Caro

Foto de Moisés Oliveira

Dia qualquer

14 de agosto de 1968, momento marcado de um dia qualquer.
O tempo que agora passa não me muda mais, o que passou ontem já não me quer.

As horas que passam não mudam meu passado, amanhã sempre é o dia da minha decisão.
Não faço nada se isso for agora, espero calmo pela solução.

O vento que passa me marca o rosto, rugas da minha pele contam o que vivi,
olhar pro relógio embranquece o cabelo, o tempo passou e não percebi.

Lutei pelo que já tinha, enalteci o que não precisava,
vendi barato meus melhores anos pra comprar caro o que não me faltava.

Comi o fruto que me alimenta, mas cai da árvore que não plantei.
Mato a fome com arrependimento, busco a resposta do que já não sei.

Foto de Evandro Machado Luciano

Ressurreição

O nome dele era Coronel Mendonça Filho. Grande estrategista militar, sempre fora considerado um dos nomes de maior importância no terreno bélico. Sua atitude ríspida, duramente agressiva, ofensiva, contrastava com seus anseios, seus sonhos. Seria impossível viver seus sonhos, do alto da torre de marfim em que Coronel Mendonça Filho vivia.

Tinha dois filhos, ambos do sexo masculino. Sempre exigira uma masculinidade exacerbada de suas crianças. Masculinidade, esta, que por vezes fora confundida com uma ideologia sexista ultrapassada, reacionária. Criara seus filhos como ideólogos machistas. Ao menos, tentara.

A carreira de Coronel Mendonça Filho fora construída durante longos e prestigiosos anos. Trinta, ao todo. Hoje, Coronel Mendonça Filho, contabiliza 20 primaveras, 5 verões, 10 outonos e 30 invernos. Não é mais nenhum menino, por assim dizer.

Seu caráter, sempre fora alvo da opinião pública. Sim, porque Coronel era uma figura pública. Considerado por muitos, o sucessor no plenário nacional, fora duramente criticado pelo telejornal das oito horas, o que era muito significativo, pois este jornal emanava opiniões que desmantelavam o nível intelectual da população. Mas em nenhum momento teve seus delitos comprovados legalmente.

Tudo estava como deveria ser na vida de Coronel Mendonça Filho. Até que um belo dia – nem tão belo assim, uma tragédia assolara a vida deste sujeito. Seus filhos, ao mesmo tempo, foram alvo de um acidente de trânsito. Veja você, tamanha ironia do destino. Mortos, vítimas de um atropelamento. Coronel Mendonça Filho perdera seus herdeiros. Os herdeiros de sua virtude. Os herdeiros de sua índole. Os herdeiros de sua fortuna.

Agora, nada mais restava na vida de Coronel Mendonça Filho.

Como se não bastasse esse fato catastrófico, Coronel sofrera imensuráveis acusações de crimes de guerra, oriundos do conflito entre Brasil (sim, por que caso não tenha notado, caro leitor, estes fatos ocorreram no Brasil) e França. Sua fortuna estava prestes a ir pelo ralo. Não obstante, nosso Oficial não via mais utilidade para sua quantia monetária exorbitante, visto sua idade avançada e falta de herdeiros. Não se importaria mais em perder seu dinheiro.

Advogados, processos, subornos. Tudo lhe roubava o ouro, conquistado a sangue, suor e retórica. Ao fim, empobrecera.

Sem vintém algum, sem filho algum, com uma mulher que não amava, o Coronel resolveu que não admitiria mais em seus restantes dias de vida, compartilhar com o mundo uma vivência desonesta e fútil. Partiria em rumo de seus sonhos, honestamente, vivendo plenamente as poucas horas vitais que lhe sobraram. Antes tarde, do que mais tarde.

Nascia, assim, Mendonça Filho.

Foto de Carmen Lúcia

Quero meu mundo de volta

Quero de volta meu mundo de outrora
onde se podia, a qualquer hora,
sair sem trancar o portão,
jogar pedrinhas, pular Amarelinha
nas calçadas, de pés no chão,
sem medo ou indignação.

Dar esmola sem temer o ladrão,
ter como base a fraternidade e a união,
respeitar pais, mestres, avós, irmãos,
dar-lhes afeto, ter-lhes consideração.

Hoje me dei às lembranças
de meu tempo de criança...
De tudo que tínhamos e perdemos,
das crenças que hoje descremos...
Ou ainda cremos?
Comparo o ontem com o agora.

Regalias à revelia...Megalomanias...
Cabelos brancos...Pedofilia;
exploração sexual, humano irracional,
crime passional, descomunal, brutal...
Meras banalidades de notícias no jornal,
esquecidas após o próximo
intervalo comercial.

Inverteram-se os valores...
Pais e filhos trocam abraços por carros,
pra que a vida não seja uma droga...
E por isso pagam preço muito caro...
De repente...Vira droga o presente!
E o hoje, esquecido vagamente.

Me perdi no tempo de agora...
Nada mais é como outrora!
Cada um por si, cada qual pro seu lado,
Cabisbaixo, calado, sozinho...
Esqueci até o nome do vizinho...
Desde quando me fechei?

Quero o meu mundo de volta...
Simples, comum, solidário,
sem cercas elétricas, calvários,
abrir portas, ver as cores,
tirar grades das janelas,
tocar as flores amarelas.

(Carmen Lúcia)
Carmen Lúcia Carvalho de Souza
19/05/2009

Foto de poetisando

Queixas do homem

O homem queixa-se e chora
Por ver a natureza ferida
Esqueceu-se depressa
Que ela foi por ele agredida
Agora chora das queimadas
Que destruíram a natureza
Mas foi ele que a provocou
Com a sua ganância e avareza
Esqueceu-se que um dia ia pagar
Bem caro toda a sua safadeza
Porque sem a mãe natureza
Não vai ter água nem comida na mesa
O homem que agora chora
Porque sente a falta de água e comida
Devia ter chorado muito antes
Porque sem natureza não há vida
Ainda pode estar bem a tempo
De a natureza renovar
É começar quanto antes
A mãe natureza salvar
Ela está bastante ferida
Mas ainda a podemos tratar
É só haver vontade do homem
Para a despoluir e tratar

De: António Candeias

Foto de Allan Dayvidson

NON BELOVED BOY

‎"Você acorda de manhã, vai de cara amarrotada para o banheiro e resolve dar uma bronca em si mesmo diante do espelho!... Foi assim que este poema nasceu!"

NON BELOVED BOY

Antes que você comece com a velha ladainha,
e de seus lamentos começarem a congestionar a linha,
trate de catar os retalhos de seu coração espalhados no asfalto,
pois esse trânsito caótico não precisa de seus desabafos,
meu caro non beloved boy.

Sempre tão determinado a fazer sua queixa
e seus choramingos parecem aguardar qualquer deixa
e logo você está remendando e bordando e deixando pontas soltas
nas quais se dependura e balança...
Coidadinho do non beloved boy!

Por quanto tempo vai ficar nessa de viver bancando uma espécie de mártir do amor?...

Até dá para entender o quanto tem sido solitário,
e que dói sentir-se mais sensível que o poder de compra de seu salário.
Mas só porque sensibilidade vende não desperdice seus esforços
oferecendo seu coração por alguns centavos em poemas tristes,
meu querido non beloved boy...

Por quanto tempo irá investir nessa busca insana por um suposto crème de l'amour?

Seus pés estão cansados, seu fôlego esgotando;
seus ossos quebrados, mas seu coração pulsando.
Chega de bancar o bebê chorão que perdeu o brinquedo,
pois você merece mais que os amassos entre a carência e o medo.
Minhas palavras podem ser conchas duras, mas trazem pérolas.
E poderia entregá-las de outra forma, mas estou uma fera!
E não permiterei que você continue fazendo isso consigo mesmo,
enumerando rejeições e largando-se a esmo.

Não há qualquer verdade do amor que eu possa oferecer,
mas espero que perceba entre os versos deste poema o quanto me importo com você!

Foto de Jean Marcell Gomes Albino

Será que te amo? - Uma Conversa entre um jovem e um ancião

- Meu coração dispara quando te vejo
Sinto-me encorajado a fazer de tudo... Tudo mesmo!
Tudo para que essa chama ardente não se apague
Levando consigo minha alegria, minha doce felicidade! (...)

- Mas será que você realmente a ama?

Poxa! Se isso não for amor, já nem mais sei o que é dor!
Meu sorriso vai de orelha a orelha quando a vejo passar...
Quando fala... Hummmmmmm... Aquela voz doce que te enlouquece
Evaporando todo e qualquer estresse - no ápice da emoção -
Faz tremer o coração, delirando... delirando de paixão...

- Mas será que você realmente a ama?

Irmão, ela é tudo pra mim!
Ela é tudo que eu sempre sonhei...
Finalmente... (Obrigado, meu Deus, obrigado!!!!) [...]
Às vezes fico triste com certas atitudes dela, mas quem ama ama, né?
(...) Não sei o que seria de mim, se um dia não mais pudesse vê-la...

- Mas será que você realmente a ama?

Aonde você quer chegar perguntando-me sempre a mesma cousa?

- Ô meu caro amigo... Creio que ainda conhecerás o amar!
Se tu soubesses o que é amar de verdade...
Se tu descobrisses o quanto vale seus sentimentos...
Se os seus olhos pudessem enxergar e sua mente decifrar
Tudo que Ele está a falar... Certamente não estaria dizendo que amas.

- Como assim não a amo? Não notou todas as características que falei?

- Sim, meu jovem, analisei muito bem tudo que me disseste
Características de alguém dominado por suas emoções;
Característica de alguém que está perdidamente apaixonado!
Contanto, não sabes que isto é doença!
Doença que lhe faz estribar-se do caminho certo!!

- Não entendo, senhor... Desculpe-me, mas não estou conseguindo (...)

- Acalme-se, meu jovem, apenas guarde no fundo de seu coração estas minhas palavras:

O amar não se sente, apenas é praticado!
O amor é lindo e duradouro, quando bem regado!!
A paixão te aprisiona, o amar te liberta!!
Sentimentos sempre estão passíveis a modificar-se
Quando se depara com situações adversas que nos fere...
Mexendo com nossos sentimentos... Inunda-nos de tristeza...
Fazendo-nos chorar e chorar... Mas como encarcerado já está, não consegue abrir mão desse teu "amar".

O amar, meu filho, frutifica-se gerando o amor
Amor este que mesmo sofredor, sempre se alegra diante da dor!
O amar não brinca com seus sentimentos!
O amar não faz com que fique submisso e escravo dele!
O amar lhe dá novos olhos... Presenteia-te com o amor!!
Amor que te move às águas profundas...
Amor que quebranta seu coração
Amor que transforma e carreia multidão
Amor que lhe mostra que mesmo em meio a escuridão, possível é enxergar as estrelas! (...)

O amor, amado, és fruto da prática do amar!
Não sentimento que nos carrega pra lá e pra cá
É fruto da vida, água da fonte!
Combustível que lhe faz ser manso, reto; probo!
Sustenta-te, avigora-te e lhe dá luz!!
Luz que o conduz a um caminho estreito
Porém sem nenhum defeito
Acharás nele tudo quanto necessitas para viver feliz!

(...) Ah meu filho... Quando conhecerdes o amor de verdade... Saberás que não existe maldade, apenas ausência de um SER no coração da humanidade!

Jean Marcell Gomes Albino

Foto de Edigar Da Cruz

ANESTESIA DO AMOR

ANESTESIA DO AMOR

O Amor é entrega e aposta
É leve como o brilho que se eleva para litoral,.
Do que faz sorri e faz chora,
E o tipo doce e bem amargo,
Leve feito pavê e delicioso como chocolate,
É um deserto que vai para um oásis.
Tem dom de fazer até milagres,..
E do rico e do pobre.
na mesma dose da medida certa exata,.
É Para o homem é para mulher.
Fiz o injetar de amor na veia.
Pura gostosa droga pior que crack e heroína juntas exalando amor,.
Eu não sei! Por um oásis me apaixonei.
Que faz alucinar descontrolado,..
Não importa se sou plebeu e pobre e ..
Amante eu vivo e adoro da droga do amor
Que adoro me vicia dessa loucura,.
Dessa substancia onde o que vale é o amor nobre.
Tão cara Diamante e Ouro! Que às vezes pago caro com á dor.
Que corre exageradamente pelas veias da alma coração,
Dessa emoção da cor que eu adoro,..
Que sou admirador e ainda tenho uma overdose
E morro feliz por amar a vida que aprendi e provei da melhor dose.
Dessa dose que aprendi descobrindo sendo o seu amor.
Essa anestesia faz e trás mil sensações
Essa Anestesia Do Amor

A-M-O-R
Autor:Ed.Cruz

Foto de Arnault L. D.

Pequeno poema singelo

Uma simples história. eu quero.
Daquelas quase sem enredo,
que não peça bravura, ou medo,
que tenha de inicio o zero.

Quero pouco, paz na empatia
e nada marcado em agenda.
Sem placa de compra ou venda,
ou qual é a hora, de qual dia...

É certo ser contrassenso:
Ser um luxo e ser tão raro,
querer menos, sem cobrar caro.
Algo intenso, que não chame imenso...

Não. Não quero conquistar,
ponderar se transitória...
Não quero a alegria da vitoria
mas, a gloria de não ter que ganhar.

Foto de guiridhari

Reserva do carro

Como é ruim ficar sem carro, só de pensar em sair da da uma preguiça. Pegar ônibus ou carona já da muito rolo. E para piorar eu tenho que alugar um carro até sexta, pois combinei com meus colegas de sair e ir para a praia no final de semana. Para minha sorte ainda é quarta feira e tem uma empresa de aluguel de carros bem perto da minha casa.
Tenho medico às 16:00 e ainda tenho uma hora e meia até sair, então fui para o aluguel de carro para deixar reservado a retirada do carro na sexta feira a tarde. Quando chego la, escolho um corsinha simples para não ser muito caro. Termino de preencher toda a papelada, tiro esse peso dos meus ombros e logo após vou ao medico. Chego do medico e ligo para a galera para falar que reservei o carro e que é para todos estarem na minha casa para pegarmos o carro e depois irmos à praia.
Todos arrumaram as coisas na quinta feira e se encontram na minha casa no horário certo. Mas quando chegamos ao local para retirar o carro começou algo um tanto implicante. Ao falarmos com a recepcionista ficamos sabendo que nosso carro foi alugado, nesse momento eu pirei e comecei o dialogo:
- Como assim vocês não estão com o carro, sendo que reservei. Digo isso dando um tapa com as duas mãos na mesa e me debruçando.
- Desculpe senhor, mas não podemos entregar o carro. Ela disse isso já sabendo que iria dar problema, mas fazer o que, eu queria alguma coisa.
- Mas eu fiz a reserva, como é essa reserva de vocês que quando venho não tenho o carro para pegar. Se fosse assim qualquer um daria reserva. O mais importante da reserva é a parte em que não deixam alugar o carro, essa é a parte importante, segurar o carro. Eu até me divertia falando assim.
- Eu sei senhor mas…
- Não você não sabe, porque se soubesse eu teria o carro aqui agora. Meus amigos agora riam que se matavam.
- Esta bem, eu vou conversar com o gerente.
Ela saiu e entrou por uma porta, alguns segundos depois ela volta com o que queríamos ouvir, mas não desse jeito.
- Eu tenho um carro que posso alugar.
todos gritam felizes, esperançosos para sair logo.
- Mas é um fusca!
Desanimo total. Mas pelo menos tínhamos um veiculo. Eu já estava indo reclamar mas meus camaradas me pararam, já temos o carro.

Foto de Felipe Ricardo

A Triste Historia de Quem Ama

Finalmente deu certo o o tão esperado encontro tive a permissão daquela que cuidava dela, e depois de quase 2 meses a encontro
linda do jeito que ela é.
Marcamos de ir as 11:30, só a tive as 13:00, pegamos o onibus direto para o shopping, odeio esse lugar, mas emfim já era hora de uma lembrança boa la, mas no caminho entrego a ela um colar que fiz, um presente lindo, um cordão roxo com uma linda borboleta amarelo-ouro, ela achou bonito, deu um sorriso apagado e o guardou na bolsa que assim carregava. Então chegamos no shopping e vamos direto compra a sua passagem de volta, para a sua casa ela resolveu compra para as 17 horas e em seguida fomos para o cinema, mas antes fome lanchar chegamos na praça de alimentação a perguntei aonde iriamos, ela disse que não sabia, e fomos direto para a melhor que lá havia e lá ela abriu o cardápio e eu a exclamei:
"Escolha o que desejar"
E nisso esla escolhe um simplório hambúrguer. Eu dou uma olhada torta, pois vi que ela não queria abusar e eu só queria agradar acabamos por optar um uns dos kits de la, o mais caro e no decorre da conversa a surpreendo dizendo a ela que estava apaixonado por tal menina dês do festival, mas não queria falar pois em tal época ela
estava namorando, e não achava certo tal sentimento, mas da surpresa ela apenas diz:
"Não sou boa para dar resposta"
E então não tocamos mais no assunto, ate q então chegamos no cinema e não havia sessões disponiveis par o horario que ela tinha e então fomos direto para o ponto do onibus para ver se tinha como trocas a passagem e assim voltamos par o shopping e começamos a falar de nossas vidas e enfim chega a hora dela volta e ir pegar o ônibus e depois de uma conversa eu a surpreendo novamente.
"Sabia menina me deu uma vontade de te roubar um beijo, mas tenho medo de suas reação, voce poderia não gosta, então vou deixar ela passa ta bem"
E assim ela me responde:
"Mas se quiser pode"
Então surpesso pergunto se ela tem certeza e ela responde que sim
e então acontece o nosso primeiro beijo...
...Um breve e sutil juntar de labios, mas perfeito...
Então que digo que minha vontade ainda não acabou e ela me surpreende novamente:
"Se quiser outro"
Ela me responde e enfim ocorre, melhor do que o primeiro e então paramos
e a digo:
"Não tenhas preocupação isto só ficara com a gente, ta bem"
E ela concorda depois de um bom tempo de angustia e espera o onibus dela chega, ela vem e corre para me abraça e ai baixinho digo em seu ouvido:
"Posso te beixar?"
e ela responde, se aproximando e no fim do que eu dei, antes de separa o meus lábios do dela ela vem e continua e assim ela parte e então começa a minha verdadeira angustia, Pois aquela menina que beijei, se tornou uma estranha e assim estou nesta melancolia que assim dilacera o meu triste coração...
...Eis ai a razão de minha tristeza, irracional
FIM

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