Estrelas

Foto de Carlos Lucchesi

Jeep Willys 54

Tio Odilon era mecânico afamado na pequena cidade de Carvalhos, ao sul de Minas Gerais. Tia Marly que me desculpe, mas suas grandes paixões eram mesmo a pescaria de domingo, a cachaça do alambique e o velho Jeep Willys, ano 1954.

Naquele carnaval de 1998, levei um grupo de amigos para conhecer aquela cidade, minha terra natal. Éramos onze ao todo, e formavámos um bom time de futebol. Eu era o capitão e goleiro do time, e sabia mesmo como agarrar! Descobri esta vocação desde cedo, assim que arrumei minha primeira namorada.

Na quinta feira, depois do carnaval, embora já estivéssemos bem cansados pelas farras dos quatro dias; fomos desafiados, pelos rapazes do Muquém, cidade vizinha a Carvalhos, para uma partida de futebol e aceitamos prontamente. Só não nos demos conta de que estávamos nos metendo numa enrascada daquelas...

Tio Odilon logo se prontificou a nos levar no velho jipe, assim que terminasse os reparos necessários. Concordei na hora, pois chamar aquele caminho até o Muquém de estrada seria o mesmo que confundir Monique Evans com Madre Tereza de Calcutá.

Quando cheguei com a turma para ir ao tal jogo, ele ainda dava as últimas marteladas no motor pra ver se encaixava. Nem chave tinha o danado! Teria que fazer pegar mesmo no tranco, mesmo porque a bateria tava mais arriada do que calcinha em filme pornô. Os pneus dianteiros estavam tão carecas que, ele mesmo, batizou o da direita de "Ronaldinho" e o da esquerda de "Roberto Carlos". Estranhei ao ver uma ratoeira armada no assoalho do jipe. Segundo meu tio serviria para pegar alguns camundongos que se escondiam nos buracos dos bancos, mas pelo tamanho dos buracos e do queijo preso à ratoeira, suspeitei que ele havia economizado no comprimento dos bichinhos.

Foi difícil acomodar todo aquele pessoal no velho jipe. Só o Zaias, negro forte de quase dois metros de altura e centro-avante do time, ocupava metade da carroceria. Teve gente que precisou ir com os pés pra fora, e outros, mesmo com o traseiro.
Logo que saimos da cidade o "Roberto Carlos" furou. Alguém gritou: - "Pega o macaco!" Com tanta gente no jipe não havia lugar nem pra camundongo, quanto mais pra macaco! Levantamos o jipe no braço mesmo, enquanto tio Odilon trocava o "Roberto Carlos" pelo "Mike Tyson": nome que nós mesmos demos ao reserva, de tão careca que estava.

Quando tudo parecia resolvido, logo à frente, a gasolina acabou. Foi um desespero geral, mas tio Odilon, na sua sabedoria de mecânico, mandou que pegássemos cana na beira da estrada e torceu o caldo pra dentro do tanque...
E não é que o danado pegou mesmo! Funcionou tão bem que, alguns dos amigos que viajavam na parte traseira, juraram que viram sair algumas rapaduras do cano de descarga.

Logo veio a primeira subida e todo time teve que descer pra empurar o jipe morro acima. Alguém gritou: -"Liga a tração nas quatro rodas!" E quem disse que jipe 54 tem tração nas quatro rodas? Naquele tempo, ter rodas já era considerado um grande avanço tecnológico. Teve que subir mesmo na impulsão dos onze calcanhares.

Na descida seguinte, tio Odilon gritou: - "Desce pra segurar que o freio não agüenta!" No total foram vinte subidas e vinte descidas; sem contar com a que deixamos o jipe desembestar ladeira abaixo de tão cansados que estávamos.
Zaias logo gritou: - "Pisa no freio Odilon!" - "Ta querendo me gozar!", respondeu meu tio. O freio era como cachorro vira-lata: só ameaçava pegar.
O jipe desceu com tanta velocidade que o velho chapéu do meu tio foi acertar uma andorinha desavisada que passava logo acima. E, enquanto o carro descia ladeira abaixo, todos vimos ratos enormes pularem do banco pra fora do jipe e, os que ficaram, foram considerados suicidas.
Tio Odilon segurou-se firme no assento, mas como o assento não estava seguro em coisa alguma, foi jogado pro lado do carona, enquanto o volante girava mais solto e desgovernado do que bambolê em cintura de criança.
Passou com tamanha velocidade num buraco, que ninguém ficou sabendo como ele foi parar no banco de trás.
Aos seus sessenta e cinco anos de idade, achei que aquela seria sua última viagem, mas o danado parecia ter sete vidas...

Chegamos tão cansados ao local do jogo que, um engraçadinho chamou Zaias de "capa do Zorro" e ele não deu nem um tapa no sujeito.

O juiz era do tipo caipira. Alternava na boca o apito e o cigarro de palha, e era tão confuso que ora fumava o apito, ora apitava o fumo.

Ficou combinado que, ganharia a partida, quem fizesse os doze primeiros gols, e logo no primeiro minuto do jogo o juiz apitou um pênalti contra nosso time. Alegou invasão da área do adversário. Não nossa, do jipe, que havia desembestado novamente e invadido o campo.
Como capitão do time, incentivei: - Gente, vamos levantar a cabeça! Foi ai que recebi uma bolada no lugar mais temido numa partida de futebol, e pegou justamente na parte onde eu tinha acabado de incentivar.
Confesso que vi estrelas nesta hora, em pleno meio dia. A batida foi tão forte que o "atingido", da ponta esquerda foi pra direita, já pedindo substituição.
Pela enorme pontaria, percebi que só poderia ter sido coisa do batedor de pênalti do time adversário. Como não sou de levar desaforo pra casa, fui tomar satisfação e levei um tapa no pé da orelha.
Alguém gritou: - "Vai levar um tapa deste e ficar ai parado?" - Claro que não! Respondi. Corri pra bem longe do sujeito, antes que levasse o segundo.

Os adversários eram tão maiores que eu, que um deles me provocou: - "Ué, botaram o gandula pra pegar no gol?" Deixei o dito pelo não dito, quando vi o mascote do time da casa dar um pontapé no traseiro do Zaias, que, a esta altura, já se arrastava em campo.

Pra não alongar mais a conversa, basta dizer que com vinte minutos de jogo, estávamos perdendo de dez a zero e decidi deixar as duas últimas bolas passarem, pra acabar logo com aquele massacre.
Joguei a bola pra dentro da rede tão descaradamente que, em vez de "frangueiro", a torcida já me chamava de "Zé galinha".

Doze a zero foi o placar final e estávamos tão exaustos que nos esparramamos no campo. Mesmo assim, ainda tive forças pra questionar tio Odilon: - Que a gente viesse pra jogar, tudo bem que tava combinado, mas precisava trazer o jipe? ...E ainda tinhamos que carregar ele de volta.
Mas isso é assunto pra uma outra história...

Foto de Rose Felliciano

É tão longo o esquecimento....

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"Olhando distante o infinito,
Contemplo um céu tão bonito
Pelas mãos de Deus suspenso...
E penso....

É o mesmo universo
Que você olha agora
Embora, tão distante...
Distante de mim....

Já não somos os mesmos
Perdemos os sonhos no tempo...
E esse universo que eu tenho
É tão imenso pra mim....

Assim,
Escondo as estrelas no bolso
Mastigo as nuvens com gosto
E o azul do céu risco em giz...

Por fim,
Corto a lua ao meio
Parte é meu travesseiro
Na outra, deixo de espelho.

E espero,
Por dias e dias inteiros
Até o fim dessa vida
Sua imagem ver refletida...."(Rose Felliciano)

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*Mantenha a autoria do Poema*

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- Em um dos poemas do Pablo Neruda (Poema triste ou Poema XX), ele diz que "é tão curto o amor e tão longo o esquecimento..." acho que ele tinha razão...

Foto de Drica Chaves

Rabiscos Prateados

Desenhei chuva
Oh! Sim! Chuva de prata no meu jardim!
As flores sorriram o brilho argênteo assim
Feito raios lunares, as folhas emitiram
nuances reluzentes nesse ínterim.
Oh! Belo jardim!
Chuva de prata regou a natureza
Trouxe vida prateada ao jasmim
Fez as margaridas desabrocharem iluminadas
E as azaléias enfeitarem-se de pingos brilhantes
Muito interessante!
Um regato refletindo como espelho
A chuva de prata no meu jardim!
Pétalas de sonhos lançadas sobre um catavento de alegria
Felizes os pássaros em euforia
Cantarolavam uma suave melodia:
[ Pirilim, pirilim, chuva de prata no meu jardim!]
Seiva doce cobrindo a grama
plantada em um chão de estrelas
Fagulhas... fagulhas em direção ao horizonte
Onde viam-se girassóis como diamantes...
Oh! Sim! Chuva de prata inundou hibiscos
Água Clara
Entre os rabiscos
Enfim!

Drica Chaves.

Direitos autorais reservados.

Foto de CarmenCecilia

POR AMOR

POR AMOR

Por amor
Procurei-te nos meus sonhos
Imaginei-te caminhando
Ao meu lado
Fiquei com o coração descompassado
Em ritmo acelerado
Por amor...
Perdi-me para poder me achar...
E aí quem sabe te encontrar...
Aconselhei-me com a lua...
E brinquei com as estrelas.
Fui atrás daquele cometa...
Pra alcançar minha meta.
Por amor
Viajei pelas profundezas do mar
Em tempos de calmaria
Ou de tempestade
Fui metade ambulante.
Andarilho sem rumo
Com o semblante errante...
Mas a todo instante...
Tinha a ti em mente
Por amor...
Desenhei com as cores mais brilhantes.
Um mundo fascinante.
Nada me conteve
Nada me deteve
Pois por amor se escreve...
Nas areias do tempo
A todo o momento
Qualquer sentimento
Errei? Não sei... Nem questionei
Quis somar o meu sonho
Com outro sonho
Que também fosse seu
Para que assim você e eu
Não mais caminhássemos a esmo
E nada mais fosse o mesmo...
Simplesmente por amor...
Por amor simplesmente...

Carmen Cecilia

Foto de CarmenCecilia

POR AMOR

POR AMOR

Por amor
Procurei-te nos meus sonhos
Imaginei-te caminhando
Ao meu lado
Fiquei com o coração descompassado
Em ritmo acelerado
Por amor...
Perdi-me para poder me achar...
E aí quem sabe te encontrar...
Aconselhei-me com a lua...
E brinquei com as estrelas.
Fui atrás daquele cometa...
Pra alcançar minha meta.
Por amor
Viajei pelas profundezas do mar
Em tempos de calmaria
Ou de tempestade
Fui metade ambulante.
Andarilho sem rumo
Com o semblante errante...
Mas a todo instante...
Tinha a ti em mente
Por amor...
Desenhei com as cores mais brilhantes.
Um mundo fascinante.
Nada me conteve
Nada me deteve
Pois por amor se escreve...
Nas areias do tempo
A todo o momento
Qualquer sentimento
Errei? Não sei... Nem questionei
Quis somar o meu sonho
Com outro sonho
Que também fosse seu
Para que assim você e eu
Não mais caminhássemos a esmo
E nada mais fosse o mesmo...
Simplesmente por amor...
Por amor simplesmente...

Carmen Cecilia

Foto de CarmenCecilia

POR AMOR

POR AMOR

Por amor
Procurei-te nos meus sonhos
Imaginei-te caminhando
Ao meu lado
Fiquei com o coração descompassado
Em ritmo acelerado
Por amor...
Perdi-me para poder me achar...
E aí quem sabe te encontrar...
Aconselhei-me com a lua...
E brinquei com as estrelas.
Fui atrás daquele cometa...
Pra alcançar minha meta.
Por amor
Viajei pelas profundezas do mar
Em tempos de calmaria
Ou de tempestade
Fui metade ambulante.
Andarilho sem rumo
Com o semblante errante...
Mas a todo instante...
Tinha a ti em mente
Por amor...
Desenhei com as cores mais brilhantes.
Um mundo fascinante.
Nada me conteve
Nada me deteve
Pois por amor se escreve...
Nas areias do tempo
A todo o momento
Qualquer sentimento
Errei? Não sei... Nem questionei
Quis somar o meu sonho
Com outro sonho
Que também fosse seu
Para que assim você e eu
Não mais caminhássemos a esmo
E nada mais fosse o mesmo...
Simplesmente por amor...
Por amor simplesmente...

Carmen Cecilia

Foto de Sirlei Passolongo

Rosas no cabelo

Meu bem... Vesti
Meu vestido preferido
Coloquei rosas no cabelo
E um radiante batom vermelho
Ah! Ensaiei mil palavras
Diante do espelho...

Meu bem... Pedi a lua
Que não demorasse a chegar
Mas que atrasasse
A hora de partir...
Pedi às estrelas
Que não caíssem escondidas
E ao sol...
Pedi um eclipse providencial
Que ele viesse beijar a lua...
E deixar nossa noite
Ainda mais sensual.

E as palavras
Que ensaiei dizer-te
Foram engolidas pelo teu beijo
As rosas
Que enfeitavam meu cabelo
Perderam-se
No vestido do avesso
E o batom
Tatuou teu corpo
Pelo desejo.

(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora

Foto de Sonia Delsin

ROMÂNTICOS

ROMÂNTICOS

Somos dois românticos.
Dois sonhadores.
Sonhamos sonhos lindos, sonhos de amores.
Sonhamos com buquês de flores.
Ah, nós sonhamos... e esperamos demais do mundo, das pessoas e das coisas...
Amamos a vida.
Amamos o sol, a lua, as estrelas...
Amamos a natureza.
A beleza.
Somos dois românticos.
Tu me dizes que sofres por ser como és.
Eu não sofro por ser como sou.
Adoro ser romântica.

Foto de Enise

Almas Aladas

.
.
.
.
Voam como luzes azuis
Imunes às diferenças
Voam pelas querenças
Dos instantes refletidos
Em suas matizes...

Descansam felizes
Nos braços da madrugada
Deitam-se no colchão da noite
Cobrem-se com o manto das estrelas
Suas únicas testemunhas...

Impérios sob seus domínios
Exercem como as águas
Quietos fascínios
Sugados pela essência
De ser...somente ser...

Magnéticos acordes
Sublimes melodias
Eletrizantes sintonias
Voam mais alto que o supremo
Das suas próprias magias...

E como voam...

Enise

Inspirado no poema - Refino das Almas - de Hildebrando Menezes.

Foto de Maria Goreti

TOCA-ME (LEIAM OS DOIS POEMAS E COMPAREM, POR FAVOR)

A poesia concorreu em um dos Torneios de Parcerias da Comunidade, do Orkut, Navegantes das Estrelas.

TOCA-ME

Toca-me, como quem toca o piano!
Estuda a partitura
e, entre bemóis e sustenidos,
dedilha as minhas teclas com doçura.

Lê as notas cuidadosamente.
Percebe a harmonia e o ritmo
e, entre tons e semitons,
Invade o meu íntimo.

Toca-me como quem toca violino!
Alisa minhas cordas com teu arco,
roça minhas curvas com maestria,
deixando soar vibrante melodia.

Toca-me pianíssimo por sob a
lingerie preta de que tanto gostas.
Escreve com teus dedos em meu corpo
o mais belo poema de amor.

Entre suspiros e ais, toca-me!
Delicadamente, beija-me com carinho,
envolve-me com toda ternura,
como se eu fora... verdadeiramente tua.

E à espera do allegro triunfale
liquefeita me faço!

Toca-me...

©Maria Goreti Rocha & ©Verluci Almeida

(Devidamente Registrada no EDA /BN (Escritório de Direitos Autorais/Biblioteca Nacional)

...

COMPAREM, POR FAVOR COM O TEXTO ABAIXO E VERIFIQUEM O PERFIL DA AUTORA.

Sinfonia

Domingo, 29/06/2008 - 20:58 — Manu Hawk
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Toque-me como música,
doce, suave, eletrizante,
não importa...
Faça-me vibrar!
Dedilhe cada nota bem firme,
tirando os mais belos sons.
E como se fosse sua obra prima,
execute profundamente,
sua melhor sinfonia!
(por Manu Hawk - 26/05/2004)
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°
Respeitem os Direitos Autorais. Incentivemos a divulgação com autoria. É um direito do criador que se dedicou a compor, e um dever do leitor que apreciou a obra. [MH]

Veja a "autora" no link abaixo. Não esqueçam de ler seu perfil.
http://www.poemas-de-amor.net/blogues/manu_hawk/sinfonia

Obrigada,

Maria Goreti Rocha

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