Horizonte

Foto de Carmen Lúcia

Inalcançável

Caiu do céu...
Anjo sem asas, refez minha doutrina,
minha rotina...
Estendeu meu horizonte, se fez ponte
sobre o abismo que habitava em mim.
Plantou flores na aridez de meu solo
de onde agora decolo...

Amor perfeito, não fosse tanta perfeição
que minha imperfeição endeusa
e minha consciência acusa...

Pra minha amargura, o mel,
Pra minha aflição, a paz,
Pra minha indecisão, o caminho,
Para meu coração, bálsamo que refaz,
a própria liturgia grávida de significação,
homilia pregada em notas musicais
entoando, suavemente, os meus ais.

Olhar que perpassa sem me ver
indo além do que se possa crer...
Palavras que calam meu saber
e me ensinam o que não sei...
E não sei nada, não sou nada do que julgo ser.

Viver é muito mais que existir...
É amar, é sentir, se doar, repartir.
Alma transparente que é sua,
pura e não posso alcançar...
Sigo seu percurso, acato sua missão.
Só não sei discernir o amor da veneração.

Que culpa tenho, coração?

(Carmen Lúcia)

Foto de Fernanda Queiroz

O Show

Em meio aquela multidão eu me sentia perdida. Por mais que imaginasse nunca cheguei a pensar que pessoas poderiam ser tão apressadas e barulhentas.

Na hora de reservar meu ingresso optei pela geral, pensei que assim passaria despercebida, a idéia de camarote não me inspirava privacidade e sim destaque e como jamais tinha assistido a show de uma Banda famosa ou qualquer outra tudo era novidade. Minha experiência se resumia nas quermesses organizadas pela Associação Comunitária da Vila onde o som da banda dominical entoava valsas enquanto desfilávamos entre barraquinha de jogos e doces e aguardávamos os fogos, estes sim eram a estrelas das festas. Ficar olhando para cima vendo um pequeno zumbido se transformar em imensas partículas colorida era um espetáculo, mesmo que ás vezes acarretasse lembranças nostálgicas, eu amava aquele céu pontilhado de luminosidade.

Enquanto tentava entrar em um enorme recinto, daqueles que se vê somente pela TV, empurrada para lá e para cá por uma multidão que parecia não conhecer as normas da boa educação, estava pensando o que tinha me levado a tomar esta decisão.

Já havia se passado quase dois anos desde que falei com ele pela última vez, neste tempo tão forte quanto às lembranças que sobreviveram estava meu medo de saber o rumo que ele tinha dado a tua vida.
Afastei-me completamente do mundo das manchetes, onde certamente ele sempre seria destaque. Não lia revistas, jornais somente seção de investimentos e cultura, TV canal fechado sobre economia e agricultura, assuntos fundamentais em meu trabalho.
É claro que sem que eu pudesse evitar ás vezes os ouvia cantando, no radinho de pilha de algum operário, nas grandes magazines de eletrodomésticos na cidade, na faculdade onde os rapazes bonitos e famosos fazem à cabeça das garotas que até tatuavam em teus corpos nomes juntamente a desenhos exóticos.
No principio sofria muito por isto, depois sabendo que nada podia fazer, passei a ignorar, afinal quem tinha mandado me apaixonar pelo ídolo do Rock?

Finalmente tinha conseguido entrar no estádio onde a multidão se aglomerava onde estar á frente era certamente um privilégio para expressar o fanatismo que alterava o comportamento das mais diversas maneiras.
E agora estava ali, há poucos minutos e metros de onde ele entraria, duvidando de minha sanidade em ter tomado a decisão de ir vê-lo. Talvez se não fosse próximo à cidade que estava a trabalho há dois dias, jamais teria ido. Fui exatamente para ficar dois dias resolvendo questões de Marketing, mas era impossível não ver todos os outdoors espalhados pela cidade. Minha primeira reação foi de pânico, queria voltar sair correndo ao fitar ele entre o grupo sorrindo, como sorriu muitas vezes para mim... Deus...as lembranças voltavam em avalanche fazendo meu corpo estremecer, meu coração disparava, como aquele ressoar de buzinas que soavam atrás de mim, foi quando me dei conta que estava atrapalhando o transito e com mãos tremulas segui em direção ao hotel onde me hospedara, parando somente em uma loja especializada onde adquiri um potente binóculo, se fosse levar esta loucura a frente ele seria necessário, pois pretendia me manter mais distante possível e algo dentro de mim gritava para ir...Eu iria.

Já se passava 1 hora do horário grifado nos cartazes, a multidão que formara era tudo que jamais tinha visto, parecia uma disputa de quem conseguiria gritar mais alto, ou agitar mãos blusas lenços ou faixas mais altos. De onde estava bem retirada da multidão a tudo assistia ocultando minha ansiedade.

De repente os gritos se tornaram mais forte e contínuo em resposta a presença deles no palco.
Minhas mãos suavam tremulas, meu peito parecia que iria explodir lançando meu coração ao palco, por um momento pensei em desistir e sair correndo para meu abrigo, meu canto onde meus segredos me protegiam... respirei fundo, ergui a cabeça, encostei em uma pilastra, como se ela pudesse segurar meu fardo de dor, estava cantando acompanhado eloqüentes pela platéia minhas mãos levantaram o binóculo sem a pressa de quem esperou tanto por este momento, lentamente o ajustei aos meus olhos onde avistei gigantes holofotes, estava tentando me orientar, olhei em volta tentando ajustá-lo. Vi o baterista movimentado ao frenético ritmo que me fez piscar várias vezes, parecia a minha frente, lentamente movi para a esquerda encontrei o saxofonista, voltei-me para a esquerda devagar, quase sem respirar para não perder o foco, quando o vermelho da guitarra coloriu as lentes senti um impacto tão grande que parecia atingida por um soco no estomago.Engoli saliva inexistente, tentei suavizar os ressequidos lábios passando a língua por eles, meu peito arfava e meus olhos buscava naquela potente tecnologia, tua face amada.

Recosta bem no fundo, longe da entusiástica platéia sabia que precisava vê-lo. Determinada, ajustei as lentes tentando reencontrar o foco reluzente de tua guitarra e lá estavam tuas mãos a segurarem firmemente, dedos firmes dedilhando-a, mãos de artista. Fui subindo, encontrei tua camisa alaranjada, Deus eu amava esta cor em você, lembra-se daquele casaco? Quando o vi sabia que tinha sido feito para você. Caiu como uma luva ficou lindo como sempre foi, será ainda que o guarda? Ou estará jogado e esquecido em algum armário?

Pela camisa entreaberta pude ver tua inseparável medalha segura pelo fino cordão de ouro que cismava em colocar entre os lábios quando estava nervoso, como naquela vez que esqueci o celular desligado por toda tarde exatamente no dia que te aconteceu um imprevisto, tinha que viajar, e não conseguia contato. Quando conseguiu falar, a primeira coisa que disse... já mastiguei todo meu cordão... risos, era sinal de perigo... mas também das pazes de teus beijos ardentes de tuas palavras que compunha as mais belas declarações de amor.

Teu rosto... Deus... a barba feita, cabelos desalinhados como sempre te dando um ar de garoto, tua boca em movimento, cantando ... para a platéia...para o mundo, como gostava quando cantava só para mim que entre risos sempre podia ouvir dizer que me amava... muito, fitando-me longamente com este olhos da cor do oceano e infinitamente maior, pois era a janela que me transportava para as portas do paraíso que meus sonhos tanto almejaram.

Deus... é ele, meu eterno amor, há poucos metros de distancia, no palco, no teu show, no teu mundo.
A lente ficou turva, lágrimas desciam copiosamente por minha face, uma dor física me invadiu fortemente fazendo-me escorregar pela pilastra até encontrar o abrigo do chão, pensamentos desatinado trazia o passado de lembranças onde o presente se fundia em uma imagem com o olhar perdido na platéia.

Teus olhos sorriam as manifestações enlouquecidas, gritavam teu nome em todos os tons, gestos, mãos erguidas, cartazes, onde os pedidos nítidos requeriam tua atenção... teus olhos vagavam acompanhando em um misto de alegria e encantamento.
Olhos para o flash, foi como me disse um dia. Que era um olhar reservado á todas outras garotas do mundo... que para mim sempre seria um único e eterno olhar.
E agora? Que olhar era este? De flash? E se pudesse me ver, me olharia de novo como se tivesse me inventado? Como se tivesse me feito nascer a partir de teu olhar?

Levantei-me cambaleante, tonta, ouvindo o frenesi se tornar mais acentuado, você jogava rosas...a toalha que usou para secar teu rosto...como se doasse um pouco de você...e tudo de mim.

Às vezes vivemos em minutos, muito mais que em dias ou meses, minha mente parecia entorpecida diante da lente que deixava você tão perto quanto eu queria estar, teu rosto, teu sorriso, teu corpo... você do jeito que eu sempre amei... no mundo que não conhecia...no palco...na fama...tua vida, tua carreira, teu destino.

Sai caminhando devagar, virar as costas me custou muito... muito mesmo... nunca saberá o quanto...
A menos que um dia queira assistir um show... em um palco diferente... cheio de galhos e flores... talvez se quiser se juntar á platéia dos passarinhos... ouvindo somente o som de minha flauta, que mesmo tocando baixinho pode-se ouvir além do horizonte...

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de Elias Akhenaton

Bons Sonhos!

Acreditemos nos sonhos, em sua magia,
Pois eles nos pertencem, com certeza.
Um sonho após outro, um novo a cada dia,
Cada um com seu colorido, sua beleza.

Quando a aurora mística raiar no horizonte,
Que tenhamos dentro de nós, a esperança;
No labor, no sonho, mas erguendo à fronte.
Ensina os pais desde os tempos de criança

Dizem que o sonho é ilusão, uma quimera.
Só que nos faz feliz, a cada nascer do sol!
Falo do sonho bom - dar sabor a vida, tempera.

Mesmo que não se realize, sonhar valeu a pena.
E quando os passarinhos cantarem ao arrebol,
Que venham os sonhos colorir à noite serena.

-**Elias Akhenaton-**-
http://poetaeliasakhenaton.blogspot.com.br/
http://eliasakhenaton2.blogspot.com.br/

Foto de Allan Dayvidson

CARMESIM

‎"O último poema da coleção POEMAS EXPERIMENTAIS fala sobre minha trajetória errante e a expansão de minhas concepções..."

E as cores não parecem ser bem vindas,
porque cinza é o concreto.
Mesmo a cor de seus olhos sendo linda,
estamos em branco e preto.

Já não vemos mais nada
e o mundo permanece sob a máscara desbotada e confortável...

Mas dê uma boa olhada em mim...

porque hoje eu estou aqui.... de vermelho carmesim.

CARMESIM
=Allan Dayvidson=

Ainda insistindo em fazer tudo por conta própria,
mas a vida parece um enigma cheio de soluções provisórias.
O que teria sido de mim sem o descuido
de permanecer naquele abraço mais um segundo?

Sempre forasteiro e fora do molde, eu vim de outra história
onde aprendi que as mudanças do clima fundamentam as memórias.
O que teria sido de mim sem essa curiosidade
pelo desenrolar de mais uma tempestade?

O céu muda de cor agora, enquanto as nuvens o devoram
e o horizonte me apavora...mas não pretendo me abrigar
Vejo o azul desabar, sinto a chuva começar a cair
e tudo que me sobra é o que ganhei aqui...
... meu vermelho carmesim.

Eu tropeço e sorrio, porque...
não conhecer todo o caminho faz a viagem valer a pena.
Meus atos mais legítimos foram os erros
pois meus planos falidos deram melhores poemas...

De gota em gota eu transbordo pelas fronteiras,
e minha chuva faz terreno novo, uma nação inteira.
Talvez eu ainda seja o mesmo tapando o Sol com a peneira,
mas não posso dizer que a vida passou em branco para mim...
e se o céu nubla hoje é em vermelho carmesim...

Foto de Carol Carolina

FIM DE TARDE...

FIM DE TARDE...

Um fim de tarde se aproximando
O sol fecha os olhos lentamente
As cortinas do dia vão se cerrando
Pintando de alaranjado o horizonte

Uma cena que sempre fico admirando
Os passarinhos esvoaçam sem parar
Um a um nas árvores vão pousando
Acomodados, um silêncio a pairar

Chega a noite e cobre com seu manto
Salpicado de estrelas cintilantes
Bela a lua surgindo é só encanto
Prateando os recantos mais distantes

Carol Carolina

http://poetisacarolcarolina.blogspot.com.br/

Foto de Delusa

Pôr-do-Sol

Entre céu e mar se retratava
A figura de uma fada
Reluzente e perfumada
Que manto de seda arrastava

Corri para ela que se afundava
Num horizonte cor de granada
E na água do mar espelhada
Estrada vermelha se marcava

Tudo rápido desapareceu
A estrada vermelha se sumiu
E o mar escureceu

E logo a seguir foi o céu
Que de vermelho se vestiu
Onde a fada se escondeu

Delusa

Foto de P.H.Rodrigues

Novo Dia

Naquele dia, o sol se pôs com um novo gosto,
o Amarelo não era mais o brilho do ouro,
e nem o Cinza a cor do chumbo.

Naquela noite, as estrelas brilharam mais fortes,
o caminho não era mais uma estrada,
Assim como o céu era mais do que azul.

Na manhã seguinte, a Lua não se foi por completa.
E sua janela, não estava mais fechada, estava aberta.
Os sonhos não eram mais sonhados, eram vividos.
E a coragem, e não o medo, estava ao seu lado.

A aventura era sua nova amiga.
E o horizonte o seu objetivo.
Sua maior arma era um sorriso,
que carregava em baixo de seus olhos, tão vivos.

Foto de Ayslan

Sinto sua falta

Essa força com que bates coração
posso descrever amor?
Então é esse sentimento que te faz tão forte?
É por esse amor que vives?
Não responda agora meus olhos podem gritar
Vejo através desse mar de lagrimas uma por uma posso te escutar
Posso te ver olhar para o céu todas as noites procurando aquele brilho
E conforme vai ficando claro seu olhar esperançoso
ofusca as marcas que as lagrimas deixaram em teus rosto...
Vejo-te atencioso olhando para o horizonte procurando aquele sorriso...
Agora em soluços apagando as marcas das lagrimas escuto você esboçar um tímido sorriso
(Sempre haverá um amanha.)
Então é por amor que bastes realmente tão forte para que seu amor te
escute...
(Onde quer que esteja)
(Amor sinto sua falta, sinto falta do brilho em teus olhos,
sinto falta de sentir teu coração bater no simples toque de sua mão,
sinto falta do seu abraço apertado agarrado no meu pescoço
sinto falta de todas essas pequenas coisas...
Sim eu sinto sua falta amor.)
(Volta amor.... :(
Estou sufocando em folhas preenchidas diversas vezes com as mesmas palavras...
Sinto falta de dizer “Eu te amo”

Para: Priscila

Foto de Carmen Vervloet

Arco-Íris

Na linha que traças no infinito
apontas para o início do fim...
Desenhas o céu, que bonito!
Acendes a sensibilidade em mim.

Grita minh’alma em sete cores
as maravilhas do universo sem fim,
fogem ligeiras todas as dores,
imobiliza-se a cena dentro de mim.

A vida pulsa dentro de tudo...
Nas nuvens errantes, pelos montes,
nos ventos com seu cantar agudo!

Pulsa no oceano, no ventre do chão...
Os olhos passeiam no vasto horizonte
chove alegria do meu coração.

Foto de Maria silvania dos santos

Ah é o amor!

Ah é o amor!

_ Ah é o amor!

Sem duvida é o amor, que em meu coração chegou e como o raiar do sol em meu horizonte brilhou...

_ Ah é o amor!

Que sem pedir permissão invadiu meu coração e me encheu de ilusão!..

_ Ah é o amor!

Que me faz viajar na imaginação, delirar de tanta emoção...

_ Eu sei que é o amor!

Que o meu coração, com toda intencidade tocou...

_ Não podia ser outra coisa a não ser o amor!..

Por amor, ao te ver eu não posso me conter, o meu sorriso explandi, as estrelas brilhão com mais intencidade, o azul do céu fica transparente, e eu a mulher mais contente...

_ Ah como eu queria!

Te sentir por um momento, te dar um abraço e no encaixe de nossos peitos sentir seu coração pulsar!..

_ Ah como eu queria!

As suas mão fortemente segurar, comigo te levar por onde eu andar!..

_ Ah como eu queria!

Com toda sessualidade bem baixinho em seus ouvido confessar, a intenssidade do desejo que em meu peito está a desabrochar!..

Autora: Maria silvania dos santos
silvania1974@oi.com.br

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