Errantes

Foto de NiKKo

Solidão

Quantas vezes eu sozinha em meu quarto
Desejei ter alguém ao meu lado pra me aquecer
Talvez a solidão me doesse tanto, como agora
Se eu tivesse mais alegria em meu viver.

Mas a solidão é minha amiga constante
E por causa dela eu descobri que posso voar
E percorro estradas de sonho e aventuras
Tendo muitos amores sem contudo, me entregar.

Sigo por esses caminhos que eu mesmo escolhi
Onde a alegria é uma bebida que sorvo lentamente
Pois para mim ela é tão rara e difícil de ser encontrada
Que quem me diz que é feliz, eu acho que mente.

As vezes acho que a solidão por mim se apaixonou
E por me amar, não quer mais me abandonar,
Por isso em forma de compensação
Deu-me o dom da escrita para do amor falar.

A solidão esta comigo há quanto tempo
Que não sei poderia viver sem ela ao meu lado
Mas acho que a ela é o único remédio
Que irá fazer meu coração ser remendado.

Coração esse que tanto amor quis lhe dar
E que por muito amar jamais ousou te prender
Mesmo que em troca tenha recebido a solidão
E descoberto que amar, nem sempre é viver.

E quem sabe um dia em futuro distante
Eu possa me olhar sem sentir amargura ou dor
Talvez eu descubra que fui usada pelos deuses
Pra derramar na terra as lágrimas benditas do amor.

E nesse dia eu sinto que a solidão
Era muito mais que uma amiga constante
Talvez eu veja que foi forma que meu anjo descobriu
Pra andar comigo nessas noites errantes.

Foto de Marta Peres

Rua de Pedra

Me perco nas ruas
ruas de pedra
no ato mecânico de andar,
meus olhos estão cegos,
cegos de lágrimas,
vejo apenas vultos
e rostos esquálicos
envolvidos no pensar
angustiante de mais um dia
de vida.

Mas é um dia tão igual
tão sem ar, sem luz.
Uma agonia me toma de assalto,
um transeunte chama atenção,
chega devagar,
senta-se num vago,solitário banco,
perto da praça.

Parei, o ar me faltou
sim era ele, ele que estava ali
na minha frente olhando,
sem me ver.

Levanta-se num rompante.
Sai em passos errantes.
Uma agonia pulsa em meu peito
Alí nas ruas de pedras
passos largos e cansados
em meio a multidão de rostos
sai em sentido oposto
destino oposto
ao meu...
Marta Peres

Foto de tchejoao

Pastor de Ventos

Errante, entre montanhas,
Pastor de Ventos me criei.
Sempre achado em terras estranhas,
Levado por ventos que não sei.

Andar, que a vida é ir-se,
Sem descanso nem apego,
Não seria pastor, se não partisse
No mesmo vento em que chego.

Meus caminhos não são tristes,
Nem alegres - Sequer existem!
Quem já soube de alguém
Que, nos ventos, algum caminho visse?...

Não sei porque insisto
Em tão desvairado ofício.
- Só se esses ventos, também,
Por alguma razão que desconheço,
Carregam, no seu vai-e-vem,
Os motivos por que existo.

Então, pastoreio ventos,
Por montanhas inalcançáveis.
Quando a vida julgar que é o momento
Certo para desabitar-me,
Que eu possa dizer dos ventos,
Que sopraram sem cansar-me:
Errantes – bem os sei -,
Porém, Notáveis! Notáveis!

Foto de tchejoao

Pastor de Ventos

Errante, entre montanhas,
Pastor de Ventos me criei.
Sempre achado em terras estranhas,
Levado por ventos que não sei.

Andar, que a vida é ir-se,
Sem descanso nem apego,
Não seria pastor, se não partisse
No mesmo vento em que chego.

Meus caminhos não são tristes,
Nem alegres - Sequer existem!
Quem já soube de alguém
Que, nos ventos, algum caminho visse?...

Não sei porque insisto
Em tão desvairado ofício.
- Só se esses ventos, também,
Por alguma razão que descoheço,
Carregam os motivos por que existo.

Então, pastoreio ventos,
Por montanhas inalcançáveis.
Quando a vida julgar que é o momento
Certo para desabitar-me,

Que eu possa dizer dos ventos,
Meus parceiros de alma e carne:
Bem os sei - mui errantes!
Porém, Notáveis! Notáveis!

Foto de Senhora Morrison

Oh! Gente amiga

Terás o dia
Oh! Gente amiga
Que do peito escorrerás
O pretume pertinente
De travadas batalhas
E corações doentes
De olhares incisivos
A um só umbigo (o próprio)

Musculaturas tensas
E línguas afiadas
Agridem almas
Mesmo que armadas

Chegarás o dia
Oh! Gente amiga
Em que a neblina do egoísmo
Exalada de nossos poros
Encobrirá todos os olhares
Endividando os dignos
Com tanta soberba
Que tomaram isso como benefício

Retornarás ao dia
Oh! Gente amiga
Inconscientemente a memória infante
Abaixo da sombra dos errantes
Onde de constante a derradeiro
Foram o teu e o sorriso alheio
Num todo verdejante, colorido.
Perguntarás enfim:
_ Como terás se extinguido?

Refletirás o dia
Oh! Gente amiga
Todo infortúnio e fúteis bravezas
De se por a vaidade
Do que a gentileza
Por um instante em seu leito
Perceberás
Que de com ferro as flores
E a tantos amores
A ferida estagna ao peito

Reconhecerás um dia?
Oh! Gente amiga
Que o sofrimento a ti pertence
Em ter sido tão pertinente
Virando as costas à divindade
De uma vida sem maldade
Em troca de satisfações temporárias
Em corridas contrárias
Devastando a si e a teu redor
Deixando tudo cada vez pior
Esquecendo-se do fato nocivo
Que para morrer basta estar vivo

Renegarás os dias
Oh! Gente amiga
Que os fantasmas de sua condolência
Nutridos com tanta veemência
Submeterá-lhes ao condigno penar
De para trás não poder voltar
Bestificado então com a demência antes honrada
Depara-se com a realidade macabra
De ter contribuído ao fim
De um mundo deixado não só a mim

Senhora Morrison
09/04/2007

Foto de Stacarca

Aos mortos

Aos mortos

Ó tu, podre que na terra enluta,
Disforme fado no letargo imerso
Da imunda carne a matéria bruta.

Ó tu, resto d'uma modorra, interno
De necrófagos em escôo co'o imundo
endocarpo, ignóbil prazer também?!

Ah, a bicharia, o festim importuno,
Os rins, a vaga, delírio a'lguém.
Qu'importa o patogênico não inútil?!

Se no esterno a dor berra infante,
O intestino o bicho rói, todo fútil;
As mãos, a pele, os olhos errantes.

U'a infecta ferida sempre derradeira,
O úmero falido, o lábio que osculava
Ali em putrefação. - Ó que nojeira.

Restos fecais à alimento aflorava,
C'um exicial fedor à todo vaporoso
De podridão. - Ó destino fatal...

O Coração carcomido. Que horroroso!
Ah! O clangor soa a nota tumbal;
Que baila a turva morte escura?!

- Dance co'o verme ao triste fim...
Em sequaz imerso, e tão enxuta,
O belo vurmo hei a cheirar enfim.

Stacarca

Foto de Chuva Heavy

estorninhos

Ah!Que bela noite passada...
Tomou-me por inteira
Fez-me prisioneira
Prendeu-me em suas asas.
No céu estrelas e luar
Faiscavam um brilho incessante
E nós,dois errantes,
Num caminho delirante
Passamos a sobrevoar
Seja meu laço do passarinheiro
Abra a porta dos nossos caminhos
Somos pássaros estorninhos
Nascemos para voar
E como diria o dicionário,
Não somos apenas pássaros,
Temos a negra plumagem a brilhar.
Sento naquela nuvem
Sinto que tu vens
Me acompanha...
Me envolve
Olho-te,amo-te sem dizer-te
Não há palavras em nosso jogo
Apenas os corações e seus pulsos
Apenas os desejos e seus impulsos
Aproximo-me,encolho-me,dissimulo-me
Não quero ceder
Percebes meu rosto enrubescer
E sem se constranger
Puxa-me num ato inconseqüente
Onde minha inocência aparente
Deixa-se esmorecer
E nosso canto
Outrora de prantos passa a entoar
E as paixões latentes
Agora patentes
Não tem mais do que se envergonhar.
As estrelas são sentinelas
Mas há quem olhe das janelas
O nosso ato sublime
Elevo meu vôo sem hesitar
Não há razão pra que eu me firme,
sem saber a arte de amar.

Foto de Chuva Heavy

estorninhos

Ah!Que bela noite passada...
Tomou-me por inteira
Fez-me prisioneira
Prendeu-me em suas asas.
No céu estrelas e luar
Faiscavam um brilho incessante
E nós,dois errantes,
Num caminho delirante
Passamos a sobrevoar
Seja meu laço do passarinheiro
Abra a porta dos nossos caminhos
Somos pássaros estorninhos
Nascemos para voar
E como diria o dicionário,
Não somos apenas pássaros,
Temos a negra plumagem a brilhar.
Sento naquela nuvem
Sinto que tu vens
Me acompanha...
Me envolve
Olho-te,amo-te sem dizer-te
Não há palavras em nosso jogo
Apenas os corações e seus pulsos
Apenas os desejos e seus impulsos
Aproximo-me,encolho-me,dissimulo-me
Não quero ceder
Percebes meu rosto enrubescer
E sem se constranger
Puxa-me num ato inconseqüente
Onde minha inocência aparente
Deixa-se esmorecer
E nosso canto
Outrora de prantos passa a entoar
E as paixões latentes
Agora patentes
Não tem mais do que se envergonhar.
As estrelas são sentinelas
Mas há quem olhe das janelas
O nosso ato sublime
Elevo meu vôo sem hesitar
Não há razão pra que eu me firme,
sem saber a arte de amar.

Foto de Paulo Gondim

Sentir-se só

Sentir-se só
Paulo Gondim
19.06.2006

Viver só? não vivo.
Como ninguém vive só
Se é que isto é viver
Em simples companhia
De amigos, de família
Como filosofia
Porque assim foi
Porque assim é
Nessa atrofia

Viver só? Não vivo
Porém, o caso é bem pior
Não vivo, me sinto só
Eis a pior solidão
Sentir-se só, isolado
No meio da multidão

E vejo o vai-e-vem constante
Das pessoas andantes
Umas pra lá, outras pra cá
Como fantasmas errantes
Macilentas, obscuras
Fugindo se suas amarguras
Fingindo vida, fingindo viver

E os dias se repetem
Um a um, de forma constante
Na frieza do tempo, que passa
Implacável, como devassa
Do que fomos e não fizemos
Sem direito a defesa
Sem qualquer clemência
Sem a complacência
De uma nova chance

O hoje é agora. Não resta demora
Agora é a vez, não há outra vez
Nem nova partida
O tempo não volta
Passou, nunca mais...
Viveu, muito bem!
Não viveu? Diga amem!
Porque esse tempo se foi de uma vez
Não volta jamais, não tem outra vez
Por isso essa angústia me faz bem pior
Não sei quem eu sou, um vulto talvez
E nesse conflito, me sinto mais só

Foto de paulobocaslobito

Um dia à toa a beira mar

Não vedes que do mar
Surgem errantes
Trinta e cinco mil feirantes
E a lua que há de vir
Traz bonança e bom provir,
Vento quente
E sol a monte
Mais quatro cantos de gente.
Tanta
Que nos castos
Muito contentes
São sandes raras
Em mil pacotes
De simples ostras
Desmesuradas e desnudadas,
Nas praias muas e amadas
Onde se amorenam
Ao sol.
Ah o sol
Que, fero e bravo;
O sol das lâmpadas
Que aos poetas faz brilhar
De mãos postas à janela
Com cintas cingidas
Às canelas
E, as mãos nos seios
Da mulher amada
Na luz da lua sentinela.

Ei-las ao longe
Ás portas do castelo
Na sombra do malogrado Otelo,
Como um Romeu que beija a alma:
... Que linda és!

Ao longe atende a calma
Que até sabe bem.
E, ai de Cristo
Aristo
Que se meta
Em maus apuros,
Ai de Cristo...

Terá então mais três furos
Senão se render ao mar
E calar
No seu vulto
Com fragor
Onde virá desabrochar
Uma flor.

Oh na espuma sussurram doces vozes.
São as donzelas
Do mar atrozes
Que singelas vieram
Como raparigas
Em belas vagas
No branco vestidos floridos
Que cheiros brotam da maresia
Odorando pelas avenidas
Na aventura tomadas
Indo-se emancipadas
Aos seus amantes beijarem.

É doce o verão
No mar tomado
Que as gentes em si
Andam buscando
E há de dar vaia
A quem não mora
Ao pé da praia,
É doce o verão

Há de saber da lua
E de seus amores
E nas ruas de centos de cores
Surgirá o vento engalanado
A cem por cento, invejoso.

O vento do verão
Que nas noites quentes
Te estarão esperando
Nas ruelas para te encontrarem
... Perdida.

Paulo Martins

Páginas

Subscrever Errantes

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma