Terra de ninguém seu corpo padece
Tua alma vagueia nas trevas
No espelho face do disfarce
Es por natureza carne de terceira
Escondida nas placas maquiadas
Olhos voltados para chão
Desprezo tua comunhão.
No sorriso rasgado aberto
Cospes ressaca flagelo
No templo do pecado oras deitada
Réu confesso preza a razão
Caminhando na contramão
Há tempos perdeu o leme
Abre-te daninha colhe meu sêmen.
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O amor não deixa de ser um jogo.
Jogo este que horas ganhamos horas perdemos.
Horas sorrimos horas sofremos.
Por mais que o amor me de calmaria.
Não poderia imaginar como eu sofreria,
Se algum dia você partisse pra longe de mim.
Pois eu apostei no amor.
Apostei em você!... Na esperança de ter sempre!
Apostei em todas as cartadas possíveis para te conquistar.
Entreguei-te a minha vida, te entreguei o mundo.
Paguei caro demais para ter seu coração.
Mas o que não esperava:
Que um dia você fosse rejeitar meu amor.
Hoje pago pela minha falta de equilíbrio.
Fui cega e inocente em apostar todas as cartas em você.
Hoje reconheço que perdi esse jogo.
Vivi esse amor essa paixão, fantasiei, acordei!
Acho que meu erro foi te amar tanto!
Fiz da esperança do amor por você um porto seguro.
E hoje eu me encontro sem céu e sem chão.
Tentando aliviar a dor e controlar meu coração;
Fiz de você o meu objetivo.
Hoje o que me restou foi um coração apreensivo e iludido.
Tentando encontrar a razão para acalmar meu coração.
Hoje o que me resta desse amor são as conseqüências.
Delas me restou experiência.
Desse amor onde colhemos as imprudências.
Simplesmente eu não soube esse jogo jogar.
Mas saiba que meu amor por você foi verdadeiro.
Eu soube!... Mesmo sofrendo te amar!
Mas eu não quero mais com você esse jogo jogar.
Enviado por eliane rocha em Qui, 26/02/2009 - 00:28
Se te comparo ao sol, és belo com todo seu fulgor,
mas mesmo o sol, um dia brilha intensamente,
outro desmaia com friesa sem calor...
Se te comparo ao inverno,mesmo castigando,
minha pele, mesmo me fazendo bater queixo...
ele dura muito pouco,
e se te comparo ao vento, ele sopra com vemencia,
as folhas pelo chão,
mas mesmo o vento que sopra, passa derrepente,
mas você, nunca vai passar a beleza desse olhar,
do seu sorriso doce.
Em você há muito mais que na natureza mutante,
que se vai com um instante, sem previsão, sem explicação.
E assim nessa beleza sua me encanto,
a cada manhã, se renova e sempre diferente.
Vou fazendo pra ti os meus versos,
porq enguanto existir vida, meus versos por ti
vão viver...
Enviado por Carmen Lúcia em Ter, 24/02/2009 - 22:36
Subiu os degraus da fama;
deu de si o que podia...
o que pensou ser seu melhor;
atropelou o bem que havia
bem ao seu redor...
deixou à revelia
valores que engrandeciam.
Sem ponderação, ultrapassou limites.
Sentir-se lá no alto, observar de cima,
ser cortejada, inflar a auto-estima,
era mais que um desejo.
Uma obstinação!
Foi manchete de jornais,
notícia de colunista,
capa de revista,
da mídia, a sensação...
Chegou ao topo
das camadas sociais.
Tornou-se a maior atração.
Esqueceu-se da essência,
quis viver de aparência,
mas tudo que é supérfluo
tende a se deteriorar,
dá vazão à turbulência
e todo glamour se esvai.
Começou a despencar
sem ter onde se amparar...
Percebeu que o sol se esconde,
perde-se no horizonte,
que toda luz se apaga
quando a alma não tem chama...
E desalmada reclama
os valores imateriais
que lhe foram banidos,
tirando o colorido
de sua forma existencial.
Hoje, da fama à lama,
do cimo ao chão...
Esquecida, ensandecida,
ainda vive de ilusão;
pensa ser uma estrela,
a mais brilhante
de qualquer constelação.
Enviado por Sonia Delsin em Ter, 24/02/2009 - 22:10
AVE DE ARRIBAÇÃO
Sou tão pequena.
Às vezes penso.
E o mundo.
O mundo é tão imenso.
Sou grão na imensidão.
Sou ave de arribação.
Ou sou como um pedaço de chão.
Guardo os segredos da semente.
Guardo na mente.
Tudo que fui.
E sou.
Às vezes penso que nem estou.
Mas vivo na ilusão que sou, que vou...
A lugares que nem sequer existem.
Não me entristece isso.
Me alegra.
Me divido.
Me subdivido.
Sou a menor partícula do pó.
E ando pela eternidade na ilusão de que não ando tão só.
Dedicado a J. Sempre me ensinaram que anjos têm asas, mas agora sei que isto não é verdade. Anjos também sofrem acidentes, caem e se machucam. Mas eu sei que você vai superar tudo isto, minha querida, e voltar a pisar com seus lindos pés este chão que é abençoado com seus passos.
- Mais alguma coisa, Barão?
Respondi negativamente, com um gesto. Pedro, meu mordomo de tantos anos pegou suas malas e saiu da mansão vazia. Olhei para aquelas paredes que antes estavam tão repletas de quadros, aqueles cômodos outrora adornados por móveis caros... Agora vazios. A mansão, herança de meus antepassados que agora pertencia a outra família, novos ricos que investiam nessas velhas mansões que resistiam ao tempo, à especulação, fomentavam sonhos e sofriam com o alto valor do IPTU.
Além do mais, minha antiga mansão precisava de empregados, e eu já não podia mais contratá-los. Aos 98 anos, só me restava partir como fizera Pedro. Mas a partida de Pedro tinha um destino traçado por sua aposentadoria. Quanto a mim, iria me aposentar da vida. Aproximei-me da janela e vi o mar lá embaixo. Uma linda vista para a praia particular que já não me encantava como antes, em minha infância e juventude. Em minha juventude antes de encontrá-la.
Sim, antes de encontrá-la. Foi um único encontro, e desde então eu quero que ele se repita. Ela me prometeu que viria me buscar, e cá estou esperando. Por isso, deixo a mansão e vou até a praia. A lua se reflete nas águas escuras do mar que, revolto, se choca contra a areia. Deito-me distante, recostado numa pedra, triste porque sei que ela não virá. Prometeu que viria me buscar, mas minha esperança de que sua promessa iria se cumprir, é em vão. Qual a razão de tornar a ver este velho, ela que está tão jovem e linda como antes? Sim, como naquela época...
Eu tinha vinte anos, naquela época, e estava no Rio de Janeiro, participando de um réveillon e gastando em demasia a fortuna de meus pais, como sempre fazia. O baile no grande hotel estava animado, com figuras de escol, todos bem vestidos. Lindas damas, gentis cavalheiros, nobres decadentes, empresários espertos, políticos corruptos, agiotas rapaces, toda a elite brasileira e estrangeira se encontrava comemorando a passagem de ano. Eu já havia beijado e agarrado em segredo mulheres casadas, solteiras, viúvas, desquitadas, ou seja, tudo aquilo que é permitido a um descendente direto dos primeiros colonizadores da nação.
Uma donzela, filha de paulistas produtores de café, flertava comigo a todo instante. Esperei a hora certa de agir. Quando a moça olhou para mim e se dirigiu ao corredor que, naquele momento estava deserto já que todos se reuniam como gado nos últimos minutos do ano velho, percebi que deveria agir. Eu a segui com dificuldade, abrindo caminho entre a multidão de felizes e embriagados foliões. Já a perdera de vista e temi que não a encontrasse mais. Finalmente consegui ter acesso ao corredor, mas não a vi. Andei lentamente pelo corredor, sem ver a donzela. No caminho, encontrei seu lenço caído no chão. Percebi que uma surpresa não muito agradável poderia estar à espreita. Dei mais alguns passos, quando ouvi um gemido vindo atrás de uma das portas fechadas. Auscultei com atenção. Uma voz feminina tentava gritar por socorro, mas estava muito fraca. Tomei coragem e empurrei a porta, conseguindo abri-la.
A donzela estava desfalecida nos braços de uma garota vestida de negro. Fiquei estupefato, a princípio, mas depois fui tomado pelo horror. Do pescoço da donzela jorrava sangue, sua jugular fora atingida por algum objeto cortante. Então, com maior horror, notei que o corte partira dos dentes da outra garota. Recuei alguns passos. A garota largou o corpo da donzela, que tombou ao chão, e literalmente voou até mim. Caí para trás, ao chão, quando a garota me pegou pelo pescoço com a mão direita, enquanto sua mão esquerda amparou minha cabeça ao segurar minha nuca. Fiquei estendido no chão do corredor, com a garota sobre mim.
Foi assim que eu a conheci há mais de setenta anos. Ela me olhou profundamente. Seu corpo era esguio, ágil e leve. Sua pele morena e suave, as mãos, que seguravam meu pescoço e minha nuca, firmes. Os braços compridos e fortes. As pernas também fortes, as ancas discretas. Cabelos curtos e castanhos. Os pequenos seios comprimiam meu peito. Olhei diretamente em seus olhos. Eram negros como a noite. Nunca havia visto olhos de um tão belo negror. De sua boca, onde dentes alvos e perfeitos sorriam ironicamente para mim, exalava um aroma de morangos silvestres. Seu corpo tinha o cheiro do mato molhado que, na fazenda de meu pai, tanto alimentava meus sonhos infantis.
- Vale a pena deixar que você morra em meus braços? ela me perguntou com sua voz grave, mas com uma docilidade infantil.
Eu não conseguia pronunciar uma palavra sequer. Fiquei extasiado com a beleza daquele ser misterioso. Ela me largou e se ergueu agilmente. Levantei-me também e, num gesto ousado, segurei-a pelo braço.
- Quem é você? consegui perguntar.
Ela me olhou como um felino. Desvencilhou-se de mim, mas eu tornei a segurá-la.
- Me solte! ela ordenou.
- Então, me diga quem você é. insisti, largando seu braço. Ela caminhou até a janela, e eu pensei que iria fugir. – Por favor. pedi. – Me diga quem você é.
Ela tornou a me olhar, veio até mim e me abraçou. Disse-me:
- Sua vida não existe. O que você faz é arrastar-se por este mundo ilusório. Mas você pode viver novamente.
Neste momento, ela me deu um beijo ardente no rosto e depois na boca. Apertei-a fortemente. Nunca tinha sido beijado daquela forma. Foguetes estouraram, gritos animados explodiram, pois chegara o novo ano. Não sei quanto tempo se passou, mas ouvi que algumas pessoas estavam vindo ao nosso encontro. Ela abriu os olhos negros. Quando nossos corpos se separaram, ela tornou a caminhar até a janela.
- Não vá. tornei. Apontei para o cadáver da donzela, estendido no outro cômodo. – Eu posso dar um jeito nisso.
Ela sorriu para mim.
- Você está tão morto quanto ela. disse. – Mas você pode viver novamente. E quando for morrer de verdade, virei te buscar.
Terminando de dizer estar palavras, saltou pela janela. Fiquei desesperado, imaginando que se suicidara. Estávamos quase no terraço do grande hotel. Mas, quando cheguei à janela, eu a vi voando... Sim, voando ela fez um rápido vôo contra a claridade da lua e desapareceu no manto da noite.
Gritos me despertaram de meu torpor. Acharam o corpo da donzela, as pessoas outrora alegres pela chegada do novo ano, estavam aterradas. Fui forçado a responder uma série de perguntas. Fui conduzido à delegacia, tive que lá voltar várias vezes, mas após algumas semanas minha inocência foi comprovada e me deixaram em paz.
Assim me lembrei das palavras de minha amada. Eu estava morto sim, pois tinha uma vida dependente dos sucessos de meus pais. Mas poderia viver novamente. E assim terminei meus estudos, formei-me, fui dar aula de filosofia num seminário e depois numa faculdade que acabou sendo incorporada, posteriormente, a uma universidade federal. Casei e tive filhos. Viajei pelo mundo. Mas meu único objetivo era reencontrar aquela garota. O tempo ia passando para mim, deixando suas marcas. Herdei uma fortuna de meus pais. Fiquei viúvo aos 59 anos. Quando ultrapassei os setenta anos doei meus bens a meus filhos, à exceção da mansão onde vivia, buscando evitar para eles o martírio de um inventário.
Estava me acabando, e não a via mais. Sempre olhava para a lua, sabendo que em algum lugar deste mundo ela voava contra sua claridade. Sabia que ela era a personificação do amor, mesmo sendo uma criatura sombria. Eu a amava mais do que tudo. O que importa se era um ser noturno? Ora, a claridade da lua só pode ser vista à noite, mas ela pertence ao sol que lança seus raios luminosos contra este frio satélite. E esta claridade lunar inspira histórias de amor e, claro, de lobisomens. De seres perdidos como eu. Eu estava perdido sim, pois minha vida, embora recuperada, não era completa sem aquela garota que eu encontrara há tantos anos.
Dissera para mim que viria me buscar quando eu fosse morrer de verdade. Por isso estou nesta praia. Já não tenho mais nada. Como eu disse, doei meus bens para meus filhos, exceto a mansão onde vivia, mas que agora eu a havia vendido porque não poderia levá-la para o túmulo, e depositara o dinheiro na conta bancária de meus netos. Dispensara os empregados, após lhes arrumar colocação em outras casas e empresas. Meu mordomo Pedro conseguira se aposentar. Tudo estava em ordem, mas eu não conseguia morrer assim, feliz, já que esperava por ela e ela não vinha.
Aqui estou olhando as vagas do mar que choca contra a areia da praia. Não me incomoda a pedra sobre a qual estou recostado, pois minha dor pela saudade é maior do que a dor que a pedra impinge a este corpo de velho. A lua está lá, como sempre, iluminada pelo sol. O mar negro se agita. E eu aqui, sozinho, sabendo que minha hora chegou, mas a promessa dela não será cumprida.
Neste momento de desespero, desesperança e descrença, sinto um toque de uma forte mão em meu ombro. Ergo os olhos e a vejo, jovem e linda como antes. Sorri para mim, seus olhos negros brilham em contraste com a lua.
- Eu não disse que viria? ela diz.
Sim, neste momento único ela cumpriu o que dissera no dia em que eu encontrei o verdadeiro amor. E agora posso também cumprir meu destino, tão diferente do dela que é viver para sempre, mas o cumprirei em seus braços. Sua mão roça meu ombro, e ela, ao voltar, me deu a paz.
Enviado por Carmen Lúcia em Qui, 19/02/2009 - 23:00
Não digas mais nada!
Teus olhos já disseram tudo.
Mudos, fizeram-me entender
o que tuas palavras sonoras
foram incapazes de dizer...
Perderam a força, a elocução
e na indecisão mudaram de rumo,
acovardaram-se perante a missão.
Nelas eu não iria acreditar.
Não me atingiriam tão fortemente
quanto teu olhar...
Esse sim, calou-me fundo...
Tiro certeiro, profundo,
que me fez cambalear,
perder o chão, rodar o mundo,
chorar.
Como descrer da crueza de um olhar?
Final inconsolável para quem ama
e se vê inesperadamente só,
sem mesmo o consolo da ilusão,
tendo a presença constante da solidão.
Dor inigualável ao ver fragmentados
os sonhos,
outrora tão sonhados...
Agora, farrapos atirados ao chão.
E os próximos passos
tornar-se-ão pesados, drásticos...
Deixar o tempo passar, tentar esquecer.
Tempo que não passa....
Teima em retroceder!
Achar motivo pra sorrir...
Como? Se a razão de meu riso
não está mais aqui?
Viver por viver...
Ou sobreviver.
É o que tento; o meu intento.
Sentindo na alma um frio gelado;
o coração pulsando fraco...
Vivendo dias sempre iguais,
que projetam no ar
um quê de "nunca mais..."
"Desabafo"
""Você""Um dia vc vai estar sozinho, vai fechar os olhos e td estrá negro.Os números da sua agenda passarão claramente e e na sua frente,e vc, não terá nemhum para discar.Sua boca vai tentar chamar alguém,más não há alguém. Solotário o bastante para sair correndo e te dar um abraço,nem te colocar no colo ou te acariciar seus cabelos até que o mundo pare de girar.Nesta fração de segundo, quando seus pés se perderem do chão, vc vai lembrar,de minha ternura e do meu sorriso infântil. Virão súbitas memórias gostosas,dos meus abracos e bjs, da minha preocipação.Em um novo momento vc vai sentir um aperto no peito, uma pausa na respiração.E vai torcer bem forte para ter o nosso mundinho de novo, o nome disso é:""Saudades""aquilo que eu tinha tanto e te falava sempre.E quando vc finalmente discar meu número, ele estará ocupado de mais,ou nemqueira mais te atender e se vc bater na minha porta ela estará muitotrancada, se aberta, mostrará uma casa vazia. Seus olhos te ensinarão o que é,""Laguimas.""Aquelas que eu te disse que ardiam tanto.O nome do enjôo que vc vai sentir é ""Arrependimento""e a falta de fome quevirá chama_se ""Tristeza.""Então quando nada de bom te acontecer e nimguém te olhar com meus olhos encantado. Vc encontrará a famosa ""Solidão.""A partir dai o que acontecerá chama_se ""Supresa.""E provavelmente o remédio para todos essas sensações acima.....É o tal do tempo em que vc tanto falava!!
Autora:Eda.S.LM.S.