Futebol

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

" A MELÔ DO JOGADOR VENDIDO "

“ A MELÔ DO JOGADOR VENDIDO “

Ola rapaziada, to com a conta recheada...
Sabe aquele gol que não marquei...
Pagaram-me uma bolada...
Nem suar eu suei...
É uma grande marmelada!!!

Que amor a camisa nada...
O importante é ter grana...
Fazer gol é uma roubada...
No futebol todo mundo é sacana!!!

Tem neguinho cheio da grana...
Só porque entregou o jogo...
Felipão foi considerado um banana...
E nem pode treinar a seleção de novo!!!

Trouxe o caneco e foi dispensado...
Como se tivesse traído a Nação...
O Parreira foi elogiado...
Por ter vendido aquele jogão!!!

Perna de pau que só fala pobrema...
Ta com o burro na sombra...
E o torcedor vive um dilema...
A desclassificação nos assombra!!!

É ,é, è são todos uns pangarés...
O importante é gritar...
A melo do jogador...
É, é, é 2010 vamos chorar...
O consolo é torcer, pra a Argentina ganhar!!!

Foto de Azul_Fogo

Balada do Homem Sólido





brincas com as pedrinhas e fazes muitas perguntas
saltas dos braços da tua mãe e olhas a tua volta, curioso
/como se a morte não existisse
vais para a escola e começas a esquecer
brincas e jogas futebol nos intervalos
e ensinam-te os ritmos e a submissão tranquila
/como se a morte não existisse

depois descobres o teu par e começas a passear
esquecido – corres e ris e bebes com os teus amigos
/como se a morte não existisse
na universidade, ignoras o fim da noite
saltas e cantas e depois estudas na véspera dos exames
/como se a morte não existisse

depois conquistas o primeiro emprego
já quase não fazes perguntas, continuas a viajar
/como se a morte não existisse
compras uma casa e começam a viver juntos
esquecido dos jogos e das pedrinhas
por duas noites foges de ti, enganando o dia
levantas os braços e sorris, contas e ouves piadas
/como se a morte não existisse

depois há um tempo em que tens filhos
cuidas deles e fazes por que aprendam a ser como tu
reais e concretos, sem perguntas, nem duvidas
/como se a morte não existisse
chegam os filhos dos teus filhos
continuas a fazer o que se faz para que o tempo flua
sem inquietação, entre festas e trabalhos
/como se a morte não existisse

depois morres



Carlos César Pacheco, 5 de Julho de 2008, madrugada


Nota: todos os textos neste espaço estão registados no IGAC, mas podem ser livremente copiados, desde que me mencionem como autor, tenham link para http://forteondaserena.blogspot.com/ e reproduzam esta nota, sem alterações.

Foto de carlos alberto soares

INFÂNCIA

BRINQUEDOS JOGADOS DE TODOS OS LADOS,
CARRINHOS ESPALHADOS POR TODA A AREIA,
A VELHA BOLA NOS PÉS, FAZENDO EMBAIXADA, DRIBLANDO CERTEIRO,
OS PÉS DESCALÇOS NO SOLO.
NO OLHAR VÃO OS SONHOS, NO ROSTO O SORRISO,

LÁ SE VAI O MENINO DA VILA, NOVAMENTE BRINCAR,
ENCONTRAR SEUS AMIGOS E NO FUTURO SONHAR.

CORRENDO NOS CAMPOS DE FUTEBOL, SE VENDO VESTIDO À CAMISA
AMARELA, A MESMA ETERNA, NUMERO DEZ, VESTIDA POR PELÉ.
ENCANTANDO COM GOLS, ABRAÇANDO MULHERES.

LÁ SE VAI O MENINO, NOVAMENTE À SONHAR.

A BELA INFÂNCIA DAS RUAS POBRES DA VILA, AOS POUCOS SE VAI,
O MENINO MUDOU, FOI PARA UMA CASA ONDE A RUA É BEM LARGA, COISA DE POBRE, MAS PARA QUEM MARAVA NA VILA É SIMPLESMENTE O ESPLENDOR.

JÁ FEZ NOVOS AMIGOS E NOVOS SONHOS ENCONTROU, MAS ESTÁ DEIXANDO DE SER MENINO, A SUA INFÂNCIA AO LONGE SE VAI.

O MENINO ESTÁ CRESCENDO, JÁ NÃO TEM TANTA CERTEZA DE PODER MUDAR O MUNDO, NÃO CONSEGUIU SER GÊNIO DA BOLA, AGORA SEGUE O MESMO DESTINO DE MUITOS OUTROS MENINOS, QUE COMO ELE VÃO CRESCENDO.

AGORA ELE VAI CONHECER NOVOS HORIZONTES, QUE SÓ UM HOMEM PODE VER.

QUE DEUS Ó ABENÇÕE, NO DESTINO QUE SEGUIR, POIS; SUA INFÂNCIA FOI BEM LINDA.

EU ESPERO VER NO SEU FUTURO DE HOMEM, O MESMO RISO DE MENINO, QUE SEMPRE, HAVIA NO SEU ROSTO.

Foto de Sonia Delsin

DE VIRADA É MAIS GOSTOSO

DE VIRADA É MAIS GOSTOSO

Quando me levantei hoje vi que o Brasil perdia para Alemanha de um a zero no futebol feminino. Tomei meu desjejum e desliguei o televisor. Pensei: vou caminhar que este jogo vai virar.
Andei pouco mais de meia hora e parei numa padaria. Vi que o Brasil já tinha revertido o jogo para três a um. Vibrei e comentei com o moço que me atendeu que as coisas surpreendem a gente.
As meninas são bravas guerreiras e eu as admiro muito.
A vida é assim também. Quando pensamos que estamos perdendo tudo pode mudar.
Sou uma pessoa para cima e nada me deixa caída. A vida me ensinou a reagir bem às cacetadas.
Recordo que certa vez jogava xadrez com meu filho e estava numa fase ruim da vida. Já estávamos numa partida há duas horas e deitei as peças. Ele ficou muito bravo e falou que não gostou nada de minha atitude. Ele tinha nesta época dezoito anos e me deu uma lição. Eu poderia até ter ganhado, mas desisti devido ao cansaço.
Gostei muito das nossas brasileirinhas hoje. Tomara que elas consigam o ouro tão almejado. É a glória para todo atleta.
Parabéns a todo o time.

Foto de Miqueias Costa

Guerreiras Medievais??

Guerreiras Medievais??

Às vezes penso, outras vezes reflito, mulher que não agüento, mulher que eu respiro. Ah! Mulher que sabe o que sabe... Sabe que quando passa encanta, que quando anda esbanja e nessa passada deixa visível o desejo de ser amada. Mulheres, mulheres... O que são? No que se tornaram? Será que se tornaram guerreiras medievais? Não! Não! Mulher, mulheres... Queriam espaço e esse lhe foi concedido. Queriam igualdade e obtiveram em vários aspectos. Hoje mulher é gerente, balconista, vendedora, administradora, motorista, médica, jogadora de futebol... Enfim, estão por todo o mundo, em todas as partes e partições, estão e vão ficar, como sempre unindo forças e tarefas de igual pra igual. Isso é bom? Ruim? Vai de cada um, de cada pensar. Não importa a resposta, mulher é sublime, um ser especial, o ser que recebeu o dom de conceber a vida. Não há uma sequer sem o seu admirador, por muitas vezes elas caçam e em outras deixam ser caçadas. Mulher é independente, mais por ser frágil necessita de carinho, de uma companhia inseparável, de beijos verdadeiros, de uma boa conversa, de promessas que não fiquem no passado... Precisam sim, de tudo isso e um pouco mais, assim como nós homens precisamos delas. Mulher não pode ser comparada com um evento, ela simplesmente é a realização por si só. Mulher é forte, é praticamente uma guerreira, não medieval, e sim contemporânea. Segue no tempo, o condutor de nossos passos, cria e recria o seu dia a dia. Trabalha em casa, trabalha fora e ainda coloca em sua programação um tempo para sua produção particular de beleza. Sempre mantém os cabelos impecáveis, unhas feitas e pintadas, cuida do corpo muitas vezes malhando, outras vezes com cirurgias cada vez mais intrigantes. Mulher tem muito para se falar, para homenagear, mas simples como o balançar das ondas do mar, quero registrar está singela mensagem para vocês mulheres, desejando que toda essa luta continue e que possamos viver num mundo melhor. Num mundo sem dor e sem preconceito. Onde possa haver respeito e integração. Desejo a todas um feliz dia internacional da mulher! Que o mar não se agite. Que as velas não se apaguem com o soprar. Que as rochas continuem sendo sustentadas. Que o amor exista e seja eterno, assim como o sorriso de cada mulher.

Miquéias

Foto de Drica Chaves

AMORAL

Da janela viam-se os mundos
Virados de cabeça para baixo
Nas mentes insanas
Sinal profano
Sinaleira vermelha.
Onde estão os verdes signos
da esperança sonhada?
Atrás dos montes azuis
Sentinela de luz
A arrebatar as moléculas, bolhas de hemáceas
incontidas nos arredores
Dores pungentes em seres frementes
Até quando?
Lados desiguais, fronteiras, o caos
Vão pedindo hospedaria
Nos becos, barracos e favelas
Jaz a sorte ou um norte?
Terra Brasilis
Futebol e Carnaval
Cachaça
E tudo é normal?!
AMORAL!!!

Drica Chaves.

Direitos autorais reservados.

Foto de Vadevino

SEM AMIGOS...

Sem amigos a vida
É dia sem sol,
Carro sem partida,
Domingo sem futebol.

Foto de Carlos Lucchesi

Jeep Willys 54

Tio Odilon era mecânico afamado na pequena cidade de Carvalhos, ao sul de Minas Gerais. Tia Marly que me desculpe, mas suas grandes paixões eram mesmo a pescaria de domingo, a cachaça do alambique e o velho Jeep Willys, ano 1954.

Naquele carnaval de 1998, levei um grupo de amigos para conhecer aquela cidade, minha terra natal. Éramos onze ao todo, e formavámos um bom time de futebol. Eu era o capitão e goleiro do time, e sabia mesmo como agarrar! Descobri esta vocação desde cedo, assim que arrumei minha primeira namorada.

Na quinta feira, depois do carnaval, embora já estivéssemos bem cansados pelas farras dos quatro dias; fomos desafiados, pelos rapazes do Muquém, cidade vizinha a Carvalhos, para uma partida de futebol e aceitamos prontamente. Só não nos demos conta de que estávamos nos metendo numa enrascada daquelas...

Tio Odilon logo se prontificou a nos levar no velho jipe, assim que terminasse os reparos necessários. Concordei na hora, pois chamar aquele caminho até o Muquém de estrada seria o mesmo que confundir Monique Evans com Madre Tereza de Calcutá.

Quando cheguei com a turma para ir ao tal jogo, ele ainda dava as últimas marteladas no motor pra ver se encaixava. Nem chave tinha o danado! Teria que fazer pegar mesmo no tranco, mesmo porque a bateria tava mais arriada do que calcinha em filme pornô. Os pneus dianteiros estavam tão carecas que, ele mesmo, batizou o da direita de "Ronaldinho" e o da esquerda de "Roberto Carlos". Estranhei ao ver uma ratoeira armada no assoalho do jipe. Segundo meu tio serviria para pegar alguns camundongos que se escondiam nos buracos dos bancos, mas pelo tamanho dos buracos e do queijo preso à ratoeira, suspeitei que ele havia economizado no comprimento dos bichinhos.

Foi difícil acomodar todo aquele pessoal no velho jipe. Só o Zaias, negro forte de quase dois metros de altura e centro-avante do time, ocupava metade da carroceria. Teve gente que precisou ir com os pés pra fora, e outros, mesmo com o traseiro.
Logo que saimos da cidade o "Roberto Carlos" furou. Alguém gritou: - "Pega o macaco!" Com tanta gente no jipe não havia lugar nem pra camundongo, quanto mais pra macaco! Levantamos o jipe no braço mesmo, enquanto tio Odilon trocava o "Roberto Carlos" pelo "Mike Tyson": nome que nós mesmos demos ao reserva, de tão careca que estava.

Quando tudo parecia resolvido, logo à frente, a gasolina acabou. Foi um desespero geral, mas tio Odilon, na sua sabedoria de mecânico, mandou que pegássemos cana na beira da estrada e torceu o caldo pra dentro do tanque...
E não é que o danado pegou mesmo! Funcionou tão bem que, alguns dos amigos que viajavam na parte traseira, juraram que viram sair algumas rapaduras do cano de descarga.

Logo veio a primeira subida e todo time teve que descer pra empurar o jipe morro acima. Alguém gritou: -"Liga a tração nas quatro rodas!" E quem disse que jipe 54 tem tração nas quatro rodas? Naquele tempo, ter rodas já era considerado um grande avanço tecnológico. Teve que subir mesmo na impulsão dos onze calcanhares.

Na descida seguinte, tio Odilon gritou: - "Desce pra segurar que o freio não agüenta!" No total foram vinte subidas e vinte descidas; sem contar com a que deixamos o jipe desembestar ladeira abaixo de tão cansados que estávamos.
Zaias logo gritou: - "Pisa no freio Odilon!" - "Ta querendo me gozar!", respondeu meu tio. O freio era como cachorro vira-lata: só ameaçava pegar.
O jipe desceu com tanta velocidade que o velho chapéu do meu tio foi acertar uma andorinha desavisada que passava logo acima. E, enquanto o carro descia ladeira abaixo, todos vimos ratos enormes pularem do banco pra fora do jipe e, os que ficaram, foram considerados suicidas.
Tio Odilon segurou-se firme no assento, mas como o assento não estava seguro em coisa alguma, foi jogado pro lado do carona, enquanto o volante girava mais solto e desgovernado do que bambolê em cintura de criança.
Passou com tamanha velocidade num buraco, que ninguém ficou sabendo como ele foi parar no banco de trás.
Aos seus sessenta e cinco anos de idade, achei que aquela seria sua última viagem, mas o danado parecia ter sete vidas...

Chegamos tão cansados ao local do jogo que, um engraçadinho chamou Zaias de "capa do Zorro" e ele não deu nem um tapa no sujeito.

O juiz era do tipo caipira. Alternava na boca o apito e o cigarro de palha, e era tão confuso que ora fumava o apito, ora apitava o fumo.

Ficou combinado que, ganharia a partida, quem fizesse os doze primeiros gols, e logo no primeiro minuto do jogo o juiz apitou um pênalti contra nosso time. Alegou invasão da área do adversário. Não nossa, do jipe, que havia desembestado novamente e invadido o campo.
Como capitão do time, incentivei: - Gente, vamos levantar a cabeça! Foi ai que recebi uma bolada no lugar mais temido numa partida de futebol, e pegou justamente na parte onde eu tinha acabado de incentivar.
Confesso que vi estrelas nesta hora, em pleno meio dia. A batida foi tão forte que o "atingido", da ponta esquerda foi pra direita, já pedindo substituição.
Pela enorme pontaria, percebi que só poderia ter sido coisa do batedor de pênalti do time adversário. Como não sou de levar desaforo pra casa, fui tomar satisfação e levei um tapa no pé da orelha.
Alguém gritou: - "Vai levar um tapa deste e ficar ai parado?" - Claro que não! Respondi. Corri pra bem longe do sujeito, antes que levasse o segundo.

Os adversários eram tão maiores que eu, que um deles me provocou: - "Ué, botaram o gandula pra pegar no gol?" Deixei o dito pelo não dito, quando vi o mascote do time da casa dar um pontapé no traseiro do Zaias, que, a esta altura, já se arrastava em campo.

Pra não alongar mais a conversa, basta dizer que com vinte minutos de jogo, estávamos perdendo de dez a zero e decidi deixar as duas últimas bolas passarem, pra acabar logo com aquele massacre.
Joguei a bola pra dentro da rede tão descaradamente que, em vez de "frangueiro", a torcida já me chamava de "Zé galinha".

Doze a zero foi o placar final e estávamos tão exaustos que nos esparramamos no campo. Mesmo assim, ainda tive forças pra questionar tio Odilon: - Que a gente viesse pra jogar, tudo bem que tava combinado, mas precisava trazer o jipe? ...E ainda tinhamos que carregar ele de volta.
Mas isso é assunto pra uma outra história...

Foto de diana sad

Eu quero, eu posso conseguir!

Eu quero, eu posso conseguir!

Eu não quero muito
Só a chance de poder olhar para fora
Desse mundo louco que apavora.
Eu te conheci e gostei
Tive chance e fôlego pra pular fora
Mas, algo brinca e te faz caminhar em câmera lenta,
Pras decisões praticas da vida.

Eu quero domingo no parque
Segunda sem preguiça
Futebol sem briga
Crença pela vida
Eu quero rock e energia
Eu quero esquecer minhas frescurinhas
Eu quero gente e gente
Eu arroz e feijão
Eu quero café e pão

Eu só quero te esquecer por um segundo apenas

Faz tempo que não lembro o que é esquecer de você
Se dormiu se acordou
Se sorriu ou se chorou
Se está de bom ou mau-humor
Se o trabalho deu resultado ou foi um saco
Se vai aparecer ou me deixar na mão

Eu só quero te esquecer por um segundo apenas.

Eu quero inverno, verão, outono e primavera.
Eu quero acreditar que vamos sair ilesos dessa
Eu quero ter sorte pra ver meus filhos nascer
Eu quero acreditar em cada passo que eu der em
Busca da felicidade.

Eu quero só te esquecer por um segundo.

11/06/08

Foto de diana sad

Eu quero, eu posso conseguir!

Eu quero, eu posso conseguir!

Eu não quero muito
Só a chance de poder olhar para fora
Desse mundo louco que apavora.
Eu te conheci e gostei
Tive chance e fôlego pra pular fora
Mas, algo brinca e te faz caminhar em câmera lenta,
Pras decisões praticas da vida.

Eu quero domingo no parque
Segunda sem preguiça
Futebol sem briga
Crença pela vida
Eu quero rock e energia
Eu quero esquecer minhas frescurinhas
Eu quero gente e gente
Eu arroz e feijão
Eu quero café e pão

Eu só quero te esquecer por um segundo apenas

Faz tempo que não lembro o que é esquecer de você
Se dormiu se acordou
Se sorriu ou se chorou
Se está de bom ou mau-humor
Se o trabalho deu resultado ou foi um saco
Se vai aparecer ou me deixar na mão

Eu só quero te esquecer por um segundo apenas.

Eu quero inverno, verão, outono e primavera.
Eu quero acreditar que vamos sair ilesos dessa
Eu quero ter sorte pra ver meus filhos nascer
Eu quero acreditar em cada passo que eu der em
Busca da felicidade.

Eu quero só te esquecer por um segundo.

11/06/08

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