Cartas

Foto de robson oliveira

Carta de Despedida

Passei esta semana inteira pensando
Em um jeito de não pensar em você
E de tanto pensar em te esquecer
Descobri que eu não posso.
Pois não depende mais só de mim.
Depois de tanto tempo fugindo de mim
Fugindo da verdade
Resolvi encará-la de frente
E aceitar que preciso de você para viver.
Estou com tanta saudade de você,
Todos os dias eu escuto aquela musica que você gosta
E agora ela só me faz lembrar de você.
Eu sei que você não gosta que seje romântico,
Você não gosta de cartas e declarações.
Como eu queria ficar juntinho de você
Ao seu lado e esquecer que existe um mundo lá fora.
Mas eu sei que não tenho chances de tê-la ao meu lado
Isto seria só um sonho meu
Ou uma ilusão de meu coração,
Mas de qualquer jeito,
Mas o que fazer se eu tenho que falar,
Porque morrer com um segredo
Que já não posso esconder de ninguém mais.
Queria que você voltasse para mim,
Mas sei que você não quer
E que não seria bem assim;
Mas estaria disposto a correrem todos os risco
E cumprir com todas as obrigações para tê-la do meu lado.

Por que tem que ser assim
Por que a te amar é tão ruim
Sei que estou em você
Mas você não esta em mim
O desejo ainda continua forte
Ele ainda é mais forte que eu
Às vezes tenho medo de fazer bobagem
Às vezes quero te esquecer, mas não tenho coragem.
Você ainda esta aqui
Esta comigo agora
E é por isso que eu escrevo
Às vezes ao meu lado eu ainda vejo
Tento sair ir pra longe
Mas nenhum lugar é longe demais de você
Por mais que eu queira partir
Você parece de mim não desistir
Teima e fica aqui
Quero te esquecer, mas não consigo.
Brigo comigo
De meu coração não sou mais meu amigo
Ele insiste em gostar de você
E eu, eu quero viver.
Ir para outro lugar
Outro alguém amar
Mas ele é teimoso e só quer você
Acho que já sei o que vou fazer
Vou pegar meu coração e pra você vender
Assim ele estará satisfeito
Já que nem bate mais em meu peito
Realizara o desejo dele
Batera só por ti
E me deixara livre para parti
Você pode pegar ele
Fique sem devolução
Já que não sou mais dono nem do meu coração
Pegue e faço-o feliz, porque eu não posso fazer mais.
Desde que você se foi
A tristeza nele nasceu
Em meu peito desapareceu
Acho que ele pra sempre adoeceu
Já nem mais é meu
Parece que até já morreu
Pegue e leve, pois é seu.
Mas nunca mais me devolva, pois ele jamais será meu.
Traiu a meus sentimentos
Luto contra mim
Não quis te esquecer mesmo que eu dissesse sim
Leve-o e tire de mim todos os sofrimentos
Não quero mais estar com quem não gosta de mim
Espero que ele se sinta mais feliz assim
Ao lado de você que tanto desprezou
E nunca ligou se ele por você chorou
Mas pegue é seu
Ele não gosta de mim
Ame-o ou mate ele de uma vez
Eu não quero viver com esta culpa
De ter matado meu coração
Porque eu tentei salva-lo
Mas você não
Sempre quis mata-lo.

Foto de João Felinto Neto

Poesias selecionadas

APELO À MISÉRIA

Quem me dera, miséria,
eu fosse parte
de um baluarte de sonho e de quimera.
Pela boca mantém-se assim o povo,
a lavagem é a comida que a si, dera.
Na vergonha de reconhecer-se porco,
ter o rosto metido na sujeira,
enlameado atrás de uma porteira
seu anseio é mantido na espera.

Quem me dera, miséria,
eu me calasse
e ocultasse o meu rosto na janela.
Meus princípios mantêm-me assim exposto.
Sou mau gosto travado na goela.
Quem engole as palavras que eu digo
traz de volta a vontade de lutar,
elas tocam a ferida no umbigo
que o conformismo já ia cicatrizar.

Quem me dera, miséria,
quem me dera,
que de ti eu pudesse me livrar.

PERSONAGENS INFANTIS

Será que o lobo é tão mal.
O lobo ama também.
Ele protege os filhotes que tem.
Caçar, para ele é natural.

A chapeuzinho, talvez,
quando crescer seja outra.
Se torne uma megera
que não gosta de criança
e perca toda a esperança
de voltar ao que era.

O caçador, o herói tão valente
que salvou a vovozinha,
costuma matar friamente a fêmea,
deixando a cria sozinha.
Ele acabou sendo preso
por caçar ilegalmente.

A vovozinha morreu.
Pois, a idade a levou.
Mas, quantas vezes brigou com a vizinha da frente.
Isso prova que a bondade e a maldade,
na verdade,
são apenas uma história diferente.

O POEMA QUE EU DEIXEI DE ESCREVER

O poema que eu deixei de escrever,
Falaria de você,
De nosso tempo,
De angústia, de tormento,
De alegria e de prazer.
Iria contradizer
Cada palavra
Que as nossas falas
Tinham pouco a dizer.

O poema que eu deixei de escrever,
Seria na verdade,
Uma ameaça.
Calaria minha boca,
Qual mordaça.
Não seria uma desgraça,
Por não ser.
Os meus versos,
Talvez fossem sem querer,
Uma ofensa
A sua crença,
Que eu acreditava
Ter.

O poema que eu deixei de escrever,
Não seria
De valia.
Sem valia,
O deixei de escrever.

SEPULTAMENTO

Os meus olhos pregados
no infinito
como os pregos nas tábuas
cravejados,
e de pontas viradas,
redobrados,
sustentados e fixos
numa curva.
No aconchego da madeira macia,
minhas costas
nos ossos da bacia
consolam meu corpo
tão curvado.
Pelo tempo que tenho acumulado,
a ferrugem do mundo
me comeu,
e a tampa que pregam
me prendeu
para sempre num rito consumado.
Por debaixo da terra
condenado
a ser parte da mesma
e não ser eu.

CANTO DE SEREIA

Como um canto de sereia
de belíssima harmonia,
letra correta, verdadeira poesia
e melodia
que eterniza nossa alma.
Por onde anda
a sereia encantada
nas profundezas desse mar de ignorância?
Letra incorreta com falta de concordância
e melodia
que nos faz perder a calma.
Só na lembrança,
o teu canto nos enleva
na emoção que tua voz nos faz sentir
e na saudade, o nosso coração desperta
pra realidade,
não há nada mais pra ouvir.

PEDESTAL DE BARRO

Revogo silêncio
ante palavra e voz.
Reato os nós
que me prendem ao medo.
Reavivo memórias
em busca de segredos
que já não interessam mais.
Reclamo por paz
em meio a intensa guerra.
Replanto a erva
que não nasce mais.
Relato as dores
de males e fome.
Repito o meu nome,
antes de dormir.
Reato os laços
que me prendem aqui,
ao pedestal de barro.

TORRE DE BABEL

O juiz do supremo,
Jeová,
se irrita e sai do sério,
quando seu filho Jesus
vai à noite, ao cemitério.

No boteco do Davi,
onde quem manda
é o Golias,
não há funda,
quem afunda
na cachaça, é o Isaías.

No salão do senhor Sansão,
quem faz o cabelo
é sua mulher Dalila.

As mulheres de Salomão,
o cafetão lá da vila,
choram e sentem solidão
quando estão de barriga.

Lúcifer anda arrasado,
o seu mundo virou trevas,
por ter visto abraçados,
Adão e a senhora Eva.

Noé, o velho barqueiro,
não gosta de animais.
No entanto, adora um peixe-frito
no barzinho lá do cais.

Essa torre de Babel
é o mundo em que vivemos,
onde não há inocência.
Se algum nome ou fato ofender,
é mera coincidência.

A MULHER DA MINHA VIDA

A mulher da minha vida,
Sempre é lida em meus versos,
De uma forma ou de outra.
É a sua voz que ecoa
Reclamando meu regresso.
É bem mais que uma amante,
Que uma amiga e companheira.
Necessária como a fonte
No deserto de areia.
A mulher da minha vida,
Entre linhas abstratas,
Põe em mim, doces palavras
E expressão de alegria.
A resumo em poesia,
Tal qual em cartas,
A saudade que nos mata
Se envia.
A mulher da minha vida
É a graça
Que um devoto em desgraça,
Alcançaria.

O LABIRINTO

Pelas ruas infinitas,
Não encontro meu destino.
Endereço repentino;
Então, me pára.
Não é nada;
Sigo em frente, o meu caminho.

A mim mesmo, ainda minto:
- Logo chegarei em casa.

Em calçadas,
Eu percorro o labirinto
(Cruzamentos, sinais verdes e paradas).

O suor não pára o tempo;
Lágrimas, enxuga o vento;
E um triste pensamento
Não se afasta.

A cidade, assim, se fecha em semelhança.
A lembrança,
À realidade, não se adapta.
Eu confundo o momento
E me perco no silêncio
De um triste monumento
Que me agrada.

Minha calma é necessária
Para espantar o medo,
Desvendar todo o segredo
Que o labirinto encerra.
Os meus pés seguem por terra,
Minha alma por promessa,
O meu corpo por saudade.
Edifícios, tais quais pedras,
Alicerçam a cidade;
Conduzindo minha mocidade
Eterna,
De encontro ao passado.
Eu me torno um condenado
Num presente adulterado,
Que me enterra.

Observo as vidraças
Das janelas,
Onde o sol ofusca a vista
Com a luz que é minha guia
Na escuridão tardia
Do passado.

Cada praça
Me congraça,
Tal um templo
Erigido como um marco à memória.
Cada uma conta a história
De seu tempo,
De sorriso e sofrimento,
De conquistas e derrotas.

Novamente, me encontro sem saída,
Apesar de tanta via planejada.
Já não reconheço nada
Do que havia,
Já não reconheço nada.

Alimento meu silêncio,
O tempo passa,
Onde pombos batem asas
Sem voar.
Não consigo encontrar
O meu caminho;
O meu ninho
Não encontro em meu lugar.
Continuo a me enganar,
Ainda minto,
Preso a esse labirinto
A me fechar.

À DERIVA

Posso até perder o brilho dos meus olhos,
Mas jamais, deixar de ver tanta tristeza.
No esbanjar de pratos sobre minha mesa,
Vejo a fome refletida nos teus olhos.

O que faço se estou preso ao sistema
Onde a indiferença
Sobrepõe a caridade,
Onde a verdade
É varrida
Pra debaixo da mentira
E onde a vida
É um barco à deriva
Sem ações de piedade?

UM POUCO MAIS

Percebo
A minha vida esvaindo-se entre meus dedos
Em minha mão aberta
A dar adeus ao mundo
Pela janela.
A minha juventude
Em quietude eterna,
Silencia os meus dias.
As velhas alegrias
São lembranças tristes.
Os sonhos não resistem
Aos carinhos da morte.
E que meu sono suporte
Os meus pesadelos,
Já que meus apelos
Ao que me resta de força
Não me sustenta.
Talvez, o mundo não entenda
Esses meus ais.
Não tenho medo de morrer.
Eu só queria era viver
Um pouco mais.

O GRANDE DIA

Ai de nós se não fosse o profeta
Para converter o nosso coração.
Do contrário, Deus feriria a terra
Com terrível maldição.

Com o Senhor não há perdão.
Seu grande e terrível dia
Não será de alegria
E sim de destruição.

O poder de sua mão
É extremamente acintoso.
Deus é um ser ambicioso,
Quer de todos,
Atenção.

Não importa a condição,
Será imposto
Sofrimento e desgosto
Por qualquer contravenção.

Deus não quer nos dá lição,
Quer aniquilar a todos
Pelo caráter odioso
Que passou à criação.

EPITÁFIO XIV

Ela se aproxima
Sorrateira e linda,
Com seu manto escuro,
Sua mão suada.
Não nos pede nada,
Mas nos toma tudo.
Deixa então, de luto,
A pessoa amada.

Ela não se importa
Com aquele que fica.
Pois só se dedica
Ao que se despede.
Sorrateira, impede
Que a gente viva.
E sutil se infiltra
Sob nossa pele.

Ela só se afasta
Quando mata a alma
E deixa o corpo inerte.

ETERNA SOLIDÃO

O que eu tive na vida
Além da data esquecida,
Da dor no peito, contida,
E da perdida ilusão?

O que mantenho na mão,
Já na forma cadavérica,
Senão,
A luta sem trégua
Com os germes que a terra
Colocou em meu caixão?

Os meus feitos,
Foram em vão.
Meus defeitos,
Exaltados.
Não sou de Deus nem do Diabo.
Sou um louco condenado
A eterna solidão.

ESPANTALHO MORIBUNDO

Minha alma sempre está
Num silêncio tão profundo,
Que eu chego a duvidar
Que ainda estou no mundo.

Espantalho moribundo,
Onde a morte vem pousar.
Talvez para lhe falar:
Sinto muito! Sinto muito!

Num milésimo de segundo,
Volta o corpo a respirar.
Espantalho vagabundo,
Fecha os braços para o mar,
Abre os olhos para o mundo.

FRUTO SEM CASCA

Espalhando letras
Sobre velhas páginas,
Semeei palavras
Que insatisfeitas
Deram-me em colheita
Uma grande safra
De um fruto sem casca,
A minha tristeza.

Uma fruta fresca,
Presa pela boca
Em que uma ou outra
Tenta mordiscar,
Murcha sem parar;
Se tornando feia,
Seca na areia
Quando o vento dá.

Versos pelo ar,
Lágrimas e poeira,
Solidão na mesa
Onde o fruto está
Exposto, sem par,
Sem mostrar beleza,
É minha tristeza
A me alimentar.

HOMENS DE FUMAÇA

No arrastar de minhas sandálias
Pela casa,
Tenho as lembranças arranhadas
E esquecidas.
Por onde andam as conversas conduzidas
Pelos homens de fumaça?

Se desfizeram com o tempo,
Nas costas de um tênue vento,
Pela janela escancarada.

O velho barco na distância, ainda aguarda
Pela tripulação dispersa,
Numa espera
Que parece eternizada.

Em meio a tralhas,
Depuseram suas velas.
Em meio a elas,
O seu capitão se apaga.

O FRACASSO

Eu sei que a vida me leva em trapos.
Caldeirões de barro
De bruxos modernos.
Favelas de inferno,
Diversos buracos.

São armas de ferro.
São balas de aço.
Sou eu, o fracasso
De um programa sem sucesso.

Eu sei que a morte me olha de perto;
Que chego a sentir o seu frio abraço.
Eu fumo, eu prego
Minha mão no maço
De notas sem eco.

São barras de ferro.
Algemas de aço.
Eu sei que sou o fracasso
De um programa sem sucesso.

Eu sei que caminham lado a lado,
O errado e o certo,
A ira de Deus
E a fama do diabo,
Senhores e servos,
Patrões e empregados,
Progresso e atraso.

São os mãos-de-ferro
Em torres de aço.
Sendo eu, o fracasso
De um programa sem sucesso.

OLHOS DE AZULÃO

O que busca essa mulher
Pela qual minto,
Senão
A mesma solidão
Que sinto
Quando longe de seus olhos de azulão?

Os mesmos olhos
Que me olham da gaiola
Quando eu abro a porta
E eles vêem a imensidão.

SE FOSSEM SÃOS

A rima
É mera aflição
Dos versos que me espelham
Naquilo que são.

De forma nenhuma dirão
Do que são feitos.

Meus versos
Seriam perfeitos
Se fossem sãos.
Mas nada são,
Senão
Defeitos.

QUANDO CHORO

Onde andam os meus olhos
Quando choro,
Se não consigo encontrar
As minhas lágrimas?
Nas migalhas,
Além de meus remorsos?
Nos meus ossos,
Aquém de minha alma?

A FANTASIA

Amo você
Com o mesmo ardor da juventude,
Na quietude
De minha atual idade.
Amo-a na ausência
Como num dia de saudade,
Detenho-me a cada ínfima lembrança,
Com a mesma paz
Que traz
Aquela esperança
Após uma guerra.
Amo-a em terra
Com a cabeça pelas nuvens.
Amo atitudes
Que jamais seriam minhas,
Como entre linhas,
Leio uma poesia.
Amo como se ama o alvorecer
De cada dia,
Como o sorriso
Na inocente alegria
De um bebê.
E ter você,
Ainda parece utopia.
Mas, quis a vida
Que eu vivesse a fantasia
De meu ser,
Que é para sempre,
Você.

MINHA GERAÇÃO

Essa amargura
Que me faz um homem rude,
É mera atitude
De defesa.
Odeio a pobreza
Que aos pés de Deus se ilude;
Enquanto a juventude,
Nada almeja.
Desprezo a mania de grandeza
Que o rico tem com tudo.
Não sou um carrancudo
Por frieza;
Somente faço uso
Da tristeza
De um sisudo,
Por ser fruto
De uma geração que aceita.

SONETO DA VITRINE
(Sombras & espelhos)

A vidraça estilhaçada,
Não desfaz a minha imagem,
Não subtrai da cidade,
A luz do sol ofuscada.
De pé, fiquei na calçada
Com minha mão estendida.
Exorcizei minha vida
Na pedra que arremessara.
Por um instante, escutara
O som de ossos quebrados
Da montra fragmentada.
Meu corpo feito estilhaços
Que os passantes pisavam
Entre espanto e gargalhadas.

POETAS
(Sombras & espelhos)

São tantos os poetas
Quanto estrelas,
Dispersos em bandeiras
Pelo mundo.
Eternos e profundos
Pelas letras,
Em digressões soberbas,
Em dimensões sem fundo.
São tantos os poetas
Que o planeta,
Em tinta de caneta,
É resumo.
Enorme rascunho
Em línguas estrangeiras.
A tradução perfeita
Das emoções do mundo.

MOSAICO
(Sombras & espelhos)

Em minha mão,
Mil pedaços.
Antigo quadro,
Uma mesa,
Alguém que come calado
Com discrição ou tristeza.
E lado a lado
Na mais extrema destreza,
Enfileirado
Sob a antiga nobreza,
Assenta-se o mosaico.
Sob os meus pés, o passado
Em um quadrado,
Pintado
Nesse retalho do tempo.
Breve momento
Guardado
No mais antigo mosaico
Preso à calçada,
Ao tempo.

SÓ EM TE AMAR
(Sombras & espelhos)

Só em teus lábios,
Eu encontro meus gemidos.
Só em meus gritos,
Eu consigo te encontrar.
Como enganar
A emoção de estar aflito.
Eu te preciso
Como a noite, do luar.
Só em teus passos,
Eu caminho decidido.
Surpreendido,
Tento não justificar.
Sem teus abraços,
Os meus beijos são sofridos
Como os feridos
Que não podem se curar.
Só em te amar
É que eu encontro o sentido
De tudo aquilo
Que consigo imaginar.

NUMERAL UM
(Sombras & espelhos)

Eu atribuo
Minhas palavras ao poeta.
Uma espera
Numa tarde em jejum.
Nós como dois,
Dividimos.
No que dera?
Apenas um.
Eu me situo
Nas medidas de uma régua.
A mais complexa
Ou talvez a mais comum.
Sou menos um,
Minha conta se completa
Com menos um.
Eu me anulo
Numa soma que me zera.
Um dois que nega
A existência de mais um.
Sou incomum,
Tabuada que ainda preza,
Numeral um.

CONTRACEPTIVO
(Tríptico)

Eu não sei se é o desespero
que me leva à loucura
quando o sexo estupra
a minha alma,
ou a calma
que advém do meu tormento
pelo tempo
que passou em minha palma.
Movimento anormal
de penetração moral
em sua saia,
e no cheiro da indecência,
feromônio da ciência
em uma jaula.
Uma fera excitante
que no último instante, ofegante,
cospe a vida
no seu couro de borracha.
Não há luta, nem corrida;
há uma triste despedida
de um suposto vencedor
que foi fruto de um amor
e se enforcou
com a própria cauda.

SONHOS
(Tríptico)

Os meus sonhos
são apenas fragmentos de memória,
pequenos focos de luz
como cristais dispersados
num caleidoscópio de pensamentos,
distorções esdrúxulas da realidade.
Rumores, amores e momentos,
abertos numa gaveta destrancada.
Minhas pálpebras fechadas
num caixão de quase nada.
Um quase definido como os sonhos
que são versos que componho
numa noite agitada.
Movimento involuntário dos meus olhos,
que entre risos, ainda choro
por apenas acreditar sofrer.
Entre cartas mal escritas e seladas,
vem a calma ao chegar o amanhecer.
Vem enfim, o esquecimento
desse quase fingimento
que é sonhar.

EM DEMASIA
(Tríptico)

Eu sou demasiado triste,
pelos versos que componho.
Eu sou demasiado louco,
pelo pouco
que proponho.
Não deveria o mundo ser assim,
em demasia.
Talvez não seja o mundo,
seja enfim,
minha poesia
Demasiada em meu tédio,
sem remédio,
em grafia;
em longas noites mal dormidas;
nos insultos
que eu ouvia.
Não caberia em minha mão,
toda a visão
que em mim cabia.
Eu sou demasiado em tudo,
que ironia,
demasiado em meu luto
por ser fruto
de utopia.
Em demasia são os dias
que me escapam entre os dedos
como uma teia
que é lânguida e esguia.
O mais sublime pensamento
que perde tempo
em demasia.
Demasiado, meu tormento,
pelo tanto
que eu não via.
Demasiadamente eterno,
meu inferno em agonia.
Em demasia sou
quem sou,
um astronauta que acordou
num mundo estranho
em demasia.

DISLATE
(tríptico)

Talvez minhas palavras sejam tolas,
minhas ações, inconseqüentes;
as minhas brincadeiras, ironia;
eu próprio seja falho e negligente.
O meu discurso seja sátira;
minha seriedade, uma piada.
O meu humor seja mau gosto;
o meu dislate, permanente.
Meu riso entre dentes, atimia;
a minha faina seja ociosa;
meu pranto, uma lição jocosa
e o jeito infantil, idiotia.
Talvez a minha vida seja um fracasso;
meus versos, um engodo imoral.
Em epítome, sou um gracejo nefasto.
Meu desejo, um esboço abnormal.

TURGESCÊNCIA
(Sob meus calcanhares)

Eu sinto os teus cabelos
entre meus dedos,
teus lábios comprimidos
ao meu desejo,
o arfar de teu cansaço
entre meus braços
e ouço teus gemidos.
Vejo teus olhos tolhidos
fitar meu medo
de não tê-la satisfeito ainda.
Tenho todos os sentidos
na extensão do meu leito.
E no auge da turgescência,
me torno uma larva imersa
em teus fluidos.

O RAMO
(Sob meus calcanhares)

Onde está minha alma,
que não encontro?
Onde está meu encanto,
minha calma?
São perguntas que faço,
ainda em pranto,
ao meu eu freudiano
que me cala.
Onde está este anjo
que me fala?
Um quebranto
que minha mãe me pôs.
Ouço a antiga canção
que ela compôs
em minha rede embalada.
Vejo um ramo na árvore desfolhada,
resistir ao vento,
envergado.
Nesse instante me sinto
envergonhado
pelo meu triste pranto.
Minhas lágrimas
são simplesmente água
que faz falta ao ramo.

O DIÁLOGO
(Reticências desfeitas)

- Dou-te a palavra
para principiares o diálogo.
- Fico muito grata
por ceder-me o favor.
És muito amável.
Vou falar de amor,
sentimento imensurável
que é tão natural
quanto o desabrochar da flor.
- Já vou interpor.
O que tu estás dizendo?
O amor é um invento
cultural e sem valor.
- Estou espantada.
És um homem insensível.
O amor é indizível.
É nosso maior legado.
- É soma sem resultado.
O amor não é normal.
É estóico, irracional,
nos mantêm aprisionados.
- És um homem insuportável.
Mas o que dizes é refutável.
De que vale a liberdade,
sem motivo para a saudade.
- És uma eterna sonhadora.
De que vale um sentimento
que só nos provoca medo,
fraqueza e sofrimento.
- O amor é imortal.
A mais pura poesia.
Nos fere, é natural.
Mas compensa com alegria.
- É uma simples utopia.
Inconstante, passageiro.
Quem se entrega por inteiro,
viverá em agonia.
- Vou deixar por encerrado
o nosso breve diálogo
em tua cética pessoa.
Mas eu sei
não é à toa
que nós dois somos casados.

ELA
(Quadrilátero)

Ela me leva,
me engana
e ainda me desafia.
Levou meu corpo
para a cama,
enquanto me distraía.
Deu-me o fruto do pecado,
enquanto Eva,
e compensou com redenção,
quando Maria.
Em Joana D'arc
foi Vitória,
também rainha.
Já foi de todos
e só minha.
Ela é pouco e é demais.
Como Helena,
ela foi guerra.
Como Tereza,
ela foi paz.

INDECENTE
(Quadrilátero)

Não sou um cavaleiro imaginário,
apenas um vassalo
que caminha.
Pela realidade,
um escravo
que tem a ilusão
que é livre ainda.
Não sou nenhum beato,
nem um cão.
Eu não uso sermão
e nem batina.
Meu rosto
é palidez,
enquanto expiro.
Meu sexo
sem estilo,
estupidez.

MUNDO FICTÍCIO
(Pax-vóbis)

Uma criança brincava
Com a comida, na mesa.
Corria de pés descalços,
Sem ninguém a seu encalço,
Pela ruazinha estreita.
Não enxergava a sujeira,
No seu mundo fictício,
Do real desconhecido;
Tudo era brincadeira.
Contudo, era tão bonito
Ver o mundo d’aquela maneira:
Sem ter ódio,
Ser ter vício,
Sem sombra de sacrifício,
Sem pecado
E sem tristeza.

SOMBRA DE NANQUIM
(Pax-vóbis)

Que a vida,
Mesmo frágil, continue.
Que perdure
Meu amor, além de mim.
Que não tenham fim,
Meus passos pela rua.
Que dissipe sob a lua,
Minha sombra de nanquim.

A PEQUENA D’ARC
(Olhos de guri)

A guria
não gostava de pia,
de casinha ou fogão.
Para ela,
tudo era opressão.
Ela ouvira
sua mãe reclamar
que a mulher tende a trabalhar
só com água e sabão.
Por que não
brincaria de guerra,
de doutora,
de terra na mão?
A guria,
parecia antever
que seu mundo seria
uma doce ilusão.

A SOMBRA
(Olhos de guri)

Minha sombra
que se perde no escuro,
salta o muro
quando o sol
no céu desponta.
Se arrasta no chão duro,
se encolhe,
se estica,
passa rente a dobradiça
e se perde pela casa.
Mas à noite,
minha sombra cria asa,
voa quando saio a rua.
Pela luz que vem da lua,
minha sombra me abraça.
Me divirto e acho graça
quando atravessa a fogueira.
Minha sombra, não sou eu,
mas é minha companheira.

TAMBÉM SOU
(Letras, ...)

O louco
é apenas mal ouvido.
Seu riso,
tenebrosa gargalhada.
Sua fé,
um constante, eu duvido.
Sua mente,
uma porta escancarada.
Seu pedido de ajuda
é um grito.
Seu gemido incontido,
uma dor.
Seu amor,
um abraço emotivo.
Sem motivo,
eis que louco
também sou.

A GRAÇA
(Letras, ...)

Deus me deu o fardo
para eu achar pesado
o termo ser livre.
Deus me deu o espelho
para ver se aceito
esse meu rosto triste.
Deus me deu o segredo
para pensar, eu mesmo,
o que é ser tolice.
Deus me deu a culpa
para eu pedir desculpa
por qualquer deslize.
Deus me deu a dor
para eu sentir pavor
do seu dedo em riste.
Deus não me deu nada,
eu que faço a graça
crendo que ele existe.

VERSÃO REFRATADA
(Letras, ...)

Quantas vezes eu tive
que mergulhar no sorriso
para fugir do abismo
que é o existencialismo
de mim mesmo.
Quantos pueris desejos
entre prosaicas conversas.
Quando nada interessa,
meu mundo me dá medo.
Eu sou apenas ensejo
que o acaso consagra.
Uma versão refratada
na ilusão do que vejo.
Quando não me percebo,
é sinal de que eu mesmo
sou a soma do nada.

QUEM SOU EU
(De versos, ...)

Sou um jovem ateu
Que entra na igreja
Para tomar cerveja
E beber café.
Desconheço a fé,
Mesmo na ressaca.
Rio quando a graça
É de um milagre
De ser eu, um padre
Que toma conhaque
Num cálice de vinho
E vive sozinho
Pensando que sonha
Em ser um demônio
Que se sente Deus,
Ser o próprio Deus
Se sentindo humano,
Ser um santo insano
A brincar de ateu.

DESESPERANÇA
(De versos, ...)

Quem é essa
Que me tira o sono,
Que arrebata o dono
De uma humilde casa?
Quem é essa
Louca, desvairada,
Que ao seio me prende
Sem saber se sente
A dor que a outro causa?
Lábios que procuram vida
Carne apodrecida
No envelhecimento.
Quem é essa
Que corrói por dentro
Como um veneno
Sem nenhum antídoto?
Eu sou outro,
Sou um homem dito,
Dito morto
Pela agonia.
Quem é essa
Musa e tirania,
Mistura que havia
Desde minha infância?
Quem é essa
Triste companhia?
Talvez seja a morte,
A desesperança.

O MATUTO
(Cálice)

O matuto está triste,
cabisbaixo e pensativo.
Não encontra um só motivo
para saber se existe.
Tal canário sem alpiste,
preso a uma velha gaiola,
vendo longe a aurora,
sem ter ânimo pra cantar.
Com vontade de voar
para longe, ao horizonte;
a saudade o consome
antes mesmo de partir.
O matuto fica ali,
a pensar no que seria
sem a única companhia,
a choupana em que vive.
Tal amor só visto em versos,
o matuto é regresso
de um lugar que não existe.

SEM CONDIÇÃO
(Cálice)

Seus ombros à amostra,
me deixam insinuado.
Seu corpo ainda agora,
me deixa provocado.
Seus seios contornados
pela blusa,
me fazem sinal da curva
do seu corpo ondulado.
Seu jeito comportado
não me mantém à distância.
Na sua tolerância,
encontro o meu pecado.
Seus olhos não perturbam minha paz,
além do mais,
recebem meu recado.
Seu pare, deixa disso, mais cuidado,
só fazem aumentar o meu querer.
A dúvida faz crescer
minha ilusão,
que eu terei nas mãos
a chance de fazê-la entender.
Amar é mais que ter.
É aceitar querer
sem condição.

CONVÉS
(Cálice)

Foste meu caminho sem regresso
em um verso.
Minha poesia mais bonita.
Entre as estrelas,
rabisquei um só desenho,
o seu rosto,
como eu bem queria.
Foste a derradeira flor
perdida no deserto.
Em meu universo,
um farol de guia.
Arrancaste o aviso que dizia:
“Uma saudade”.
O vazio da idade,
preenchias.
Foste o colorido
de uma tela que eu pintava.
A mão que segurava o meu filho.
O espírito de um cético
que chorava.
A paz esperada
por um homem aturdido.
Foste o barco rijo
que sustenta a onda em fúria.
O pescador que nada
à procura de si mesmo.
Para mim,
a mais incrível criatura.
A doce loucura
do desejo.
Foste na verdade,
o meu mundo.
Hoje, na saudade,
apenas és
um velho convés
com o qual afundo.

GRAMATICAL
(Cabaz)

Só em letras imprimo minha alma.
Mais do que texto
sou contexto indecifrável.
Meu sinônimo é antônimo de si mesmo.
Um sujeito indefinido
que é objeto de um erro
gramatical.
Entre modos e tempos,
triste verbo
que ecoa na forma nominal.
Orações que são subordinadas
aos meus vícios de linguagem.
Um início em letras ordenadas
e um fim
numa expressão oral.

AFLORA UM POETA
(Cabaz)

Assim se fez um poeta.
Como talhe na madeira
esculpi minha poesia.
De uma maneira fria
infundi minha alma no papel.
Nas costas de um corcel
cavalguei por entre versos;
muitas vezes sem regresso,
o poema, me tornei.
De um sono despertei
enquanto escrevia,
da caneta então fluía
as idéias que sonhei.
Quem sabe se eu errei?
Foram mais de trinta anos,
foram tantos desenganos
que poeta, me tornei.

INGÊNITO
(Cabaz)

Seguir os passos
a um lugar perdido na distância;
entrar na dança
de um ritual de acasalamento;
sentir nas mãos
o instintivo dom
que vem de dentro;
ouvir o som
de vozes ecoadas;
e nas entonações
das poesias declamadas,
revelar-se poeta.

LIAME
(Cabaz)

Sou livro
intitulado.
Um desabafo.
Sou todo
em parte.
Um lacre violado.
Sou tudo
num nada
dissipado.
És flor
dissecada
na mão aberta
em palma.
És colo e calma
na casa onde cresci;
moeda encontrada
que perdi;
o berço
em que nasceu
minh'alma.

Foto de Ayslan

Não posso esquecer

Hoje estive tentando jogar suas lembranças fora. Preencher espaços que você deixou. Reunir momentos. Trouxe-te de volta... Mim trouxe de volta... Mim vi sentando sorrindo... Vi você tão linda, tão radiante, senti meu coração bater através do seu mesmo em lembranças. Senti meu coração bater. Percebo agora que lembrar de te é o que mim faz viver, não mim importo de dizer para mim mesmo que te amo. Não mim importo de escrever inúmeras cartas para você, sabendo que você não pode vê-las. Não mim importo de chorar todas as noites fechar os olhos e começar a relembrar do dia que você partiu, do ultimo beijo ate chegar no dia que te conheci do primeiro beijo. Escuto sua musica vejo você cantando. Sinto seu perfume te vejo em toda parte... Veja só como estou tentando te esquecer através de lembranças que mim fazem viver. Meu amor falta algo nestas palavras presente nas lembranças, vivo dentro de mim, batendo dentro de te que não posso esquecer.

Para: Priscila

Foto de Arnault L. D.

Tatuada ao coração

Meu pensamento voa alto
quando em você eu penso...
Esqueço de todo bom senso,
fecho os olhos, no escuro salto.

Sem ponderar, ou medir,
apenas me deixo levar...
E as rodas se põem a girar
e eu quero estar aonde ir.

Sem importar com a distância,
meu desejo não conhece o longe;
apenas vive e crê, como o monge,
que é o destino desde a infância...

Como se sempre fosse o agora
e as jornadas a ela trouxessem,
a cada passo as cinas tracem,
como nas linhas das mãos mora.

E se nada é por acaso, então
a chama que nasce fica acessa.
Nos astros, ou nas cartas a mesa,
a fazem tatuada ao coração.

Foto de jessebarbosadeoliveira27

VENTANIAS DA MENTE

Preciso adelgaçar cometas.
Preciso nivelar-me ao celeste azul.
Preciso ler Manuel Bandeira.
Preciso ouvir As Rosas Não Falam, Free Jazz e Blues!

Preciso garimpar as incertezas da certeza.
Preciso tomar um porre de Rum.
Preciso pôr as cartas sobre a mesa.
Preciso flertar com O Bando de Teatro Olodum!

Preciso sentir a textura da tez da minha Preta.
Preciso prementemente ir á rua desnudo do habitual calandu.
Preciso assistir --- de novo --- á película O Baixio das Bestas.
Preciso pagar --- com os juros da cara --- a conta de luz!

Preciso dormir por 8 horas.
Preciso comprar os acústicos de Jorge Benjor, Seu Jorge e Paulinho da Viola.
Preciso gostar de comer chuchu e saber que não sou cult.
Preciso criar coragem para suportar o peso da minha Cruz!

Preciso encarar a barrela.
Preciso fazer 1 bilhão de aquarelas.
Preciso descobrir minhas raízes no Benin ou na Nigéria.
Preciso demonstrar mais amor pela Terra.
Preciso ser Angola, Moçambique, Sudão, Somália, Etiópia e África do Sul.
Preciso chupar acerola, umbu, cajá além de caju.
Preciso largar mão de querer rimar com o fonema e o corpo da letra U!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

http://bocamenordapoesia.webnode.com.pt/
• http://twitter.com/jessebarbosa27

Foto de Felipe-Mazza

Acostumei-me

Acostumei-me a não te ver . . .
Acostumei-me a não te ouvir . . .
Acostumei-me a não falar com você . . .
Acostumei-me a não ver seu sorriso . . .
Acostumei-me a não ouvir seu rizo . . .
Acostumei-me a não te olhar nos olhos . . .
Acostumei-me a não te sentir . . .
Acostumei-me a não sentir seu cheiro . . .
Acostumei-me a não ler mais nossas cartas . . .
Acostumei-me a ouvir o toque do telefone e não ser você . . .
Acostumei-me a não mas trocarmos e-mails . . .
Acostumei-me a não ter mais noticias suas . . .
Acostumei-me a não estar mais perto de você . . .
Acostumei-me a não mas de ter . . .
Acostumei-me a sentir saudades . . .
Acostumei-me a não dizer que a amo . . .
Acostumei-me a tanta coisa ultimamente
Só não acostumei-me a te esquecer
Isso eu ainda tenho que aprender

Foto de Ayslan

Eu te amo Priscila

Estou no meu quarto sozinho com as palavras crio cartas, contos me prendo a todas essas paginas... Estou sempre junto de te em todas as palavras. Nosso amor nós encontrou nós uniu e vai durar para sempre... Então deixo seu amor me guiar e não me importo onde quer que você esteja eu vou te encontrar onde quer que você vá eu vou estar lá... Gritarei silenciosamente através das palavras farei ser ouvido a distancia... Eu serei um pulso nos corações apaixonados despertarei esta noite as palavras de amor... Espero por você para poder completar essa carta palavras não te representam tão bem... São frias e tristes sem você... Somente os teus olhos saberiam o certo o quanto preciso de você agora... Nestas palavras não poderia faltar uma frase que me faz parar no tempo te trás pra junto de me enquanto estou pronunciando essa frase é – Eu te amo Priscila.

Para: Priscila

Foto de detona

AJUDA MUTUA DE CRISTA abencoado por jesus

oportunidade é algo que quase deixei escapar por entre os dedos.
Afortunadamente, alguns dias depois, reli e dei um tempo para poder
pensar e estudar este programa.
Meu nome é Nelson Pires, advogado aposentado, e pastor da Igreja
Batista de Caxias do Sul; algum tempo tive problemas financeiros, eu
endividei minha família e meus amigos, meus cartões de crédito
acumularam uma divida de (R$35.000,00) trinta e cinco mil reais que
tinha usado para levar avante um empreendimento para sustentar minha
família composta de cinco pessoas; já não suportava mais as
intermináveis reuniões para tentar resolver meus problemas
financeiros.
Sendo cristão, sinceramente eu acreditava que era errado ficar devendo
como eu estava. Foi então que comecei a orar fervorosamente pedindo
ajuda, porém não deixei de abater pela situação.
Prezado amigo e irmão, esta carta com certeza irá mudar sua vida,
assim como mudou a minha, basta ter fé e acreditar., recebi este
programa pelo correio, não pedi por isso, simplesmente alguém pegou
meu nome na lista telefônica ou de alguma mala direta. AGRADEÇO A DEUS
POR ISSO!!!
Após lê-la várias vezes para ter certeza de que estava lendo
corretamente, não pude acreditar no que estava lendo, diante de mim
estava uma FANTÁSTICA MAQUINA DE FAZER DINHEIRO; poderia investir o
quanto eu quisesse para começar, sem me endividar mais ainda. Após
pegar papel e caneta e fazer cálculos conclui que tinha meu dinheiro
de volta. Porque não? Pior que estava não podia ficar.
Segui as instruções corretamente enviando inicialmente 250 cópias pelo
correio e o dinheiro começou a chegar vagarosamente. Mas após três
semanas eu estava recebendo, bem mais do que imaginava; após mais ou
menos três meses o dinheiro parou de chegar. Fiz um levantamento com
os extratos bancários e pasmei, pois totalizavam em minha conta
corrente um montante de R$598.494,00. Você verá os cálculos desta
grande realidade que mudou minha vida.
Com isso paguei minhas dívidas comprei carro novo e uma bela casa.
Logo a seguir mandei mais mil cartas, em três meses recebi R
$2.649.218,00; com parte deste dinheiro consegui implantar uma
escolinha para crianças carentes e também comprar um sitio, onde hoje
realizamos festividades e convenções.
Por favor, leia atentamente este programa, ele poderá mudar sua vida,
assim como mudou a minha. Com pouquíssimo custo de investimento, você
e sua família poderão desfrutar de um futuro maravilhoso. SIGUA
CORRETAMENTE O PROGRAMA e você estará no caminho de sua INDEPENDÊNCIA
FINANCEIRA ACREDITE!
COMO FUNCIONA ESTE PROGRAMA?
1) Para participar é muito fácil, primeiro passo você precisa apenas
de R$12,00 (doze reais). Você mandará um deposito de R$2,00 (dois
reais) para cada pessoa, cujos nomes e contas correntes ou poupança,
se encontram nesta carta. O depósito será de R$2,00 (dois reais) para
cada pessoa que se encontra na lista anexa. Total de R$12,00 (doze
reais).
2) Depois que você estiver feito os depósitos, ou seja R$2,00 (dois
reais) para cada um nesta lista, você retira o nome da primeira pessoa
que se encontra na lista e coloca o seu nome e conta corrente ou
poupança e agência na sexta posição para que você possa desfrutar
deste negócio sensacional. Esta lista tem que ser feita sem conter
erros para que todos possam ganhar. Não mude a posição dos nomes, pois
não funciona; SE VOCÊ NÃO AGIR HONESTAMENTE, e de acordo com as
instruções, perderá seu dinheiro, seu tempo, seu trabalho e a chance
de lucrar R$300.000,00 (trezentos mil reais) ou até mais.
3) Com a nova lista pronta já com seu nome na sexta posição, jogue a
antiga lista fora e mande 250 cópias ou mais, se desejar, da nova
lista. Este trabalho pode ser feito em uma gráfica, no computador ou
tirar Xerox. Todas as cópias bem feitas e legíveis, pois as pessoas
que receberão a carta, vão fazer cópias também e quanto mais cópias
você enviar, melhor será o resultado.
4) Pegue 250 nomes e endereços, podem ser amigos, parentes de
quaisquer cidades ou estado, pode também ser mala direta.
5) Com as cartas prontas, é só enviá-las da maneira que achar melhor;
pelo correio ou pessoalmente. Se for pelo correio, endereçar, colar ou
selar com selo simples e enviar. Dentro de 90 dias você verá uma
diferença grande em sua conta corrente, acredite se quiser, terá um
montante de R$300.000,00 (trezentos mil reais).
Observação: Você poderia receber o dinheiro via correio, mas não é
seguro, pois haverá muito contato manual e é muito demorado até chegar
a suas mãos; sem contar com o trabalho que terá com o dinheiro, de ir
ao banco e fazer seus depósitos. O melhor é que aos que aderirem a
este programa façam o depósito ou transfiram diretamente para sua
conta corrente ou poupança: Faça seu depósito pelo AUTO ATENTIMENTO
evitando filas e tumultos, com mais segurança e rapidez para o seu
conforto. E tem mais: você dá a estas pessoas a mesma oportunidade que
você esta tendo; Pense bem nisto! Tenha certeza, o sucesso deste
programa é garantido DESDE QUE FEITO CORRETAMENTE. SÓ DEPENDE DE VOCÊ.
Este programa não é pirâmide, não é células e nem corrente. Porque
muitas pessoas ao receber o programa não entenderão, e deixarão de
participar, mas outras que estarão recebendo e tem a mente aberta,
estarão aderindo ao programa, e contribuindo com quem esta enviando,
portanto, não desista se algumas pessoas não aceitarem.
O SUCESSO DEPENDE DE VOCÊ.
Façamos os cálculos e vejamos o quanto eu, você e outras pessoas
poderão doar R$12,00 (doze reais), as despesas das cópias, dos
envelopes e dos selos simples postais, 250(duzentas e cinqüenta)
cópias.
ESTA É A LISTA DAS SEIS PESSOAS
Nº PARTICIPANTES BANCO AGÊNCIA CONTAS TIPO
01 NUZIA A DA CONCEICAO CX ECONÔMICA 0893-013 266332-3 C/P
02 SHARON C MENDES BRADESCO 2212-8 11629-7 C/P
03 CRISTIANO S. DAMASCENO BRADESCO 2212-8 21130-3 C/P
04 ELIANE G. DE MATOS CX ECONOMICA 0564-013 79662-9 C/C
05 DIVINO R. LOPES Bradesco 1395-1 7724-0 C/P
06 Luciano E DA COSTA BRADESCO 2501-1 1001438-7 C/P
SIGA O RACIOCINIO. Digamos que você tenha, por exemplo, 3% de cartas
retornadas o que é uma estimativa bastante conservadora: nas minhas
duas tentativas tive bem mais que 3% de retorno.
Essas 07 pessoas enviam 250 cartas cada uma e 52 pessoas depositam
para você R$2,00 (dois reais) cada.
Essas 52 pessoas enviam 250 cartas cada uma e 390 pessoas depositam
para você R$2,00 (dois reais) cada.
Essas 390 pessoas enviam 250 cartas cada uma e 2925 pessoas depositam
para você R$2,00 (dois reais) cada.
Essas 2925 pessoas enviam 250 cartas cada uma e 21.937 pessoas
depositam para você R$2,00 (dois reais) cada.
Essas 21.937 pessoas enviam 250 cartas cada uma e 164.527 pessoas
depositam para você R$2,00 (dois reais) cada.
Neste ponto o seu nome sairá da lista, mas você recebeu R$189.838,00.
Isto sempre funciona, mas depende de quantas cartas você enviar. No
exemplo acima você enviou 250 cartas. Se você enviasse o dobro e com
apenas 3% de retorno, você receberia R$379.676,00!
QUERO LHE DAR 10 RAZÕES PARA VOCÊ PARTICIPAR DESTE FABULOSO PROGRAMA
DE AJUDA MUTUA ENTRE IRMÃOS E AMIGOS.
1) Este programa não é uma loteria ou alguma espécie de jogo, é uma
ajuda mutua entre amigos.
2) É um programa honesto, que não existe chefe ou diretor, todos são
pessoas responsáveis.
3) Perante a Deus é justificável, pois não estamos prejudicando
ninguém nem é cambio negro, pois estamos utilizando gráficas, órgãos
como os correios e todos os impostos cobrados pelos bancos.
4) Todos os participantes são escolhidos como você e eu.
5) O investimento é pequeno e acessível a todos.
6) Será um novo meio de ajuda mutua entre irmãos e amigos.
7) Você só precisa acreditar que o programa que tem em mãos poderá ser
a resposta de DEUS para suas orações.
8) Comprometa-se em devolver o dizimo (Malaquias cap. 3 verso 10), 10%
de tudo que recebe, seja para a igreja ou da maneira que você achar
melhor, mas não se esqueça esta parte do dinheiro não é sua.
9) Vivemos em um país, com 190 milhões de pessoas, a maioria lutando
contra as dificuldades financeiras.
10) Talvez devêssemos agradecer a Deus por estarmos sendo apresentados
a esta oportunidade.
Talvez se você perder esta oportunidade nunca mais terá outra igual,
caso você acredite ou não precisa participar desse programa não jogue
fora, entregue a alguém que você julga necessitar desta OPORTUNIDADE
MUTUA DE AJUDA ENTRE AMIGOS E IRMÃOS, enfim, pense bem, quando este
programa de ajuda mutua foi me apresentado, eu tinha as mesmas dúvidas
que você, mas com fé que sempre tive em Deus, aceitei este desafio que
me foi proposto. Hoje só tenho a agradecer a Deus por todas as
transformações que aconteceram em minha vida, tenho certeza que elas
acontecerão na sua também, basta você ter fé.
Segue abaixo a lista de 06 pessoas as quais você precisa depositar R
$2,00 (dois reais), para cada uma então você entrará neste programa da
seguinte forma:
Retire da listas a pessoa da posição nº 01(esta pessoa já esta bem
sucedida, podendo se dizer rica), logo, passe a pessoa de posição nº
02 para a posição nº 01, a de posição nº 03 para a posição nº 02, a de
posição nº 04 para a posição nº 03, a de posição nº 05 para a posição
nº 04, a de posição nº 06 para a posição nº 05, então a posição nº 06
ficará vazia,
nela você colocará seus dados entrando assim na lista. Isto irá
acontecer todas as vezes que alguém entrar no programa, ele terá que
refazer a lista colocando sempre o nome dele na posição de nº 06 da
lista que ele receber, em seguida já com o nome dele na posição de nº
06, ENVIAR NO MÍNIMO 250 cópias pelo correio ou entregar a quem
desejar.

Foto de MariiSiqueira

Dia dos Namorados

"Nem todos os presentes do mundo, nem todas as cartas do mundo, nem todos os sonhos do mundo, nem todo o mundo, pode traduzir o amor em palavras. Nem todas as lembranças boas, nem todos os abraços são suficientes.Nem em milhares de sorrisos, nem em milhares de beijos, nem em milhares de corações eu poderia guardar todo o meu amor por você. Nada que exista no planeta pode explicar, ninguém nunca vai entender. É um amor maior que tudo. Maior que o mundo. Maior que eu."

Foto de Vaney Corrêa

Escolhas

Escolhas...
Se olhares para uma pessoa não verá seus sonhos, não verá seus desejos e suas fantasias. Ilusão é querer que o mundo que fantasiamos em nossa mente se materialize por nossa vontade. Apenas aceitando o que realmente o mundo lhe apresenta é que se é possível conviver harmoniosamente. É sabido que se pode transformar algumas coisas e até mesmo uma pessoa, mas jamais se consegue êxito por apenas uma vontade. Você pode alterar o formato de uma peça, apenas pela sua vontade . Mas para transformar uma pessoa é preciso uma conivência. E é bom que se tenha consciência , que assim como uma peça o resultado final conseguido com tal transformação pode não ser o desejado. O mundo não lhe impõem nada , apenas te apresenta as cartas que você irá jogar. Não devemos blefar se as opções não são favoráveis , pois assim como em um jogo , podemos perder. Mas entre perder e ganhar eu fico com os dois, pois se você ganhou ou perdeu , isso mostra que você jogou , e em nossa vida o que vale é jogar é tentar é persistir até vencer. Só os tolos vivem sem sentido. Só os tolos se divertem com as imbecilidades que outro tolo comete. Quem ousa conhecer outros mundos e pessoas com conteúdos consistentes e cujo pensamento penetra em sua mente te fazendo debater com seus próprios conceitos , já não mais , se contenta com superficialidades banais.
A milhões de mistérios entre esse mundo e entre o mundo que criamos em nossa mente.
As vezes é preciso ouvir uma verdade para se entender que se vive uma mentira. Aceitar a incoerência entre os lados ajuda-nos a relevar diversas situações. Só quem e livre de paradigmas pode compreender o real valor das coisas . Perdoe-se constantemente e busque o melhor incansavelmente. Muitos serão os atalhos que não te levarão a lugar algum . O mundo não escolhe os fortes e sim os cria. Eu vejo muitos se perdendo imaturamente, são crianças se distraindo pelo caminho da vida , buscando um prazer momentâneo que são tão superficiais que se dissipam no decorrer dos dias. Também me enfraqueço ao me desgastar arrastando situações adiante, mas me solto e sigo novamente só. Me fortaleço com os que caminham ao meu lado e seguem na mesma direção, pois nessa estrada quando você cai , poucos param para lhe estender a mão, é necessário se erguer sozinho e voltar a caminhar. Mesmo não sabendo pra onde estamos indo , prefiro continuar caminhando , pois a imagem que vejo dos que desistiram, são desoladoras. Vivo melhor a cada dia , buscando sempre encorajar alguém a seguir adiante . A duvida é a pior das escolhas e o medo é a pior companhia. Certezas não se tem de quase nada, mas pra amenizar essa ausência vou buscando conhecimento constantemente. Com a força de nossos braços podemos conter uma pessoa, mas com o poder de nossas palavras podemos conter uma multidão. Isso mostra que com as combinações certas de nossas palavras , é possível transformar-las em um poderoso remédio ou veneno. Realize sempre, busque mais e sonhe infinitamente.

Vaney Corrêa

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