Indiferentes

Foto de Jardim

escura bruma que a noite produz

escura bruma que a noite produz,
o vazio neste bar perdido
em uma rua perdida.
minhas lembranças mais secretas
são estrelas caídas
de um céu sem piedade.
querendo ou não
sou parte deste drama
que a vida usa para dar
um sentido mais trágico
ao cotidiano.

como quem aguarda
os passos intermináveis das horas,
destilo silêncios, respiro surpresas,
fantasiando meus impossíveis
e recolhendo meus absurdos.

não há mais motivo ou propósito,
estou sobre um campo minado
à deriva pelas esquinas
dos meus próprios desvarios.
sílabas mortas, frases rotas,
monólogos
que pronuncio ou mesmo que calo
envoltos nas pétalas aveludadas
das flores da ilusão.

abro meus olhos cansados com esforço
e sinto um peso no ar, nas chamas
das minhas fomes.
desassossegos, abandonos indiferentes
aos mendigos que comem lixo nas praças.
tristeza com hálito de ribaltas antigas
de um teatro em ruínas,
abandonado a segredos densos,
alcovas gélidas onde perambulam
anjos deserdados.

alimento dragões
nestas noites de junho,
subverto a pauta do desejo,
bebo a doce violência
que escorre pelas ruas.
sou como o silêncio que habita a cidade,
desato nós, silencio desordens,
ouço os rios, dobro o riso, as blusas
como se dobrasse o tempo.
surpreendo os vazios, escuto gemidos,
recorto os versos
de qualquer santidade.
despertenço, desinvento a palavra amor.

Poema do livro Diários do Desassossego
A venda em http://sergioprof.wordpress.com
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Foto de José Herménio Valério Gomes

Dialogo no vazio

Foram tantas vezes
Que nos sentamos de costas para o Oceano
Negando-nos olhar o nascer do sol
Por um não sei que amargo motivo de vida
Dentro de um vai e vem de aves pesqueiras
Somos nós sentados,bem mais alto
Num rochedo em provavel queda
Indiferentes dentro de silhuetas
Que se refletem no azulejo do mar
Isto ė o cèu por um apelo
De que não decidimos,a posição.das estrelas
Tal como o destino das nossas vidas
Cada dia que passa
Ė como uma exclusividade
Que só acontece uma vez...

Zehervago 27 abril 2014

Foto de Paulo Gondim

O tempo e eu

O TEMPO E EU
Paulo Gondim
12/09/2013

Tentei ser eu mesmo
Na dúvida, esperei
O tempo passou lentamente
O tempo sempre se faz indiferente
Mas passa, independentemente
De minha vontade
De qualquer vaidade
O tempo passa

E como o tempo, as pessoas
Fechadas, ocupadas
Também indiferentes

E o que me resta?
Involuntariamente
De certa forma, ausente
Na minha procura
Do que sou e o que represento
Nesse palco torto
Num final de cena
No apagar das luzes

A vida segue
Ah, a vida exigente
De forma até inconsequente
Me bate à porta
Me pede sala
Diz que quer ficar

Nem sei o que é vida
Se Já se faz esquecida
Nem sei se vida ainda há...
Sei da solidão, no peito o nó
Nessa canção em dó
De pobre rima
De falsa estima
Cá, eu, mais uma vez, só...

Foto de Paulo Gondim

Dissimulação

Dissimulação
Paulo Gondim
02/11/2012

Eu te olhava de longe...
Na verdade, eu sempre te olhava
Desconfiado, para que não percebesse
Mas te olhava, como se fosse uma obsessão

E tu, nem pensavas, nem desconfiavas que te olhava
Fingias não me ver e os dias passavam indiferentes

Mas eu continuava a te olhar
A cada amanhecer com um novo dia
A cada ocaso que nos faz pensar na vida
Mas sabia que a cada alvorecer, a vida se renovaria

O tempo passou e eu continuava a te olhar
E tua indiferença também crescia
Ao ponto de cruzares por mim pelas ruas sem me ver

E teu olhar continuou cego, se fez cego a vida inteira
E hoje, no adiantado dos anos, nada mais tu vês
E se perguntas: Valeu a pena tanta dissimulação?

Foto de Edson Cumbane

O DIA DO SENHOR

Vós tendes injuriado ao Senhor
Quando perguntais: onde está o Senhor?
Mas eis que Ele vos ama e clama:
Vinde a mim e eu vos aliviarei.
Mas vós estais surdos e indiferentes!

Confiais nessas vossas bugigangas
E esqueceis que elas são traça
Que vos corrói o espírito e a visão!
Vós sois cegos, pois, rejeitastes a Deus!

Até quando? Até quando o pecado
Reinará sobre vós? Vós estais sem vida.
Vinde ao Senhor e vivereis verdadeiramente.
Vinde ao manancial de águas vivas
E nunca mais tereis sede!
Ide e lançai a rede
Ide e lançai no lado direito
E o Senhor vos alimentará!

Eis que essas estradas desaparecerão!
Não mais existirão: diz o Senhor.
Eis que esses edifícios e estátuas
Serão consumidos pela ira do Senhor!
Fazeis homenagens a deuses falsos
E desprezais ao Senhor!
Onde está o temor do Senhor?

Eis que essas delícias desaparecerão
Não mais existirão frutas na Terra
Até o dia da vingança do Senhor!
Até o Senhor restaurar a paz.
Até o Senhor exaltar os seus escolhidos
Não haverá paz na Terra: diz o Senhor.
Até o dia da restauração da nossa Jerusalém:
A Cidade de Deus, Jerusalém, Jerusalém:
A Cidade dos santos do Senhor:
O Deus da glória!

Foto de Bruno Silvano

Lembranças..

Dos saberes , dos brincares dos sabores
Das coisas que conseguimos
Das coisas que um dia amamos,
Das atividades insensatas, dos momentos inexplicáveis
Das brincadeiras inimagináveis

De cada cruzares, olhares
De cada entrelaces
Dos pulsos, da adrenalina
De cada risada, de cada impulso

De cada luar
De nós dois livres presos no ar
Das manhãs, das serenatas
Do pôr-do-sol, iluminando o nosso farol

Das primaveras que amadurecemos
Das flores que colhemos
Do nosso amor que brotou aqui dentro

Do tempo que procurávamos ser felizes
Das tempestades astrais de momentos de deslizes
Do brilho que encontramos em cada coração
Das afinidades da paixão

Dos sonhos incríveis
Das marés aos nossos pés fazendo-nos flutuar em um mar de esperança em pleno luar
Do nosso amor acima de tudo, das diferenças indiferentes,das coisas anormais
Do tocar dos sinos ao amanhecer, nos fazendo suspirar

Do encanto do recanto encantado onde costumava-mos no encontrar
Naquele mesmo canto onde cresceu aquela flor, onde a estrela se dispersou
E nos uniu em um único conto, onde o que importa é o amor

Das estradas que seguimos, que nunca se perdemos
Nesse mesma canto de surgimentos, acontecimento de nossos sentimentos
Dessas estradas da vida que nos encontrou, que nos reconciliou..

Das estrelas que liguemos que se tornaram constelações
Dos passarinhos que alimentemos que viraram belas aves
Das borboletas que transformamos em esperança
Do nosso amor que liguemos a um só coração

Foto de Carmen Lúcia

O que é morrer?

Morrer é ver truncados os sonhos,
não os deixar fluir, condená-los ao abandono,
é querermos ser diferentes do que somos,
carcereiros do que seremos e do que fomos
aferrando grades pelo corpo inteiro,
afastando o amor, quiçá verdadeiro...

Viver uma vida de ilusão,
querer dizer sim quando se diz não,
privar-nos de fantasias, indiferentes à poesia,
reprimir os sentimentos, dar vazão aos lamentos,
negar um gesto de carinho,
sentir a solidão, mesmo não estando sozinho.

Ser sombra que assombra ou mal assombrada,
ser sapo ou bruxa, nem príncipe ou fada
e no fundo sentir que não é nada...
 
Enfim, morrer é desconhecer o prazer
de envelhecer sem ter envelhecido,
de se apaixonar, embora não correspondido,
de pular o muro e se deparar com o desconhecido.
 
              _Carmen Lúcia_

Foto de Jessik Vlinder

A Crueldade de Um Toque

É simples assim? Tão fácil e controlável como demonstro ser? Tão insignificante? Irrelevante? Não... não pode ser.
Nós confidenciamos nossos corpos como muitos casais que estão juntos há anos nunca fizeram. Entregamo-nos da maneira mais doce e suave que dois seres podem fazer. Foi como se cada toque enunciasse uma declaração de amor. Como se cada beijo compartilhasse níveis cada vez mais altos de intimidade. Como se cada olhar... nossa... como se cada olhar fosse um pedido de submissão eterna! Uma corrente mais resistente nos envolvendo no mesmo elo...
Foi tão intenso e desmedido e sublime que prefiro pensar que não existiu. Sim, prefiro pensar que apenas sonhei acordada dentro das minhas ilusões. Porque é inaceitável! É inaceitável que simplesmente se resuma a NADA. Que não termine porque nem começou! Que não se repita porque simplesmente não era a intensão... Não, não! Como assim? Não era mesmo a intensão, mas é de se esperar que acontecendo como aconteceu todos os planos fossem alterados e todas as ideias repensadas... E é impossível que tenha sido assim só pra mim. Eu vi nos seus olhos! Não vi? Sim... eu vi, eu senti. Eu não sou idiota e não tenho costume de ver o que não existe, nem de me iludir com que não se deve... Eu vi.
Desabafei? Devo voltar à triste realidade agora? Sim...
Uma transa apenas e nada mais. Uma noite de carícias e orgasmos e olhares falsamente apaixonados. Uma troca de prazeres intensos e enlouquecedores. Uma partilha rápida de ideias complexas e de coisas supérfluas. Alguns sorrisos... alguns gemidos... silêncio...
Uma despedida fria e rápida. Um olhar, eu não sei, provavelmente um olhar superficial como todo o resto. Um meio sorriso...
Um reencontro, insosso (esperado). Um ‘oi’ frívolo e duas vidas que seguem totalmente distintas e alheias, independentes e indiferentes...
E assim eu prossigo, engolindo as insolências da vida e me conformando com um mundo superficial e leviano, com pessoas secas e temerosas, com casos resumidos a acasos e com a triste consequência de acabar me tornando assim.

Foto de poetaromasi

Cumplicidades

CUMPLICIDADES
(Rogério Martins Simões)

Observei-te, estavas, linda!
Bonita, como a rosa em botão!
Não te toquei, estavas ainda
Longe no teu olhar - eu não!

Afinal não te era indiferente.
Mas, enfim, lá por dentro vias
Que havia em mim algo diferente
Nos locais para onde ias.

Para compensar o tempo ido
Prometias em pensamento
Recuperar o tempo perdido
À força de um sublime momento.

Amor! Estavas tão linda
Bonita como a rosa em botão
Não te toquei, estavas ainda
Perto do meu olhar - tu não!

Finalmente teu coração reparou
E descobriste que eu existia
Teu amor em mim encontrou
E… foi tão lindo esse dia.

E foram tão longos os abraços,
Carentes, infinitos e diferentes.
Foram estes os nossos laços
Afinal não éramos indiferentes…

2003
(Caderno Uma Dúzia de Páginas de Poesia n.º 41)
E colectânea de poemas”INDEX-POESIS”
(ISBN 972-99390-8-X e Depósito Legal 249244/06)

(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.P. –
Processo n.º 2079/09)

http://poemasdeamoredor.blogs.sapo.pt

Foto de Rose Felliciano

COVARDES TAMBÉM SENTEM SAUDADES

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COVARDES TAMBÉM SENTEM SAUDADES

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“Quanto mais nos automedicamos
contra os reveses do amor,
mais susceptíveis ficamos.
A covardia é um coquetel que tomamos
com o intuito de nos tornarmos indiferentes.
Porém, nos esquecemos que a saudade
alimenta-se das nossas defesas
tornando-se assim, mais e mais resistente...” (Rose Felliciano)

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*Mantenha a autoria do Poema*

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http://www.rosefelliciano.com/visualizar.php?idt=2528551

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