Medo

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

CAMINHADA.

CAMINHADA

Dei um tapa no destino...
E mudei toda historia...
Abri a porta e fui saindo...
Dando graças, dando glorias!!!
.
Sai para a vida de peito aberto...
Sem reservas e sem medo...
Hoje sei que é bem certo...
Praticar o desapego!!!

Tudo pude, tudo tenho...
Na terra do meu senhor...
Não mais perco eu só ganho...
Muita paz e muito amor!!!

É investindo na eternidade...
Que consegui a calmaria...
Sem usura, sem vaidade...
Era tudo que queria!!!

Foto de Edilson Alves

VOCÊ NÃO ESTAR SOZINHO

Há momentos em que nós precissams mais de pessoas que se calem, do que de pessoas que nos sensurem. O que nos dá força para vencer os obstaculos, é saber que Deus está conosco e que, em momento algum, Ele nos deixa sozinho.

Mesmo que aconteçamm situações que pareçam nos escandalizar diante de Deus e dos homens. Ele está sempre ali, podemos confiar no Senhor, é nesse momento de provas, que esperamos em cilêncio.

Acreditar, ter a certeza que a nossa confiança em Deus não é em vão, quando se tem fé em Deus e acredita no seu amor e na sua MISSERICÓDIA, veremos que o impossível acontece, então podemos presenciar e alegrarmo-no com a providência DIVINA.

O Salmista Davi, em certo momento de sua vida disse: " No dia em eu temer, hei de confiar em ti. Em Deus louvarei a sua palavra; em Deus puz minha confiança e não temmerei; que me pode fazer a carne. Todos os dias torcem as minhas palavras; todos os seus pensamentos são contra mim para o mal. Ajuntam-se, escondem-se, espiam os meus passos, como aguardando a minha morte" (Salmos 56:3-6).

Diante de situação tão dificio, o Salmista Davi, manifesta medo e fé, porém, a fé predomina. A fé tem sempre de prevalecer quando se estar diante do poder e do amor de Deus e em oposição ao poder e o ódio do Diabo (nosso persseguidor).

Quando os inimigos são numerosos, orgulhosos, crués e atrevido. Devemos está firmados em Deus e em sua palavra.

PESSE NISSO

Foto de Oraculo

SOMBRAS DO PASSADO

Lembro bem,
Quando sentia tua voz suave
Tocar minha alma tal qual
O azul do céu envolve uma ave.

Lembro-me bem,
De sentir suas mãos tocando minha face
Eu de olhos fechados
pedindo para que o tempo não passasse.

Eu velei teu sono,
Estive aqui do teu lado todo tempo.
Eu beijei teus olhos enquanto dormia,
Abraçando você , não tenho mais medo.

Você se lembra?
Eu me sentia extasiado com teu perfume.
Beijava tuas mãos, suas mãos minha princesa!
E você surgia sempre de repente, como um deslumbre!

Como num passe de mágica, você se foi.
Deixou me aqui com minha angustia,
Meus sonhos, morreram junto com minha vontade.
Hoje, sou apenas a sombra do que fui um dia!

Foto de NiKKo

És a dona de meu coração.

Eu sei que isso pode te parecer loucura
mas não posso esconder o que eu sinto por você.
Meu coração é tão romântico e insensato
não se importa ao menos se isso vai me fazer sofrer.

Eu sei que para você fica difícil de aceitar
que eu tenha por você me apaixonado.
Mas seria maior loucura a minha
se eu continuasse em silencio e ao teu lado.

Mesmo não querendo, não posso mais esconder,
o que sinto, e que desejo viver esse amor.
Embora eu saiba que para você sou apenas “amiga”
e que você se afastaria para não me causar dor.

Eu vou correr o risco. Vou me declarar
pois quero pelo menos uma vez te olhar,
e ver em seus olhos o que você me diria
se eu te falasse: estou a lhe amar.

Por favor não se preocupe em se justificar
como eu disse, eu sei que você não me ama.
Mas eu precisava dizer a você o que eu sinto
e que é você, que meu coração, de amor chama.

E quero fazer isso de uma forma tranqüila
sem medo, traumas ou pressão.
E declarando meu amor assim nestes versos
admito, não tenho medo de uma decepção.

Você nunca mentiu ou me fez falsa promessa
nunca disse te amo ou que era paixão
Mas eu preciso declarar esse meu sentimento,
e te dizer: És a dona do meu coração.

Foto de Ednaschneider

Vem Cá

Vem cá, me pegue.
Toque meu corpo como se deve!
Vem cá, me aperte;
Deixe-me com teus beijos inerte.
Vem cá, me deixe louca...
Quero tanto sua boca!
Vem cá, me possuas...
Estou despida, pelada, estou nua;

Vem amor sem medo
Sem receios.
Mostre-me teus segredos.
Beija-me os seios.

Vem cá...Toma-me, toque-me.
Sou teu vinho, teu instrumento.
Venha...Consolar-me
Faz-me feliz neste momento.

Vem cá amor, não demores.
Tenho por ti necessidade...
Quero sentir teus vários sabores
Estou cheia de vontades.

Vem cá, me suga, me tome.
Quero matar sua sede.Beba-me.
Mate este desejo que nos consome.

Vem cá, me aperte até com impaciência.
Sinta todo meu calor molhado.
Descubra toda minha essência...
Entre nos mais íntimos desejos guardados...

Não pare, entre firme como você quer...
No íntimo dos desejos...De amor
Invada sem medo...Sinta o meu sabor
Vem cá, sou tua mulher.

Joana Darc Brasil *
*Direitos reservados.

Foto de Ednaschneider

Sou...

Sou uma nuvem negra no céu
Prestes a chover
Sou a letra triste no papel
Que o poeta começou a escrever.

Sou a mulher branca, negra, mulata,
Sou a loura, a morena e a parda.
Sou a mulher magra e a alta.
Sou a mulher pequena e a gorda.

Sou enfermeira
E psicóloga
Sou professora
Sou sexóloga.

Sou a dona de casa e chefe também.
Sou doméstica no meu lar.
Sou guia espiritual que diz amém
Sou eu mesma quem guia meu caminhar.

Sou do Norte e do Nordeste
Represento a mulher brasileira
Sou do Sul, Sudeste, Centro-Oeste;
Sou do Brasil, mas não discrimino a estrangeira.

Sou a tristeza e a alegria
Sou o riso, o choro, a amizade.
Sou a melancolia e a euforia
Sou o abraço da saudade.

Sou a mulher labareda
Onde o fogo foi meu algoz
Sou a vitória e sou a perda
Sou a nascente de um rio e sou a foz.

Sou Joana Darc não tenho medo
Sou a chegada e sou a saída
Sou o calor dos ágeis dedos
Da poetisa que me deu a vida.

JOANA DARC BRASIL

Foto de Ednaschneider

Guerreira

O fogo arde em meu peito
Arde em meu corpo e me esquenta
Esta labareda foi minha condenação
Pois não me aceitaram “desse jeito”
Minha dor foi agonia nas chamas violentas
Meu sofrimento, minha libertação!

Foram tantos os ultrajes que eu sofri
Que achei que não ia suportar
Mas estou aqui
Para falar.

O dom da palavra eu nunca perdi
Tentaram sufocar-me, tentativas em vão;
Pois estou agora mais forte, quero agir.
Não sentirei medo de qualquer combustão.

Pois arde em meu peito um calor mais forte
Arde pela intensidade e não pelo sofrimento
Calor este que não se apaga nem com a morte
Pois é o fogo de almas e de sentimentos.

Podem condenar-me. Levem-me à fogueira...
Podem até decapitar-me, tanto faz!
Cometam esta injustiça com esta guerreira
Que vos escreve e está em paz.

Defendo o mais nobre sentimento;
O amor e a liberdade de expressão...
Luto contra o preconceito
Luto contra o tormento
Contra àqueles que colocam o amor em uma prisão
E ainda acham que por Deus estão sendo aceitos.

O fogo arde em meu peito
Não tenho medo da execução e não sou covarde.
Sou guerreira, sou amor, sou afeto!
Sou coragem, sou Joana Darc, sou Liberdade!

Joana Darc Brasil *
*Direitos Reservados

Foto de Marta Peres

Noites Loucas

Estive contigo em noites de loucuras
E sonhamos e soubemos sonhar,
Nossas almas voaram ao infinito do Universo
Naquele quarto luxuoso e que foi nosso abrigo...

Nossas almas se entrelaçaram como nossos corpos
Em loucura igual, senti meu coração ancorar porto
Seguro, minha bússola indicava...
Ventos fortes já não me faziam medo.

Bastava apenas o olhar para comunicar
E o entendimento já se fazia,
Nossas almas falavam juntas, sentiam...
Ardiam como fogo a abrasar o coração...

E nosso entendimento, verdadeiro...
Elo que jamais se quebraria e navegávamos
Pelo Éden, felizes, encantados pelo amor
Pelas loucuras do amor...

Mar bravio chegou enfurecido e densas nuvens
Haviam se formado nos céus, Mar, ò Mar tenebroso,
Quem me dera viver noites de pura loucura,
Porto Seguro... não consigo ancorar...

Marta Peres

Foto de Marta Peres

Na Beira do Tejo

Na Beira do Tejo

A noite desceu, triste e calada, eu aqui na beira do Tejo
Continuo parada, olho o nada e sinto medo...
A noite desceu e longas horas vão caladas, amortalhadas
Em negro véu...

Cá tudo é negro e até meu coração se veste de negro,
Nenhuma chama colorida a enfeitar meu negro céu.
Madrugada já vai alta e eu ali, continuo inerte como morta,
Mas morto está meu coração que se vestiu de noite.

Lá, bem longe, já diviso ourela tinta, e o monte em frente pinta
Todo o seu perfil, é a madrugada que já vem chegando
E a luz se eleva dissipando toda treva, amanhece...
Mas meu olhar continua cheio de névoas...

Posso ver sombras caídas no Tejo e me assusto com embarcação
Que passa, calma e solitária...meus olhos acompanham a nau
E susto e sombra passam ante meu olhar...já nada resta...
Sei que nau em festa vai se afastando, em todo esplendor!

A noite passou...eu sozinha...noite minha...minha dor...
Lá bem longe inda vejo o barco...entendo, tudo acabou...

Marta Peres

Foto de neiaxitah

Um Dia para Sempre

Quem sou? Uma louca? Ando de um lado para o outro sem nada a fazer, sem nada perceber…
Só me lembro daquele horrível dia… o dia em que te vi morrer… morrer aos poucos, ouvir as tuas palavras de socorro, e eu pouco podia fazer.
Sim, lembro-me como se fosse hoje!
Era fim da tarde, e tu ias-me levar a casa, ia-mos com aquele olhar que só nós tínhamos, que só tu conseguias provocar, e aquele sorriso único que só tu fazias que eu tivesse.
Sim, lembro-me de tudo, o tempo estava muito estranho nesse dia, e tu tudo fazias para que eu estivesse bem, sorrias e dizias que tudo farias para me ver sempre assim, com aquele brilho que só tu conseguias fazer nascer em mim.
Estava tudo bem, bem até me pedires para ir para casa só, sem ti… coisa que nunca farias…

Disses-te que ias ter com uns amigos, os mesmos que nos estavam a seguir até então. Estranhei, mas quando me fizeste prometer que não voltaria para traz por nada e que acontecesse o que acontecesse para nunca te esquecer, ai temi. Temi por ti, e por mim…
Sim foi a resposta que te dei, embora não concordasse com ela.
Deste-me um beijo, o ultimo beijo. Estavas sério, mas mesmo assim sorris-te apenas para me acalmar. Não consegui dizer nada, virei costas e comecei a andar, mas sempre muito atenta; os homens que nos tinham seguido tinham parado.
O meu coração batia depressa demais para pensar, deixei de ter controlo em mim, e quando virei a rua, só me lembro que o meu coração parou de bater; a rua estava deserta, e o teu grito ecoou por todo o lado, mas mesmo assim parecia que só eu o tinha ouvido.
Inevitavelmente os meus pés deram a volta, o meu corpo transpirava de medo e ansiedade.
Quando te vi, tudo em mim parou, deixei de ver tudo o resto, deixei de respirar até. Não senti o vento na minha cara, nem o meu cabelo a esvoaçar. O tempo parara quando te vi deitado no chão a jorrar sangue do corpo e aqueles homens com facas ensanguentadas do teu sangue. Tudo isto se passou numa fracção de segundo, pois logo depois o meu corpo, o meu ódio e a raiva respondiam por si. Gritei o mais que pude a pedir ajuda enquanto podia e atirei-me para cima do homem que te tentava novamente apunhalar.
No mesmo instante agarrei numa pedra e atirei-a a um outro homem que se aproximava de ti. Ele caiu no chão e não se mexeu mais. Os outros fugiram.
Estava finalmente a voltar a mim quando já estava a rua cheia de gente, já tinham chamado a ambulância que nos levou para o hospital. Incrivelmente ainda estavas vivo, mesmo depois de todo o sangue que perderas. Fui contigo na ambulância, nunca mais te ia deixar.
Mal chegamos ao hospital levaram-te para seres operado, e eu só queria chorar, mas as lágrimas estavam secas… como é normal perguntaram-me o que tinha acontecido e eu pouco consegui contar. E ainda faltava contar aos teus pais, mas só eu o podia fazer, por isso liguei-lhes. A voz deles mudou, a tua mãe chorou, desligou, e logo depois já estava comigo, e trazia com ela o teu pai, e os meus pais. Desesperei, a voz falhou, não consegui falar, imaginar tudo de novo era duro de mais. Para a minha salvação a médica explicou o que eu já tinha dito e assim eu não tive de falar. Quando a médica acabou de contar, vieram todos ter comigo, abraçaram-me e eu gritei, gritei e fugi…
Não queria sentir pena, eu é que afinal não estava lá contigo para te ajudar, queria trocar de lugar contigo, jamais me perdoaria se não sobrevivesses. Foram 5 horas nem mais nem menos, foi esse o tempo que estiveste no bloco operatório. Quando foste para o teu quarto ainda dormias, mas eu estive sempre lá contigo, e quando acordas-te eu estava lá, adormecida a teu lado, deste-me a mão, e chamas-te por mim.
A tua mãe que tinha ido apenas comer algo quando chegou e te viu acordado chamou-te e foi a voz dela que me acordou. Não podias falar, estavas muito fraco, no entanto notava-se que estavas melhor. O medico entrou no quarto e disse-nos que te ia examinar para ver como estavas e que por isso nós teríamos de sair. A tua mãe agarrou a tua mão, e depois largando-a ia recuando até à saída. Eu ia fazer o mesmo, mas tu não deixaste, voltei à tua beira, dei um beijo na tua face, sorri enquanto te olhava nos olhos... como sempre fazíamos para dizer que ia correr tudo bem. O teu olhar acalmou e eu vim embora… não sei o que se passou depois, visto que desmaiei por fraqueza e perda de sangue por ter sido também ferida quando me atirei para cima de um dos homens que te tinham posto assim. Quando acordei, estava tudo a minha volta. Vi o medo na cara de cada um deles. Preocupei-me. Levantei-me e embora fraca e tonta caminhei aos “Ss” pelos corredores até ao teu quarto. Ninguém me impediu. Sabiam que não valia a pena. Quando cheguei perto de ti tu estavas rodeado por toda a tua família, avos, tios, primos…
Finalmente as lágrimas ganharam vida e caíram face abaixo. Estavas em coma. O mundo caiu-me aos pés e nada o poderia levantar senão tu mesmo. Toda a tua família, excepto os teus pais, me culpou do teu estado. Fui por isso proibida a visitar-te. Toda a minha vida estava perdida, e eu estava morta, viva no vazio. Nada fazia realmente sentido, e a culpa era realmente minha, não tinha de te ter deixado.
Já estavas à 3 dias em coma quando me ligaram a dizer para ir ao hospital com urgência.
Eram 2 horas da manhã, mas nem isso me impediu, pedi aos meus pais e eles logo me levaram.
Quando cheguei corri para o teu quarto, passei por toda a gente e ouvi-te gritar o meu nome.
Agarrei a tua mão e tu acalmaste. Mais ninguém se atreveu a falar. Tu acordaras do coma a gritar o meu nome.
Adormeci a teu lado, não sai a tua beira até voltares a acordar.
Dormis-te imenso e por fim acordaste. Agarrei-te, não deu como não o evitar.
Chorei tudo o que até então não tinha chorado, e tu silenciaste-me e disseste que tudo estava como deveria estar, e acrescentas-te que voltavas a fazer o mesmo. Todos os que te ouviram choraram. Pediram para te deixar porque tais emoções te faziam mal. Tive medo de te voltar a largar, mas percebi a tua situação e achei por bem afastar-me.
Passaram-se mais 2 dias e eu não te pude ir ver, estive no tribunal para que os homens que eu feri depois de te esfaquearem fossem presos. Tudo correu bem. Passei por tudo mais duas vezes, mas voltava a repetir toda a história desde que eles fossem presos.
No sexto dia, desde que tinhas dado entrada no hospital, quando te fui ver, não me deixaram. Estava tudo a chorar, os teus avós rogavam-me pragas, e os meus pais tentavam levar-me para casa. Não percebi o que se passava, mas era algo muito mau, mas acabei por não conseguir resistir aos meus pais e fui para casa.
No dia seguinte o advogado da tua família quis falar comigo. Mais ninguém teve coragem para me falar.
O advogado disse-me que tinhas morrido, e sem esperar muito acrescentou que as tuas ultimas palavras tinham sido “amo-te” e logo depois o meu nome. Cai de joelhos, e bati com toda a minha força com os punhos no chão. A dor era tanta e o meu corpo já não respondia. Cada esperança ou recordação estavam a ser apagadas. Já não havia nada a fazer, e antes que eu me perdesse mais ainda, o advogado entregou-me três cartas. Disse que as tinhas escrito nos dias em que eu estive no tribunal. Não as abri. Em vez disso levei-as para junto dos teus familiares, e visto que os teus pais eram os únicos que me conheciam e me apoiavam, dei-lhes as cartas para eles as lerem para toda a gente. Foi a tua mãe que leu a primeira carta. Era um texto pessoal, mas mesmo assim toda a gente ouviu. Dizia o quanto gostavas de mim e que nunca mo tinhas dito por não quereres estragar a nossa amizade… contava histórias, momentos nossos, aquelas brincadeiras boas e más. Dizia também que eu tinha sido toda a tua vida e que se morresses não fazia mal porque sabias que eu viveria pelos dois, mas se fosse ao contrário, e morresse eu, tu não aguentarias e morrerias também. Toda a gente da sala limpava e escondia as lágrimas que ocasionalmente caíam face abaixo. Eu não chorei, queria chorar, mas não consegui.
A segunda carta foi bastante “chocante”. Disseste que todos os teus valores eram para mim. Porque? Tudo era para mim porque não gostavas da maneira da tua família tratar o dinheiro. Eles ficaram fulos e tu sabes disso.
A terceira carta, ninguém a quis ler e acabei também por me esquecer dela.
Fui com o advogado e disse para ele dar todos os teus bens a lares, para dar tudo em anónimo, os teus pais não se opuseram, e as tuas coisas pessoais foram todas doadas também, só fiquei com uma fotografia tua.
A tua família soube finalmente de tudo, da nossa história que ninguém percebia se era amor ou amizade, talvez porque era algo mais forte que isso, mais intenso. Tão importante que apenas bastava um olhar, ou aquele gesto para o coração bater mais depressa, mas embora isso, à face de todos não passava-mos de eternos apaixonados sem o admitir.
Embora por vezes nos quisesse-mos beijar, nunca o fazia-mos com medo de estragar o que já tínhamos. Podia-mos até nem nos tocar, mas fazíamo-lo no pensamento e isso bastava… como sempre…
Todos os teus familiares vieram ter comigo, pediram desculpa, e disseram para não faltar ao teu funeral.
Estive mesmo para ir… sim estive mesmo para ir, e tu sabes, mas no último momento a força falhou, a tristeza aumentou e ficou infindável… impossível de combater, e fui para o sítio onde mais perto de ti podia estar.
Sim, fui para o sítio onde nos conhecemos. Aquela praia à noite onde o meu irmão te levou com os vossos amigos e onde apenas tu olhas-te para mim sem ser apenas como rapariga, mas como irmã do teu melhor amigo que tu tinhas de respeitar.
Recordei todos os momentos, aqueles em que me apanhavas lá a chorar, ou aqueles em que nos atirava-mos para a areia e rolávamos praia abaixo até a água. Uma lágrima brotou, e um sorriso nasceu…
Passaram-se meses, em que eu permaneci calada, triste, meia morta e meia viva.
Hoje faz um ano desde que morreste, e eu olho para a fotografia da tua campa. Estou finalmente a recontar toda a história. Está cá o teu pai, a tua mãe, os teus tios, primos avós. Já ninguém chora, mas todos imaginam como teria sido a vida de cada um se tu estivesses vivo.
Eu já não penso nisso, sei que não gostavas que vivesse agarrada ao passado. Hoje tudo o que sou devo-o a ti, ainda sinto a culpa da tua morte, está cada vez mais leve, mas ainda me pesa nos ombros.
Tenho a terceira carta na mão e só hoje a vou finalmente abrir, mas quando a abrir será na praia, no nosso sítio, no nosso mundo.
Já tudo se afasta, e eu vou embora também. Mas sem nunca me esquecer de ti. Volto daqui a um ano, nem antes porque seria sinal de fraqueza e tu nunca me quiseste fraca, nem depois, porque seria sinal de esquecimento e eu nunca me vou esquecer de ti, por isso daqui a exactamente um ano vou estar de novo contigo aqui.
“O amor não se vive, sonha-se, o que se vive são os momentos de felicidade e esses quero vive-los contigo” foi a primeira frase que me disseste.
Adeus e até para o ano.

A.C. *

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