dois corpos
Perdidos no tempo e no desejo!

Foto de Paulo Zamora

Vida vazia

Vou levando uma vida vazia, porque está escondida de mim a alegria; juro que eu queria mudar todos os acontecimentos; o que me resta é tentar vida nova, recomeçar aos poucos a trilhar meus caminhos.
Os dias estão sempre iguais, a rotina tomou conta do que posso ver ou sentir; talvez falte a presença de alguém, disponível a entender que neste estagio da vida sou eu quem preciso de alguém.
Uma vida vazia indo de encontro ao tempo, indo como quem vai pelo relento; ainda há sonhos, ainda há esperanças, ainda existe um lugar nos objetivos a ser alcançado.
Quando terão efeitos as mudanças? A vida vazia prossegue por seu caminho, com seu romantismo, com seu importante sonho de felicidade; mas porque se tornou tudo tão vazio? Eu me dei demais, esqueci de mim, lembrei de todos, cobrei de todos o que eu precisava e de repente vejo muitos levando suas vidas, e eu sem prêmio algum por ter sido usado ao ponto de me sentir esgotado, eu sou o próprio vazio; procuro um preenchimento ainda que eu veja somente sombras em meu caminho...
O cansaço passará, o efeito de quem perdeu as pedras mais valiosas também passará; mas e este vazio? Para onde será levado?
Eu não preciso do vazio, eu preciso de vida própria, de carinho e atenção verdadeira, talvez eu precise simplesmente de alguém que me entenda.
(Escrito por Paulo Zamora em 22 de fevereiro de 2007)
www.pensamentodeamor.zip.net
paulozamoracontato@bol.com.br

Foto de Lou Poulit

Poulit em Versos II

No cancioneiro brasileiro, até pouco tempo atrás eram muito raras as compositoras. Poucas, como Chiquinha Gonzaga por exemplo, tiveram personalidade para romper a bolha machista e fazer sucesso fora dela. Mas há uma outra característica no contexto musical do nosso país: Muito poucos compositores dispuseram-se a entrar na bolha! E construir letras onde o “eu” era feminino. De cabeça, qualquer um poderia se lembrar de Chico Buarque e Caetano Veloso. Mas existem outros menos famosos. “A Fruta e o Pássaro” é meu melhor resultado:

“Se me guardo navego
Se me entrego não volto
Porque quero me solto
Porque temo me prendo.

Me fendo como a fruta
Que um pássaro perscruta
E me agarro ao meu talo
E me calo
E me odeio e me odeio e me odeio.

Eu receio o seu espaço
Despencar da canção
Ficar só, de cansaço
Ser comida no chão.

Me fendo com a fruta
Que um pássaro desfruta
Mas te sonho e te tramo
E te amo e te amo e te amo”.

Seguindo uma linha poética na qual se solidariza contra o condicionamento e as injustiças da cultura machista, o poeta se arrisca a ser atropelado. Vejam, a maior parte dos conceitos hoje vigentes têm origem no ideário judeu do tempo de Jesus, ou dele derivaram. Ironicamente, não obstante o anti-semitismo fazer parte das idéias de povos e governos, historicamente, ao longo de milênios, com a expansão do cristianismo esses conceitos vieram no seu bojo e se espalharam pelo mundo cristão.

As instituições cristãs, obras do homem com necessidades próprias, e à revelia da mensagem do seu “protegido”, ambicionaram o poder e alavancaram a absorção desses conceitos durante a idade média principalmente. Passaram de perseguidas a perseguidoras, abençoaram as fogueiras e criaram um documento oficial, no qual os depois chamados judeus-novos (designação preconceituosa) declaravam e assinavam serem cristãos, para continuarem vivos. Assim apareceram sobrenomes de árvores frutíferas como Pereira, Limeira e, no meu caso, Oliveira, uma clara alusão à figueira amaldiçoada por Jesus. Dentre tantos conceitos, quero destacar aqui o moralismo egoísta e segregacionista. A falsa idéia de que há um certo e todos os discordantes errados. Uns são ditos filhos de Deus, mas não se diz de quem são filhos os demais.

Pode parecer que eu esteja exacerbando, que não é tão importante. Vou dar um exemplo para provar que não: nunca houve e provavelmente jamais haja um sucesso literário comparável ao da Bíblia! Nem em volume de vendas, nem no poder de convicção do seu conteúdo e nem no poder político das instituições que lhe deram endosso. Sua multiplicação editorial coincidiu com a massificação da alfabetização. E no bojo de qualquer uma delas, está a maior parte do ideário judeu, pois que Jesus era judeu e os principais apóstolos também. Nada pode ser comparado a isso.

Então recebemos por herança um falso direito de fazer julgamentos, como teimam belicosamente em fazê-los até hoje judeus e árabes. Mais que isso, de exilar os “adversários” das nossas convicções em nome de uma identidade divina que nos autoriza. Em um certo ponto da nossa história, com o fim da segunda guerra mundial e toda a explosão tecnológica que se seguiu, nosso ideário saiu dos guetos europeus para recriar antros ideológicos em todo mundo. Suscitaram-se todas as revoltas. Vieram os hyppies, a dita reforma, depois a contra-reforma... Mas a essência de tudo tem sido sempre a mesma: a segregação.

Bem, na poesia, como nas artes em geral, não cabe essa natureza dominadora e egoísta. Na imensa maioria das vezes o poeta se coloca do lado mais frágil. Ele não submete, mas aceita submeter-se para se impregnar das dores, amores e demais humanidades que constituem sua matéria prima. O poeta é um habitué dos antros. A começar pelo seu próprio. E faz dessa “condenação” um caminho escuro, para a luz do seu amor penitente, prostituto, voluntarioso. Encontrei em meus antigos alfarrábios uma letra de música que define muito bem as minhas convicções a esse respeito. Chama-se exatamente “Antro” e foi construída num período da vida em que me senti condenado por todos, exilado em meu pequeno ateliê, de onde tentava tirar minha sobrevivência física.

“No antro em que sou ninguém
Alguém que me faz feliz
Me faz ser a conquista
O herói mais vigarista
Um corpo no chão
Vazado de luz.

No antro em que volto sempre
No ventre em que asilo o ser
Dos lanhos da minha viagem
A chuva molha a tatuagem
No chão da alma
Vazado se luz.

Seria meu santuário
Não fosse o amor um cigano
Seria meu cadafalso
Vagasse profano e descalço.

Um amor que não se detém
Me fez refém, com salvo-conduto
Mas eu luto contra aparências
Eu vivo das nossas essências
É um antro bom... dentro de mim”.

Foto de Varley

"Beija-me"

Beija-me,
O beijo sensual, lascivo,
O beijo vivo
Nos meus lábios mortos
De saudade.

Beija-me,
O beijo que me deixará cativo,
O beijo atrativo
Dos instintos tortos
De vaidade.

Beija-me,
O beijo que me encanta tanto,
O beijo acalanto,
Para por fim ao meu cansaço
Por esperar.

Beija-me,
O beijo que preciso,
O beijo paraíso,
Para que me seja um regaço
Esse teu beijar.

Beija-me,
Assim, de qualquer maneira,
E faz-se a primeira
Nos meus lábios imaturos
E cheios de desejos.

Beija-me,
Assim, como quer que queira
O que importa é que será a derradeira
Nos meus lábios inseguros
Sem teus beijos.

® Varley Farias Rodrigues

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