Hoje

Foto de VenOon

Sentimentos Lívidos

Hoje não consigo mais enxergar com os mesmos olhos,
Algo que antigamente era de fácil percepção.
Os sentimentos antes vivos, hoje estão mortos.
E se ainda não morreram, não têm mais salvação.
Gostaria de pôr a culpa em algum estulto,
Pois não me caberia o trabalho de explicar.
Mas meus pensamentos vivem em tumulto
Que qualquer faísca, algum inocente pode matar.
Sei que alguém pode se sentir ofendido,
Que essas palavras podem tocar o mais hirto dos corações.
Pode fazer um homem lívido, se confundir com as emoções.
E ainda machucar quem seja mais querido.
Gostaria de escrever por alegria,
Com certeza é melhor do que escrever por angústia.
Queria preservar a minha mente sadia
E não ser uma marionete de astúcia.
O tempo passou e com ele vieram as mudanças
O medo que eu sinto, não se explica, inefável.
E esse medo afastou de mim a esperança,
Que por qualquer sentimento estou inflamável.

Foto de Dirceu Marcelino

INSPIRAÇÕES DA BAIXADA SANTISTA

Talvez, seja
O ar praiano,
Essa brisa do mar,
Ou o vento minuano
Que nos faz amar...
Eu sinto essa magia
Quando estou nesse lugar,
E surge-me a vontade de poetizar...

Lembro-me muito de MARTINS FONTES...
Embora prefira as MUSAS...
Mas acredito que existem
Instantes
Em que esses vultos temos de avocar,
Pois foram deles as obras que lemos.
Que nos fizeram inspirar,
Em algo que escreveram
Em momento de inspiração
Como este poema
De amor e
Paixão,
Que não esqueço.
Jamais...

Escrito da mesma maneira,
Que o li há quarenta anos
E entreguei num bilhetinho,
A quem queria dar carinho
E a perdi por ter feito um pequeno
“plagiozinho”...

E, chamei-a ainda de "pomba",
Ei, "Faustão", porque, você não existia "põ",
Talvez fosse minha saída...

E, agora, quero tirá-lo(a) de minha cabeça,
Mas ele(a) não sai,
Parece que é meu, mas não é
Por isto te publico, sai!!!

“SONÊTO”

“Antes de conhecer-te, eu já amava,
Porque sempre te amei a vida inteira:
Eras a irmã, a noiva, a companheira,
A alma gêmea da minha que eu sonhava.

Com o coração, à noite, ardendo em lava
Em meus versos vivias, de maneira
Que te contemplo a imagem verdadeira
E acho a mesma que outrora contemplava.

Amo-te. Sabes que me tens cativo,
Retribues a afeição que em mim fulgura,
Transfigurada nos anseios da Arte.

Mas, se te quero assim, por que motivo
Tardaste tanto em vir, que hoje é loucura,
Mais que loucura, um crime desejar-te?”

(Autor: José Martins Fontes, nascido em Santos, (1884/1937 ).

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"O MESTRE""FERNANDO PESSOA"

“O MESTRE”
“FERNANDO PESSOA”

Onde estas que não me socorres...
Por onde anda o teu talento...
Fugiram as palavras, nada me ocorre...
Ajuda-me Mestre, alivia meu tormento!!!

Vasculho minha mente primitiva...
Em busca de sabias palavras...
Mas confesso minha mente não é tão ativa...
Se aqui tu estivesses à inspiração não me faltava!!!

Leio e releio teu precioso legado...
Mas me escondo diante de sua grandeza...
Viajo nos teus sonhos e fico extasiado...
Com o teor das suas laudas de grande beleza!!!

Hoje tento falar sobre tua historia...
Mas sou tão pequeno que jamais conseguiria...
Folheio os livros e procuro na memória...
Mas paro no seu retrato, já me dá alegria!!!

Foto de Bira Melo

LUXÚRIA E DESILUSÃO

O calor e a noite
O luar e a guarnição estrelar
O beijo e a ausência
Do diálogo abortado,
Do teu choro calado
Do meu riso debochado
Por teus projetos adulterados,
À espera da próxima poesia,
Do encanto que sentira
Ao conhecer o teu sexo
Tão cheio de tesão...
Tão desprovido de preconceitos
Que fragilizara meu coração!
Hoje , página suja e marcada
Na luxúria e desilusão.

S. CaraMelo *
* direitos autorais reservados.

Foto de Carmen Vervloet

MERGULHO SEM VOLTA

MERGULHO SEM VOLTA

Em sonhos...
Tramo em pétalas
caminhos e rastros...
Lanço-me no espaço...
Rompo barreiras...
Ultrapasso fronteiras...
Divisas que me separam de ti...

Perco-me no azul do teu
céu da boca...
Entrelaço minha língua
na tua língua louca...
Aconchego-me no teu abraço
que me envolve em laço
de prateadas fitas
tecidas com fios de luar...
Ah!...doce sonhar!

Acordo...
Olhos perdidos na imensidão...
Em sofreguidão
procurando você...
Não consigo te ver...
Dói este coração fecundo...
Hoje maribundo
Doente por você!

Ouço apenas
O sussurro
da tua voz rouca
a me chamar...
No desejo de saciar
a vontade louca
de me amar...
De selar este pacto de
infinda emoção...
Num mergulho sem volta
na insensatez
da paixão!...

Carmen Vervloet

Foto de madim_shakur

amar...

Outrora te procurei
nesses longos caminhos
que sao a vida,
hoje que ja te encontrei
es o fogo que me ilumina.

Nesse sentimento
que é o amor
nao ha quem o cria,
ele aparece sem favor
para nos completar
a vida.

Mas no meio de tanta
alegria
ha sempre uma desilusao
amar sem ser amado,
chega a ser mais duro
que traiçao.

Foto de Joaninhavoa

Beijos, mel...

Estou aqui e agora
bem presente! Mas hoje
logo pl`a manhã, fui sereia
e deitada sobre a areia
saboreei teus raios de Sol...
beijarem afoitos a minha pele!...

Óh! Beijos ardentes...
Paixão! Favos de mel sobre
o mel! Vinde leve levemente
como quem chama por mim
e assim em sussuros... d`amor
como é este de só te querer a ti!

Caminharei pl`os Jardins Encantados! Não serei Marília
nem rosa nem outros tipos
de flores! Serei só uma Joaninha
que voa voa sem parar... mas paira
no ar a contemplar!

E vendo vejo-te e beijo-te
num doce e refinado... desejo-te
hoje! Logo pl`a manhã
fui sereia fui amante e aceitei-te
como jamais havia feito...
foi deleite em meu leito!...

Joaninhavoa, in "Jardins Encantados"
(em 2008/02/10)

Foto de Ana Botelho

AMIGO É MESMO PARA SEMPRE

AMIGO É MESMO PARA SEMPRE...
Passar a infância no interior do Estado do Rio de Janeiro, com vida pacata, bucólica, como tantas outras crianças, que ali puderam conhecer a simplicidade e aprender o amar a essência que existe em cada ser humano, fez, definitivamente, a diferença para mim.
Quando chegava a época da adolescência, tínhamos que estudar das formas mais estranhas possíveis, ou saíamos para longe, em casas de parentes e amigos, ou ficávamos em sistema interno, em instituições particulares para jovens. E foi lá, justamente às margens do rio Paraíba do Sul,que conheci alguém muito especial, com uma gama de características incomuns, que vieram de encontro às minhas. Tornamo-nos grandes cúmplices em assuntos relacionados a poesias, músicas e a tantas outras afinidades, que só mesmo quem conseguiu se harmonizar com a natureza rústica e intocada, poderá entender o que preencheu cada minuto dos anos que lá estivemos. Uma lástima não termos guardado tantos poemas e registros que fizemos de situações inusitadas e muitas vezes até cômicas, ou trágicas...
À tardinha, quando ficávamos, as minhas amigas e eu, no pátio do referido internato, chovia aviõezinhos e outras dobraduras, com recadinhos carinhosos, através do gradil de madeira, que cercava o nosso espaço físico. Eram poemas lindos e bem trabalhados, que voavam do Clube de Futebol, onde os atletas da cidade treinavam( acho que até muito mais vezes que realmente necessitavam...rsrsrs). Aos fundos do internato, ficava a tal estrada fluvial cheia de corredeiras, que o meu especial a conhecia em suas detalhadas curvas, de tanto ir e vir entre remos e nados.
Chegara a época do vestibular, nos separamos... Os anos se passaram e cada um seguiu o seu curso natural, assim como as águas do velho Paraíba, que a tudo assistiram, mas foi observando o curso do rio, suas voltas , as pedras e as quedas, que aprendemos ver em nossa vida, para que servem e como elas nos colocam, a cada momento, diante dos nossos afins.
Como é bom ter isso tudo na lembrança e sentir agora as mesmas emoções, tal qual aconteceram.
Sempre apareciam notícias ou comentários saudosos e conjecturávamos onde estaria cada um morando e se ocupando do quê.
Os filhos nos chegaram e o tempo, senhor implacável e poderoso transformador da vida, atingiu a muitos com os seus sacodes, testes e até resgates desafiadores. E mais uma década se passou...Eu, a essa altura, já me encontrava cuidando sozinha de três filhos, que tinham entre seis e dez anos de idade, quando numa linda manhã de sol, o interfone tocou e o porteiro anunciou o nome do meu amigo tão lembrado em minhas constantes horas de poesias e divagações...cujo arquivo mental veio à tona imediatamente, era aquele companheiro do passado, que com um calhambeque ou uma vespa, percorria toda a distância entre as nossas cidadezinhas em estradas de terra, para nos vermos nos finais-de-semana, ou para passarmos as tardes e as domingueiras no clube onde nos dias que não tinham "feira", era um cinema de piso em declive, terrível para dançar, mas que achávamos tudo de bom (afinal, era aquele o nosso mundo e que mundo maravilhoso...) Respondi ao porteiro , entre palpitações e descompassos respiratíorios, que ele subisse, momentos preciosos esses... Estávamos de saída para a praia e ele achou ótima a idéia, só que não havia sequer uma sunga de adulto em minha casa. Brinquei, oferecendo uma das peças dos meus biquinis e foi com uma naturalidade ímpar que ele aceitou e se pôs a escolher ... Fui cuidar dos meus filhos e o deixei à vontade. Ao chegarmos à prainha de Itaquatiara em Niterói, nos acomodamos , cadeiras, cangas, brinquedos, foi quando ele tirou a roupa , fez alguns alongamentos e partiu correndo na areia com as tirinhas laterais se agitando ao vento ( só faltaram as bolinhas amarelinhas...rsrsrs).
-Olhem só, dizia eu aos meus filhos naquele instante, esse é um amigo de alma pura, tanto, que nem está aí para o que possam pensar ou falar dele com essa roupa esquisita, se dedicou à psiquiatria por entender a vida sob a ótica do amor.
Rimos muito e ele, definitivamente, caiu nas graças dos meninos também.
Hoje, como se tivéssemos planejado, moramos no mesmo balneário, num remanso onde a natureza, sempre presente, nos brinda a todo instante com uma vida iluminada. Ele é um respeitado profissional e excelente escritor e eu uma sonhadora incorrigível, entre os meus poemas, pinturas e leituras sem fim, mas conservamos ainda os traços que nos uniram: os versos e os "causos" do cotidiano. Quando nos encontramos, rimos muito ao falarmos do passado. Valeu à pena tudo o que aconteceu...
E ao ouvir, em qualquer ocasião, citações como " de médico , poeta e louco todo o mundo tem um pouco", imediatamente, a minha mente passa a caricaturá-lo como agora faço, aqui, em palavras de carinho a você, Zeus, meu doce amigo e parceiro pela eternidade...

Foto de Ana Botelho

SILENCIOSAMENTE

SILENCIOSAMENTE

Foi assim que você me chegou, familiar, sem rodeios, de um jeito habitual,
Como se fosse parte da minha vida e soubesse todos os meus segredos
Fazendo gracejos, veio ousado e adentrou, sem reservas, sorrateiro
Ocupando de maneira inédita e acertando em cheio o meu coração,
Manejou, como um velho parceiro, o carteado do amor verdadeiro
Implantou uma rotina, trocando os meus hábitos pelas suas manias
Que inconscientemente assimilei, numa simbiose sutil e total .
Quantos rodeios eu fiz, até chegarmos ao nosso primeiro beijo
Tantos desejos contidos, como me fazem bem só de pensar
Hoje eu quero saber se você ainda pode vir comigo, sem me dizer nada,
Ou se ao menos poderá, ao meu lado, sentir o frio da madrugada, Que me desperta e me deixa fixada nessas imagens, aqui tatuadas
Horas e horas sem fim... até que a luz da manhã devasse o meu quarto
E me conduza à dura realidade. Depois de tantos anos nos amarmos,
Amanheço mais um dia, me arrasto à varanda frente à longa estrada.

Então eu sonho, sedenta e plena, esperando que transponha o meu portão,
Para sentir o quanto e como você me quer... bastando que apenas sorria.
Não, não precisa me falar nada...a mim me basta que você possa entender
Que eu gosto muito de tudo isso e, que só você me faz viver com alegria.
Chama-me ao amor, ato sublime, o maior que já puderam inventar,
Pois não existe no universo, coisa mais grandiosa de se compartilhar,
E me arraste por horas, que absorta e lânguida escorregarei em suas mãos,
Deslizando sobre a minha pele, para que eu sinta a textura que é só sua
Numa troca de energias e sensações sublimadas, fomentando esse amor,
Numa química perfeita, que só pode entender, quem conseguiu experimentar,
E você vem e me chega, assim, feito dono da minha vida, dos meus anseios,
Mas saiba que se ainda me quiser eu me rendo, me entrego em bandeja, na mão,
Com direito a cores, sabores e sons, desde o nada ao tudo, além de todos os tons
Para que a partir daí, só a plenitude fale por nós, bastando que adentre pelo meu portão...

Foto de Joaninhavoa

Saí dos lençóis

Eu deixo a emoção fluir...
e a vida real aparece a sorrir!...

Hoje deixei os lencóis
por ti!
Hoje mudei os lençóis
por ti!
Hoje deitei mãos à obra
e lutei por nós!
E tarefa a tarefa das tarefas
a fazer fui fazendo e fiz! Graças
a ti! Deste-me forças, energia
e luz! Estou feliz
ganhei esta luta
na continua labuta
da nossa vida
em cruz!

JoaninhaVoa, in "Vidas Cruzadas"
(em 2008/02/10)

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