Dia

Foto de Agamenon Troyan

"ESTOU VOLTANDO..."

“ESTOU VOLTANDO...”
(Um conto africano)

De: Agamenon Troyan

Um jovem angolano caminhava solitário pela praia. Parou por alguns instantes para agradecer aos deuses por aquele momento milagroso: o deslumbramento de sua terra natal. O silêncio o fez adormecer em seu âmago, despertando inesperadamente com o bater das ondas sobre as pedras. De repente, surgiram das matas homens estranhos e pálidos que o agarraram e o acorrentaram. Sua coragem e o medo travaram naquele momento uma longa batalha... Ele chamou pelos seus pais e clamou pelo seu Deus. Mas ninguém o ouviu. Subitamente mais e mais rostos estranhos e pálidos se uniram para rirem de sua humilhação. Vendo que não havia saída, o jovem angolano atacou um deles, mas foi impedido por um golpe. Tudo se transformou em trevas...
Um balanço interminável o fez despertar dentro do estômago de uma criatura. Ainda zonzo, ele notou a presença de guerreiros de outras tribos. Todos se demonstraram incrédulos no que estava acontecendo. Seus olhos cheios de medo se indagavam. Passos e risos de seus algozes foram ouvidos acima. Durante a viagem muitos guerreiros morreram, sendo seus corpos lançados ao mar. Dias depois, já em terra firme, o jovem angolano é tratado e vendido como a um animal. Com o coração cheio de “banzo” Ele e outros negros foram levados para um engenho bem longe dali. Foram recebidos pelo proprietário (senhor do engenho) e pelo feitor que, com o estalar do seu chicote não precisou expressar uma só palavra. Um dia, em meio ao trabalho, o jovem angolano fugiu. Mas não foi muito longe, pois fora capturado por um capitão do mato. Como castigo foi levado ao tronco onde recebeu não duas, mas cinqüenta chibatadas. Seu sangue se uniu ao solo bastardo que não o viu nascer.
Os anos se passaram, mas a sua sede por liberdade era insaciável. Várias vezes foi testemunha dos maus tratos que o senhor aplicava sobre as negras, obrigando-as a se entregarem. Quando uma recusava era imediatamente açoitada pelo seu atrevimento. A Sinhá, desonrada, vingava-se sobre uma delas, mandando que cortassem-lhe os mamilos para que não pudesse aleitar... O jovem angolano não suportando mais aquilo fugiu novamente. No meio do caminho encontrou outros negros fugidos que o conduziram ao topo de uma colina onde uma aldeia fortificada – um quilombo –, estava sendo mantida e protegida por escravos.
Ali ele aprendeu a manejar armas e, principalmente a ensinar as crianças o valor da cultura africana. Também foi ali que conheceu a sua esposa, a mãe de seu filho. Com o menino nos braços, ele o ergue diante as estrelas mostrando-o a Olorum, o deus supremo... Surgem novos rostos estranhos e pálidos, mas de coração puro, os abolicionistas. Eram pessoas que há anos vinham lutando pelo fim do cativeiro. Suas pressões surtiram efeito. Leis começaram a vigorar, embora lentamente, para o fim da escravatura: A Lei Eusébio Queiroz; A do Ventre-Livre, A do Sexagenário e, finalmente a Lei Áurea. A juventude se foi. O velho angolano agora observa seus netos correndo livremente pelos campos. Aprenderam com o pai a zelarem pelas velhas tradições e andarem de cabeça erguida. Um dia o velho ouviu o clamor do seu coração: com dificuldade, caminhou solitário até a praia. Olhou compenetrado para o horizonte. Agora podia ouvir as vozes de seus pais e avós sendo trazidas pelas ondas do mar. A noite caiu cobrindo o velho angolano com o seu manto... Os tambores se calaram... No coração do silêncio, suas palavras lentamente ecoaram: “Estou voltando... Estou voltando”.

Carlostvcdr@gmail.com

Foto de Iris Limeira de Souza Santos

Todo dia...

Todo dia...
Escuto cada palavra sua atentamente para não perder nenhum detalhe...

Todo dia...
Aprecio o brilho dos teus olhos, porque cada vez que olho nos teus olhos me sinto mais feliz.

Algum dia...
Não estarei mais aqui!E quando isso acontecer vou procurar um anjo, para contar-lhe de todas as suas histórias e para que ele possa me invejar quando contar do brilho dos teus olhos

Eu te amo!

Foto de fer.car

DESTINO

Não tenho a pretensão de que meus versos toquem seu coração
Muito menos que sua alma seja mais piedosa para com a minha
Apenas escrevo como um desabafo por tudo que já vivemos
De tudo que partilhamos nesta vida tão efêmera e fulgaz
Nunca pensei que diria adeus e que ainda me amasse
Tanto tempo se passou, tantos sentimentos nos devastaram
E ainda hoje penso: o que foi que fizemos de nossos dias?
O que cometemos de erros? Foi o amor a razão de tudo?
Não penso que você queira meus beijos e afagos
Muito menos quis lhe fazer escravo deste amor
Disse sinceramente de meus desejos e delírios
Você se fez escravo porque quis, porque seu orgulho quis
Não posso ser responsabilizada pela sua tristeza ´
Pela falta de esperança com que vê a vida
Porque o maior de todos os males foi aquele dia
Em que fechou seu coração, e não perdoou
Achou que sua verdade era a verdade
E esqueceu que como ser humano que somos erramos
Não somos perfeitos, e longe de sermos um modelo de casal
Mas diante de todo o contexto, nos amamos
Isso não foi ao acaso, foi nosso destino

AUTORIA: FERNANDA CARNEIRO

Foto de fer.car

DESTINO

Não tenho a pretensão de que meus versos toquem seu coração
Muito menos que sua alma seja mais piedosa para com a minha
Apenas escrevo como um desabafo por tudo que já vivemos
De tudo que partilhamos nesta vida tão efêmera e fulgaz
Nunca pensei que diria adeus e que ainda me amasse
Tanto tempo se passou, tantos sentimentos nos devastaram
E ainda hoje penso: o que foi que fizemos de nossos dias?
O que cometemos de erros? Foi o amor a razão de tudo?
Não penso que você queira meus beijos e afagos
Muito menos quis lhe fazer escravo deste amor
Disse sinceramente de meus desejos e delírios
Você se fez escravo porque quis, porque seu orgulho quis
Não posso ser responsabilizada pela sua tristeza ´
Pela falta de esperança com que vê a vida
Porque o maior de todos os males foi aquele dia
Em que fechou seu coração, e não perdoou
Achou que sua verdade era a verdade
E esqueceu que como ser humano que somos erramos
Não somos perfeitos, e longe de sermos um modelo de casal
Mas diante de todo o contexto, nos amamos
Isso não foi ao acaso, foi nosso destino

Foto de Gaivota

** COM 100 GRAMAS DE SOL **

*

COM 100 GRAMAS DE SOL

De meu cérebro desgovernado fugiram as imagens poéticas! Os grãos de areia escaparam-me dos pés, vida sólida e cruel! Rouba idéias e sonhos. Da tinta que pintava o papel branco sobrou o nada da cor. Desce a lágrima sem tilintar, escorre límpida sem brilho, estremecida borra estrelas, que antes brincavam em minha cabeça empapada de risos.
Vida sem cor, pálida, eternizada nas pinturas descascadas! O tempo roubou, pegou o pedaço de mundo carregado de cor. Apagou sorrisos, escondeu a música da chuva e deixou-me na calçada vazia, fria, escura e triste.
Voltarei amanhã, jogarei tudo no lixo, comprarei 100 gramas de sol, planto no jardim, semeio, arranco ervas daninhas que insistem em danificar o sonho. Rasgo o coração, flecho a dor que não conheço, viro-lhe as costas, ponho-me a conversar com o primeiro reflexo de serenidade. Sei que é leve, suave e azul. Abrirei o sorriso guardado na caixa angustiante e um novo dia há de surgir.

RJ – 02/09/2005
** Gaivota **

Foto de Carmen Lúcia

Re(nova)ção

Caminho por calçadas e ruas...
Madrugada de lua e estrelas...
Confabulo comigo mesmo...
Em pensamentos,andando a esmo...
Seguindo a luz tênue do luar
Que preguiçoso, se esconde atrás das nuvens,
Para não ter que brilhar...exausto de iluminar!
Observando o cintilar das estrelas
Que,cansadas,já querem se apagar...
Logo estarei só...então virá a manhã...
Preciso encontrar novo caminho,mudar...
Antes que seja tarde,antes do Sol acordar...
Preciso me renovar,amanhecer diferente,
Reverenciar o dia,ser mais complacente,
Cumprimentar o Sol,dizer bom dia ao novo,
Reavivar a vida,agradecer-lhe a acolhida
Que por tanto tempo deixei vazia
Ouço os tropeços de meus próprios passos...
Que cansados,já não encontram espaço...
Agora só me acompanha a minha sombra
Já não há estrelas, tampouco o luar...
Cumpriram sua missão e foram se deitar...
Tenho que decidir pra onde ir...
Desfazer-me do fardo triste,enfadonho,
Despir-me do passado embrutecido,
Tornar-me leve,correr atrás dos sonhos,
Que se mantiveram adormecidos,esquecidos,
Enquanto eu me adentrava na solidão...
E a órbita de meu mundo era a escuridão.
Pronto!Fim do caminho...não há mais ruas...
Despojo-me de minhas vestes,sinto-me nua,
Entrego-as a minha sombra,que não mais me assombra
Que se espalha feito fumaça de incenso
Purificando-me a alma,despertando-me o bom senso
E some levando consigo a minha parte escura...
Volto-me aos primeiros lampejos da manhã...
Faminta e sedenta,aguardo as oferendas do amanhã.

Carmen Lúcia

Foto de Cecília Santos

MEU CORAÇÃO

MEU CORAÇÃO
*
*
*
Porque meu coração dói tanto,
Que dor é essa?
Que me sufoca,
Que me tira o fôlego,
Tudo me parece irreal,
Tudo me parece um pesadelo,
Um sonho ruim, que me faz chorar,
Tenho medo de abrir meus olhos,
Quero fazer de conta, que nada aconteceu,
Quero pensar no ontem, no anteontem,
Quando a vida era real,
Quando um bom dia, um beijo, um eu te amo,
Era parte da vida, e da realidade,
Queria tudo isso de volta...
Queria a vida que foi ceifada,
Queria continuar, vendo o tempo passar,
E voce do meu lado,
Ver o dia nascer, e a noite chegar,
Sabendo que voltarias pra casa,
Mas o sonho acabou...
Não posso viver assim, de olhos fechados,
Sei que a vida, segue a diante,
Como as águas, de um rio caudaloso,
Que corre seguindo seu curso,
Sei que esse caminho, que você percorreu,
Todos nós percorremos um dia,
Eu sei dessa triste verdade...
Mas, meu coração não sabe...
Ou sabe, e não quer aceitar,
Por favor coração entenda, e aceita os fatos,
Me ajude a manter, meus olhos abertos,
Me ajude a conter o meu pranto,
Me ajude a não sofrer tanto,
E em troca...coração!!
Eu te ajudo a voltar a sorrir.

Direitos reservados*
Cecília-SP/04/2007*

Foto de José Brás

DIGO-TE…

no princípio
o dia
habitava
os olhos
dos homens
e das mulheres

mais tarde
a soberba
cegou o homem
e tem a mulher
que o guiar
cruzando as trevas

às vezes
de tão intenso
o olhar da mulher
devolve ao homem
o dom da luz

não são raras
tais mulheres
raros são
e afortunados
os homens
que com elas
caminham na claridade

Foto de Cecília Santos

ANJOS & ARCANJOS

ANJOS & ARCANJOS
*
*
*
Na quietude desta noite procuro
Uma legião de Anjos
Pra me ajudarem a encontrar,
Sentimentos que, viraram uma
Colcha de retalhos,
Que foi costurado um à um,
E se perdeu no tempo.
Procuro uma legião de Arcanjos,
Que me ajudem a resgatar
Valores esquecidos.
Procuro, com os seres místicos,
O amor fraternal, que une as pessoas.
Procuro o sorriso, que se apagou
Nos rostos das pessoas.
Procuro a felicidade, que está
Cada dia mais distante.
Procuro a união, entre as pessoas.
Procuro sentimentos, e valores,
Que à tempos estão soterrados,
Por uma camada espessa, de cinzas
Mas que no fundo, ainda resta
Uma fagulha escondida, a espera
De um sopro, pra ganhar vida!
Os Anjos & Arcanjos, se encarregarão,
De reavivar essa chama, e trazer à tona.
Os sentimentos, e valores
Que nós, seres humanos,
Com tamanha displicência,
Deixamos num canto esquecidos!

Direitos reservados*
Cecília-SP/06/2007*

Foto de Cecília Santos

MANHÃ.

MANHÃ
*
*
*
Quando a manhã chegar.
Vestida de renda,
Quero te olhar!
Ver o sol te abraçar, beijar seus
cabelos, tirar o seu véu.
Quero te olhar!
Quero ver, a vida recomeçar.
Quando os pássaros alegres entoar,
uma linda canção, pra te acordar.
Quero sentir a brisa,
que vai perfumar, o seu dia.
Quero sentir o calor do sol,
que vai dourar o seu dia.
Quero te olhar!
Até o final do dia.
Quando você, com um beijo de,
adeus vai embora.
Dando lugar para a noite.
Que abre seu manto,
bordado de estrelas.
Quero dormir...
E acordar...
Sabendo que amanhã, você voltará.

Direitos reservados*
Cecília-SP/05/2007*

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