Garganta

Foto de Carmen Vervloet

Falar de Saudade?

Se eu for falar de saudade
Vou ter que voltar no tempo
Vou ter que retroceder na idade
E buscar guardado um ilhado sentimento.

Momento sublime que ficou pra trás
Escondido em segredo na terra do coração
E porque não fui nem audaz ou capaz
Perdi-o, num vacilo, em tumultuada estação.

Agora o busco com um nó na garganta
Chorando o meu amargo desgosto
Não soube cultivar emoção tão santa
E só em saudade vejo seu rosto.

O tempo chora o desespero da perda
Gestos impensados de um coração imaturo
Que partiu por um desvio à esquerda
Em vez de transpor apenas um muro.

Já não há mais tempo pra lamento
A dor libera o açoite encharcado em agonia
Nas lembranças faço o meu acampamento
Busco num veleiro à deriva a perdida alegria!

Carmen Vervloet

Foto de A ciganinha

"Preconceito"

"Preconceito"

"Preconceito", palavra ríspida e sem berço
gerada no útero do mundo da desigualdade,
desconhece o amor, traz infortúnios
para àqueles que pagam o alto preço
da discriminação.

Idéias frias açoitam os abastados,
entre as barreiras do orgulho rompe-se a ponte
da fraternidade, fortalecendo a ganância.
Sofremos todos com o grito preso na garganta!

Penso, reflito
e questiono...
estes seres chamados de “humanos”,
que obrigatoriamente,
terão que colocar seus braços sobre os joelhos
como qualquer outro ser, não se rende
a igualdade?
-ou faz diferente?

Infeliz é aquele que pactua
com as injustiças sociais, sequer, imagina-se
sofrendo os mesmos constrangimentos.

-É quando o espírito não mais suportar
as tormentas, que seus infortúnios também
surgirá, a jornada é longa e vigiada!
nada ficará impune aos olhos do Criador!

Diná Fernandes

Foto de A ciganinha

Alucinação

Alucinação

No breu da noite, em meu quarto
Vejo apenas paredes e insinuação.

Busco a inspiração através do meu pranto,
Mergulho no meu campo de ação...
A fantasia de poeta, um tanto quanto
Atrevida, esta que nunca me diz não,
Que me envolve num manto
Queda o horror da solidão,
Banha-me no orvalho santo
Da madrugada, me embriaga como vinho em decantação.

Estrelas assistem meu pranto
A lua diz , chore não!
Me perco nas alamedas da ilusão
Meus fantasmas são tantos...
E os meus versos nascem como canto
Saltitando na garganta meu poema alucinação!!

Diná Fernandes

Foto de Sávila

O fim

Faz tempo que não escrevo e por necessidade de me sentir melhor resolvi voltar a escrever.

o fim

O amor é praga que devasta a vida, que corroem o ser, um dia sua vida é normal e prazerosa no outro você perde o rumo e a consciência.
O amor é um vicio que você pensa não estar viciada ate perder tudo o que antes de fazia feliz, ele te destrói e poucos conseguem se curar.
O amor é uma doença que só a fé te tira dessa agonia, só a fé te recupera do choque que esta a sua vida.
Pra que então amar? Só te da estase no começo e no fim não sobra nada.
De onde tirar forcas pra continuar? E o que vai te motivar se não o amor, então porque não parar? Se o amor você já sabe onde te levara? Levara-te novamente ao poço da amargura e da dor.
Que dor é essa que vem do estomago sobe ate a garganta e te da vontade de vomitar, vomitar o que te fez mal, o que esta te machucando por dentro.
Qual é o sentido da vida se tentar evitar o amor, a dor? Porque estamos aqui? Porque as pessoas em quem você mais confia te traem a confiança? Porque mentem sem a menor culpa? Enganam-te? Porque ainda tens coragem de dizer eu te amo se você destruiu tudo em mim, destruiu os sonhos que criei e que você ajudou a criar, destruiu a forca que antes eu tinha e que agora fico procurando algo no que me segurar.
Como uma só pessoa pode fazer todo esse mal e ainda acorda todos os dias como se nada tivesse feito e ainda mentem pra si mesmos que fizeram o melhor pra outra pessoa, o melhor é magoar? É mentir? É amar e ao mesmo tempo não amar? É trair a confiança? O respeito?
Como alguém pode olhar nos olhos de outra pessoa e mentir? Como há tanto mau assim? Como alguém que se diz tão apegado em Deus é assim?
Não tente amenizar suas maldades, não tente mentir pra si mesmo porque um dia você vai perceber que o mau que você fez também te fez mal. Porque eu não estou mentindo pra mim nesse momento mais você esta, pois eu ainda não acordo em paz comigo mesma. Pare de tentar ser a vitima, a vitima fui eu mais deixarei de ser e quem passara a ser vitima de você, será você mesmo.
Não te desejo mau, pois, esse mau não desejo, a ninguém. Não preciso te desejar mal, pois você mesmo o conhece e sabe muito bem selo.

Foto de Carmen Lúcia

O grito...

Lancei o grito...
Estridente, sibilante, penetrante...
Assim, à queima-roupa...
Que cala a boca...
Causa estardalhaço,
saído do profundo...
Vulcão em erupção
lançando labaredas
e agitando o mundo
como um terremoto,
cuja trepidação
cessa a respiração,
leva à perplexão.
Lancei o grito...
Há muito tempo contido,
escondido, reprimido...
Represado na garganta
que inflava minha alma
sufocada num gemido...
Lancei o grito de vida
que replica, que revida,
que dá vida...
Mostra a alma.
Grito de liberdade,
que invade...
Do livre-arbítrio.
Da minha vontade.

Carmen Lúcia

Foto de Robson Fraga

Recomeço

Chega uma hora na vida
em que tudo parece torto:
a música não rola,
o chope não desce,
e a cabeça não pára de rodar.

Qualquer palavra é xingamento;
a resposta ao "oi" é tchau!
Os minutos demoram a correr
e a estrada fica longa demais.
Não há luz no fim do túnel.

A poesia que antes despertava
teima em dar sono.
Os filmes da TV são repetidos.
Na agenda não há sobrenomes
e a linha está sempre vazia.

Na garganta apenas um nó
apertado pela culpa.
As entranhas contorcidas
insistem em gritar,
mas no vento não há eco.

Tô sozinho nessa imensidão.
Olho pro mundo e não vejo estrelas,
pro tempo e ele já se foi...
pra dentro e não vejo saída;
pra alma e quase desisto!

Paro pra pensar de novo.
Insisto em buscar caminhos.
Brigo com meus monstros,
me escangalho por inteiro.
No último suspiro derroto a soberba.
É hora de recomeçar!

Foto de Carmen Lúcia

O palco é seu...

Toma!O palco é seu...
Derrama sobre ele
todo o veneno infundado
e o mal que sempre escondeu,
roubando-lhe o sorriso guardado
que a vida não devolveu...

Destila o que há na alma,
o que guardou em segredo
e lhe queima as veias...
Um nó preso na garganta,
o soluço que não se abranda
na pele de uma personagem
vivendo sórdido enredo.

Não faça figuração...
Encarne a personagem
em toda a encenação...
Dá-lhe autenticidade,
aquela que ainda restou.
Solte as palavras às luzes dos refletores;
que elas reflitam, bem alto, as dores...
Segura as que calaram e perca as que se foram.

Tira a máscara que o sufoca;
a capa que os sentimentos tolhe...
Não ouça a música que toca...
Canto de sereia pra levá-lo de volta...
Sinta-se livre, respira o novo ar...
Seja protagonista de sua própria vida...
A do artista sempre o trai...

Carmen Lúcia

Foto de annytha

Amor de mão única!!!

Todo o meu ser se inunda com as lágrimas que derramo quando digo que te amo e o teu silêncio me mostra a tua indiferença! Dizes, porque não me queres? Por que não tenho o teu amor?
Com sorrisos procuro disfarçar a minha triste e grande dor, procurando não demonstrar o quanto dói tanta frieza!

Tu não podes imaginar como é difícil pra mim a arte de amar sozinha,
Como é difícil querer olhar-te e não encontrar em teus olhos, o brilho do amor em teu olhar;
Como é difícil tentar beijar-te e perceber que os teus lábios estão duros e frios como pedra,
Como é difícil tentar abraçar-te, e sentir que o teu corpo não reage ao meu abraço

Falo e tu não me ouve!

Então, o choro me invade a garganta e sem conseguir me controlar, deixo as lágrimas lavarem o meu rosto pra limpar toda minha tristeza...
Ai, como dói esse amor que me esmaga o peito, que me dilacera a alma, e mesmo assim, sinto que te amo cada vez mais, e sem poder afogar esse louco amor de mão única, choro pra esconder a minha dor em saber que estou amando sozinha.

Foto de Felipe Ricardo

A Viagem

De pranto faço minha doce saudade
Hoje vejo a lua como a min tu foste
Apresentada de forma gentil e calma
Mas a ti conselhos dei e me fiz apaixonado

Gosto estrdente este que em minha
Garganta estala este louco sentir que
Me embebeda e de voce tenho saudade,
Mas logo distante estou e só aqui fico.
Ah terra gelada no sopé de minha
Alta morada que de toda a terra
A min se rende em um olhar
Louco olhar voltado a um triste

Horizonte que como a minha
Essencia escura é, pois sem minha
Vida estou e só fico, te querendo
Menina te quero e te quero [...]

Foto de LuizFalcao

"Fica em Paz"

De Luiz Antônio de Lemos Falcão

Ao recolher-me, ainda forte o vazio,
Herança da ausência tua!...
Deitado, as memórias não me permitem um repouso.
E como dói essa presença que tais memórias me trazem!...Esse vazio tão cheio de saudades!...
E nos teus lugares preferidos, e em cada canto da casa, sinto-te ainda tão presente!...
Vejo passares de um cômodo ao outro nos teus afazeres diários e rotineiros,
E o cansaço que nos últimos dias, te afligia o corpo enfermo.
Vejo no rosto estampada a tua tristeza e no olhar as tuas alegrias que são os teus amores, os teus rebentos.
O Olhar teu, desvendando os segredos dos olhares nossos, decifrando-nos os sentimentos.
Das mãos tuas, o calor intenso do amor que nos aquece o coração.
Sobre as nossas cabeças, as mesmas mãos nos ungem de bênçãos,
E com orações protege-nos o teu amor, movendo o céu, o dedo de Deus ao nosso favor.
Longe, em nossa infância, vão buscar-te mais lembranças trazendo-te pelas mãos.
Novamente aos nossos ouvidos a doce voz do passado que embala o sono,
Ao mesmo tempo em que corrige os nossos erros com severas advertências.
Sinto no rosto, os peitos que naqueles dias mataram a minha fome,
Teu cheiro me faz descansar seguro.

Memórias!...
Levam-me de um lado para o outro e em segundos, tantas lembranças!
De tantos sorrisos, de muitas lágrimas, de esperanças e de força, muita força...
Quanta força em tão frágil ser!...Quanto ser em tão frágil corpo!...
O corpo... Cárcere, sofrido, doido!...Cansado de viver!...
Exausta, minha alma não descansa, e novamente vêem as lembranças.
Tão tristes... doídas...recentes! Novamente me põem diante da pedra fria.
Pedra... Aonde o teu cárcere envolto em mortalha, me fez chorar.
No desatar das amarras, descobria o corpo nú, ao qual novamente cobri com teus melhores vestidos.
Debrucei-me sobre o peito, ainda quente, do corpo pálido e inerte.
O coração em silêncio não fazia mais fluir em tuas veias a minha vida rubra.
Enquanto te olhavam os olhos meus, meu coração perguntava por ti:
Onde estavas minha vida? Para onde foras minha querida?
Onde estava o consolo de tua presença vívida?
Confuso, incrédulo da ausência tua, desesperava-me a saudade.
Saudade!... Salgada, molhada, brotada da lamina dos olhos, dói no peito, rasga a alma!
Quanta saudade se pode sentir, sem sufocar, sem morrer?
Quando enfim, com voz embargada e tremulante pronunciei a palavra adeus, ouvi em meu íntimo tua voz de criança dizendo-me:

“Não sofras...Fica feliz! Estou transpondo os portões da cidade dourada! Minha cidade amada...Meu lar! Vejo todos. Os que amo, me aguardam. Entre eles, o mais Amado! Nos braços Dele, do meu Senhor, de toda luta e dor, de toda lágrima, enfim... Descansar! Sei que sofres, pois também já senti essa dor, mas creia em mim...Tudo passa! O tempo é como a água que escorre entre os dedos e logo se vai. Há de chegar o dia em que estarás transpondo os mesmos portões e eu...Eu também estarei lá aguardando para te abraçar e tu estarás feliz assim como estou agora. Então, viva o tempo que tens da melhor maneira. Viva com intensidade cada segundo, cada momento até que chegue o nosso dia de estarmos juntos outra vez. Fica feliz! Fica em paz!”

E nesse consolo que não consola, novamente me vi chorando num misto de dor e de raiva...Tanta raiva!
E tanto amor! O amor que vinha do fundo das entranhas e que socava as vísceras até explodir na garganta um canto.
Melodias vibravam as cordas vocais e jorraram como um rio não represado, posto que os olhos secaram como a terra sem chuva.
Meu lamento era sonoro. E sonora foi toda aquela noite!
Enquanto outros velavam seus mortos, as notas sofridas fluíram alto... Muito alto na madrugada!
Meu corpo tremia levitando o meu lamento! Elevei as alturas minha dor em cânticos de amor e de saudades.
E nesse instante viajei pelo tempo. No passado distante e no recente.
E lembrei de tudo o que foi e não seria mais.
Pensei nos cantos vazios da casa. Nos olhares que estariam ausentes.
Nos sons dos sorrisos. Nas brincadeiras. Nos beijos molhados em minha face.
E na voz que sempre ouvia abençoar minhas partidas: “Deus te abençoe e te traga em paz”
Enquanto contemplava teu rosto em profundo sono, ouvi em meu espírito novamente ecoar as palavras:
“Fica em paz!”... “Fica em paz!” “Paz!...”

Estas últimas, porem marcantes lembranças, gostaria de esquecer e guardar apenas aquelas que sempre me farão sorrir, mais a vida não é toda feita de momentos felizes apenas, nem de presenças perpetuas, mais com certeza, alegres ou tristes, sempre presentes estarão as lembranças, e nelas mamãe querida, comigo sempre estarás, por onde quer que eu vá. “Te amo”

Em memória de minha mãe Maria de Lourdes Lemos Falcão.
De Luiz Antônio de Lemos Falcão. Rio 19/11/1998.

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