Mal

Foto de RHANI

Anjo de pureza

Quem és tú anjo de pureza,nunca vi tanta beleza,meu coração a palpitar.
Mulher sofrida,sertaneja,que de trabalho a mão caleja,mesmo assim a quero amar.
Eu sonho acorado mil noites passo em claro,só pensando em você.
Minha estrela mais bela,eu de longe aqui na terra,choro e sofro sem você.
Em vida sofrimento,em morte guardo meu lamento,em seu peito frio de cimento faço um juramento,que apartir desse momento só você amar.
Do que me adianta ser seu amado,se estando a seu lado,estou sem ninquem.
Ó belos lirios dos campos,que enxuquem os meus prantos,daquela megera mal amada.
Dediquei minha vida a ela,alem dela ser bela.ser fria feito pedra,eu sempre me senti só.
Você hoje é um momumento,e eu cai no esquecimento,como tudo de bom que há.
Pois se tudo que tens eu quem te dei,mas meu juramento não esqueçerei.
O juramento que te fiz,vou parar de ser feliz,minha bela imperatriz,mais ninquem devo amar.
Com esse amor platônico as vezes fico atônito de como te contar.
Quem és tu anjo de beleza,sofrida sertaneja,só você quero amar

Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

EMULAÇÃO

EMULAÇÃO

Esplêndida dama, suntuosa no vestir;
Deslumbrante no falar, astuta no agir,
Com este seu comportamento de posse
Mulher exacerbada de caráter pérfido
De carinho precioso, sentimento doloroso!
De bagagem esplendida, estranha e ferida...
A lealdade e a má índole da vida,
Caminho irreal, estrada verídica...
Contrariando a mística feminina,
És você menina doida varrida;
Importuna nos teus conceitos
Tu pleiteias sem direito,
Manipulada por qualquer incentivo
Subornada aos desejos de qualquer estímulo
Teu semblante de bruxa pouco assusta
Teu corpo franzino de pouco juízo
Menina hilária descompromissada da vida
De aspecto lúgubre e notável histeria
Diante do espelho de reflexo obsessivo
Continuas hesitante no teu juízo possessivo
Incitas o mal em tua bola de cristal
Entre a mais perfeita bruxa, infernal!
Esplendida dama de feitiço maleável
Acorrenta o coração
De um homem indesejável;
Até quando mulher será despretensiosa
Só não te aturo calada
Prefiro a ti fogosa.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Abril de 2002 no dia 24
Itaquaquecetuba (sp)

Foto de von buchman

DIZENDO QUE TE AMO, POIS O DESTINO POS VOCÊ NA MINHA VIDA....

Participando do Concurso “Dizendo Te Amo”

.
O destino une e separa pessoas!
Lágrimas derramadas...
Corações sofridos...
Amor rasgado...
E noites mal dormidas...

O meu peito arde...
Meus olhos não têm trégua
de tantas lágrimas derramadas.
Que fazer para que entendas
que te amo e te quero...

Em alguns momentos de minha vida fui feliz...
Não nego, só senti este sentimento ao teu lado..
Hoje vivo a incerteza se vais olhar
para mim, mais uma vez...
Tenho muitas saudades de ti...
De teus carinhos ...
De tuas palavras de amor...
Teus poemas tem sido a fuga de meu pranto...

Não tenho medo de chorar,
mas de te perder eternamente...
És meu ponto de equilíbrio e apoio...
Minha real razão de viver...

Tua ausência me faz um apertar no meu peito..
Tenho em mim ainda as ultimas imagens de teu olhar...
Tuas brincadeiras:
Ora bobas...
Ora sensuais...
Ora maliciosas...
Ainda pairam em minha mente...

Tenho certeza que nosso mais puro amor
E o mais ousado desejar.
ainda arde e queima dentro de nós...
Te quero ...
E como te quero..

Te desejo mais que a mim próprio...
Fecho meus olhos e posso ver-te...
Teu sorriso..
Teus lábios sensuais...
Teus olhos que me pervertem
fazendo-me desejar-te mais e mais...
As noites tem sido um só lamento...

Meu amor, vem para junto de mim ...
Pois preciso ser feliz..
Voltar a amar e sonhar...
e dizer-te...
Que te amo...
Pois o destino pos você na minha vida......
................................

Poema para o concurso ( DIZENDO QUE TE AMO... )

Bjs e mimos de paixão
Von Buchman...

Foto de DeusaII

Vigio os teus passos!

Vejo-te do outro lado da rua,
E mal sabes tu, que vigio os teus passos,
Que observo atentamente o teu ar atrevido
E quase omnipotente.
Teu andar seguro, pisa as pedras da rua
Que reclamam sempre a tua atenção.
Reparo então, todos os olhares virarem-se para ti,
Quando por breves momentos paras
E olhas na minha direcção, sem me veres.
Meu coração bate descompassadamente,
Enquanto afastas uma mecha de cabelo
Que te cobre a face, em movimentos claros e precisos.
Sinto-me a derreter por dentro,
Como se meu corpo, entrasse em ebulição
E fico estática olhando-te
Sem conseguir disfarçar a minha timidez.
Tu sorris, num sorriso quase perfeito,
Que não esconde teu ar sedutor.
Então, num impulso destemido, sorrio-te de volta.
Tu viras-te e segues teu caminho,
Deixando no ar, um sentimento de magia.
E eu, perdidamente apaixonada,
Olho-te mais uma vez,
Para quando a noite cair,
Sonhar contigo e mais uma vez
Esperar-te no dia seguinte,
E voltar a vigiar teus passos.

Foto de Joaninhavoa

UM POUCO DE MIM...

*
UM POUCO DE MIM...
*
Ofereço-vos...

Meus poemas falam de mim de ti de nós
do mundo e dos que dele fazem parte
Falam um pouco de tudo à nossa volta
Enfim! Falam do mundo que nos rodeia

E os versos saíem-me das entranhas
Alguns são frutos dos momentos
de boa disposição...
Sou risota por natureza
Peço-vos! Não me levem a mal

Tenho um sentido aguçado
Capto com um olhar um sentir
O valor intrínseco...
Do que ainda vale a pena
Garanto! Não é para me enaltecer...

Mas separo o trigo do joio
A seu tempo! Forma discreta
Às vezes pode até nem parecer
Emíscuo-me...
E sem ser nem querer ser juíz
Faço juízo de valores
Deixando sempre margens
Para possíveis mudanças
O que raramente acontece...

Não desisto em vão
Nem que me prejudique
Só se eu achar que minha hora
Chegou! E depois...

Joaninhavoa
(helenafarias)
22/02/2009

Foto de Cretchu

A UMA FOLHA

Contemplo-te perdido, folha bela,
Que em meus pobres devaneios se mistura,
Já que lembras a pele da donzela
Divina, de uma alma toda pura.

Escrevo, deprimido, uma novela
Tentando um sortilégio, uma cura
Ao mal que, cometido contra ela,
Está me induzindo à loucura.

Vivia a amada em meu castelo
Tão casta, de um amor assim tão belo
Fazendo que me sentisse o seu rei.

Sorvi, embriagado, seu perfume
Até que me venceu o cruel ciúme
E eu, ensandecido, a matei.

Foto de von buchman

Versão e tradução da musica - SACRIFICE by Elton John

Sacrifice Elton John -

SACRIFICIO...

É muito próprio do homem
quando as coisas vão mal na vida a dois
procurar alguém...
O cheiro deste alguém insiste em permanecer.
A tentação é muito forte
excede os limites de um homem casado...
Doce pecado chega mui suave,
pousa e fica no seu coração...

Meu amor acaricia-me delicadamente
como só você sabe fazer...
Acalma meus medos e tranqüiliza-me...
Esquenta meu coração que esta frio
e endurecido por você...
Leve minhas preocupações
e medos para longe de mim...

Eu sacrificarei,
Sim eu sacrificarei ..
Tudo que tenho na vida
Para desfazer o que fiz...
E limpar a minha consciência...
Todo desentendimento mutuo
A sensibilidade constrói uma prisão...
Mas no final do ato...
Nós sempre perdemos a direção
Sem nenhuma lágrima ou maldição
Quando o ciúme queima
O amor e o coração ficam frios...
Endurecidos por você...

Tudo requer sacrifícios..
É necessário nos sacrificarmos ...
Pois todo sacrifício é valido...

Você pode me ajudar?
Então abrace-me...
Sussurre para mim suavemente
E passe sua mão sobre meu corpo
E me entenda ...
Pois farei todo tipo de sacrifício
para manter você ao meu lado...
Não me interessa o preço que pagarei
com este sacrifício ..
Mas sacrificarei tudo por você..
Sim, me sacrificarei...
Baby, me sacrificarei por nos e nosso lar..
Todo sacrifício é valido
para manter você ao meu lado...
..............................
MEU DOCE E PURO ANJO...
ESPERO QUE ESTA MINHA VERSÃO
E TRADUÇÃO DA MUSICA
POSSA TOCAR SEU LINDO E PURO CORAÇÃO...
E VENHA DESABROCHAR ESTE LAGO DE PAIXÃO
QUE EXISTE DENTRO DE VOCÊ...

BJS E MIMOS DE PAIXÃO....
Von

Foto de ALTOLIVER

ILUDÍVEL AMOR...

Um dia, um marco...Um AMOR!!!

Sorrateiramente num céu enegrecido pela penumbra noturna, onde as estrelas se mostram ariscas bandeando-se ora lá, ora cá...
Confunde-se com as estrelas cadentes que outrora guiaram os viajantes do deserto e os levavam ao seu destino, mesmo que estes, não soubessem qual era ele.
Sempre tardio vinha o sono e fazia este viajante adormecer no limite de suas forças, mas que jamais caíra frente aos seus inimigos, antes ficava camuflado sob as areias quentes daquela noite gelada.
Enquanto o betume da noite perdura no horizonte, seus olhos fitos ao firmamento em busca da mais brilhante luz, a luz que um dia fez-se presente em teu sonho e tu não acreditaste.
Mas, como aquele sonhador que nas noites de luar prateado, viajava em teus sonhos com seu cavalo alado, este sonhador jamais morreu, mais ainda, se mostrou vivo e palpável dentre as imagens que vagam em teu pensamento.
Ora, meu sonhador viajante, já enfrentou tantos perigos nesta tua jornada e sobreviveste a todos, não será esta chuva delicada e sutil que em teus olhos marejam, que serão fato concreto a ponto de cegar-te e imobilzar-te.
Mais ainda é tua força e fortalecida fica quando sai do teu abrigo e te faz altivo, sendo que em tua altivez demonstram em tua simplicidade a perspicácia e vontade de chegar mais rápido ao teu objetivo...
O betume negro da noite se desfaz pouco a pouco sem que precisemos agir coercitivamente ou levianamente, a fim de, nada colocar em risco de perder definitivamente os nossos sonhos.
A aurora já desponta e com ela o aroma do campo em que, alguém já veio à sua frente e cuidadosamente combinou-os criando um perfume inigualável ao que por toda sua vida tem usufruído.
Quando a luz do sol entrou pela janela do céu e por entre as nuvens pôde penetrar em ti, despertando e sentindo em tua cama que ao teu lado já não estava teu iludível amado!
Por um instante quis chorar, achou tudo estar perdido, porém mal sabia que tudo era um recomeço, tudo tinha de ser novo em você...
O teu verdadeiro amado ali estava, embora não pudesse vê-lo, afagava teus cabelos com a brisa suave daquele vento inquieto, também soprava silenciosamente aos teus ouvidos uma declaração de Amor...
Sem que perceba, já não mais sente a falta daquele que sempre esteve ali, presente em matéria, mas que em nenhum momento conseguiu abstrair-se, para que, como a natureza em sua sutileza a fizesse sentir o êxtase de um orgasmo de amor!!!
Aquele mesmo vento o levou para distante de ti, não se insere mais no contexto de tua harmonia, assim como aquele quebra-cabeça que se perder uma peça, todo ele perde o valor. Não deves temer em que a não existência dele, a aflija e a descompasse...é apenas um sonho desfeito, é apenas um erro corrigido pela própria natureza...
Foi um momento, um tempo, uma página em branco que o livro da tua vida carrega, e que nesse alvorecer, neste amanhecer, este vento venha a virar esta página em branco e delicadamente, como um pirógrafo na mão do artesão, começaremos a preencher novamente, sob a égide de um novo amor, as palavras do teu sonho e da tua realidade desde hoje e sempre, o que passou foi apenas um dia, apenas um marco no passado!

Altair Oliveira

Foto de Edevânio

A VERDADEIRA LOUCURA DE CHAPEUZINHO.

SÉRIE PLACEBO
Episódio Um
A Verdadeira Loucura de Chapeuzinho
Edevânio Francisconi Arceno

Dias atrás, estávamos passando pela sala quando ouvimos uma chamada de um filme na televisão: “Deu a Louca na Chapeuzinho”.Achei curioso, é claro que hoje em dia é muito comum retornar à moda coisas antigas , com uma roupagem totalmente moderna e as vezes até surreal, mas até contos infantis? Então resolvemos assistir. O Filme não tinha nada a ver com a versão antiga, até a história foi mudada. A chapeuzinho era a suspeita número um de estar trapaceando para obter vantagens em cima dos deliciosos docinhos que ela transportava em meio a floresta. Apesar da dinâmica surpreendente do filme, a crítica achou que ele retirava o brilho e a inocência da história, que por décadas vem alimentando nossas crianças e até mesmo nossas ex-crianças. Porém, isso não é nada comparado à verdadeira e triste saga da menina Chapeuzinho Vermelho. Preparem-se e entendam que apesar de ignorarmos certos problemas e mazelas sociais, eles existem, estão lá e depois deste relato, você poderá até fazer de conta que é só um conto, mas no fundo você sabe que tudo pode ser real!

A Chapeuzinho como vocês bem sabem, era uma linda garotinha que incansavelmente todos os dias levava docinhos para a vovó, e no trajeto vivia mil e uma aventuras.Acontece que as idas até a casa da vovó foi diminuindo, não por uma razão especifica, mas várias. A primeira delas é levar para a vovó o que? Sua mãe teve que trabalhar para ajudar a suprir as necessidades do lar, pois seu marido estava muito doente. Sim, o pai de chapeuzinho era um homem muito doente, se é que um alcoólatra pode ser designado assim. E como todo alcoólatra, uma das primeiras coisas que perdeu, foi o senso de responsabilidade. Responsabilidade com a família, com o trabalho e por fim com a sociedade. Diante disto, a mãe de chapeuzinho não teve mais como fazer docinhos para a vovó, pois começou a trabalhar dia e noite, muito mais a noite.

Cada vez que sua mãe se preparava para trabalhar, Chapeuzinho a abraçava como se fosse a última vez. Depois que a mãe saia, Chapeuzinho ouvia a voz de seu algoz, que se disfarçava de pai e culpava a bebida por seus crimes: ___ Filhinha vem com o papai, vem. Chapeuzinho então mais uma vez se submetia a perversão do seu inescrupuloso pai, que vinha abusando da pequena e indefesa filha a muito tempo. Mesmo ainda quando entregava docinhos para a vovó, era estuprada e obrigada a sair correndo pela floresta dizendo que havia sido vítima de um grande lobo. Você deve estar se perguntando, porque ela não denunciou este monstro. Acontece que o monstro morava com ela e dormia com a mãe dela e as ameaçava dizendo que mataria ambas se falasse. Depois que sua mãe começou a trabalhar a situação ficou insuportável. Chapeuzinho decidiu dar um basta, tinha que fazer algo para minimizar seu sofrimento, então conheceu o mundo das drogas e logo ficou viciada em “Crak”, uma droga de fácil acesso e extremamente destrutiva. Ela agora se submetia aos desejos criminosos de seu pai, completamente drogada, para proteger a si mesmo e sua mãe. Também começou a se prostituir em meio aos arbustos da floresta, com os caçadores infiéis, tudo isto, para manter o seu vício. Sempre orientada que se por ventura chegasse alguém, ela deveria sair gritando é lobo é o lobo, pois a maioria dos caçadores eram casados e não ficaria bem serem vistos com uma prostituta viciada.

E o caçador herói, onde anda? Cansado de pagar propina aos guardas florestais e entidades governamentais responsáveis pela prevenção das florestas, resolveu fazer um concurso e entrar para este seleto grupo, e logo também se tornou um corrupto. Agora não paga mais propina, apenas recebe! Da prostituição de Chapeuzinho e de muitas outras crianças viciadas, ele apenas cobrava em serviços, nada além de um delicioso...! Quanto aos caçadores, a prostituição também fazia parte de um pacote, com demais itens: podia cortar árvores, caçar, pescar, enfim pagando bem, mal não tem, pelo menos na ótica dele. Chapeuzinho agora estava em um degradante círculo vicioso, se drogava para prostituir, e se prostituía para se drogar.

Em uma de suas viagens alucinantes, lembrou-se do tempo que ainda podia visitar sua Vovó e levar-lhe os docinhos, bons tempos aqueles! Agora existe uma ordem judicial, que a impede de chegar a duzentos metros da residência da vovó, pois segundo o ministério publico, Chapeuzinho tentou culpar um animal conhecido como Lobo, pelos hematomas deixados na Vovó e por furtos misteriosos em sua propriedade. A Justiça não acreditou e chegou à conclusão de que Chapeuzinho era uma ameaça à integridade da Vovó. Ainda bem que temos justiça!

Agora gostaríamos de pedir sua autorização e começar a narrar, na primeira pessoa, pois gostaria de fazer algumas considerações pessoais sobre esta história, da qual fui testemunha e vítima. Primeiramente acredito que as violências sofridas pela menina Chapeuzinho, cujo autor foi aquele que se diz pai, no princípio eram cometidas sem o conhecimento da mãe, mas posteriormente ela soube, porque ela não denunciou? Talvez por medo de ser assassinada por ele, que cada vez mais se entregava ao álcool, ou talvez por medo e vergonha de admitir que o seu trabalho noturno, é tão imoral quanto o modo que Chapeuzinho conseguia dinheiro para se drogar. No contexto dessa inculpabilidade por atitudes erradas e criminosas na qual Chapeuzinho cresceu, tirou dela a possibilidade de valorar o que é moral, ético, certo, errado, justo, verdadeiro, falso, bom, mau, enfim muitos outros atributos disseminados pela sociedade como normas de conduta, ou seja, como ela podia achar que é errado prostituir-se para se drogar , quando era prostituía por seu “pai” , para preservar a vida. Quem culpar? Podemos simplesmente culpar o Estado, sim o Estado, afinal o guarda florestal representa a autoridade do Estado, se ele tivesse cumprindo suas obrigações e evitado que os caçadores se prostituíssem com jovens e crianças, escravizados pelo uso das drogas, o círculo vicioso se romperia e talvez a Chapeuzinho tivesse uma oportunidade. E a vovó, bem a vovó não tem nada a ver com isso, a única coisa que fez foi pedir para Chapeuzinho entregar umas encomendas na cidade, algumas pedras de Crak e alguns papelotes de cocaína. Talvez você não soubesse, mas a “boca de fumo da Vovó” era a mais freqüentada pelos usuários da cidade, e de vez em quando, Chapeuzinho era chamada para entregar droga a domicílio, em troca de alguns míseros trocados. Mas logo a vovó descobriu que Chapeuzinho estava viciada, desde então a menina que gentilmente levava docinhos para a vovó, perdeu sua serventia.

Bem, podemos também isentá-los da culpa e fazer como eles, vamos culpar o “Lobo”, afinal ele é um animal. Ele ameaça seus filhotes e parceiras e às vezes até come as suas crias. Também se escondem em arbustos para atacar e comer crianças desavisadas e depois desculpar-se dizendo que estava apenas caçando. Agride velhinhas inocentes, que não fazem mal algum e ainda rouba a inocência dela. Vocês podem também ignorar toda esta história e simplesmente dizer que tudo não passa de um faz de conta, que isto não é real. Pois não existem pais que estupram filhas, que não existem mães que se prostituem para manter a família, que não existem vovós que aliciam netinhas a se tornarem traficantes, que não existem homens que dizem vou caçar ou pescar e fomentam o mercado da prostituição infantil, não existem autoridades que são coniventes com todo o tipo de crime por dinheiro. E também que neste momento não existem milhares de crianças e jovens se prostituindo para manter o vício. Claro que se por ventura você se convencer de que isto não é um simples faz de conta, e que estas coisas podem existir realmente, não faça como eles, que apenas se preocupam em achar um culpado. Mas se esta história não fez você refletir, reavaliar seus conceitos e ainda quiser um culpado, aceite minha sugestão, culpe o Lobo!

Atenciosamente: Ass. Lobo.

Foto de Sonia Delsin

UMA ATITUDE - Conto

UMA ATITUDE

Mariana sempre se levantava tão cedo. Gostava disso. Heitor ficava na cama e ela saía para suas caminhadas matutinas.
Ia olhando as árvores, os pássaros, as casas. Caminhava porque gostava e também para pensar na vida.
O casamento estava mal? Péssimo. Não existia mais desejo de ambas as partes. A ternura dos primeiros anos... ah, aquele encanto todo tinha acabado há tempos. Por que continuavam juntos?
O único filho estava casado e morava no exterior. Por que continuavam morando sob o mesmo teto, se não existia mais nada? Ela não sabia, ou sabia.
Heitor procurava outras mulheres? Ela imaginava que sim, mas não se importava. Não dormiam mais no mesmo quarto e ela nem o via chegar. Isto não a incomodava. O casamento estava falido, como falida estava a empresa que tanto ela empenhara em manter de pé.
O pai deixara para ela a fábrica de pregos.
Pobre paizinho! De que valeu tanto empenho? Heitor afundou-a.
Viviam da aposentadoria dela e do que Marcelo enviava. Marcelo queria ajudar, sempre tão prestativo e amoroso o filho.
Pelo menos ele estava bem, pois encontrara uma boa esposa, tinha um excelente emprego e morava no primeiro mundo.
-- Mãe, por que não se muda pra cá?
-- Deixar seu pai?
-- O casamento de vocês está acabado faz tempo.
Estava mesmo e ela ia ficando.
Um cão se aproximava e ela o agradava. Mais pra frente era um gato que vinha lhe fazer um agrado.
Um casal passava conversando. Caminhando e conversando e ela pensava se seriam felizes como aparentavam ser.
Ela não fora feliz no casamento e era uma covarde, pois não tinha coragem de sair dele.
Um dia teria? Talvez nunca.
Heitor por certo ficaria na cama até dez horas e se levantaria mal humorado. Colocaria defeito no almoço, em tudo. E ela ficaria quieta. Pra que brigar?

Ao abrir o portão Mariana notou que havia visita na casa. Era uma prima que não via desde o ano passado.
-- Você aqui, Bene?
As duas se abraçam.
-- Bonita como sempre, Mariana. O Heitor me contou que não abre mão das suas caminhadas por nada.
-- É, eu gosto.
-- Tirei o Heitor da cama hoje.
Mariana olhou o marido de pijama. Que ridículo ele lhe parecia naquele instante. Tinha bolsas enormes sob os olhos. Será que andara bebendo? É, ele andava bebendo nos últimos tempos. Além de fumar demais começara a beber. Será que estava querendo morrer?
O marido agora era um estranho pra ela. Um estranho que dormia no quarto ao lado do seu e que comia na mesma mesa.
Deus! O que ela fizera com a própria vida... o que ela fizera. As roupas de ambos eram lavadas na mesma água na máquina de lavar e estendidas no mesmo varal. E eram dois estranhos. Nada mais e nada menos que dois estranhos.
Tão longe ela estava quando Bene lhe chamou a atenção. Abraçada a Heitor a prima lhe parecia tão bem.
-- Estou apaixonada, prima.
-- De novo? É o quinto este ano?
-- Sexto.
-- Nossa! Você se apaixona tanto.
Heitor sorri gostosamente. Naquele instante ela até sente uma certa ternura por ele. Ele sorri tão leve e tão solto que parece o marido dos primeiros tempos.
Mas ela sabe que quando Bene se for ele será o mesmo ranzinza de sempre.

-- Fica pra almoçar, prima.
-- Tenho um compromisso. Estou de férias este mês, mas tenho mil coisas a fazer. Estou reformando a casa.
-- De novo?
-- Talvez o Marcos fique morando comigo.
-- Nossa! É sério desta vez?
Bene sorri e lhe dá um beijo na ponta do nariz.
Sussurra em seus ouvidos.
-- Vocês não parecem nada bem.
Ela nada diz. Melhor calar.
Os olhos do marido não a abandonam todo o tempo naquela manhã. Será que vai querer brigar quando a visita se for? Credo. Ela nem quer pensar nisso.
O que ela precisa é de uma atitude. Mas quando? Quando acontecerá?
Vai até o portão se despedir da prima e entra na casa. Começa a sua habitual tarefa. Arrumar a casa, ouvir as reclamações de Heitor...
Não quer brigar e deixa-o falar.
As palavras dele não têm mais o poder de perturbá-la, feri-la. Está meio morta e se faz de surda como uma porta.
Quando tomará uma atitude? Talvez nunca... Feliz é a Bene, ela pensa.

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