Encontro

Foto de Dirceu Marcelino

TEUS OLHOS VERDES e MEUS OLHOS VERDES - DUETO

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TEUS OLHOS VERDES

Teus olhos verdes são esmeraldas verdadeiras,
Cor dos sonhos e de esperança a ser vivida.
Resplandecem o brilho d’uma alma altaneira
E cravam na nossa de forma enternecida.

Soltam irradiações, de forma alvissareira,
Impregnam o ânimo e o prazer da vida.
Embora, Mulher seja esta a vez primeira,
Já queremos sempre perto em nossa lida.

Parece-me que te conheço a vida inteira
Pois, tu vives em meus sonhos refletida,
C’uma musa e ainda uma moça solteira,

Tem na imagem a suavidade contida
De um lago d’águas cristalinas a beira
Das margens e pronta para ser bebida... (Dirceu Marcelino)

*****

“Meus olhos verdes
escondem-se me
matas verdejantes
onde alí
moram o arco íris
de deuses
viajantes...
meus olhos verdes
achá-los?
como?
se estão dentros
de teu olhar
que se perdem
no horizonte...” (Lu Lena )

***

Recordo dos olhares amorosos,
Dos teus seios em belo colo arfante,
De teus cabelos castanhos, cheirosos,
Brilhantes. De teus dentes cintilantes
Refletindo sobre o clarão do luar,
Em cima das mansas ondas verdejantes,
Cobriam teus olhos verdes como o mar... ( Dirceu Marcelino )

***

“correndo pelos campos floridos
vestido esvoaçante
rosto ofegante esbaforido
meus olhos verdes reluzindo
ao teu encontro sigo
sorrindo...” (Lu Lena )

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LU LEÑA

Oh! L U L E Ñ A. Como tu me marcaste.
Aiii!. Esse dolor incessante em mi pecho.
Hasta hoy pienso, si me amaste
Y vivo soñando insatisfecho.

Recuerdo tu mirada amorosa
Tu senos em bello colo arfante.
Tus cabellos castaños, olorosos.
Brilhantes. Tus dientes centelhantes,

Reflejados sobre el claro de luna
Encima de las mansas ondas verdeantes
Cubriam tus ojos verdes como el mar.

Me recuerdo de algunos pocos instantes
A hora pido que dejes amarte
Virtulamente como te amé antes.

NB. Embate ou Duelo Poético entre Dirceu e Lu Lena no dia 13/4/2008

Foto de Lu Lena

ÂNSIA DE VOCE

a ansiedade aumenta
aos minutos
que antecedem à
esse encontro...
o tempo se aproxima...
chegará o dia...
olhares que se cruzam...
faíscando de desejo
do toque...
da pele...
do beijo...
em nossos pensamentos
apenas a materialização
daquilo que queremos
matar a fome da carne
do desejo e do tesão
a muito tempo...
a entrega...
o prazer...
de um só querer
fundir a alma
num só ser
só pra ter voce
e na plenitude do
gozo que sacia
me desespero
nessa agonia...

Foto de Lu Lena

SONHO AUSENTE

Olhos que lentamente acordam
ao amanhecer...
como se fossem duas janelas
que se escancaram dando
boas vindas ao sol...
que resplandecem com seu
brilho e em meu corpo
vem me aquecer...
por uns instantes fecho
novamente os olhos
e nesse devaneio
viajo até voce....
suas palavras são
como borboletas
que esvoaçam num
campo à cada alvorecer...
poetizando um bosque
com flores frescas do campo
exalando perfume em todo
o meu ser...
vejo meu corpo inerte
sob um mármore perdido
o vento sopra vultos com
véus esvoaçantes que
se perdem no horizonte
esculpido num jazigo
em letras reluzentes
aqui jaz um' alma morta
no passado...
acordo desse devaneio
não me encontro...
Estou viva
foi apenas um
sonho ausente
de voce...

Foto de Lu Lena

ENCONTRO E DESPEDIDA

Nossos corpos se tocaram
Nossas bocas se encontraram
Não podíamos mais resistir
Nossas almas íriam se fundir

Sem saber o que dizer
transmissão de pensamentos
olhos falavam nesse momento
num brilho latente escondido

querendo estravazar num
desejo ardente reprimido
almas criam raízes no chão
Imanizadas por essa paixão

Não queríamos mais dali sair
Mas tínhamos que partir
E nosso destino
cada qual teria que seguir

apenas encontro e despedida
coisas que acontecem
em nossa vida
não dá pra previnir

Cada qual já sabia
que um dia
iria se cumprir
vazio que iríamos sentir

louca e absurda paixão
de nós dois sem dimensão
selados num beijo sem fim
restou o perfume de jasmim

Foto de Lu Lena

SONHO AUSENTE

Olhos que lentamente acordam
ao amanhecer...
como se fossem duas janelas
que se escancaram dando
boas vindas ao sol...
que resplandecem com seu
brilho e em meu corpo
vem me aquecer...
por uns instantes fecho
novamente os olhos
e nesse devaneio
viajo até voce....
suas palavras são
como borboletas
que esvoaçam num
campo à cada alvorecer...
poetizando um bosque
com flores frescas do campo
exalando perfume em todo
o meu ser...
vejo meu corpo inerte num
jazigo em mármore perdido
o vento sopra vultos com
véus esvoaçantes que
se perdem no horizonte
esculpido num jazigo
em letras reluzentes
aqui jaz um' alma morta
no passado...
acordo desse devaneio
não me encontro...
Estou viva
foi apenas um
sonho ausente
de voce...

Foto de Sonia Delsin

INTROSPECTIVA

INTROSPECTIVA

Silenciosa olho o lago
O rio
O prado
Silenciosa olho o jardim
Sinto perfume de jasmim
Digo pra mim
O lago é tão plácido
O rio está sossegado
O prado renovado
O jardim tão bonito
A energia está em tudo que nos rodeia
Corro os olhos no infinito
Me calo ainda mais
E encontro um mundo de paz

Foto de Lou Poulit

A MONTANHA E O PINTASSILGO (CONTO)

A MONTANHA E O PINTASSILGO
(Parte 4)

A se catar, como passara a fazer diariamente durante os últimos anos, a montanha se surpreendeu com algo estranho, entre ramos franzinos de um jovem arvoredo. Já havia visto coisa parecida e sabia não ser nada que a natureza produza de boa vontade. Logo a brisa trouxe um cheiro desagradável e ameaçador de fumaça, e tudo então ficou claro. Aquilo era uma gaiola, dentro havia um pássaro aprisionado e do lado de fora uma rede. O pássaro preso cantaria o seu canto, isso provocaria outro pássaro da mesma espécie, que viria reclamar seu direito aquele território e pronto, ficaria também este aprisionado para o resto da vida. Só pode ser coisa de gente ― asseverou a si mesma ― em nenhum lugar do mundo a natureza é tão cruel por tanto tempo. Embora possa parecer também cruel, o fardo do Criador é leve e o seu jugo é brando. A alguns metros para baixo dois homens, um maduro e outro bem jovem, fumavam os seus cigarros de palha, e riam, sabia Deus do que, tentando não fazer barulho.

Indignada pelo uso das suas encostas para tais fins, ela pôs-se a matutar numa forma de fazê-los correr de ladeira abaixo. Depois, em um segundo passo, encontraria um jeito de libertar o bichinho, de quem já se compadecia por demais. Até porque, ele parecia um pouco com o seu querido pintassilgo. A montanha começou então a produzir uma série de truques, como fogos-fátuos e sismos comedidos, pequenos segredos de uma velha montanha que, entretanto, não surtiram o efeito desejado e ainda assustaram a bicharada. Impaciente, a montanha batucava numa laje com as pontas dos dedos, usando para isso a queda d’água de uma tímida cascatinha que havia por perto, quando o pássaro da gaiola começou a piar a cada vez com mais disposição. Era um indício certo de que logo ele estaria cantando a todo peito. Necessário se fazia que agisse mais rapidamente, o que, para uma montanha milenar, não é lá uma coisa das mais fáceis e cômodas, a se fazer naturalmente.

Como os homens se mostravam inabaláveis, talvez insensatos por sequer imaginar o imenso poder de uma montanha, pensando bem, por demais burros simplesmente, ela optou por tentar impedir que o passarinho desse vazão aos seus impulsos canoros. Para isso, ela se aproveitou de um ventinho e se aproximou do arvoredo dissimuladamente. Chegou-se bem pertinho e, respirando antes profundamente, entrou na gaiola. Todavia, tamanho foi o seu susto, que saltou do ventinho e recolheu-se nas suas profundezas. E lá perambulou durante algum tempo. Aquilo tudo mais lhe parecia uma peça do destino. Vagou por entre as suas lembranças sem fim, relaxou nas suas profundas escuridões, onde os sóis jamais chegaram, e banhou-se nos seus refrescantes lençóis subterrâneos. Reconheceu por fim, que poderia estar fugindo da verdade, e isso é algo que uma boa montanha jamais deve fazer. As montanhas são sábias e fortes. Vivem muito e é justo que o sejam. Não conhecer uma determinada verdade pode ser um direito, mas tentar impedir a sua revelação é uma idiotice, uma fragilidade. A mentira ou a ilusão podem ser mais agradáveis à razão em certos momentos, no entanto corrompem os sentidos de ser e existir. Estava tentando criar uma certa realidade paralela e perdendo com isso um tempo muito precioso, que talvez custasse caro a outros pássaros.

Outra vez tomou-se de ânimo e voltou à gaiola. E lá, todas as suas parcas esperanças se dissolveram, à luz claríssima do sol que já se erguera todo acima do horizonte. Não podia mais negar, era mesmo o seu pintassilgo e, misteriosamente, cantava como um menino. Mas que ironia cruel! Teria que tentar interromper a sua inspiração, depois de tanto tempo lamentando a sua ausência. E nem tinha naquele momento mais tempo para as suas reflexões, pois um outro pintassilgo, pleno dos arroubos naturais da sua evidente juventude, já cantava e fazia manobras rasantes cada vez mais próximas à rede, com intuito de intimidar o outro, um velho inconveniente e abusado, um intruso, imperdoável. Embora não pudesse concordar inteiramente, a montanha percebia os pensamentos e a determinação do jovem, corajoso e afoito como todos os jovens. Mas a Providência concede maior proteção a eles, e ela estava ali para exercer esse papel. Ao antecipar que no próximo rasante ele ficaria preso na rede, numa atitude exageradamente emotiva para uma montanha, ela pressionou suas entranhas com tanta força, que os gases subterrâneos liberados provocaram uma ventania súbita e empoeirada. Correndo para encontrar um abrigo, os homens se afastaram, sem se dar conta de que o ramo não suportara o peso e a gaiola havia caído na relva.

Os segundos tornaram-se angustiadas eternidades. Ela viu os ventos se enfraquecerem até pararem por completo. A gaiola tinha uma pequena porta corrediça que com o tombo se abrira, os homens voltariam para buscá-la a qualquer instante, porém desgraçado era o desespero da montanha, porque o pintassilgo não encontrava a saída. Pulava pra lá e pra cá, estranhava os poleiros que estavam então na vertical, pendurava-se nas varetas de cabeça para baixo, porém nada de sair. Enfim, o mais jovem dos homens chegou a tempo de fechar a portinhola, satisfeito por ver o bichinho ainda do lado de dentro, e voltar ao encontro do mais velho. E a cascatinha afinou-se mais ainda, como o choro triste da montanha, perdeu a ansiedade.

(Segue)

Foto de Carmen Lúcia

Libertação

Se minha vida é uma prisão,
E trago contida minha verdade,
Sorriso nos lábios é simulação,
Prazer no que faço, dissimulação...
A espontaneidade cabal falsidade...

Armo-me de coragem,
Cobre-me a camuflagem,
Esperando o momento oportuno
De rebelar-me, soltar-me, achar-me...

Nesse papel em branco, caneta em punho,
Traço meu plano de fuga, um tanto soturno,
O meu desejo insano ou mesmo profano
De correr ao encontro da liberdade,
Braços abertos à própria vontade...

Libertar em poesia tudo o que sou...
Recolher a fantasia que ainda restou,
Num expressar escancarado, nada forçado,
Dançando anseios na chuva que molha
E limpa meu corpo do que o deflora...
Trazendo de volta a alma que agora
Chora a emoção, liberta a expressão,
Sorri o livre-arbítrio, afaga o que aflora.

Carmen Lúcia

Foto de Sonia Delsin

CÉU ABERTO

CÉU ABERTO

É um convite.
Um convite irrecusável.
Céu aberto.
Minhas asas se curaram.
Vôo hoje de encontro a um mundo mais bonito.
Busco...busco... e alcanço o infinito.
Céu aberto.
Ninguém por perto.
Para agarrar minha mão.
Para impedir que eu me lance na amplidão.

Foto de Sirlei Passolongo

Por onde veleja o amor? (Sirlei Passolongo e Vinícius Motta)

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Me pediram um poema...
Alguns traços sobre o amor.
Mas minha lira restante numa face torta
Só sabe das entranhas horas
Em que o corpo bebe estrelas,
Em que o gozo saliva em dois as centelhas
Para afundar a noite no amanhecer...

Me disseram que era fácil versejar o amor
Mas não contaram do instante bandido
Em que a alma se perde insone
Em que a dor consome o sonho...
Não me ensinaram a versejar
Com o coração partido.

Deveras, as coisas do amor cabem
Além do fácil gesto de afiar
Credos em pulsações alfabéticas...
Não é velejar em seus navios,
Nem derramar-se inteiro em lábios.
Não! Seguir por essa estrada infindável
Compreende vícios que a lógica
Desconhece no romper do hálito.

Se mesmo assim me pedirem um poema
Que transcenda o âmago
Num verso em que a boca murmure
Esquecida do sal da lágrima
Direi que a minha lira é restante numa face torta
Porque o gosto amargo que a boca saliva
Embala no mesmo tom o encontro
E o desencontro do sonho...

Porque o amor tateia o imponderável
Com as mãos mais incríveis...
Por isso as palavras findam
Enquanto sangram incisivos
Os corpos apaixonados, enfim amados.

(Sirlei Passolongo e Vinícius Motta)

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