Janelas

Foto de Sonia Delsin

RESISTÊNCIA

por que não eu? por que não nós?
eu me perguntaria

você já se esqueceu?
da rosa vermelha?
dos cravos?
das velas?
das margaridas tão belas...
do vento nas janelas

e do cheiro do pão assado?
cheiro bom do passado
apagar tanta coisa chega a ser um pecado

por que não eu?
por que não nós?
por que tantos nós?
por que o desamor onde reinava tanto amor?

estendo o olhar para um campo em flor
ali, ali, bem ali ainda mora a mesma mulher e o mesmo homem
ainda namoram nas espreguiçadeiras
embaixo das lindas paineiras
ainda existem
e
resistem
ao mal que lhes fizeram

Foto de marialaura

amor

"Abra todas as janelas que
encontrar e as portas também.
Persiga um sonho,
mas não o deixe viver sozinho.
Alimente sua alma com amor,
cure suas feridas com carinho.
Descubra-se todos os dias,
deixe-se levar pelas vontades,
mas não enlouqueça por elas.“

moranguinho

Foto de raziasantos

A Última Carta!

Há ultima carta.

Entre mil novecentos e trinta nove, quando estoura a segunda guerra mundial:
Estávamos com nosso casamento marcado, por opção de meu noivo com seu patriotismo, resolveu alista-se para a grande batalha, não sei se sabia o que o esperava...
Seus pais como eu tentamos persuadi-lo a desistir, de lutar, mesmo porque se abreviássemos nosso casamento ele não seria convocado.
Mas quando amamos verdadeiramente não podemos podar os sonhos de quem amamos seria como se quebrássemos as asas de um pássaro.
As famílias dos pracinhas reuniam-se para despedida:
Da cidade onde morávamos eles eram transportados por trens, para um destino que nem eles sabiam onde seria.

Marcos este empolgado e orgulhoso em sua farda engomada, e bem passada.
Marcha sorridentes em direção á estação, onde eu e seus pais já o esperávamos, juntamente com outras famílias.
Eu usava um vestido de organza florido, meu cabelo dourados solto:
Estava ali ansiosa e aflita me orgulhava de meu amor, mas sabia que nosso destino agora era incerto, neste momento Marcos perdia a solidez da família e nosso calor, mas ganhava os aplausos e solidariedade de todos como também
Os demais soldados.

A me ver Marcos corre ao meu encontro tira sua boina e coloca no bolso, me abraça forte depois me toma em seus braços, me levanta como seu fosse uma pena, tão forte vigoroso.
Estávamos apaixonados, e nosso coração confirmava nosso amor.
Beijamos-nos longamente um beijo com sabor de despedida, mas cheio de desejos.
Ao som do hino nacional os soldados embarcam em busca da vitoria.
Como crianças inocentes estão eufóricas, como quem se espera um presente cheio de surpresas.
O trem fecha as portas e os sonhadores, exibem suas boinas nas janelas do aglomerado trem:
Entre os apitos, e fumaça desaparecem nas curvas das montanhas.
Marcos prometeu-me que me escreveria todo mês que para mim seria uma eternidade.
Quando o barulho do tem cessa, meu coração também se silencia.
Ainda sinto em meus lábios o sabor de sua boca, mas jê é grande a saudade.

Os dias passam lentamente, e para minha alegria recebo a primeira carta.
Marcos me escreve, com entusiasmo, e positivismos, diz estar tudo ótimo

Diz minha amada não se preocupe estou bem instalado em uma humilde hospedaria, mas tenho lençóis, limpos e comida quente, a guerra não é tão mal como se dizem.
Ele só se torna melancólico ao falar do nosso amor da saudade que sente do desejo que arde em querer me abraçar, me beijar, estar ao meu lado.
Neste instante eu o vejo sorrindo ao nos despedirmos, mas apesar da tristeza de sua ausência, fico feliz ao saber que ele esta sob um teto limpo com comida quente.
Começo há contar os dias para receber a segunda carta.
Assim meus dias passam mais rápido.

Por doze meses recebia suas belas cartas, a cada trinta dias eu já esperava o carteiro, com um copo de refresco ou uma xícara de café.
Sentia meu coração disparar quando o carteiro gritava meu nome ele já estava habituado, a todo mês me entregar à carta tomava seu refrescou ou café e assobiava acenado feliz por me dar boas noticias.

Eu me sentava ao lado da cachoeira nos fundos de minha casa, e com os pés na água espumante eu lia e relia todas as cartas.

Ardia em meu peito à dor da saudade e uma longa e intensa espera.

Mas as cartas tão cheias de incentivos e positivismos me deixavam, mais animada por saber que me amado Marcos estava bem.
Na pequena cidade que morávamos nunca recebíamos jornal.
E eu não tinha radio.
Meu coração por vezes apertava e sentia meu amor em perigo
Às vezes sonhava com ele sujo, e chorando...
Um amigo de Marcos volta para casa mutilado, depois que seu acampamento foi torpedeando.
Com a chegada de Mauricio entendi a dor de meu coração e razoes de meus sonhos, Marcos mentiu para mim, por todos esses meses, não tinha hospedagem com lençóis limpos, nem comida quente, tudo era sujeira e rastro de destruição, sobrevier não era uma opção, mas sorte.
Marcos não sabia que Mauricio tinha voltado, e continuava a falar coisas boas sem nunca deixar de me declarar seu imenso amor.
Meu coração agora é só dor, e medo, de perder meu grande amor.
A espera de suas cartas já não me deixa feliz, pois sei que ele mente.
Meus dias passaram a ser eternos, pois nunca via o tempo passar.
Todos os dias eu orava por todos que lutavam nesta guerra sem propósito.

Depois de onze meses as cartas cessaram!
E o silencio-me fez adoecer de amor, a saudade e incerteza tomaram conta do meu viver.
No dia vinte e dois de março de mil novecentos e quarenta e dois depois de mais de um ano no silencio, ouço novamente chamar meu nome, corro para abrir o portão, mas sei pela voz que não é carteiro, logo que abro o portão vejo um carro oficial militar parado em frente á minha casa um comandante tira a boina e faz continência me cumprimentado meu corpo estremece algo dentro de mim me diz que vou ter a pior noticia de minha vida, mas por outro lado eu rejeito esse pensamento e penso__ ele meu amor esta dentro do carro esta é a surpresa, o comandante olha em meu olhos um olhar distante e frio, com voz tremulas me diz meus pêsames senhorita, estou aqui para lhe entregar estas duas cartas,em uma eu reconheci imediatamente a letra do meu amor,mas no momento não tive coragem de abrir.
A segunda abriu diante dos olhos do comandante era uma medalha de honra á um herói morto.
Senti um vazio tão grande seguido de grande revolta, pois me lembrei de Marcos entrando naquele trem cheio de esperanças, e orgulho, por ir lutar por seus pais.
Olhei para o comandante que insensível a minha dor começou a detalhar a morte de Marcos.
Sem me despedir do comandante fui para nossa cachoeira ali eu li minha última carta.

Minha querida hoje te escreve para te dizer que estou indo com uns amigos para um novo lar, ainda não sei como será viver neste lar, mas sei que para sempre irei te amar, jamais se esqueça que nasci pra te amar.
Quando a saudade te sufocar lembre-se estarei entre as nuvens, e por todo firmamento a te olhar.
Lembre-se minha ama da nossa cachoeira, como as águas espumantes estão sempre, a nos abraçar, amo-te amor, amo-te
Adeus meu grande amor.
Assinado Seu unicamente Marcos.

E assim eu recebi sua última carta!

Foto de Carmen Lúcia

Não fossem as flores...

Não fossem as flores...
não me encantariam as cores
nem me enfeitiçariam as fragrâncias,
essências exaladas de amores,
salpicadas por beija-flores
semeando meu jardim.

Não fossem as flores...
das pedras não surgiriam castelos
onde sonhos divagam, belos,
caindo das janelas feito chuva de confetes.
Seriam simplesmente duras pedras
fincadas em estradas ardilosas
onde meus pés não conseguiriam andar.

Não fossem as flores...
tristes seriam as montanhas
que resguardam tanta beleza
e me fazem enfrentar os desafios,
rasgando toda a dureza,
revestindo-me de coragem
para encarar medos e frios,
somente pra buscá-las.

Não fossem as flores...
sentimentos se dispersariam
desperdiçando o bem que seria
a vida ornamentada pelos anseios
de ver a dor coberta de pétalas coloridas
a estancar o sangue vertido das feridas.

_Carmen Lúcia_

Foto de raziasantos

Para meu anjo!

No calor do verão preparei nosso lar.
Arrumei sua cama com finos lençóis.
Arrumei a mesa com seus pratos preferidos,
Aromatizados com finas ervas.
Tirei suas roupas do armário para lavá-las,
E perfumá-las.
Sentei-me a mesa e te esperei para almoçarmos...
Você não veio, fui para janela e com olhos ansiosos
Procurava-te, mas você não apareceu:

Desfiz a mesa, e esperei pelo outono:
Colhia as mais belas e exóticas frutas.
Preparei-te uma linda cesta, novamente troquei os seus lençóis.
Convidei seus amigos para te recepcionar tudo em vão você não veio.

A saudade apertava, nossos amigos dividiam comigo minha dor.
As tardes eu ia para o jardim e ficava olhando os pássaros voltarem para seu ninho.
Eles nunca estavam sozinhos, sempre em bando, catavam felizes enquanto nas arvores se ajeitavam.
Eu ali solitária te esperava...

Eu sabia que chegaria o inverno, que você viria!
Entoa ascendi à lareira, para aquecer teu quarto.
Troquei os lençóis coloquei seu cobertor preferido, abri as janelas, e lavei as cortinas.
Fiz uma mesa com guloseimas de sua preferência, sem esquecer-se do chocolate...
O inverno passou e contínuo te esperar.

Eis que chega a primavera, os pássaros voltam a cantar, as os arvoredos florescem.
Tudo se faz novo,
Pela manhã ainda cedo eu colho as flores molhadas pela brisa da noite.
Enfeito toda casa coloco em seu quarto lírio que são sua flor preferida.
No suave perfume da primavera e na alegria dos cânticos dos pássaros, espero-te!
Ao findar a primavera, ficam um rastro de folhas secas espalhadas por todo jardim.

Eu ali no vazio dessa longa espera continuo a te esperar.
Entre as folhas secas minhas lagrimas de saudade.
Que dor insana me esmaga! Ando pelas ruas vejo fome e miséria.
Penso onde meu filho esta.
Estarão entre os anjos da rua, anjos que não podem voar...
Estará vendendo seu corpo, entre choros rangidos da alma sem paz!
Meu coração dilacerado, uma dor que nada se pode comparar.

Jamais deixarei de te procurar, sei filho amado um dia há de voltar!
Nesta espera passa-se primavera, verão outono, inverno.
meu anjo estarei sempre a te esperar até que meus olhos
fechem estarei á tua espera.

Dos meus olhos as lagrimas secaram de tanto chorar.
Filho onde você esta?

Foto de Carmen Lúcia

Flamboyant

Simplesmente ele veio,
instalou-se em meu ser,
invadiu, tomou posse,
se tornou hospedeiro,
de meu corpo inteiro...

O horizonte se abriu
libertando as cores,
explodindo os temores,
eclodindo os ardores,
implodindo os valores.

Nem dei conta do tempo,
fui deixando passar...
Qual seria a estação?
Me perdi nos caminhos
ao me encontrar na paixão!

Num cenário irreal
o mesmo Flamboyant
mudou várias roupagens...
Se floriu sorrateiro,
tingiu-se de vermelho,
de laranja altaneiro,
parecia sorrir.

Escancarei a vida,
abri todas janelas,
soprei minhas feridas,
me despi de pudores.
Quis viver...Fui feliz!

De repente...que frio,
sensação de vazio,
percebi que era inverno...
Em qual parte do mundo?
Talvez dentro de mim...

Vi a porta entreaberta,
as pegadas de alerta,
e lá fora, caídas,
desabadas, sem vida,
as folhas do Flamboyant,
que sombrio, vergado,
solitário, solidário,
lamentava a partida,
o prenúncio do fim.

_Carmen Lúcia_

Foto de Marilene Anacleto

Enquanto ...

Enquanto gangues disputam o poder,
Dormimos frente à TV.

Enquanto damos atenção ao noticiário,
Perdemos a vida, perdemos o horário.

Enquanto passa o carro com som de estremecer,
Liberamos toxinas de raiva que nos fazem morrer.

Enquanto nos surpreende tudo o que nos cerca,
A nossa casa fica de janelas abertas.

E já não sabemos quem somos e do que gostamos,
E já não sentimos paladares e prazeres.

E temos medo do toque, de coisas e pessoas.
E nos assustamos com a sombra da noite de lua.

Frente ao transeunte nos enjaulamos,
Frente aos conhecidos, os braços cruzamos.

Procuramos assuntos externos, pequenas lutas,
Para ser possível, de nós mesmos, procurar uma fuga.

Enquanto damos importância a tudo lá fora,
O Eu que Eu Sou, se pudesse, já teria ido embora.

Marilene Anacleto

Publicado em: http://rotadaalma.spaces.live.com/
Publicado no site http://www.itajaionline.com.br/colunas/marilene/marilene.htm, em 14/03/06

Foto de Shyko Ventura

" COISA QUE SE REPRESENTA EM DADO MOMENTO NA MEMÓRIA. "

...
..."Ao fim do dia,
quando a sua presença é mais sentida;
Pois aproxima-se a noite,
Cuja obscuridade atenuada pelo seu brilho,
Se esvai;
E a solidão, rendendo-se ao medo
que alastra-se por sobre a alma e em sua totalidade,
já não pode mais dominar;
E assim, as imagens seguem em sentido contrário,
De maneira tal qual em um espelho retrovisor,
Em que sigo em frente,
Mas, a cada segundo ido,
Tudo,
As imagens,
O perfume,
O toque suave,
Os sussurros,
O suor se misturando, e por fim,
Você, ficam a distância das distâncias;
As figuras passam pelas janelas
em formas distorcidas,
Não identificando-se com o que passa,
Distanciando-se do raciocínio,
Sómente passando por passarem a ser;
E assim vão seguindo na medida em que desaparecem;
Outras imagens surgem,
Na tentativa de acompanhar o dia;
Pela insistência dos segundos,
Que trazem os minutos na bagagem,
E que, por ora, apresentam as horas como companhia,
Tornando-se ao todo, um poderoso dia,
Mas que por um instante, percebo ser,
De todas as imagens que passaram,
Sendo hoje,
Lembranças que retornam
Ao fim do dia...

__________________by Shyko090211.

Foto de airamasor

Pura magia.

Quando pela manhã se abrem as janelas

E entra a brisa da felicidade, isto é magia.

Quando se cheira uma rosa encantada

E se sente o perfume de um beijo ardente, isto é magia.

Quando os raios escaldantes do sol

Se transformam em fonte eterna, isto é magia.

Quando se mergulha nas gotas da chuva

E navegamos pela imensidão, isto é magia.

Quando se toca nas cores quentes do por do sol

E descobrimos cânticos dourados, isto é magia.

Quando se vê no reflexo do brilho do luar

Os contornos íntimos da sua beleza,

Se sente o perfume ardente do teu beijo,

O calor penetrante da tua ternura,

A imensidão absorvente do teu carinho,

Isto é AMOR.

(Aira, 03 de fevereiro de 2011)

Foto de Carmen Lúcia

Entusiasmo

Procuro ansiosamente
sorrindo ou mesmo chorando,
tropeço e continuo andando,
pés calejados, pisando marasmos,
rastreando marcas de ...
...Entusiasmo!
Persigo, persisto, insisto,
posso cair mas nunca desisto...
Se um dia senti é porque existe,
se um dia sorri, nem sempre fui triste.

Entusiasmo...
Não há receita, teoria perfeita,
apostila que ensine,
prática que confirme,
caminho que define,
dogma que determine.
É o que move a vida
tornando-a colorida...
Que leva à empolgação,
e deixa tudo bonito,
ainda que em tempos de expiação.

Entusiasmo...
Não é impossível nem distante,
basta ser perseverante,
esvaziar dentro do peito
aquilo que não há mais jeito.
Abrir portas e janelas,
deixar entrar as coisas belas,
lançar ao redor do mundo
um olhar diferente, profundo...
Viver intensamente os momentos,
Inundar-se de sentimentos...
Abster-se de cavoucar feridas
e entusiasticamente...
Celebrar a Vida!

_Carmen Lúcia _

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