Comer

Foto de Carlos Henrique Costa

O gato e o rato

Rato esperto, sempre almeja queijo Holandês!
Porém, na casa ao lado reside um gato siamês,
Gordo, de tanto comer a comida do Juarez,
Seu dono, desde quando nascera nesse mês.

Todavia o rato sempre engana o gato burguês,
E consegue na noite gatunar em mais uma vez...
A comida e o queijo do Juarez, não uma, mais três...
Três vezes, durante a noite chuvosa do dia seis.

Foi aí então que resolveu tomar medidas e atos!
Se Filipino, seu gato felino, não pegar o rato,
Terá que dormir em outra casa; ou morar no mato.

Mas o pobre gato de tão gordo e ainda celibato,
Não tinha meios de deter o rato, que de fato:
Convenceu o gato, a lhe dar queijo por um trato.

Foto de dianacardoso

um novo amigo

Quinta-feira, 18 de Fevereiro

Querido diário:
São 4 da manha, embora deve-se estar a dormir, não, estou acordada.
Desde as 11 da noite que tento adormecer, mas nem com a musica que me faz relaxar, depois de um dia muito agravado me ajudou. Ouvi todo o tipo de músicas, desde as mais foleiras, às mais irritantes e barulhentas, nem baladas, nem pop, nem rock me acalmaram.
Desde essa hora, fiquei a pensar como poderia desabafar se não tinha ninguém de confiança comigo naquele preciso momento.
Pensei em ir ao MSN mas á meia-noite já estavam todos a chegar ao segundo sono, então pensei em telefonar a alguma amiga, mas, acabei por desistir dessa ideia já era tarde e acho que ninguém está com disposição para ouvir os meus problemas. Passei assim 1 hora, a olhar para as paredes, a contar e observar as fotografias penduradas nas paredes do meu quarto, pensei ir comer alguma coisa podia ser apenas fome, bebi um leite e comi duas bolachas, ouvi a minha mãe a berrar do quarto a dizer para me ir deitar que não eram horas para estar acordada.
Fui às gavetas da minha cama e vi lá um livro que me tinham oferecido mas nunca me interessei a ler até porque nunca consegui ler um livro até ao fim, vi a capa do livro e não me dava vontade nenhuma de ler aquilo por isso esfolheei as paginas e passei logo para o fim da história, mais valia não ter lido, fiquei a perceber o mesmo ao ler o titulo do livro, por isso li a contra capa.
Falava de amores e eu já estava farta dessas confusões.
Foi então que disse: “-Chega! Estou farta disto!”
Foi então que tive uma grande ideia, peguei num caderno e cá estou eu a desabafar neste pequeno caderno em que em diante se vai formar um mundo, o meu mundo, os segredos, as lembranças, os desejos, os sonhos, e os pesadelos, um mundo cheio de fantasia, brincadeira, desilusões, amizades, responsabilidades, criatividade, um mundo em que só eu e os meus sonhos reais e irreais podem entrar.
Agora vou dormir, amanhã é um novo dia!

Foto de Arnault L. D.

Corações arruinados

O amor é grandioso
é um Deus e muito forte
e assim como todo titã
tem poder de vida e morte

e como todo gigante
pouco vê do que é pequeno
não repara como no amante
pode ser tal um veneno

O amor quer liberdade
mas não reconhece a cela
rompe costelas e humanidade
só vê a si não quem atrela

O amar pode ser cruel
por mais que tolos a descrer
alimente-se de mel e fel
não passa fome, quer comer...

E alimento é tudo, e todos
pois o amor é onívoro
pétalas, flores e lodos
frutas, doces, mas carnívoro

“O amor quer corações arruinados”
e o amor quer, ele quer , e quer.
Pobres mortais de sonhos finados
engolindo a amor a lhes comer

Mas, não sou eu contra o amor
apenas tenho respeito
o muito intenso causa dor
pode, mas se amor, então aceito

Foto de sandra galadriel

Jantar com uma mulher

Quando um homem chama uma mulher para sair, não sabe o grau de
estresse que isso desencadeia em nossas vidas. O que venho contar aquihoje é mais dedicado aos homens do que às mulheres.
Acho importanteque eles saibam o que se passa nos bastidores.
Você, mulher, está flertando um Zé Ruela qualquer..
Com sorte, ele acaba te chamando para sair. Vamos supor, um jantar.

Ele diz, como se fosse a coisa mais simples do mundo 'Vamos jantar amanhã?'.
Você sorri e responde, como se fosse a coisa mais simples do mundo:
'Claro, vamos sim'.
Começou o inferno na Terra. Foi dada a largada. Você começa a se
reprogramar mentalmente e pensar em tudo que tem que fazer para estar apresentável até lá. Cancela todos os seus compromissos canceláveis e começa a odisséia. Evidentemente, você também para de comer, afinal, quer estar em forma no dia do jantar e mulher sempre se acha gorda. Daqui pra frente, você começa a fazer a dieta do queijo: fica sem comer nada o dia inteiro e quando sente que vai desmaiar come uma fatia de queijo. Muito saudável!!!

Primeira coisa: fazer mãos e pés. Quem se importa se é inverno e você
provavelmente vai usar uma bota de cano alto? Mãos e pés tem que estar feitos - e lá se vai uma hora do seu dia. Vocês (homens) devem estar se perguntando 'Mão tudo bem, mas porque pé, se ela vai de botas?' Lei de Murphy. Sempre dá merda.

Uma vez pensei assim e o infeliz me levou para um restaurante japonês daqueles em que tem que tirar o sapato para sentar naqueles tatames. Tomei no ... bonito! Tive que tirar o sapato com aquela sola do pé cracuda, esmalte semi-descascado e cutícula do tamanho de um champignon! Vai que ele te coloca em alguma outra situação impossível de prever que te obriga a tirar o sapato? Para nossa paz de espírito, melhor fazer mão é pé, até porque boa parte dessa raça tem uma tara bizarra por pé feminino. OBS: Isso me emputece. Passo horas na academia malhando minha bunda e o desgraçado vai reparar justamente onde? Na porra do pé! Isso é coisa de... Melhor mudar de assunto...

As mais caprichosas, além de fazer mão e pé, ainda fazem algum
tratamento capilar no salão: hidratação, escova, corte, tintura,
retoque de raiz, etc. Eu não faço, mas conheço quem faça.

Ah sim, já ia esquecendo. Tem a depilação. Essa os homens não podem nem contestar. Quem quer sair com uma mulher não depilada, mesmo que seja apenas para um inocente jantar? Lá vai você depilar perna, axila, virilha, sobrancelha etc, etc. Tem mulher que depila até o ...! Mulher sofre! E lá se vai mais uma hora do seu dia. E uma hora bem dolorida, diga-se de passagem.

Dia seguinte.

É hoje seu grande dia. Quando vou sair com alguém, faço questão da dar uma passada na academia no dia,para malhar desumanamente até quase cuspir o pulmão. Não, não é para emagrecer, é para deixar minha bunda e minhas pernas enormes e durinhas (elas ficam inchadas depois de malhar).

Geralmente, o Zé Ruela não comunica onde vai levar a gente. Surge
aquele dilema da roupa. Com certeza você vai errar, resta escolher se
quer errar para mais ou para menos. Se te serve de consolo, ele não
vai perceber.

Alias, ele não vai perceber nada. Você pode aparecer de Armani ou
enrolada em um saco de batatas, tanto faz. Eles não reparam em detalhe nenhum, mas sabem dizer quando estamos bonitas (só não sabem o porquê). Mas, é como dizia Angie Dickinson: 'Eu me visto para as mulheres e me dispo para os homens'.. Não tem como, a gente se arruma, mesmo que eles não reparem.

Escolhida a roupa, com a resignação que você vai errar, para mais ou
para menos, vem a etapa do banho. Depois do banho e do cabelo, vem a maquiagem. Nessa etapa eu perco muito tempo. Lá vai a babaca separar cílio por cílio com palito de dente depois de passar rímel.

Depois vem a hora de se vestir. Homens não entendem, mas tem dias que a gente acorda gorda. É sério, no dia anterior o corpo estava lindo e no dia seguinte... PORCA! Não sei o que é (provavelmente nossa imaginação), mas eu juro que acontece. Muitas vezes você compra uma roupa para um evento, na loja fica linda e na hora de sair fica uma merda. Se for um desses dias em que seu corpo está uma merda e o espelho está de sacanagem com a sua cara, é provável que você acabe com um pilha de roupas recusadas em cima da cama, chorando, com um armário cheio de roupa gritando 'EU NÃO TENHO ROOOOOUUUUUPAAAA'.

O chato é ter que refazer a maquiagem. E quando você inventa de colocar aquela calça apertada e tem que deitar na cama e pedir para outro ser humano enfiar ela em você? Uma gracinha, já vai para o jantar lacrada a vácuo. Se espirrar a calça perfura o pâncreas.

Ok, você achou uma roupa que ficou boa. Vem o dilema da lingerie.
Salvo raras exceções, roupa feminina (incluindo lingerie) ou é bonita,
ou é confortável.

Você olha para aquela sua calcinha de algodão do tamanho de uma lona de circo. Ela é confortável. E cor de pele. Praticamente um método
anticoncepcional. Você pensa 'Eu não vou dar para ele hoje mesmo, que se foooda'. Você veste a calcinha. Aí bate a culpa. Eu sinto culpa se ando com roupa confortável, meu inconsciente já associou estar bem vestida a sofrimento. Aí você começa a pensar 'E se mesmo sem dar para ele, ele pode acabar vendo a minha calcinha... Vai que no restaurante tem uma escada e eu tenho que subir na frente dele... se ele olhar para essa calcinha, broxará para todo o sempre comigo...'. Muito puta da vida, você tira a sua calcinha amiga e coloca uma daquelas porras mínimas e rendadas, que com certeza vão ficar entrando na sua bunda a noite toda. Melhor prevenir. Os sapatos!! Vale o mesmo que eu disse sobre roupas: ou é bonito, ou confortável. Geralmente, quando tenho um encontro importante, opto por UMA PEÇA de roupa bem bonita e desconfortável, e o resto menos bonito
mas confortável. FATO: Lei de Murphy impera. Com certeza me vai ser
exigido esforço da parte comprometida pelo desconforto. Exemplo: Vou
com roupa confortável e sapato assassino. Certeza que no meio da noite o animal vai soltar um 'Sei que você adora dançar, vamos sair para dançar! Eu tento fazer parecer que as lágrimas são de emoção. Uma vez, um sapato me machucou tanto, mas tanto, que fiz um bilhete para mim mesma e colei no sapato, para lembrar de nunca mais usar!. Porque eu não dei o sapato? Porra... me custou muito caro. Posso não usá-lo, mas quero tê-lo. Eu sei, eu sei, materialista do caralho. Vou voltar como besouro de esterco na próxima encarnação e comer muito coco para ver se evoluo espiritualmente! Mas por hora, o sapato fica.

Depois que você está toda montadinha, lutando mentalmente com seus dilemas do tipo 'será que dou para ele? É o terceiro encontro, talvez eu deva dar...' Começa a bater a ansiedade. Cada uma lida de um jeito.

Tenho um faniquito e começo a dizer que não quero ir.. Não para ele,
ligo para a infeliz da minha melhor amiga e digo que não quero mais
ir, que sair para conhecer pessoas é muito estressante, que se um dia
eu tiver um AVC é culpa dessa tensão toda que eu passei na vida toda
em todos os primeiros encontros e que quero voltar tartaruga na
próxima encarnação. Ela, coitada, escuta pacientemente e tenta me
acalmar.

Agora imaginem vocês, se depois de tudo isso, o filho da puta liga e
cancela o encontro? 'Surgiu um imprevisto, podemos deixar para semana que vem?'.

Gente, não é má vontade ou intransigência, mas eu acho inadmissível
uma coisa dessas, a menos que seja algo muito grave! Eu fico puta,
puta, PUTA da vida!
Claro, na cabecinha deles não custa nada mesmo, eles acham que é
simples, que a gente levantou da cama e foi direto pro carro deles. Se
eles soubessem o trabalho que dá, o estresse, o tempo perdido... nunca ousariam remarcar nada.
Se fode aí! Vem me buscar de maca e no soro, mas não desmarque comigo!
Até porque, a essas alturas, a dieta radical do queijo está quase te
fazendo desmaiar de fome, é questão de vida ou morte a porra do
jantar! NÃO CANCELEM ENCONTROS A MENOS QUE TENHA ACONTECIDO ALGO MUITO,

MUITO, GRAVE! DO TIPO...MORRER A MÃE OU O PAI TER UM AVC NO TRÂNSITO.

Supondo que ele venha. Ele liga e diz que está chegando. Você passa
perfume, escova os dentes e vai. Quando entra no carro já toma um
eufemismo na lata 'HUMMM... tá cheirosa!' (tecla sap: 'Passou muito
perfume, porra'). Ele nem sequer olha para a sua roupa. Ele não repara em nada, ele acha que você é assim ao natural. Eu não ligo, porque acho que homem que repara muito é meio viado, mas isso frustra algumas mulheres. E se ele for tirar a sua roupa, grandes chances dele tirar a calça junto com a calcinha e nem ver. Pois é, Minha Amiga, você passou a noite toda com a rendinha atochada no rego (que por sinal custou muito caro) para nada.. Homens, vocês sabiam que uma boa calcinha, de marca, pode custar o mesmo que um MP4? Favor tirar sem rasgar.

Quando é comigo, passo tanto estresse que chego no jantar com um pouco de raiva do cidadão. No meio da noite, já não sinto mais meus dedos dos pés, devido ao princípio de gangrena em função do sapato de bico fino. Quando ele conta piadas e ri eu penso 'É, eu também estaria de bom humor, contando piada, se não fosse essa calcinha intra-uterina raspando no colo do meu útero'. A culpa não é deles, é minha, por ser surtada com a estética. Sinto o estômago fagocitando meu fígado, mas apenas belisco a comida de leve. Fico constrangida de mostrar toda a minha potência estomacal assim, de primeira.

Para finalizar, quero ressaltar que eu falei aqui do desgaste
emocional e da disponibilidade de tempo que um encontro nos provoca.
Nem sequer entrei no mérito do DINHEIRO. Pois é, tudo isso custa caro.
Vou fazer uma estimativa POR BAIXO, muito por baixo, porque geralmente pagamos bem mais do que isso e fazemos mais tratamentos estéticos:

Roupa............... ......... ......... ........... R$ 200,00

Lingerie.... ......... ......... .......... .........R$ 80,00

Maquiagem... .......... .......... ......... ....R$ 50,00

Sapato....... .......... .......... ......... ........R$ 150,00

Depilação..... ......... ......... ......... .......R$ 50,00

Mão e pé........... ......... .......... ............R$ 15,00

Perfume...... .......... .......... ......... .......R$ 80,00

Pílula anticoncepcional. ......... ..........R$ 20,00

Ou seja, JOGANDO O VALOR BEM PARA BAIXO, gastamos, no barato, R$
500,00 para sair com um Zé Ruela. Entendem porque eu bato o pé e digo que homem TEM QUE PAGAR O MOTEL? A gente gasta muito mais para sair com eles do que ele com a gente!

Por isto amigos, valorizem seu próximo encontro e aprendam um pouco
mais, sobre este ser fantástico, chamado mulher.

Autor Desconhecido

Foto de Flávia Simplicio

Futuro incerto

Futuro incerto

Tamanha violência,
de quem age com demência,
que mesmo em eminência,
muitos fingem desconhecer,
Não ouvir sobre,
não falar sobre,
simplesmente não ver.
Ignorar,
este fato deplorável rejeitar.
Abuso sexual,
Abuso é ilegal.
Problema mundial.
Garotas muito nova,
obrigadas a se vender,
para garantir o sustento,
para dar a sua família o que comer.
Que triste realidade o mundo está a viver.
Queria por uma vez
esse problema resolver.
emociono-me de falar,
sobre este fato arrasador,
garotas da prostituição,
se vendem sem vantagem,
abalando sua imagem,
fazendo jus a pilantragem,
das autoridades,
que faz pouco caso.
Batem numa árvore,
com o lado menos cortante do machado.
Disseram-me que as autoridades,
defenderiam o país,
acreditar nisso é o que eu sempre quis,
antes eu acreditasse,
e meus protestos calasse,
mas então, eu faria parte,
deste mundo corrupto e sujo.
A triste vida das menores,
muito me abala.
A dor consome as linhas paralelas
da borda da minha alma,
queimando freneticamente,
os sentimentos sucumbidos,
esquecidos, maltratados, estridentes,
Por culpa.
Única e impiedosamente,
deste mundo,
sem tampa nem fundo,
sem justiça,
com preguiça,
onde as palavras,
polícia e milícia,
são sinônimos concretos,
Que acabam,
com as vidas de adolescentes e crianças,
tornando o futuro em apenas fatos incertos.

Flávia Simplicio Rodrigues
Todos Direitos Reservados

Foto de Carmen Lúcia

Natal de ontem e de hoje...

Natal...
Lembranças de criança
cheia de esperança...
Arrumar a casa, pendurar enfeites,
árvore montada, iguarias feitas,
coração em brasa, olhos bem atentos...

Bate meia-noite,
ir para a caminha.
Conseguir dormir?
É melhor fingir...
Som de pisadinhas...
Será o bom velhinho?
Nem sei como entrou...
A porta está fechada,
como ele passou?

Fico amedrontada
diante do mistério...
trouxe meu presente,
Ah!É o que mais quero.

Natal...
Como o tempo passa!
Olho ao meu redor,
o que vejo me arrasa...
Crianças atropelam carros,
se fazem de sinais,
farejam o que comer
feito animais...
Retratam a própria fome,
tentam esquecer
o que as consome;
entorpecem a dor
da vida sem amor.

Nessa data tão bonita,
quem não se sensibiliza?
Negar o que comer
a uma criança faminta?
Sabem que nesse dia
facilmente ganhariam
um brinquedinho quebrado
ou um prato de comida...

Natal...
Onde está Papai Noel?
Em que mundo se escondeu?
Foi embora para o céu
e dos pobres se esqueceu?
Para onde foram todos?
A cegueira os acometeu?
Onde está a humanidade,
espírito de caridade
que representa o Natal?

E foi por amor que Ele nasceu...
E por nos amar Ele morreu.

Carmen Lúcia

Foto de Marsoalex

Direito

Perguntarias a um cego
Se ele precisa enxergar?
Perguntarias a um faminto
Se ele precisa comer?
Como é que me perguntas
Pra que que eu quero te ver?

É mesmo que perguntar
Ao surdo se quer ouvir
Ou querer saber do mudo
Se ele precisa falar
Eu não conheço um triste
Que não almeje sorrir
E nunca vi uma criança
Que não deseje brincar

Se te ver é um pecado
Não te ver é um castigo
E entre os dois, eu prefiro
Pecar... Pecar e pecar...
Se eu não posso e não devo
E não vou ficar contigo
O amor me dar o direito
De te ver, te ouvir, te amar

Pra isso não é preciso
Permanência em tua vida
Eu nunca te pediria
Pra abrir mão do que tens
Eu tenho bem consciência
Do que temos em nossas vidas
O amor nunca destrói
Preserva, não fere ninguém

Marsoalex

Foto de Rodrigo obelar

FOME

Ardo caminho que me segues alma,
Ao falar-te da fome companheira minha,
Não me destes migalhas pois também não tinhas,
Só me destes lágrimas aonde pede calma.

Dei-me resto alma, fome louca,
Tão cruel fome que me seca corpo,
Dei-me o sonho, num sonhar já morto,
Dei-me o farelo que cai da tua boca.

Andas comigo alma caminhante,
Espera certo como é certo o instante,
Comer da boca de outra já comida,

Quase morto sinto alma minha,
Dentre meu corpo, ossos, carne fria,
Me carregue alma, meu alimento vida.

Foto de Rodrigo obelar

FOME

Ardo caminho que me segues alma,
Ao falar-te da fome companheira minha,
Não me destes migalhas pois também não tinhas,
Só me destes lágrimas aonde pede calma.

Dei-me resto alma, fome louca,
Tão cruel fome que me seca corpo,
Dei-me o sonho, num sonhar já morto,
Dei-me o farelo que cai da tua boca.

Andas comigo alma caminhante,
Espera certo como é certo o instante,
Comer da boca de outra já comida,

Quase morto sinto alma minha,
Dentre meu corpo, ossos, carne fria,
Me carregue alma, meu alimento vida.

Foto de Zaruquita

Minha infância

Minha infância

Comecei de pequenina,
A enfrentar o destino,
Ainda eu era menina,
Ainda quase não tinha tino.
Era frágil e indefesa,
Para viver em conflitos,
Mas resisti à tristeza,
Com meus irmãos pequenitos.

Tinha sete anos de idade,
De manhã ia pra escola,
Depois na parte da tarde,
Tinha de ir pedir esmola,
A minha mãe trabalhava,
Mas mesmo assim não chegava,
Para nos dar de comer.

Meu pai nos abandonou,
A mim e mais três irmãos,
A minha mãe nos criou,
E educou como cristãos.
Meu irmão mais velho tinha,
Oito anos, coitadinho
Como para a escola não vinha,
Arranjou um trabalhinho.

Mal vestido e com pés nus,
Por entre matos e tojos,
Andava a guardar perús,
Por esses matos a rojos.
Lembro quanto ele ganhava,
Só quinze escudos por mês,
O patrão,comer lhe dava,
Minha mãe,aos outros três.

Eu era tão pequenina,
E como era rapariga,
Ia pedindo a esmolinha,
Para encher a barriga.
A minha mãe trabalhava,
Do nascer do sol ao pôr,
Parece que não se cansava,
E nos dava todo o amor.

Foram três anos assim,
Mas todos sobrevivemos,
Mesmo com a vida ruim,
Muito ou pouco nós comemos.
Muito tempo não tardou,
Sem que meu pai regressasse,
Minha mãe o aceitou,
Na esperança que ele mudasse.

Meu Deus,como se enganou,
Logo andou em desacatos,
Desde que em casa ele entrou,
Começaram os maus tratos.
A nós ele maltratava,
Sem ter dó da nossa pele,
O pouco que trabalhava,
Ou ganhava ,era para ele.

Se a minha mãe lhe pedia,
Dinheiro ele resmungava,
E se ela um pouco insistia,
Dois ou três murros lhe dava.
Com tanta força batia,
Que ela ficava a sangrar,
E depois,no outro dia,
Não se queria levantar.

A minha mãe coitadinha,
Lá ia para a sua lida,
Não parava a pobrezinha,
Para ganhar a comida.
Desde que o meu pai voltou,
A vida não melhorava,
E mais um filho arranjou,
Era assim que ele ajudava.

Esse filho veio trazer,
Para mim muita alegria,
Porque afinal veio a ser,
A irmã que eu tanto queria.
Já eu tinha onze anos,
E aquela criancinha,
Foi nesta vida de enganos,
A boneca que eu não tinha.

Arlete Anjos

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