Dedos

Foto de annytha

HOJE, ONTEM

Ontem eu nutria um enorme sentimento por ti e tu não percebia...
Hoje, tu vens a mim e falas da tua paixão incontida que um dia tivestes por mim, só que eu nunca percebi...
Ontem, se tu falasse de todo esse teu sentimento pra mim, eu acreditaria, mas hoje...
Hoje, já não sei se gostaria de saber, porque, tu, pra mim, és apenas um rosto a mais na multidão perdido dentro de uma selva de pedras!
Hoje, quando te vejo, percebo que já não sinto mais nada...Meu coração já não bate acelerado, as minhas mãos não suam mais, olho para ti sem medo de estar deixando transparecer uma paixão de mão única...
Ontem, com toda certeza, eu queria que tu me notasses não apenas como amiga, ma sim como alguém que tinha por ti um amor incondicional, puro verdadeiro...
Hoje, quando lembro das oportunidades que tivemos em nossas mãos, de nos amarmos por inteiro, e a deixamos escapar como areia que escorre entre os dedos, vejo que talvez tenha sido melhor ter sido assim...
Ontem, de tão apaixonada que eu era por ti, via-te nos meus delírios, um homem que me abraçava, que sussurrava em meu ouvidos frases desconexas, onde fazia todo o meu ser estremecer ...
Hoje, se chegares de mansinho e encontrares a porta do meu coração aberta, peço-te, por favor não entres, pois dentro de mim, não terá mais lugar para ti, pois preenchi o teu vazio com outro alguém que me valorizou e por tanto querer-me, ao contrário de ti, aprendi a ser feliz com ele, e tu, saias por ai em busca de outro alguém que te queira, mas nunca jamais como eu um dia te quis! Vá em frente meu amigo, e espero q sejas feliz!

Foto de Ayslan

Entre palavras

Hoje estou perdido entre palavras procurando o verso certo para iniciar querendo estender o eu te amo
Vou tentar escrever as frases contidas no sorriso, o verso não pronunciado ao tocar dos dedos pela primeira vez, escrever o poema nascido após aquela lembrança do primeiro beijo
Vou tentar deixar meus sentimentos entre as palavras
Fazer com que quando você ler soe como uma canção e cada verso mesmo sem rimas possa desacelerar seu coração e lentamente palavra a palavra quero ver sorrir por que quando estiver sorrindo estou apreciando suas reações juntando expressões salvar aquela frase dita no olhar, decifrar o verso ao te beijar quem sabe assim ao juntar sentimentos entre palavras possa chama-las de poema
Amor vou esperar você terminar de ler estou ansioso para receber seu abraço apertado seus beijos descontrolados mesmo que tudo isso vá me deixar sufocado é assim que os sonhos se criam
E verso após verso escrevo sem perceber uma história de amor e neste capitulo infinito
de nos dois o roteiro é preenchido repetidamente
apenas com palavras...
Vou deixar um pouco de mistério no desenvolver deste conto vou deixar você chama-lo de poema se quiser, mas te digo as próximas palavras podem causar dependência e essa é uma historia onde não há fim você vai ler seguidas e muitas vezes mesmo sem notar entre essas palavras eu te falar
Eu te amo, Eu te amo.

Para: Priscila

Foto de P.H.Rodrigues

Diretor do Tinteiro

Quero uma página em branco.
E um tinteiro cheio.
Uma música relaxante.
E da varanda sentir o cheiro

Do café que é passado na cozinha.
Morder os lábios e escrever a primeira linha.
Na empolgação não perceber.
A noite que devorou o clarão do dia.

Quero brincar com o lápis nos dedos.
Enquanto sorrio para o horizonte.
Saboreando o desenrolar do enredo.

E assim escrever sem medo das palavras.
E como diretor, observar e coordenar.
Vivendo cada virgula da tinta que marcou o papel.

Foto de Rosamares da Maia

A SENHORA DO TEMPO

A Senhora do Tempo

Sou uma velha senhora assombrada por velhos fantasmas.
Há! Como queria eu viver pelo menos três centenas de anos.
Somente assim conseguiria me gastar e expressar o que sinto.
Esgotar este viver e saber mais das coisas que estão por vir.
Mas sou uma velha senhora que vive enganada pelo tempo.
Olho a janela da vida e espio pais, filhos e netos, absorvidos,
Partindo, chegando, se distanciando no redemoinho do tempo.
Espio a areia fina que sem parar escorre entre os meus dedos.
Uma dor profunda dilacera o meu peito e comprime a alma.
Quebra minha alegria, como se quebra a casca da noz.
Sou uma velha senhora que tem saudade do Mundo passado,
Mas que anseia pela visão do futuro atrelada ao viés do presente.
Sou a velha senhora querendo resgatar os designíos do tempo.
A dor inexplicável que me esmaga é a solidão entre os tempos.
A paixão e o apego a cada tijolo depositado nesta construção.
Uma cidadela confinando a vida que não quer se esgotar.
Existirá a missão ou uma história a resgatar? É possível voltar?
Que a sanidade e a memória me permitam entender e continuar.
- Apenas por mais três centenas de anos, somente e apenas!
Sou uma senhora velha que não consegue ser a dona do tempo.

Rosamares da Maia – 01 de julho de 2013.

Foto de Allan Dayvidson

JEANS

"Um poema sobre ser inspirado pela ousadia, ou coragem ou mesmo pelo impulso criativo daqueles que puderam apresentar perspectivas diferentes, desconstruíram idéias, desestabilizaram algo que estivesse posto... É confortável ceder a ordem das coisas porque sempre parece que qualquer esforço em pensar diferentemente não renderá frutos e que nem mesmo seremos ouvidos... Este poema é um lembrete pessoal de que mesmo que pensar/agir diferente possa não ser o bastante para mudar algo, compõe minimamente uma modesta resistência... Pense na 1ª mulher séculos atrás que pensou que as mulheres poderiam não ser subestimadas, o 1º negro que acreditou que não há inferioridade na cor de sua pele, etc... Pessoas que provavelmente jamais foram ouvidas, sequer conhecidas... Será mesmo que eles não tiveram qualquer participação indireta no modo como tais questões são vistas hoje em dia?... É só uma tentativa de viver mais plenamente o que acredito... Desbote todos os seus jeans!!"

JEANS
=Allan Dayvidson=

Regras são erguidas feito muros ocos de um labirinto empoeirado;
A lógica é sempre de VIPs e Blacklists, de certo e errado...
E você estará realmente de que lado?

Sempre sob ameaça de ser a caça em mais um século do caçador,
dormindo sob uma inadequação estratégica como se fosse um cobertor...
O microdomínio é feito de pesadelos bem orquerstrados.

Mas quando você escapa por entre os dedos
e respinga tinta por aí
começo a pintar até desbotar todos os meus jeans!

E quando você abre janelas
mesmo só havendo paredes ali,
volto a viver até desbotar todos os meus jeans!

Todos estão encarando, fixamente te olhando de cima a baixo.
“O que está fazendo?”... “O que está dizendo?” ... “Sossegue esse facho!”
Você é uma chama e as convenções são inflamáveis

E com sorte é possível ver seu brilho carmesim.
É tão lindo ver todo esse colorido explodir;
Então, não desista... e coloque seu melhor jeans!

Mas o que uma voz ingênua pode
em meio aos gritos de ordem de uma longa história?
Você não sabe, mas não se cala...
e se recusa a facilitar o velho jogo de derrotas e vitórias!

E quando você sai dos mais precisos mapas
e dos mais confiáveis dicionários,
começo a escrever até desbotar todos os meus jeans!

E depois que você for embora,
mesmo que o mundo volte a ser solitário,
Não desistirei fácil de viver...

...até desbotar todos os meus jeans!...

Foto de Evandro Machado Luciano

A Louca dos Espelhos

Os espelhos estavam voltados para as estradas da cidade de Outrora. Todo domingo Ofélia virava os seis espelhos de sua casa para a rua. Ninguém, absolutamente ninguém sabia o motivo. Alguns, mais perspicazes, ousavam especular...
Enfim...
Imagine, você andando tranquilamente pela estrada de chão batido, quando de repente, não mais que de repente, se depara com a imagem mais horripilante que possa ser concebida pela mente humana. Sim, os espelhos estavam voltados para a rua. Ofélia era, sem dúvida, a mulher mais maligna que a cidade de Outrora já conhecera. E não havia nada a ser feito. Ora bolas, a polícia local tentou de tudo: balas de canhão, bombas de hidrogênio, e armamentos bélicos jamais vistos, nem mesmo em Outrora. Os espelhos não quebravam de jeito algum. Magia? Alquimia? Sei não, havia algo de muito estranho naquela mulher.

O que sempre me incomodou naquele ser odioso, – veja bem, refiro-me à OFÉLIA- é que seus surtos psicopáticos aconteciam apenas nos domingos. Nos outros dias da semana, Ofélia agia como uma perfeita mulher de Outrora. Mantinha-se calma, submissa, obediente aos bons costumes e, jamais relava seus calejados dedos sobre os amaldiçoados espelhos. Que tinha aquela mulher? Que vozes lhe ordenavam repudiar os bons costumes e reverter sua normalidade em ousadia repreensiva? Quem era aquela mulher para apresentar ao mundo imagens tão devastadoras?
Ouviu-se dizer, que um dia desses, Outrora havia sido invadida por uma tropa distinta, vinda diretamente de Lugar Algum. Esses rebeldes enrustidos fantasiavam-se de nobres senhores, apoiados sob a retórica social, e desfilavam asneiras em praças públicas. Certa feita, pernoitaram na residência de Ofélia. Ao amanhecer, diziam querer libertá-la dos grilhões de Outrora, e conduzi-la à Lugar Algum.

Que desrespeito! Uma mulher exemplar, corrompida por estes arruaceiros. A partir daí, aquela casa nuca mais fora a mesma. Doravante, todos os domingos seriam de extremo pavor para os transeuntes da cidade.
Aquelas ruas nunca mais foram as mesmas.
Quando a semana anunciava o crepúsculo, todos temiam passar em frente à casa da louca dos espelhos. Enquanto isso, Ofélia sonhava. Sonhava com Lugar Algum.

Exceto nos outros dias, quando se tornava a mulher exemplar.

Foto de Carmen Lúcia

Valores adquiridos (e absorvidos)

Não quero me perder
dos valores que assimilei,
deixar a mágoa vir à tona
alagando o que sonhei.
Tomar o comando das rédeas,
se prevalecer...
Não fecharei os olhos
e deixar acontecer
simplesmente, covardemente.

Permitir sentimentos mesquinhos
me transformarem em outro ser.

Não!Não foi por isso que lutei,
bravamente, incansavelmente.
Engoli dores, sufoquei prantos, pisei pedras...
Seguindo em frente, sempre,
acreditando, sonhando, amando...

Varei sóis e luas, tropecei calçadas, quedas duras,
amanheci noites mal dormidas,
entardeci antes do entardecer
sem ver o sol morrer,
a esperar a lua que não vinha, não via...
Nem a corrosão da dor mais contundente
se interpôs, fazendo-me esmorecer.

Plantei flores sobre rochas
e regadas a suor as vi florescer;
cicatrizei profundas feridas
que me fizeram crescer.
Agora que cheguei onde cheguei
seguindo os dogmas que a mim criei,
tentam destruir o castelo que arquitetei...

Não, de meus valores eu não abro mão.
Junto fortemente os dedos e não deixo vãos;
impeço escorrerem entre eles
os sonhos que me sustentaram...
Não, nada há de vir que me abale.
Calo minha voz e deixo que o silêncio fale...

_Carmen Lúcia_

Foto de elcio josé de moraes

LEU EM MEU OLHAR

Se um dia,
Você de mim se lembrar,
Não se esqueça,
Do que leste em meu olhar.

E se isto,
Fizer-lhe chorar,
Conforte-se,
Pois nunca deixei de te amar.

Se o teu coração estava tão vazio,
E você tão insensível,
E deixou este amor,
Escapar por entre os dedos.

Em mim ficou marcado,
De mágoas e tristezas,
E um sofrimento constante,
Mas que também não foi o bastante.

Para apagar o brilho e a beleza,
Deste amor,
Que por você ainda arde de desejos,
E qe sente, muita falta dos teus beijos.

Elciomoraes
2.802

Foto de Fernanda Queiroz

O Show

Em meio aquela multidão eu me sentia perdida. Por mais que imaginasse nunca cheguei a pensar que pessoas poderiam ser tão apressadas e barulhentas.

Na hora de reservar meu ingresso optei pela geral, pensei que assim passaria despercebida, a idéia de camarote não me inspirava privacidade e sim destaque e como jamais tinha assistido a show de uma Banda famosa ou qualquer outra tudo era novidade. Minha experiência se resumia nas quermesses organizadas pela Associação Comunitária da Vila onde o som da banda dominical entoava valsas enquanto desfilávamos entre barraquinha de jogos e doces e aguardávamos os fogos, estes sim eram a estrelas das festas. Ficar olhando para cima vendo um pequeno zumbido se transformar em imensas partículas colorida era um espetáculo, mesmo que ás vezes acarretasse lembranças nostálgicas, eu amava aquele céu pontilhado de luminosidade.

Enquanto tentava entrar em um enorme recinto, daqueles que se vê somente pela TV, empurrada para lá e para cá por uma multidão que parecia não conhecer as normas da boa educação, estava pensando o que tinha me levado a tomar esta decisão.

Já havia se passado quase dois anos desde que falei com ele pela última vez, neste tempo tão forte quanto às lembranças que sobreviveram estava meu medo de saber o rumo que ele tinha dado a tua vida.
Afastei-me completamente do mundo das manchetes, onde certamente ele sempre seria destaque. Não lia revistas, jornais somente seção de investimentos e cultura, TV canal fechado sobre economia e agricultura, assuntos fundamentais em meu trabalho.
É claro que sem que eu pudesse evitar ás vezes os ouvia cantando, no radinho de pilha de algum operário, nas grandes magazines de eletrodomésticos na cidade, na faculdade onde os rapazes bonitos e famosos fazem à cabeça das garotas que até tatuavam em teus corpos nomes juntamente a desenhos exóticos.
No principio sofria muito por isto, depois sabendo que nada podia fazer, passei a ignorar, afinal quem tinha mandado me apaixonar pelo ídolo do Rock?

Finalmente tinha conseguido entrar no estádio onde a multidão se aglomerava onde estar á frente era certamente um privilégio para expressar o fanatismo que alterava o comportamento das mais diversas maneiras.
E agora estava ali, há poucos minutos e metros de onde ele entraria, duvidando de minha sanidade em ter tomado a decisão de ir vê-lo. Talvez se não fosse próximo à cidade que estava a trabalho há dois dias, jamais teria ido. Fui exatamente para ficar dois dias resolvendo questões de Marketing, mas era impossível não ver todos os outdoors espalhados pela cidade. Minha primeira reação foi de pânico, queria voltar sair correndo ao fitar ele entre o grupo sorrindo, como sorriu muitas vezes para mim... Deus...as lembranças voltavam em avalanche fazendo meu corpo estremecer, meu coração disparava, como aquele ressoar de buzinas que soavam atrás de mim, foi quando me dei conta que estava atrapalhando o transito e com mãos tremulas segui em direção ao hotel onde me hospedara, parando somente em uma loja especializada onde adquiri um potente binóculo, se fosse levar esta loucura a frente ele seria necessário, pois pretendia me manter mais distante possível e algo dentro de mim gritava para ir...Eu iria.

Já se passava 1 hora do horário grifado nos cartazes, a multidão que formara era tudo que jamais tinha visto, parecia uma disputa de quem conseguiria gritar mais alto, ou agitar mãos blusas lenços ou faixas mais altos. De onde estava bem retirada da multidão a tudo assistia ocultando minha ansiedade.

De repente os gritos se tornaram mais forte e contínuo em resposta a presença deles no palco.
Minhas mãos suavam tremulas, meu peito parecia que iria explodir lançando meu coração ao palco, por um momento pensei em desistir e sair correndo para meu abrigo, meu canto onde meus segredos me protegiam... respirei fundo, ergui a cabeça, encostei em uma pilastra, como se ela pudesse segurar meu fardo de dor, estava cantando acompanhado eloqüentes pela platéia minhas mãos levantaram o binóculo sem a pressa de quem esperou tanto por este momento, lentamente o ajustei aos meus olhos onde avistei gigantes holofotes, estava tentando me orientar, olhei em volta tentando ajustá-lo. Vi o baterista movimentado ao frenético ritmo que me fez piscar várias vezes, parecia a minha frente, lentamente movi para a esquerda encontrei o saxofonista, voltei-me para a esquerda devagar, quase sem respirar para não perder o foco, quando o vermelho da guitarra coloriu as lentes senti um impacto tão grande que parecia atingida por um soco no estomago.Engoli saliva inexistente, tentei suavizar os ressequidos lábios passando a língua por eles, meu peito arfava e meus olhos buscava naquela potente tecnologia, tua face amada.

Recosta bem no fundo, longe da entusiástica platéia sabia que precisava vê-lo. Determinada, ajustei as lentes tentando reencontrar o foco reluzente de tua guitarra e lá estavam tuas mãos a segurarem firmemente, dedos firmes dedilhando-a, mãos de artista. Fui subindo, encontrei tua camisa alaranjada, Deus eu amava esta cor em você, lembra-se daquele casaco? Quando o vi sabia que tinha sido feito para você. Caiu como uma luva ficou lindo como sempre foi, será ainda que o guarda? Ou estará jogado e esquecido em algum armário?

Pela camisa entreaberta pude ver tua inseparável medalha segura pelo fino cordão de ouro que cismava em colocar entre os lábios quando estava nervoso, como naquela vez que esqueci o celular desligado por toda tarde exatamente no dia que te aconteceu um imprevisto, tinha que viajar, e não conseguia contato. Quando conseguiu falar, a primeira coisa que disse... já mastiguei todo meu cordão... risos, era sinal de perigo... mas também das pazes de teus beijos ardentes de tuas palavras que compunha as mais belas declarações de amor.

Teu rosto... Deus... a barba feita, cabelos desalinhados como sempre te dando um ar de garoto, tua boca em movimento, cantando ... para a platéia...para o mundo, como gostava quando cantava só para mim que entre risos sempre podia ouvir dizer que me amava... muito, fitando-me longamente com este olhos da cor do oceano e infinitamente maior, pois era a janela que me transportava para as portas do paraíso que meus sonhos tanto almejaram.

Deus... é ele, meu eterno amor, há poucos metros de distancia, no palco, no teu show, no teu mundo.
A lente ficou turva, lágrimas desciam copiosamente por minha face, uma dor física me invadiu fortemente fazendo-me escorregar pela pilastra até encontrar o abrigo do chão, pensamentos desatinado trazia o passado de lembranças onde o presente se fundia em uma imagem com o olhar perdido na platéia.

Teus olhos sorriam as manifestações enlouquecidas, gritavam teu nome em todos os tons, gestos, mãos erguidas, cartazes, onde os pedidos nítidos requeriam tua atenção... teus olhos vagavam acompanhando em um misto de alegria e encantamento.
Olhos para o flash, foi como me disse um dia. Que era um olhar reservado á todas outras garotas do mundo... que para mim sempre seria um único e eterno olhar.
E agora? Que olhar era este? De flash? E se pudesse me ver, me olharia de novo como se tivesse me inventado? Como se tivesse me feito nascer a partir de teu olhar?

Levantei-me cambaleante, tonta, ouvindo o frenesi se tornar mais acentuado, você jogava rosas...a toalha que usou para secar teu rosto...como se doasse um pouco de você...e tudo de mim.

Às vezes vivemos em minutos, muito mais que em dias ou meses, minha mente parecia entorpecida diante da lente que deixava você tão perto quanto eu queria estar, teu rosto, teu sorriso, teu corpo... você do jeito que eu sempre amei... no mundo que não conhecia...no palco...na fama...tua vida, tua carreira, teu destino.

Sai caminhando devagar, virar as costas me custou muito... muito mesmo... nunca saberá o quanto...
A menos que um dia queira assistir um show... em um palco diferente... cheio de galhos e flores... talvez se quiser se juntar á platéia dos passarinhos... ouvindo somente o som de minha flauta, que mesmo tocando baixinho pode-se ouvir além do horizonte...

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de Elias Akhenaton

O Voo Livre da Poesia

A poesia é concebida livre na nascente
Do coração. Não dar para ser medida
À grandiosidade, à força da corrente.
São emoções... Retratos de uma vida...

Que escorrem do peito para a caneta,
Num papel em relevo de espinho e flor -
São Marcas, Impressões d’alma do poeta,
Que canta seus versos na verve do Amor.

Há quem diga que sua emoção fica nos dedos.
Ledo engano! Fica mesmo é no coração
E lá não existem sentimentos em segredos.

À janela de sua alma está sempre aberta,
Tudo é mostrado e é motivo de inspiração.
Assim, à poesia voa em suas asas. Liberta!

-**Elias Akhenaton-**-
http://poetaeliasakhenaton.blogspot.com.br/
http://eliasakhenaton2.blogspot.com.br/

Páginas

Subscrever Dedos

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma